Passado o choque, comecei a pesquisar sobre Illéa.

O regime anterior fazia uma seleção para escolher a esposa do príncipe, herdeiro do trono. Já as princesas eram negociadas com outros reinos.

Nesse reinado o casal real tive gêmeos. A princesa Eadlyn é 5 minutos mais velha. Ela irá governar. E o Rei Maxon resolveu que ela teria uma seleção com 35 jovens de Illéa. O escolhido teria que conhecer bem o país e seu povo.

Já o príncipe Ahren poderia escolher dentre jovens de reinos vizinhos, selecionados de acordo com a vontade dele mesmo. De todo modo, aprofundava as relações entre reinos. Ahren escolheu a Itália e a Inglaterra.

Foi assim que a carta veio parar lá em casa.

Quando papai chegou do trabalho no ministério, mostrei a ele a "novidade".

– É, eu soube que estava chegando. Um carteiro trouxa entregou? Seu avó ficaria fascinado.

– O senhor sabia e não me avisou?

– Filha, tenha calma. Isso é só um convite. Acalme esse gênio, ruivinha. Sua mãe chega logo. Não faça ela pensar que eu lhe obriguei a isso. - disse ele com um sorriso bondoso. Eu sabia que ele faria tudo pra me fazer feliz. Sempre fiquei um pouco intimidada a falar que era filha de Harry Potter. As pessoas reconhecem o nome. E depois falam como sou parecida com minha mão, Gina. - Vá chamar seu irmão pra jantar.

Subi a escada para chamar Alvo, meu irmão que ainda não saiu de casa. Tiago foi estudar dragões com nosso tio. Alvo quer ser auror como o papai. Está fazendo teste.

– Ei cabeçudo, jantar.

– Ai Lily, vê se bate antes. - a balança que ele equilibrava, caiu em seu pé.

– Mamãe já disse pra parar de praticar tantas horas seguidas. Saia pra pegar um ar as vezes.

Descemos a escada.

– Que é isso na sua mão? Carta de namorado?

– Ha ha - exclamei corando - Na verdade é quase isso.

– Deixa eu ver?

– Depo... - ouvimos um barulho na porta.

– Oi mãe - dissemos juntos.

– Oi queridos. Como foi o dia?

– Bom.

Ao terminar o jantar, expus a novidade.

– Mas isso seria ótimo Lily. Participar de algo assim ficaria tão bem em seu currículo.

– Mas mãe, em que ser "namorada" de um cara ajuda?

– Não é só um cara, é um príncipe. Vai que você gosta dele?

– Isso seria ótimo maninha. Eu podia usar seu quarto pra treinar.

– Alvo, pare com isso. Lily, você escolhe o que você quer fazer sobre isso. Mas sua mãe tem razão num ponto. Participar de algo assim ajudaria na sua carreira internacional.

– Talvez. - Mas eu tinha visto a chance. Era verdade. Eu queria trabalha com política internacional. Viajar fora do continente e ser vista por todos poderia ajudar.

– Mas e o lance da magia?

Meu pai olhou pra minha mãe e disse:

– Isso pode te ajudar ainda mais a ser discreta entre trouxas. Pense no assunto.

Eu pensei. Pesquisei mais sobre Illéa e naquela noite liguei a tv para assistir o Jornal Oficial de Illéa, que já tinha começado.

"... com vocês, os irmãos do momento. Eadlyn e Ahren!"

Palmas, muitas palmas.

"Oi Gravil, um prazer te rever - disse a princesa- É uma honra para nós poder participar do processo que uniu nossos pais."

"Esperamos ter a mesma sorte e sabedoria deles." Disse o príncipe.

A câmera focalizou o casal que parecia rir. O rei era muito elegante. A rainha era linda e sagaz. Eles pareciam felizes.

Será que eu poderia me adequar aquilo? Bobagem. Eu nem fui sorteada. Todo esse drama podia ser a toa. Até que o príncipe era bonito. E parecia ser legal. Quem sabe? Até que não é uma má ideia.

Com isso na cabeça fui dormir.