Dois anos atrás...

– Pai, deixa que eu dirijo. Você tá alcoolizado. - A morena puxou o pai pela gola da camisa, mas, não foi por querer, ele só havia bebido demais.
– Você só têm dezesseis anos, minha filha. Não precisa. Eu vou dirigir. - Falou ele rudemente, seguindo para seu carro cambaleando, com uma garrafa de vodka nas mãos.
– Você pode causar um acidente. Eu sei dirigir. E olha, daqui a três dias terei que voltar para o Texas. Vou te levar para casa, e o Thomas para casa da minha mãe. - Esta se referia ao seu irmãozinho, que na época tinha nove anos. Ele não estava entendendo a situação, e Jade pediu para que ele apenas entrasse no carro e colocasse o cinto de segurança. A garota praticamente empurrou seu pai para o banco do carona, e sentou no banco, ajeitou os retrovisores e o espelho do carro. Ligou o veículo, e partiu em direção á Los Angeles.
Andava tranquilamente pela estrada, vendo e admirando o sol se pondo. Cantava desafinado, mas ninguém resmungava. Seu irmão havia pego no sono, e seu pai também, abraçado á sua querida garrafa.
Viu a placa 'Los Angeles, á 20 km', e aumentou a velocidade. Foi para 120km, e viu um caminhão em alta velocidade colidir com seu veículo, o fazendo rodopiar na pista em 360°, acabando por atingir a parte direita do carro, onde estavam seu pai, e Thomas. Ela ficou inconsciente, e bateu sua cabeça no volante.

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– Onde estou? - Perguntou a garota colocando as mãos na cabeça, sentindo tontura, e deixou os olhos semi-cerrados, provavelmente porquê havia se espantado com a luminosidade.
– Ela acordou! - Gritou alguém que ela não conhecia, parecia sorrir alegremente. - Bem vinda, Srta. West.
– Bem vinda de quê? - Ela se encostou na cama, coçando os olhos, e não entendendo o que esta pessoa falara.
– Você colidiu o carro com um caminhão, e deu rodopiadas pela pista. Não se lembra?
– Ah, não. - Ela se levantou, como se já estivesse bem. Começou a correr como louca pelo hospital. - Papai! Tom! - Gritou com a voz cortada. Havia se lembrado de que eles estavam lá, e podiam estar sem vida agora.
– Se acalme, Srta, Calma. - Falou a enfermeira atrás da garota, solicitando para que ela sentasse na cadeira.
– Como tá o meu pai? E o Tom? É sério, preciso entregar eles em casa. - Ela puxou o jaleco da enfermeira, a deixando sem jeito.
– A batida mais forte foi onde seu pai e seu irmão estavam. Eles... Eles se foram. Sinto muito, Srta. West. - Falou a enfermeira engolindo a seco, e andando em direção ao pronto-socorro.
– Não. Não pode ser. Eu estraguei tudo. Não. A- A minha mãe. Ah, não. Ela- Ela não pode saber que fui eu... Não- não. - Ela remexia sua cabeça para os lados, com o olhar confuso. Seus olhos azuis não podiam acreditar naquilo.
– Foi você! Matou o meu garoto! Foi você! - Uma mulher aparentemente mais velha que a garota, apontou para a mesma, com os olhos cheios de fúria e mágoa.
– Desculpa mãe, eu... - Ela sentiu uma pontada na sua cabeça. O efeito do remédio estava aparecendo.
– Eu nunca vou te perdoar pelo que você fez, Jadelyn. Estragou com a minha vida. Foi um erro você ter vindo para um mundo. É isso que você é... Um erro, Jade. Um erro! - A mulher chorava não de tristeza, mas sim de raiva. Saiu dalí com lágrimas nos olhos.
– Desculpa. - Sussurrou Jade em meio lágrimas e soluços.