Pov'Elena

No outro dia acordar não foi tão difícil assim, difícil foi acordar e ver que Sofia não estava mais ao meu lado. Já que a mesma tinha ido a escola.

Não havia ninguém na casa, o que deu tempo o suficiente para explorar todos os cantos e ver que tudo estava exatamente como antes, exceto por algumas mudanças sutis. Também foi inevitável não me abalar pela quantidade de porta-retratos de Bonnie espelhados pela casa. Mas eu tinha que me conformar, eles estavam juntos e eu não tinha a mínima chance, não que eu quisesse!

Arrumei um pouco da casa e assim que estava acabando o almoço ouço a campainha tocar, vou ate a porta e abro.

_ Ed! – grito feliz e me jogo nos braços dele.

Ele me abraça forte e beija o topo da minha cabeça.

_ Sera que vocês podem para com toda essa melação de vocês ai? Estamos aqui! – reclama indignado.

Saio do abraço rindo e encaro Duka.

_ Como vai garotão?

_ Voce e essa sua imitação barata do meu pai – ele revira os olhos- Vou ótimo –sorriu.

_ Eu também vou bem tia Lena, obrigada por perguntar! – Charlotte fala irritada, fazendo um joinha com o dedo.

_ Eu ia te perguntar isso agora –ri- O que estão fazendo aqui?

Saio da frente da porta e eles entram.

_ Viemos te visitar –Ed fala observando a casa.

_ Por que não podemos? –Duka completa.

_ Claro que podem! Estava acabando de preparar o almoço, venham –chamo e vou ate a cozinha.

Eles me seguem.

_ Então aqui é o covil da cobra – Ed brinca, rindo e senta-se em uma cadeira.

_ Não fala assim, eu já morei aqui – fiz bico e continuei a preparar o almoço.

Ed ficou com as crianças para almoçar e passou boa parte da tarde ali. Nós conversamos e eu o contei sobre a minha foto de casamento, Ed ficou furioso assim que soube o que Damon fez e jurou que quebraria a cara dele em dois a próxima vez que o visse-o que me preocupou.

Lottle se comportou a tarde toda e não fez nenhuma bagunça, o que era estranho já que essa menina nunca parava quieta.

Duka conversou comigo boa parte da tarde também e me contou sobre uma garota com quem estava saindo.

Em resumo, a tarde foi divertida e cheia de risadas. Porém, tão rápido quanto começou, ela acabou.

Pov'Autora

À tarde para Elena passou como um flash, mas para Damon não, as coisas na delegacia estavam esquentando e ele não conseguia tirar Elena da cabeça.

–Chefe, o senhor tem que assinar isso daqui... Chefe? –Chamou Dean sarcástico, Dean era uma espécie de policial/ajudante, era um dos melhores amigos de Damon.

Dean era um cara bonito, tinha um belo corpo e era dona de uns olhos verdes que deixariam qualquer mulher louca só por olhar! Eles se conheceram um ano depois da prisão de Elena, e com o tempo a amizade foi se formando, só tinha um pequeno problema, dois na verdade. Primeiro: Ele odiava Bonnie. Segundo: Ele não acreditava que Elena tinha roubado a joia.

–Assinar o que criatura?- Pergunta Damon o olhando.

–Seu nome no meu coração. - Disse rindo da cara do amigo. - Brincadeira...

–Veio aqui me encher cara? Tão cedo?

–Na verdade vim aqui perguntar por que a princesinha está tão aérea hoje, você nunca foi assim!

–Não é nada.

–Como assim não é nada? Tem que ser alguma coisa. -Ele ficou encarando Damon por alguns segundos. - Sabe que se não me contar eu vou dar meu jeito de descobrir, não é?

–É Elena...

–Pera a sua Elena?

–Ela não é minha! E você quer mesmo saber oque aconteceu ou vai ficar me interrompendo? – Dean levanta as mãos em sinal de redenção. – Ela tá morando lá em casa. – Ele o olha surpreso, e confuso. –Lembra-se que Sofia ficou doente? E que precisou de uma doação e tudo mais? Elena foi a doadora.

–Certo até ai tudo bem, ela queria salvar a filha... Mas, o que ela faz na sua casa?

–Eu... Eu a chamei. –Sussurrou.

–Você o que?

–Eu a chamei. –Repetiu relutante.

Damon encarava o amigo apreensivo, até que ele começou a rir, descontroladamente e disse depois de recuperar o folego.

–Cara você tá ferrado!

–É mesmo? E por que eu estaria ‘ferrado’?

–Porque você ainda a ama!

Damon se calou com o que ouviu, e continuou calado, Dean teve que ir e Damon continuou pensando no que tinha ouvido. Tinha que ser o Dean para falar tamanha besteira, mas... O que será que ela está fazendo? Como será que ela passou à tarde? E Sofia... Ahhh Sofia está na escola.

E tentou voltar ao trabalho.

O dia foi passando bem, quando Damon foi ver já era hora de buscar Sofia.

–Papai!- Exclamou a menina assim que o viu. - Cadê a tia Lena?

–Oi meu amor, deve está em casa. - Disse a pegando.

–Damon?- Chamou Caroline.

–Sim.

–Elena está em casa?

–Acho que sim, tenho quase total certeza.

–Poderia me esperar, quero vê-la.

–Claro.

–Vai ser rápido, só vou arrumar uns materiais.

Eles se sentaram num banquinho para esperar Carol arrumar o resto dos matérias.

–Como foi seu dia de aula? O que você estudou hoje?

–Ahhh papai, eu estudei os numelos, 1 ao 20, a professola mandou nos fazermos um desenhos e eu fiz o mais bonito. Quer ver?

–Quero.

Sofia abriu a mochila e tirou um papel que tinha alguns rabiscos, era possível perceber o que menina quis desenhar.

–Quem é esse daqui?- Perguntou Damon apontando para um dos pessoa/desenho/boneco.

–É você papai.

–E essa?

–Sou eu.

Damon olhou melhor para o papel.

–E quem é essa filha?

–É a tia Lena.- Respondeu inocentemente.

O coração de Damon bateu mais forte, rápido, Sofia nunca tinha feito nenhum tipo de desenho deles com Bonnie, nunca e Elena mal aparecia e a menina já estava tão... Apegada a ela. Ela é a mãe Damon, é normal. Mas, e Bonnie? Bonnie não é a mãe de Sofia! Eu sei, mas ela sempre esteve presente, sempre foi tão legal com Sofia. Qual o problema? Bonnie não é Elena. Esse é o único problema.

–Você acha que a tia vai gostar papai? –Perguntou Sofia tirando Damon dos seus pensamentos.

–Claro que vai.

–Estou pronta, vamos?- Perguntou Caroline surgindo na entrada.

–Vamos.

O caminho foi calmo, Sofia e Caroline começaram a conversar e Damon prestava atenção na estrada, quando eles chegaram, todos desceram e assim que Damon abriu a porta ele sentiu aquele cheirinho... O cheirinho da comida de Elena.

–Tia Lenaaaaa.- Gritou Sofia assim que a viu, a menina correu e abraçou as pernas da mulher que só ria.

–Boa Noite. - Desejou Caroline se pronunciando.

–Boa Noite. - Disse Elena sorrindo.

–Só queria ver como estava.

–Estou muito bem, obrigada pela preocupação, gostaria de ficar o jantar?- Ela olhou para Damon. –Ehrrr Quer dizer, se Damon permitir, é claro. Damon?

–O que?- Perguntou confuso, ele não tinha prestado a mínima atenção no que elas falavam.- Desculpe?

–A Caroline, pode ficar para o jantar?

–Claro! - E riu. - Desculpe, esse cheiro me deixa um pouco lesado.

Elena no mesmo instante ficou vermelha, há quanto tempo ele não elogiava sua comida?

–Ah... Obrigada.

–Não á de que. Com licença, vou me trocar, e Caroline, seja bem-vinda.

–Obrigada.

Ele subiu as escadas e as duas se olharam, Sofia saiu correndo para o quarto.

–Cuidado. - Pediu Elena.

–Crianças! - Disseram juntas se olhando e riram.

Elas se sentaram e começaram a conversar sobre o comportamento de Sofia na escola e ‘como ela era inteligente’, segundo Caroline. A menina voltou depois de algum tempo com um papel nas mãos, tentando dizer algo.

–Gilbete... Não Gilblet... Não Gliblt...

–Gilbert.- Disse Elena, ela olhou melhor e viu ser uma foto, eram dois pés, um de Elena e outro da menina. –Aonde achou essa foto pequena?- Perguntou curiosa.

–É minha tia.

–Sua?

–Sim, o papai me deu.

–Espera! –Exclamou Caroline chamando a atenção das duas para ela.- Gilbert? Você conhecem algum Gilbert?

–Eu sou uma Gilbert!

Caroline a encarou por alguns segundos... Os olhos dela começaram a brilhar.

–Elena Gilbert?

–Sim. –Confirmou.

–Lena? A meu Deus é você Lena!

–Já nos conhecemos? Caroline se acalme e me explique.

–Nossas mães se conheceram quando éramos muito pequenininhas Lena, a Tia Miranda... –Tia Mirando? –Era muito amiga da mamãe, nós estudamos no mesmo colégio, até que, quando eu tinha 11 anos meus pais se separaram e mamãe se mudou em levando junto.

Elena se lembrava de uma menina assim, Carol, elas se amavam como irmãs, eram muito unidas. Eram como irmãs. Então num dia tudo mudou tudo acabou.

–Qual o seu nome?- Perguntou esperançosa.

–Caroline Anne Forbes.

Por um instante faltou ar nos pulmões de Elena, ela era, Carol.

Ela correu até o seu quarto e voltou com uma foto nas mãos. Lagrimas já caiam do seu rosto. Com a foto nas mãos ela correu e abraçou Caroline.

A foto era duas crianças, pequenas, elas riam enquanto se abraçavam, como se o amanhã não existisse, só o hoje.

Eram elas.

Então você pode me guardar no bolso
Do seu jeans rasgado
Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem
Você nunca estará sozinha
Me espere para voltar pra casa