A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 26
Só eu e Meu Violino


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, os links das músicas que escolhi estão aqui:

Marlee: https://www.youtube.com/watch?v=yjzw91coeS4
America: https://www.youtube.com/watch?v=49tpIMDy9BE

E só para vocês terem uma ideia de como é o vestido da Ames, é mais ou menos assim:
http://pt-br.tinypic.com/view.php?pic=s5a0ic&s=8#.VWDVDaGVtzA
Desculpe a qualidade da imagem ou se ela não abrir, mas eu tentei...



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P.O.V America

Sento-me em um assento no fundo do estúdio cerca de meia hora antes das meninas realmente começarem a chegar. O estúdio ostentava uma decoração diferente para o especial daquela noite. O começo do Show de Talentos começa mais de quinze minutos depois do combinado porque nosso querido Rei Do Olimpo, Deus dos Deuses, Deus dos Ares, Zeus, queria estar com o amado filho durante a apresentação de suas pretendentes, mas aparentemente não sabia cumprir horários.

De fato, o estúdio estava repleto de vestidos em todas as tonalidades possíveis de azul. Uns mais perto do verde, outros do violeta, mas ficou claro que havia um padrão. Senti-me desconfortável na hora. Percebi de cara o olhar de Celeste e decidi ficar longe dela.

Elizabeth e Natalie passaram por mim. Eu tinha acabado de conferir a maquiagem uma última vez. Ambas pareciam um pouco descontentes, embora às vezes não fosse fácil saber o que se passava na cabeça de Natalie. Elizabeth pelo menos também destoava da multidão. Seu vestido azul tinha manchas brancas, como se finas camadas de gelo escorressem por seu corpo.

– Você está arrasadora, America. – elogiou Marlee assim que chega, sentando-se ao meu lado, apesar de perceber o leve tom de acusação em sua voz.

– Obrigada. Seu vestido é divino.

Ela escorregou as mãos pelo corpo, como se esticasse rugas imaginárias.

– É, também gostei. – ela disse, não parecendo muito convencida com isso.

Natalie passou a mão em uma das alças do meu vestido e perguntou:

– Que tecido é este? Com certeza vai brilhar com a luz. – imaginava que era mesmo essa a intenção de Mary, Lucy e Anne.

– Não faço ideia. Eu não costumo ter coisas legais assim. – comentei com tom de desdém.

Olhei para o tecido. Eu tinha pelo menos mais um vestido feito com ele, mas não me preocupei em aprender o nome.

Então um barulho de trovões e raios e então Zeus se materializa no meio do estúdio e um grupo de pessoas correu para se reunir em volta dele e paparicá-lo.

– Podemos começar. – Silvia anunciou.

A primeira apresentação é demasiada chata e tediosa, Celeste e Bariel só ficam desfilando para lá e para cá em biquínis menores que os cérebros delas. Simplesmente hor-rí-vel! Aquilo certamente não deveria ser permitidos, tamanha vulgaridade! Aquelas garotas sem talento ou personalidade... nem imagino o que Lady Ártemis deve estar pensando daquilo. Mas não me surpreendi quando uma enorme salva de palmas começou por nosso amado Rei dos Deuses, canalha como ele é.

Kriss Ambers não faz nada mais do que usufruir de seus dons de filha de Hefesto, ela monta e desmonta uma coisa que não sei bem o que é, mas todos aplaudem como se ela tivesse feito Atena admitir que há algo entre ela e Poseidon – coisa que quase todos os deuses tentam ou já tentaram, já que cresceu uma desconfiança sobre uma possível relação entre eles de uns tempos para cá, o que definitivamente não agradou Anfritite. E depois me perguntam por que não quero casar-me com um deus.

Marlee toca linda e talentosamente no piano Read All About It Part III, eu acho, gostava daquela música desde que vira um vídeo de um teatro de sombras super triste. Acho – acho não, tenho certeza – que estava sendo modesta quando disse que não sabia tocar muito bem.

Mas a apresentação que mais surpreendeu e fez rir foi uma de Tuesday, Reeli, Elizabeth, Fiona e Zoe. Por que? Bem, Elizabeth ficou dublando Tuesday, que cantava Let it Go – agora a coisa do vestido azul com manchas brancas que parece gelo faz sentido –, fazendo gestos com a mão similares aos que a Rainha Elsa faz no filme e lançando neve ao ar, como Elsa, mas ela não cantava! Isso é que surpreendeu, sua boca só se movia em perfeita sincronia com a música que era tocada ao fundo. Fiona, Zoe e Reeli – que achei que seria mais inteligente e que não faria algo tão hilário àquele tipo –, faziam coral. Talvez a intenção delas fosse fazer graça mesmo, mas parecia que não, o que pareceu deixar Zeus ainda mais descontente.

Então chega a minha vez. Eu sou a última a me apresentar por algum motivo que nos fora explicado antes, mas que eu já não lembrava mais, apesar de ter a impressão de que me parecera completamente plausível na hora.

– Senhorita America? – Gavril chama, com um sorriso educado. Penso que se fosse mamãe a ser chamada, ela teria um colapso, do tanto que admira Gavril Fadaye.

Levanto-me e vou timidamente até o palco, não sem antes Marlee me dar um sinal de polegar para cima e me desejar boa sorte.

Quando subo ao palco, percebo que Maxon está boquiaberto por algum motivo e eu sorrio para ele. Posiciono o violino e todas as luzes do estúdio se apagam do modo pedi. Tudo ao meu redor, as câmeras, Zeus, as selecionadas cheias de ódio e sedentas por sangue, Noah, a mansão, a distância de minha família, meus outros problemas, Maxon, tudo, tudo se vai com elas. Só há a música. Um holofote é lançado sobre mim, não consigo ver nada a minha frente e fecho os olhos quando a primeira nota soa.

A música flui e meus braços e dedos se movem freneticamente, tecendo a melodia, assim como minha boca, que canta da forma mais delicada que consigo. Canto com tudo o que tenho, com todo o meu coração, as minhas mágoas, desesperos, inseguranças e tenho que me controlar para não gritar, já que tenho um microfone à minha frente.

Shatter Me (Me Estilhaça)

Eu dou piruetas no escuro

Eu vejo as estrelas através de mim

Coração mecânico cansado

Bate até que a canção desapareça

Alguém brilha uma luz

Estou congelada em um campo de batalha em mim

Alguém me faz sentir viva

E me quebra!

Então me corta pela linha

Tonta, girando sem parar

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Me estilhaça!

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Se ao menos o relógio pudesse falar

Eu não seria tão só

Nós queimaríamos cada ímã e cada mola

E espiralam em direção ao desconhecido

Alguém brilha uma luz

Estou congelada em um campo de batalha em mim

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Então me corta pela linha

Tonta, girando sem parar

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Se eu quebrar o vidro, então eu vou ter que voar

Não há ninguém para me pegar se eu mergulhar

Estou com medo de mudar, e os dias permanecerem os mesmos

O mundo está girando, mas apenas em cinza

Se eu quebrar o vidro, então eu vou ter que voar

Não há ninguém para me pegar se eu mergulhar

Estou com medo de mudar, e os dias permanecerem os mesmos

O mundo está girando, mas apenas em cinza

(Apenas...)

Alguém brilha uma luz

Estou congelada em um campo de batalha em mim

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Então me corta pela linha

Tonta, girando sem parar

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

Me... !

Me estilhaça!

Alguém me faz sentir viva

E me estilhaça!

A música acaba e paro de canta, ofegante. Havia usado toda a minha energia para não errar a letra, tampouco alguma nota. Apesar de ser filha de Apolo as coisas não eram tão fáceis para mim quanto deveriam ser. Faço uma reverência, não para Maxon ou Zeus, para a plateia. Imagino que se meus pais ou May me vissem agora ficariam orgulhosos.

Gavril vem me parabenizar e me elogiar “pela minha bela voz e pelo meu talento com o violino” antes de me ajudar a descer do palco. Olho para Maxon de soslaio e ele está ainda mais abobado, seu queixo quase bate no chão. Sorrio para ele, sem entender a causa de seu choque e vou para meu lugar.

– America, você arrasou! – diz Marlee, saltitando em seu assento.

Sorrio amavelmente para ela.

– Obrigada.

– Muito bem, todas essas senhoritas são muito adoráveis e talentosas, escolha difícil para nosso querido Maxon Schreave. Amanhã a noite o resultado de quem ganhou será anunciado durante um programa especial de perguntas e respostas com as Selecionadas. – Gavril sorri para a câmera.

Suspiro, cansada, surpresa e com raiva. Amanhã definitivamente será um dia longo.


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Notas finais do capítulo

A música que a America cantou, se não ficou claro, é da Lindsey Stirling com participação da Lzzy Hale cantando.
Também queria deixar registrado que preferia uma música ou um cover que não tivesse música de fundo(a batida, os toques de caixinha de música), porém... e também que eu, pessoalmente, tenho a voz da America mais aguda do que da Lzzy, but...
Beijos,
Liz.



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