Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane


Capítulo 34
Não é tão ruim quanto parece


Notas iniciais do capítulo

Bom, isso nunca acontece, mas eu vou postar dois capítulos no mesmo dia.
Motivo: surtei e quis escrever hahaha

Beijo, Ari ;)

ps: Manolo Blahnik é uma grife famosa e cara de calçados que só tem duas lojas, uma em Londres e outra em NY.



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Lanie: Greve de sexo?

Kate: Aham.

Lanie: E você acha que vai ajudar?

Kate: Claro que vai, assim ele se livra dela mais rápido.

Lanie: Eu acho que isso só vai deixá-lo mais louco e... – Lanie enfrentou os olhos da amiga, que a encaravam – Ok, se você diz que vai ajudar...

Kate: Tem mais uma coisa, eu quero fazer aquelas aulas.

Lanie: Só para provocá-lo, não é?

Kate: Não, é porque eu preciso mesmo me exercitar.

Lanie: Sei...

Kate: Você vai demorar muito para terminar? – Kate se referia ao corpo sendo autopsiado por Lanie.

Lanie: Acho que mais uma meia hora, por que?

Kate: Você podia ir comprar alguns sapatos comigo. A Manolo está com uma coleção linda!

Lanie: Desde quando você compra calçados Manolo Blahnik?

Kate: Desde quando eu tenho o cartão de Castle em minhas mãos.

Lanie: O que uma mulher com raiva não faz, senhor!

Kate: Geralmente eu compro coisas para as crianças com esse cartão, mas hoje eu acho que mereço me dar algo.

Lanie: Alto suficiente para alcançar a brasileira que agora não larga seu marido, aposto.

Lanie gritou com o beliscão que levou.

Lanie: Não sei se consigo me torturar desse jeito. Nunca tive um Manolo Blahnik.

Kate: Eu compro um pra você, seu aniversário é no mês que vem mesmo.

Lanie: Menina, da onde saiu esse marido rico não tem mais não?

Kate: Tem, mas debaixo da capa eles escondem brasileiras, francesas, espanholas...

Lanie riu da amiga. Kate com ciúme era outra pessoa.

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Na quinta-feira...

Gabriela entrevistava Castle quando Kate saiu para levar as crianças na natação. Aquela era sua última semana de licença, e ela queria aproveitar para fazer programas que depois voltariam a ser exclusividade de Castle.

A presença de Gabriela ainda incomodava Kate. Ela agora vinha de manhã e à tarde, o que mostrava a determinação de Castle em terminar aquilo logo. Kate, porém, se sentia insegura toda vez que a brasileira adentrava o escritório – embora Castle sempre deixasse a porta aberta. Mas era óbvio que Kate Beckett não daria o braço a torcer.

Kate: Já? – Kate disse ao ver Castle e Gabriela saindo do escritório. Ela estava sentada no sofá, e as crianças jogavam vídeo game.

Castle: Terminamos mais cedo hoje, Gabriela tem outro compromisso.

Kate se levantou do sofá e ganhou olhares dos dois ao mesmo tempo.

Gabriela: Uau – a brasileira deixou escapar – Você tem curvas, detetive.

Castle: O que é... isso?

Jo: A mamãe vai fazer aula de dança! – Johanna entrou na conversa – É um nome esquisito.

Kate: É zumba.

Gabriela: Zumba! Adoro!

Kate: É, acho que eu também vou adorar!

Gabriela: Certamente. Bom, boa aula, Katherine.

Kate: Me chame de Kate.

Gabriela: Então, boa aula, Kate. Tchau crianças. Até amanhã Rick.

Todos se despediram da moça, que saiu. Johanna voltou ao vídeo game.

Castle: Zumba? Você?

Kate: Lanie me chamou há algum tempo, mas eu andava ocupada demais com o trabalho, e depois teve a cirurgia, enfim... agora eu me interessei. Gostou?

Castle não sabia nem dizer. Se aquilo fosse só para ele, dentro do quarto, ele adoraria. Mas Kate sair na rua com aquela roupa preta justa, colada ao corpo e mostrando todas as curvas, das pequenas às maiores... Não, definitivamente Castle não gostava.

Castle: Eu achei um pouco justo demais... – ele recebeu uma encarada dela – mas você está linda amor, linda!

Kate: Deixa eu ir, não posso me atrasar. Tchau família!

Kate saiu sem nem ao menos um beijinho.

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À noite, quando Kate saiu do banho...

Castle: E aí, como foi a aula?

Kate: Perfeita! O professor é ótimo!

Castle: Professor? Homem?

Kate: E a dança é tão sensual! Ela trabalha toda essa região abdominal aqui – Kate passou as mãos perto de sua virilha – é uma sensação tão gostosa.

Castle: Eu... imagino – Castle engoliu seco.

Kate já havia colocado o pijama e se deitado ao lado de Castle.

Castle: E... você por acaso não gostaria, assim... – ele foi se virando por cima dela – me contar mais sobre os movimentos da zumba?

Kate: Eu tenho certeza que você iria adorar Rick, mas – ela o empurrou devagar – é um exercício aeróbico, e eu estou muito cansada. Boa noite.

Castle: Boa... noite...

Castle se virou para seu lado da cama. Aquilo não seria fácil.

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Na sexta-feira...

Kate: Eu to toda dolorida!

Foi a primeira coisa que Kate falou assim que entrou na casa da amiga. Lanie fechou a porta da sala. Ela tinha ligado dizendo que não iria trabalhar, e que precisava muito falar com a amiga. Javi estava na delegacia, as crianças na escola.

Kate: Sério Lanie, que dança é essa? Eu mal aguento as minhas pernas! E olha que eu corro! Sem falar no abdome, senhor, que dor!

Lanie: É assim mesmo no começo... – Lanie tinha a voz baixa.

Kate: Mas eu não vou desistir, não vou! Eu vou provar para aquela brasileira que eu também sei requebrar.

Lanie: Você sabe que a dança não é brasileira, não sabe?

Kate: Sei, mas e daí? Ela disse que adora a dança.

Lanie: Kate, senta aqui – Lanie falou para a amiga, que andava de um lado para o outro.

Kate: Você precisava ver a cara do Castle quando me viu com aquela roupa, foi tão engraçado, Lanie. Mas eu fiquei séria, claro.

Lanie: Kate! – Lanie a fez se sentar.

Kate: O que?

Lanie: Eu estou grávida.

Kate: Você o que? – Kate se levantou de novo num impulso, sentindo a dor no abdome.

Lanie: Senta, Kate – Lanie a fez sentar-se, ouvindo um “ai!” de dor.

Kate: Você ta falando sério?

Lanie: Você acha que eu estou brincando?

Kate: Lanie...

Lanie: O que eu faço, Kate? Me diz.

Kate: Como o que você faz? Você vai ter outro bebê!

Lanie: Eu não posso ter outro bebê, Kate, eu já tenho um bebê! Lola não tem nem dois anos!

Kate: Calma, amiga. – Kate segurou a mão de Lanie, que já tinha lágrima nos olhos – Olha, eu sei que você está assustada, mas não é tão difícil assim... Eu tive dois bebês ao mesmo tempo, e... a gente se acostuma.

Lanie: Dois filhos já é tão difícil, imagina três!

Kate: Vocês conseguem...

Kate esperou que Lanie chorasse um pouco e secasse as lágrimas.

Lanie: Eu ainda não disse ao Javi, ele vai enlouquecer.

Kate: Ele não tem o direito de enlouquecer, ele tem parte nisso!

Lanie: Nós estávamos evitando mas... você sabe, daquele jeito.

Kate: Eu engravidei tomando remédio, é sempre um risco.

Lanie: Você aceita mais um afilhado?

Kate se levantou e sentou ao lado de Lanie, colocando a mão na barriga dela.

Kate: Eu aceito quantos afilhados você quiser me dar.

Lanie: Nem brinque Kate, esse é o último!

As duas riram juntas.

Lanie: Tudo culpa da zumba. Aquela dança sensual!

Kate encarou Lanie.

Kate: Você acha?

Lanie: Eu tenho certeza!

Kate: Eu nunca mais vou voltar lá!

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No mesmo dia, à noite...

Kate: Lanie está grávida.

Castle: O que??

Kate: Lanie e Javi terão outro filho.

Castle: Sério?

Kate fez que sim. Os dois estavam no quarto, e as crianças brincavam no quarto dos brinquedos.

Kate: Javi nem sabe ainda, ela me disse que ia contar hoje à noite.

Castle: Não planejado... – Castle concluiu.

Kate: É, exatamente como foi com a gente – Kate andou pelo quarto – Rick, isso me fez pensar. Eu não quero correr o risco.

Castle: Mas nós evitamos...

Kate: Eu evito, você quer dizer.

Castle: Nós nunca gostamos muito de preservativos...

Kate: Eu tomo o mesmo remédio que antes, só que eu engravidei tomando, lembra?

Castle: Onde você quer chegar...?

Kate: Eu quero operar para não ter mais filhos.

Castle: Não.

Castle começou a andar pelo quarto, mexendo nas coisas, numa mistura de ansiedade e apreensão. Kate o acompanhou.

Kate: Como assim não? Nós já conversamos, nós não queremos mais filhos.

Castle: O inferno congelará se eu deixar você entrar em uma sala de cirurgia de novo. – ele parou e a encarou com olhos preocupados.

Kate: Rick...

Castle: Não, Kate. Eu não posso correr o risco de te perder.

Kate: Você não vai me perder.

Castle: Por que nós não deixamos como está?

Kate: Porque eu não quero acordar amanhã grávida!

Castle: Ahh não precisa se preocupar, nós nem sexo estamos fazendo!

Jo: O que é sexo?

Kate e Castle pararam no meio do quarto e olharam para a porta, da onde Johanna e Alexander os encaravam.

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Alex: O que é sexo, papai?

Kate: Há quanto tempo vocês estão aí?

Jo: Eu vim contar que o Alex puxou meu cabelo porque eu peguei o Max Steel para casar com a Barbie, mas... o que é sexo?

Kate: É... – Kate hesitou um pouco – Sexo é.... assunto de adultos.

Castle: Você acha que isso vai resolver?

Kate: Por hora vai.

Castle: Até eles perguntarem para qualquer outra pessoa! Venham cá.

Johanna e Alexander se aproximaram.

Castle: Meninos e meninas são diferentes, não são?

Jo: Aham.

Alex: Meninas são bobas.

Jo: E meninos são idiotas!

Kate: Ei vocês dois!

Castle: Bem, um dia quando essa raiva do sexo oposto passar, vocês vão se interessar por alguém. E aí vocês vão querer beijar, namorar... e fazer sexo.

Kate: Castle! – Kate o repreendeu brava.

Castle: Sexo é algo que acontece quando duas pessoas se gostam. E é assim que elas fazem os bebês.

As crianças tinham os olhos atentos no pai.

Castle: Um dia, quando vocês forem grandes, vocês vão entender melhor.

Kate: Mas isso vai demorar muito, muito, muito.

As crianças olharam para a mãe, que parecia aflita.

Jo: É assim que o papai coloca a sementinha dentro da mamãe?

Castle: É.

Alex: E por que vocês não estão fazendo mais sexo?

Kate: Vocês podiam não ficar repetindo isso...

Castle: Porque... nós não queremos mais um bebê.

Jo: Ah...

Alex: Eu também não quero mais um bebê. Bebês são chatos, eles choram.

Castle: Então agora que vocês já sabem, vocês não precisam perguntar para ninguém, certo?

Kate: Nem sair dizendo aos outros.

As crianças fizeram que sim, e o assunto foi encerrado. Por enquanto.

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Mais tarde, no quarto do casal...

Castle: Não é irônico?

Kate: O que?

Castle: Eles perguntaram sobre sexo justamente quando não estamos praticando?

Kate deu os ombros e continuou passando um hidratante nas pernas.

Castle: Eu digo isso porque nós somos, você sabe... um casal ativo. – ele alisou as costas dela.

Kate: Pode ir tirando a mão daí, gatinho.

Castle: Kate! Você sabe que eu odeio que me chame de gatinho.

Kate: Por isso mesmo.

Castle virou para o lado emburrado. E mais uma noite o casal apenas dormiu.

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Castle passou o sábado todo mostrando seus primeiros rabiscos, scripts e livros para Gabriela. As crianças entraram na onda da bagunça na biblioteca e se divertiram. Kate já não estava achando tão ruim. Em certo momento, se viu lá também, dando algumas opiniões sobre como a biógrafa poderia escrever. Foi assim que surgiu em Gabriela a ideia de entrevistar Kate no domingo, já que a partir da segunda ela estaria de volta à delegacia. Por mais que Kate sentisse ciúme e uma certa insegurança, não podia dizer não. Se era importante para Castle, era importante para ela também.

Sendo assim, no domingo...

Gabriela chegou logo após o brunch. Como a família costumava visitar algum parque ou zoológico aos domingos, as crianças insistiam que queriam sair. Kate então sugeriu que Castle as levasse, o que ele obedeceu.

Gabriela: Obrigada por ceder seu tempo, Kate.

Kate: Tudo pelo Rick.

Gabriela: Vocês têm uma história e tanto, não é?

Kate: É... – Kate abriu um sorriso instantâneo.

Gabriela: Você podia me dizer como se faz para manter essa paixão...

Kate a encarou.

Gabriela: Não para o livro, para uso próprio.

De repente Kate se deu conta de que Gabriela não era perfeita. Mesmo sendo bela e inteligente, a morena também tinha suas próprias inseguranças.

Kate: Eu não sei, eu só... eu amo. Eu simplesmente amo o Castle.

Gabriela: Lindo. Por que você não me conta como tudo começou? – Gabriela já tinha o laptop no colo.

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Mais tarde...

Quando Castle retornou com as crianças, encontrou Kate e Gabriela rindo de algo. Ficou curioso, mas achou melhor não interferir. As crianças, por outro lado, não tinham regras: entraram correndo no escritório do pai, pulando no colo da mãe. Beijos e abraços dados, Alexander saiu para jogar vídeo game com o pai, mas Johanna permaneceu ali.

Kate: Você não quer brincar, princesa?

Jo: Eu quero ficar com você, mamãe. – Johanna não saía do colo da mãe.

Gabriela: Que coisa fofa... ela é apegada à você, não é?

Kate: É sim, minha princesinha – Kate beijou os cabelos da filha.

Gabriela: Nós podemos continuar?

Kate: Claro.

Jo: Eu conheço a história do papai e da mamãe.

Gabriela: É mesmo? E o que você me conta deles?

Jo: O papai é um príncipe e a mamãe é uma princesa, só que ela tem algemas e uma arma.

Gabriela soltou uma risada divertida.

Kate: Viu como ela sabe?

Gabriela: E qual é a parte da história do papai e da mamãe que você mais gosta?

Jo: Quando eu e o Alex nascemos. A mamãe desmaiou quando soube que eram dois bebês, sabia?

Gabriela: É sério? – ela olhou para Kate e não conteve a risada.

Kate: Seríssimo. Eu ia contar quando chegássemos nessa parte.

Jo: A mamãe e o papai não estão fazendo sexo porque eles não querem outro bebê.

Kate olhou para o lado sem graça, sentindo as bochechas corarem. Gabriela achou melhor não falar nada. Kate quebrou o silêncio rapidamente.

Kate: As coisas que essas crianças falam!

Gabriela: Elas são muito espertas.

Kate: São mesmo. Jo, por que você não busca sua coleção das Monsters High para a Gabriela ver?

Jo: Você quer ver?

Gabriela: Claro!

Johanna pulou do colo da mãe e saiu correndo.

Kate: Me desculpa, eles estão... descobrindo o mundo e acabam falando as coisas assim.

Gabriela: Kate... eu não quero me intrometer, mas... olha, se você e o Castle estiverem com algum problema por minha causa...

Kate: Nós não estamos.

Gabriela: Ainda bem, porque eu odiaria se isso acontecesse. Nunca foi minha intenção, eu juro.

Kate assentiu, confirmando que acreditava. Johanna voltou com suas bonecas, e Gabriela brincou com ela.

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Quando a biógrafa saiu, Kate tomou banho, e se certificou de que as crianças fizessem o mesmo. Depois do jantar, quando foi pegar o material escolar delas, Kate descobriu uma tarefa que não tinham feito. Sentou-se então com os dois, enquanto Castle respondia alguns e-mails profissionais no quarto. Tarefa feita, material guardado, roupas e calçados prontos, era hora de dormir. As crianças foram até o pai e deram boa noite, sendo colocadas na cama pela mãe. Enquanto fazia os filhos dormirem, Kate pensava em toda a situação que estavam vivendo. Voltaria para a delegacia no dia seguinte, e não tinha mais como fugir: era hora de contar para Castle. Ela queria fazer isso, e ele merecia saber.

Alexander pediu mais uma história, e Kate contou pacientemente. Quando enfim os dois dormiram, Kate levantou-se e caminhou pelo corredor, pensando o caminho todo em como começaria a dizer para Castle que um ex namorado agora trabalharia na 12ª delegacia. Mas quando entrou no quarto, Kate o encontrou dormindo com o computador ligado. Tirou então o laptop cuidadosamente e o desligou. Castle só se mexeu quando Kate deitou-se na cama.

Castle: Kate... o computador...

Kate: Eu já tirei meu amor, pode dormir – Kate deslizou a mão pelos cabelos dele – Eu te amo, Rick.

Castle: Eu também te amo, Kate...

Castle fechou os olhos e caiu no sono novamente.


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