Capítulo 28 – Desistindo.

POV da Autora

No último capitulo...

- Bella, o que aconteceu? – Amy perguntou, ajudando ela a levantar-se.

- Amy, aconteceu alguma coisa...

- Alice ligou. – Ela disse prontamente. – Pediu para que você fosse para a mansão.

- Edward.

- Como soube? – Ela perguntou novamente.

- Meu peito começou a doer. Desde que saí de lá, meu peito doía algumas vezes. Edward está com problemas Amy, me leva...

Goodbye My Lover – James Blunt

Amy amparou Bella. Entrou novamente no elevador e desceu junto à amiga humana até o subsolo, onde pegariam o carro. Bella apoiou-se no banco, sentou com as mãos juntas ao peito e então arfou novamente. A dor consumia-a por dentro, corroia todo o interior de seu peito, ardendo como se tivesse se atirado em uma fogueira. Os segundos pareciam eras. Elas nem tinham saído da garagem e, para Bella, parecia que ela ia morrer esmagada por uma dor desconhecida.

Eu te desapontei ou te deixei triste?

Eu deveria me sentir culpado...?

Porque eu vi o fim antes de começarmos.

Perto dali, saindo do parque, estava Leon Blackwood, que olhava atentamente o carro que acabara de sair do prédio em que ele vira Bella entrar. O carro preto seguiu cantando pneus pela larga avenida. Ele olhou pelo horizonte, observando a mansão Cullen.

- Isabella Swan. – Ele murmurou lembrando-se do rosto dela. – Nos encontraremos em breve...

A caminho da mansão, já entrando na estrada tortuosa que levava para um pequeno desvio que, só então, levava diretamente a mansão dos vampiros, Bella ainda arfava de dor. Seu peito ardia e seu coração palpitava. Amy a olhou estreitando os olhos, perguntando-se o que é que estava acontecendo. Quando finalmente o portão da mansão se abriu e o carro parou em frente à porta principal, Amy saiu do carro, indo amparar Bella. Haviam dois empregados na porta da mansão.

Eu estou aqui por você, se você apenas se importar.

Você tocou meu coração. Tocou minha alma.

- Senhoritas, os Cullen os esperam no quarto do Sr. Edward. – Uma mulher falou.

- Obrigada. – Amy murmurou, abrindo a porta do carro.

- O que houve? – Amy perguntou para Jasper, que estava com Alice no salão principal.

- Edward simplesmente desistiu. – Alice murmurou. – Eu não o vejo em nenhum lugar no futuro!

- Amorzinho, se acalme, vai dar tudo certo. – Jasper beijou-lhe a testa. – Edward estava num quarto no último andar. Quando Alice o viu e nós chegamos para vê-lo, ele estava caído, desmaiado.

- Ele não caça há dias. Desde que a Bella saiu daqui. Desde que ela foi embora. – Alice se referiu a Dominique.

Você mudou minha vida e meus objetivos.

E o amor é cego e eu soube disso quando percebi que você me mudou.

Bella andou pelo salão principal e subiu as escadas, mas, não foi diretamente ao quarto de Edward. Embora estivesse ficando fraca para andar, ainda mais subir escadas, ela continuou indo ao terceiro andar. Viu a porta arrombada e então acendeu o pequeno lustre. O quarto estava repleto de quadros de Dominique sorrindo, com os cabelos ao vento, sob um grande carvalho. Eram tantas lembranças! Bella olhou ao seu redor e então desabou no chão, chorando.

Beijei seus lábios.

(...)

Te conheço bem, conheço o seu cheiro.

Estou viciado em você.

- Argh!!!!!! – Ela gritou, chamando a atenção de todos os vampiros que estavam presentes na mansão. – Seu.Idiota!!!

Adeus meu amor.

Bella arremessava cada um dos quadros na parede. Passou seu braço por cima da penteadeira com os porta retratos e pequenas caixas de jóias, derrubando-os, levando-os um a um ao chão. Vidros eram quebrados, travesseiros tinham sido rasgados e plumas eram espalhadas por todo o quarto. As cortinas vermelhas de um veludo pesado foram derrubadas, espelhos foram quebrados. Então, ela finalmente caiu sobre o tecido vermelho sangue, que pertencia a uma das cortinas. Bella chorava compulsivamente.

Adeus minha vida.

- O que... – Ela ouviu um murmúrio baixo. – Você... Fez?

- Bella?! – Amy, Rosalie e Alice exclamaram. Jasper e Emmett apenas olhavam.

- Vamos, Amy, pegue-a, leve-a até um quarto.

- Não!!! – Bella gritou. – Você, Edward Cullen, é um idiota!

Você tem sido o único.

Ela arremessou na direção dos vampiros, um dos travesseiros de plumas, que foi, imediatamente, desintegrado com o pequeno toque dos reflexos de um deles. Ela encarou-os, principalmente a Edward. Seus olhos estavam vermelhos.

Você tem sido o único em minha vida.

- Porque não pode simplesmente aceitar?! – Bella perguntou. - Não pode ao menos considerar a decisão dela?! Todos já estamos cansados dessa sua indecisão, Edward Masen. Ninguém, precisa assistir a um sofrimento desnecessário. Você não precisa fazer nada mais, a não ser aceitar que ir embora foi a decisão dela. Você não precisa me amar como a amava. Só aceitar o destino que ela escolheu.

- Eu... – Edward moveu minimamente os lábios, inclinando-se para frente, tentando ir em direção à Bella.

- Eu sabia que algo estava acontecendo. – Ela disse com os olhos fechados. – O tempo todo, desde que saí daqui, algo dentro de mim me dizia que alguma coisa não estava certa. Então era isso? Dominique sabia que este tipo de coisa poderia acontecer? Porque, eu me pergunto? – Ainda de olhos fechados, olhando para dentro de si mesma, encontrando a Dominique que existia dentro de si, ela continuou seu pensamento. – Não é algo me diz, mas sim, alguém me diz o que está acontecendo... Você desistiu, porque Edward? Porque desistiu da vida que você tanto lutou? Porque simplesmente jogar tudo para o alto?

Quando você seguir em frente, lembre-se:

De nós e tudo o que costumávamos ser.

Alice, Rosalie, Amy, Jasper, Emmett e Edward, encaravam-na surpresos com a mudança repentina. Bella havia assumido uma posição tão frágil, mas tão forte consoladora, ela estava mostrando que Dominique Nesbitt, por mais que não estivesse ali, em carne e osso, estava presente. Edward fez sinal para que Emmett o deixasse sozinho com Bella, ele apoiou-se no batente da porta e todos os outros saíram, voltando para o salão principal.

Eu já te vi chorar, já te vi sorrir.

Te observei dormindo por um instante.

... Eu passaria uma vida inteira com você.

Eu conheço seus medos e você conhece os meus.

Bella mirou Edward, que cambaleava, apoiando-se nos móveis que ainda estavam inteiros e no lugar, foi até ela, que, imediatamente, levantou-se e escorou-o. Seus olhares se encontraram, ela foi se abaixando e sentou-se junto a ele, sobre as plumas e os tecidos rasgados das cortinas, roupas e lençóis. Edward arfou, soltando um rosnado, quase sussurrante, e cambaleou, apoiando-se nela novamente.

Eu te amo, juro que é verdade.

Eu não posso viver sem você.

- Me... des.... culpe. – Ele murmurou novamente. – Eu... desis...desisto.

- Você não pode desistir. Não precisa ser assim. Pense nos seus irmãos... faça isso por mim... não, faça isso pela Dominique. – Bella pedia, já com mais lágrimas nos olhos. - Eu não iria agüentar, se você desistir, eu vou desistir também e, tudo pelo que passamos, tudo pelo que sua família, tudo pelo que você passou no passado, vai ter sido em vão. Por favor, Edward, as coisas não precisam ser assim. Não estou pedindo que me ame, estou pedindo apenas que aceite a realidade e não desista da sua vida...

Adeus meu amor, meu amigo.

Você tem sido o único para mim.

Bella abraçou-o com mais força, colocando a cabeça dele junto ao seu coração. Edward fechou os olhos, ouvindo os batimentos rápidos, descompassados, sentindo o sangue pulsar pelas veias e artérias. Ela puxou-o mais para si, apoiando a cabeça dele no vão de seu pescoço.

- Por favor, estou te implorando, mesmo que você não me ame, Edward. Por favor. – Bella implorou.

Nesse mesmo instante, duas coisas aconteceram simultaneamente. Bella soltou um grito de dor, seu peito doía mais que nunca, havia martelos batendo constantemente sobre sua cabeça. Edward caiu sobre os braços dela, fechando vagarosamente os olhos. Então, Bella gritou novamente, desmaiando logo em seguida.

Todos que estavam no primeiro andar, ouviram – era óbvio – o grito que Bella deu. Amy foi a primeira a chegar na porta do quarto, vendo a cena que, sendo olhada da forma como ela via – Bella caída sobre o corpo do vampiro, que de tão fraco que estava, já não tinha a mesma palidez e o mesmo brilho de antes – era extremamente chocante. Amy soluçou e cambeleou para trás, sendo ajudada por Emmett. Eles pegaram os dois e levaram para o quarto de Edward.

- Bella, Bella pelo amor de Deus, Bella, acorda! – Amy chamava-a. – Oh meu Deus!!!

- Ed, Ed cara, vamos... – Jasper e Emmett estavam ao lado de Alice, que tinha o corpo de Edward em seus braços. Eles tentavam, em vão, fazer com que ele bebesse mais um pouco de sangue. – Ed, cara, vamos, reaja.

- Desculpem, não consigo ver o que está acontecendo com nenhum deles. – Christine, que tinha sido chamada para tentar ajudar, não conseguiu sucesso algum.

- Bella, minha amiga, por favor, acorde! – Amy continuava tentando, mas Bella continuava desacordada.

- Sai daí, Amy! – Rosalie voltou ao quarto com uma jarra de água na mão.

- O que... – Amy foi interrompida. Rosalie afundou sua mão na água gelada e então encostou nas duas bochechas de Bella, que, imediatamente, ficou arrepiada com a mudança repentina de temperatura. – Bella? – Amy chamou-a novamente.

- Hã.. o que... argh... Edward!!! – ela disse meio desnorteada, mas logo se deu conta do que havia acontecido.

Bella viu o corpo do vampiro ao seu lado. As olheiras num tom absurdamente escuro. O cabelo e a pele sem brilho algum, a textura lisa já não estava mais lá, o frio marmóreo também não. Ela apavorou-se e olhou para ele. Colocou suas mãos em seu rosto e tentou chamá-lo. Os olhos continuavam fechados, ele nem ao menos esboçava qualquer reação.

Enfim, um vampiro podia mesmo morrer. Edward estava morrendo.

Adeus meu amor.