– Finalmente, hein, Mark! Você é um dos sortudos. Pelo crime que cometeu, tu deveria pegar pena de morte...

– Quando eu cometi o crime, eu estava alcoolizado e a justiça diminuiu minha pena. Afinal, nunca que eu iria me adequar aqui. A justiça sabe o que faz.

– Fica longe dos bares, Mark. Não quero vê-lo de volta aqui.

– E não, vai, Sr. Policial... vou recuperar meu tempo perdido.

– Se cuida!

Os portões da penitenciária foram abertas e Mark sumiu pela rua de terra em NY.

(...)

A casa onde Mark e sua família viveram acabou indo á leilão, e por isso, Mark teve de arrumar um emprego em um mercadinho pra alugar um simples quarto num albergue.

“Primeiro, tenho que achar minha filha.” Pensou Mark.

Foi á delegacia onde o seu caso foi arquivado e pediu informações sobre o paradeiro de Rosie.

– Desculpe-me senhor, mas eu não posso dar nenhuma informação sobre o orfanato que a sua filha foi mandada. – Disse o assistente social.

– Como assim, não pode? Rosie é minha filha. Tenho que saber como ela está! – Mark já estava furioso e segurando o assistente pelo colarinho.

– Primeiramente, o senhor está em uma delegacia. Posso ser só o assistente, mas isso é considerado desacato à uma autoridade e o senhor pode ser preso de novo e temo que você não quer voltar pra jaula tão cedo... - Mark se acalmou e soltou o policial. – E... se o senhor se importa tanto com sua filha, por que acabou fazendo isso com ela? Mata a mãe dela e acha que tudo está bem? O melhor que você deve fazer é ficar longe dela. Infelizmente, não posso informar...

– Acho que você está me confundindo com um criminoso qualquer. Não sou um criminoso, só não tive sorte na vida e quero pedir perdão à minha filha. Tem algum mal nisso? – Sua voz começou a ficar trêmula e só faltava ajoelhar implorando para o assistente.

– O que eu vou fazer é contra as leis, mas você parece ser um bom homem que só teve um fase ruim. – Respondeu olhando para os lados conferindo de que ninguém estava olhando ou ouvindo. – Pelo o que diz aqui nos arquivos, sua filha, Rosie, foi mandada para um lar chamado Long Island’s Sunshine. Pela data do nascimento, ela fez 18 anos semana passada. Pra sua sorte e azar dela, ela nunca foi adotada, teve algumas tentativas, mas sempre a devolviam. Ela deve ter saído do orfanato e infelizmente, não temos mais nenhuma notícia sobre ela. Não tem mais nada que possamos fazer, é com o senhor agora.

– Obrigado mesmo. Que Deus te abençoe.

– Boa sorte!

Mark sai da delegacia já sabendo o seu próximo destino.

– TÁXI! TÁXI!

Um táxi para e Mark entra no banco traseiro.

– Qual o destino, senhor?

– New Jersey’s Sunshine.

(...)

15:00pm

Rosie acorda com o alarme tocando e isso parece um sino deixando a sua dor de cabeça ainda mais aguda.

Ela alugara um apartamento em Manhattan perto da Quinta Avenida. Conseguiu um emprego como garçonete em um bar de rock chamado “Rock ‘n’ Ivy”. Seu turno era à noite e entrava as oito. O salário era pouco mas as gorjetas eram razoáveis e com mais alguns meses, talvez já conseguiria estar em uma faculdade meia boca.

– Fala, Debby! – Rosie atende o celular enquanto estava no banho. Debby era uma amiga que também trabalhava no Rock ‘n’ Ivy e as duas já estavam bem amigas.

– Quinta é seu dia de folga, certo?

– Sim... por quê?

– Que tal um encontro duplo no Hard Rock Café?

– Ahhh não, Debby...

– Ahh pára de ser chata, Rosie. Desculpa a minha sinceridade mas, você passou a vida inteira num orfanato. Ás vezes até acho que você nunca beijou! – Debby terminou a frase com uma risadinha malvada.

– MAS O QUE? É claro que eu já beijei, ok? Eu só não quero me envolver agora, neste momento. Quero focar em trabalhar e estudar, depois eu penso se algum homem merece meu coração. – Repondeu Rosie num tom meio envergonhada.

– Rosie, você não vai morrer se só sair uma noite.

– Debby...

– Por favor, Rosie. Prometo que o seu par é muito legal e se acabar sendo um tédio, eu te dou as minhas gorjetas de sexta.

– Ok, tá bom, tá bom... Eu vou, mas se o encontro for chato eu vou cobrar as gorjetas, hein?

– Ain, obrigada amiga! Obrigada mesmo! – Debby estava dando gritinhos.

– A gente se vê mais tarde, beijos.

– Beijos...

Estava ficando tarde e Rosie já começara a se arrumar para sair.

– É, Rosie... Parece que vai ser mais difícil do que você pensava. Vai dar tudo certo, é só uma questão de tempo. – Disse olhando para si mesma enquanto se olhava no espelho. – É por você, mamãe!

(...)

– Em que posso ajudar? – Pergunta Mary atendendo a porta.

– Boa tarde, hã... Eu vim aqui pedir informações sobre uma criança que ficou aqui – respondeu Mark olhando para dentro da casa por cima dos ombros de Mary.

– O senhor quer adotar alguma crian...

– Não, - interrompeu Mark – estou procurando pela minha filha, Rosie. Fiquei sabendo que após eu ser preso, ela foi encaminhada para cá e só saiu no aniversário de 18 anos.

Mary não acreditava no o que estava vendo e ouvindo. Ela gaguejou um pouco mas disse que não conhecia nenhuma Rosie e que mesmo se soubesse, não poderia dar informações. Mark impediu ela de fechar a porta colocando o pé, percebendo que não era verdade.

– Tem certeza que não a conhece? Você me parece um pouco nervosa.

– Tenho certeza de que não...

Mark adentra Mary a segurando pelo pescoço e começou a gritar.

– Onde está a Rosie? Onde ela está, inferno???

– Por favor senhor, as crianças...

– Que se danem, não saio daqui enquanto não saber pra onde minha filha foi!

– Se você não quiser voltar pra prisão, me solte ou eu chamo a polícia. Quer voltar pra prisão de novo? – Mary já estava ficando sem ar.

– Estamos começando a nos entender. – Mark coloca Mary no chão. – Pelo visto sabe quem eu sou e conhece Rosie.

– Pelo o que você fez aqui hoje comigo em frente de todas essas crianças, agora sei porque Rosie tem tanta raiva de você.

– Eu tenho direito de me entender com a minha filha, só quero começar do zero...

– Já começou do jeito errado! – Mark a encara com um olhar furioso.

– Não vim pedir sua opinião e chega de me enrolar. Onde está Rosie?

– Pela a última vez que nos falamos, ela está morando num apartamento pequeno em Manhattan mas não sei o endereço exato. A única coisa que sei ao certo, é que está trabalhando em um bar na Broadway chamado Rock ‘n’ Ivy. Se você quiser encontrá-la, acho que você deve ir até lá. Só não a magoe ainda mais, você já a fez sofrer demais.