We could be heroes escrita por Maniper


Capítulo 8
Capítulo 07 - Heloíse, amigos de Vancouver e memórias?


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos, olha quem resolveu aparecer! Pois é, eu sei, eu sei. E as minhas desculpas definitivamente não seriam suficientes para justificar a minha falta, mas estou aqui, com capítulo fresquinho para vocês! Espero que gostem.

Boa leitura!



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Acordei me sentindo mais forte de alguma forma. Eu sabia que era por causa dos meus poderes flutuando em mim, estar perto da ascensão era muito complicado e no fundo estava com um pouco de medo do que estaria por vir. Um sorriso formou nos meus lábios ao me lembrar que tinha conseguido me transformar. Aquilo era demais e me atrevi a correr até o espelho do meu banheiro.

Parei e olhei para o meu rosto que estava um pouco rosado por estar calor já cedo. Me senti tentada a mudar a cor dos meus olhos, e com um frio na barriga evoquei as memórias no momento da minha primeira transformação, fechei os olhos e quando abri, estavam vermelhos como sangue, assim como tudo em volta. Dei um grito por não ter me visto daquela forma ainda e não demorou muito para que alguém batesse na minha porta.

— Querida, está tudo bem? Posso entrar? - era a Judith.

— Pode sim! - respondi alto para que ela conseguisse me ouvir. - Eu só estava tentando isso. - apontei para os meus olhos e ela franziu o cenho.

— Você é um dos raros, hein? Não fiquei surpresa quando soube. - Ficou me encarando pelo espelho. - Uma pena o Christopher não estar do nosso lado, ele poderia te ajudar bastante. Mas, temos o Caio.

— Gosto do Christopher e do Caio. - fechei os olhos mais uma vez, voltando ao normal e sorri com orgulho de mim.

— São ótimos garotos. - Judith concordou com um sorriso no rosto.

Minha aula começava mais cedo, então não consegui conversar mais com a minha mãe naquela manhã, saindo correndo assim que tinha acabado de tomar café, depois de um banho mais rápido ainda. O motorista estava me esperando e parecia muito paciente, mesmo estando atrasada.

— Bom dia, senhorita. - John  Vito sorriu assim que sentei ao seu lado no banco da frente.

— Bom dia, John Vito. Como vai? - perguntei me encarando mais uma vez no espelho, dessa vez no retrovisor.

— Estou bem, obrigado por perguntar. - Será que ele sabia alguma coisa sobre nós? O que éramos? Fiquei intrigada e decidi que perguntaria depois para os meus pais.

— Disponha. - pisquei fazendo-o ficar um pouco sem jeito. Ri por isso.

A nossa viagem foi silenciosa até chegarmos na universidade, onde agradeci e corri pelo campus em direção ao prédio da minha primeira aula. Fiquei um pouco surpresa ao perceber que não estava tão atrasada assim e desacelerei quando consegui chegar no primeiro piso do bloco F.

Foi então que notei os olhares. Fiquei um pouco em choque de início, pensando que tinha me transformado sem querer, até que alguém tocou meu ombro. Me virei com receio e vi Caio com um sorriso no rosto.

— Melita. - depositou um beijo na minha bochecha. - Parece que os boatos já se espalharam.

— Boatos? Sobre o que? - franzi o cenho confusa.

— Ah, você não sabe? Estamos saindo. - Abri a boca para falar algo, mas acabamos dando risada. - O que uma carona não faz com as pessoas. - Caio estalou a língua. - Te vejo no almoço e só pra você saber, eu sou a sua carona para casa hoje, pedido do seu pai. - Que ótimo, só para diminuir os boatos. Suspirei derrotada.

Então era por isso que estavam todos me olhando, eles achavam que eu tinha algo com o Caio, que pelo que eu soube, era muito desejado. Pudera. Era lindo. Fiquei esperando ao lado da porta durante alguns minutos até uma garota um pouco mais alta do que eu, com cabelos loiros, chamar a minha atenção.

— Oi. - ela parecia ofegante.

— Olá. - sorri em resposta.

— Meu nome é Heloíse, hoje é o meu primeiro dia nesse curso. Pode me ajudar? - perguntou receiosa. Ela parecia bem perdida.

— Claro! - respondi animada. - A propósito, meu nome é Melita.

— É um prazer. - ela sorriu e entramos juntas na sala. - Então, já tem grupos formados ou algo assim?

— Pelo que soube, começariam hoje a formar os grupos.

— Eu sei que isso vai soar meio estranho, mas eu poderia ficar no seu? É que eu de alguma forma, me simpatizei com você. - Ainda tinha um sorriso no rosto.

— Claro, sem problemas. - dei de ombros. - Primeiro dia nesse curso, onde estava antes?

— Direito, fiz por um ano. - revirou os olhos. - Consegui convencer o meu pai a fazer o que eu realmente gosto, então tranquei a faculdade anterior. - Ela parecia gostar de falar bastante, acho que daríamos certo.

— É ótimo fazer o que gosta. - concordei e ela assentiu em silêncio pois o professor já estava na sala.

Sentamos próximas durante toda a manhã e com o passar das conversas nos intervalos, percebi que Heloíse era o tipo de garota que todo mundo queria ser amigo. Engraçada, muito inteligente, o que constatei quando sabia sobre todos os assuntos tratados, mesmo nunca tendo ido em nenhuma aula anterior ali. Se bobear, sabia até mais do que eu. Ela era de Toronto, morava com o irmão mais velho enquanto seus pais curtiam a aposentadoria conhecendo o mundo, e disse que tinha chegado alguns dias atrasadas por ter ido visitá-los na Tailândia.

— Então, tem companhia para o almoço? - ela perguntou assim que os períodos da manhã acabaram.

— Gostaria de se sentar comigo? - chamei, vendo-a sorrir logo em seguida. Aquilo era um sim.

Caminhamos em silêncio até o refeitório e todos ainda me olhavam como se eu fosse uma atração do circo. Revirei os olhos com aquilo e procurei o meu grupo, o que não foi muito difícil, porém só quatro deles estavam lá, sentados em um canto, perto da saída. Peguei comida junto com a Heloíse e ela parou quando viu para onde eu estava indo.

— Você está maluca? - questionou ainda paralisada.

— O que? - franzi o cenho, me sentindo confusa de repente.

— Meros mortais não se sentam com eles, precisa ser um deles para isso. - apontou discretamente com a cabeça em direção ao meu grupo de amigos. E eu acabei rindo sem querer. Realmente, eles não se encaixavam na categoria dos meros mortais.

— Eles não mordem, pode confiar.

— Conhece eles? - seus olhos ficaram arregalados enquanto eu assentia meio sem jeito. - Está de brincadeira!

— Não estou. Vamos, minha barriga está suplicando por essa comida. - ela caminhou ao meu lado ainda desconfiada e sentou ao meu lado assim que chegamos até a mesa.

­- E aí, Melita. - Disseram todos ao mesmo tempo, foi bem sinistro.

— Oi, gente. Essa é a Heloíse. E Heloíse, esse são Caio, Valerie, Georgia e Maicon. - apontei para cada um enquanto falava o nome.

— Ah, eu sei quem eles são. - ela riu de nervoso. - É um prazer conhecê-los.

— Que gentil. - Georgia sorriu. - O prazer é nosso por ter alguém tão agradável conosco. A Melita sempre faz bons amigos.

— O que posso fazer? É um dom. - todos riram pela minha referência e ficamos conversando enquanto comíamos. Fiquei feliz em saber que a Heloíse estava se enturmando. Era uma boa garota.

Não vi mais nenhum dos meus amigos-irmãos depois do almoço, em compensação, quando estava saindo da minha última aula, junto da minha mais nova amiga, esbarrei em alguém. Eu estava distraída e nem percebi quando apareceu na minha frente. Levantei o olhar para pedir desculpas e pude ouvir o suspiro da loira ao meu lado.

Ele ficou me encarando com um meio sorriso nos lábios e balançou a cabeça enquanto o sorriso ficava maior.

— Precisamos parar de nos encontrar assim, algum dia alguém vai sair machucado, Melita. - passou a mão nos cabelos e pude ver seus braços com leves tremores. Suspirei.

— Admite que não consegue ficar longe de mim, Christopher. - pisquei para ele, que soltou uma risada.

— Sabe que é verdade. - Ah, aquele maldito sorriso no rosto dele me deixava sem ar. Dei graças a Deus por ele não ter o costume de ler pensamentos, eles não eram muito decentes naquele momento.

— Te vejo no sábado? - perguntei referindo-me ao meu aniversário, que pelo que soube, todos já tinham recebido seus convites.

— Estarei lá. - ele acenou e sumiu no meio daquela multidão de pessoas.

— Como você consegue? - Heloíse perguntou de repente.

— Consigo o que?

— Estar perto dos dois caras mais desejados daqui e não se aproveitar nem um pouco deles! - parecia incrédula. Eu gargalhei.

— O Christopher é comprometido e o Caio é um bom amigo.

— Céus! Eu daria tudo para ter um bom amigo como o Caio. Seríamos ótimos amigos por sinal. - tinha um sorriso malicioso nos lábios.

— Fique a vontade, já te apresentei. Agora faça a sua parte. Aliás, o que vai fazer no sábado?

— Nada por enquanto, o que tem em mente?

— É o meu aniversário. Meus pais estão organizando uma festa a fantasia. Espere aí. - abri minha mochila e acabei encontrando os convites extras que me deram para convidar quem eu quisesse. Peguei um e estendi para a loira - Aqui.

— A fantasia? - Heloíse estava empolgada. - Vai ser demais, irei com toda certeza. - Ela começou a ler o convite e arqueou a sobrancelha. - Você mora nesse endereço?

— Ah, sim. - assenti meio sem entender o tom de voz dela.

— Essa não é a casa do reitor? - deu um risinho nervoso. Como ela sabia sobre isso?

— É sim, e a minha também. - Dei de ombros. - Aliás, como sabe que ele mora lá?

— Longa história. - Ela tinha um sorriso sapeca, tinha aprontado alguma. - Eu posso te contar qualquer dia desses. Ele é seu pai?

— É, essa também é uma longa história. Um pouco complicada eu diria, mas também posso te contar um dia. E sim, ele é o meu pai. - Heloíse assentiu e eu sorri.

— Então, senhorita Campbell. - A loira pronunciou de modo sério, me fazendo rir. - Será um prazer comparecer ao seu aniversário. Só que agora eu preciso ir, meu irmão já deve estar me esperando. - No mesmo momento, o telefone dela tocou e a vi morder o lábio inferior.

— O prazer será meu em te receber. - Fiz referência e ela bateu a mão na cabeça antes de atender ao telefone, talvez constatando que tinha encontrado alguém mais bobo do que ela.

— Sem problemas, Jason. Eu posso pegar um Uber ou algo assim, pode ir. Estou muito feliz por você! Detone nessa entrevista, irmãozinho. Também te amo, beijos. - Encerrou a ligação e me encarou. - Bom, parece que meu irmão não está me esperando afinal. - rimos.

— Precisa de carona? - perguntei olhando em volta a procura do Caio. Avistei-o de longe, ele sorriu quando me viu.

— Você tem carro? - ela parecia animada. Neguei com a cabeça.

— Normalmente meu pai me traz ou o motorista, mas hoje eu tenho uma carona especial. - apontei com a cabeça e a loira olhou na direção do Caio, que arqueou a sobrancelha por nos ver encarando-o.

— Oh Deus! - Heloíse ficou com o rosto todo vermelho. - Eu sabia que vocês tinham alguma coisa. - me olhou como se me acusasse de algo.

— Nós não temos. - Afirmei rindo. - Já disse que somos bons amigos. Ele está me ajudando em uma coisa.

— Uma coisa? - Seu olhar era como faca, acho que imaginava tudo menos o certo. Caio era um tipo Z, e ele era o único do clã que entendia a intensidade disso. Ninguém mais podia me ajudar, além do Christopher, que estava riscado da lista de ajudas.

— É complicado. - Remexi meu desconfortada.

— Melita. - Caio parecia ler a minha mente e aquilo me deixou irritada. Ele deu de ombros e quando viu o que se passava, vi um sorriso de deboche nascer em seus lábios. Com certeza faria algo para me deixar ainda mais sem jeito.

— E aí, galã. Se você olhar atrás de você, verá umas quinze garotas caídas no chão. - Brinquei e ele virou a cabeça assustado. Quando viu que não tinha nada, voltou o olhar para mim, rindo.

— Você é tão exagerada. - balançou a cabeça e depositou o braço por cima do meu ombro. - Oi, Heloíse. Estava mesmo imaginando quando veria você de novo, sabia?

— É mesmo? - Ela sorria meio desacreditada. - Não demorou tanto tempo assim. - Deu de ombros.

— Ah sim, fico preocupado com essa garota aqui. - bagunçou o meu cabelo. Gemi em protesto.

— Tudo bem, já deu. Heloíse precisa de uma carona, podemos ajudá-la com isso? - olhei para cima para poder encará-lo. Caio assentiu.

— Com certeza. Mas precisamos passar em um lugar antes. - nós duas assentimos e fomos em direção ao carro esporte do Caio.

Heloíse caminhou em silêncio o tempo todo, provavelmente anestesiada com tudo aquilo. Eu não a culpava. Caio era realmente muito intimidador. Acho que isso tinha a ver com ele ser um Gini super poderoso. Pequeno detalhe. Fico me perguntando se me meteria em encrencas por fazer amizade com uma pessoa normal. Imagino que não, pois alguém teria me alertado sobre. Era bom estar perto de pessoas que não tinha super-poderes ou algo assim. Será que algum dia se eu me tornar muito amiga da Heloíse, eu poderia contar para ela?

Olhei no retrovisor e pude ver o Caio negando com a cabeça, respondendo a minha pergunta. Suspirei e me senti triste de repente. Aquilo era horrível.

"Você acha mesmo tão ruim assim ser um Gini?" - a voz do Caio invadindo a minha mente me assustou de repente. Vi um sorriso em seus lábios.

"Eu acho que estou acostumada a ser normal." - respondi simplesmente.

"Não sei como é, sempre fui assim. Porém, posso te ajudar a curtir mais esse seu lado." - assenti para ele e depois disso, evitei pensamentos que fosse interessantes para ele ficar lendo. Acho que funcionou, pois em algum momento da viagem, ele e a Heloíse começaram a conversar e pareciam estar se dando muito bem.

— Você não acha, Melita? - ela perguntou animada.

— O que? - eu estava perdida.

— Eu disse que ela estava em outro mundo. - Caio e Heloíse riram.

— Estávamos falando sobre a sua festa. - a loira sorriu. - e eu disse que não poderia faltar drinques que tenham morango.

— Vou garantir que tenha. - pisquei para ela, que deu pulinhos no banco de trás. - Apesar de não fazer ideia sobre como será. - franzi o cenho ao perceber que estávamos estacionando no aeroporto.

— Veio buscar alguém? - questionei para o Caio que assentiu em silêncio.

— Sim e trouxe ajuda. - ele apontou para o lado e a Georgia estava encostada no carro. Ela era deslumbrante. Será que um dia me sentiria tão atraente assim para alguém?

— O que estamos fazendo aqui? - Heloíse quem perguntou.

— Ah, a Melita tem alguns convites vips chegando de Vancouver hoje. - Georgia respondeu para a loira.

Meu coração acelerou de repente. Meus amigos estavam chegando! E muito provável o Tyler também. Quase entrei correndo no aeroporto e percebi todos rirem de mim, não me importei. Fiquei sem fala quando vi o moreno com a sua mala na mão, vindo na nossa direção. Só então percebi que a Georgia estava segurando uma plaquinha escrito "acompanhantes da Melita".

Corri para cima do Tyler que não me deixou na mão ao jogar tudo no chão e me segurar no ar, me girando enquanto ríamos. Percebi que eu estava chorando de felicidade. Ele também percebeu, limpando minhas lágrimas e depositando um beijo na minha testa.

— Quando você ficou tão gorda? - ri de seu comentário. Estava me atormentando, é claro.

— Sempre muito engraçado. - dei um soco em seu braço e ele voltou a me abraçar. Só então notei que todos os meus amigos estavam ali. E eles pareciam tão animados quanto eu.

— Nem acredito que vocês vieram! - corri para abraçar a todos.

— Acha que iríamos perder uma festa? Está fumada, garota. - Zak revirou os olhos, me fazendo rir.

— Pensei que só chegariam amanhã. - admiti e eles assentiram.

— Surpresa! - Erica estava animada, vi ficar boquiaberta ao olhar o Caio, que estava um pouco afastado, conversando ao telefone. - Ele está com você? - perguntou com um sorriso malicioso.

— Sim, ele que me trouxe. - respondi simplesmente e me esquecendo como as garotas ficavam perto dele. Vi as outras duas suspirarem ao admirá-lo.

— Vamos? - Georgia perguntou para nós e assentimos animados.

— Eu estou amando essa cidade. - Zak secou a Georgia com o olhar.

— Fique longe dela, tem namorado. - adverti e ele deu de ombros.

— É claro que tem. - o loiro riu e me abraçou de lado. - mas e a outra? Tem?

— A Heloíse? - ele fez que sim com a cabeça. - Bom, eu acho que não.

— Você acha? - Tyler estalou a língua em reprovação. - Vejo que fez o que pedi direitinho. Suas amigas são bem gatas. - Rimos dele.

— Sabia que eles podem nos ouvir, não é? - Layla perguntou para os garotos.

— Quem se importa? - os dois disseram juntos.

— Estamos só de passagem e se não fosse para sermos lembrados, nem viríamos. - Zak disse convicto. É, nada tinha mudado nesses meus garotos. E como eu senti a falta deles!

Fomos para casa divididos nos carros e deixamos a Heloíse na casa dela, percebi que ela e o Tyler tinham trocado número de telefone, e a loira parecia animada com isso. Eu não poderia estar mais feliz com aquela situação. Quando chegamos na minha casa, eles ficaram incrédulos com o tamanho da mansão. E eu não pude culpá-los, era mesmo muito grande. No mínimo exagerado. Todos foram se acomodando em seus respectivos quartos e quando já era quase a noite, ouvi algumas vozes vindo do jardim. Parecia alguém discutindo.

Meus amigos também notaram a movimentação e me acompanharam enquanto eu ia até lá. Me surpreendi ao ver que era o Hugo e o Christopher.

— Ela não pode ficar perto de mim, sabe disso! - Christopher parecia sombrio.

— Eu sei, mas ela precisa de você, Thompson. Por favor, faça isso. Sabemos que se você quiser, eles não saberão. - Hugo estava sério. E o assunto era aparentemente sobre mim.

— Ajudarei no que eu puder. - os dois assentiram e só então perceberam que tinham chamado a nossa atenção, todos encaravam eles com curiosidade. Pude ouvir os suspiros das minha amigas ao meu lado, e claro, eu também suspirei.

Christopher estava usando um moletom azul e uma calça jeans. Ele me encarou por alguns segundos e parecia ler a minha alma. Era tão lindo. Como era possível?

— Tudo certo por aqui? - perguntei mais para o Christopher do que para o meu pai.

— Vim te ver. - Thompson tinha um sorriso naquele rosto perfeito dele.

— É mesmo? - eu também sorria. Ele assentiu e mordeu o lábio inferior.

— Estou aqui. - Desci as escadas da entrada e cheguei perto dele. - A que devo a honra da sua visita?

— Preciso te mostrar uma coisa. - seus olhos ficaram sérios de repente.

— Fomos proibidos de te ver. - suspirei e ele riu.

— Fiquei sabendo disso. Eles não descobrirão. - eu assenti em silêncio.

— Nós já voltamos. - Christopher disse para o Hugo. - É um prazer conhecê-los. - pronunciou-se para os meus amigos. - Prometo voltar com mais tempo.

— Ah, por favor. Faça isso. - Erica disse alto o suficiente para que Christopher ouvisse. Os meus amigos riram.

— Gostei dela. - Thompson disse enquanto colocava o braço por cima dos meus ombros. Aquele me contato me deixou um pouco nervosa.

— É claro que gostou. Ela é linda. - dei de ombros. Então ele fez com que eu o olhasse.

— Não mais do que você. - piscou e eu senti as minhas bochechas queimarem.

— Adoro o seu poder de iludir as pessoas. - revirei os olhos tentando relaxar. Ele riu.

— Não estou te iludindo. Dizer a verdade é uma das minhas leis de vida.

— Tem leis para viver a sua vida? - fiquei interessada.

— É claro. Ser muito poderoso pode ser bem sem graça as vezes, você verá que precisamos nos limitar para ser divertido. - tinha um sorriso animado no rosto quando chegamos perto de uma moto.

— Nós vamos nisso? - me referi a moto com um pouco de medo.

— Não a subestime, ela tem sentimentos. - advertiu, me fazendo rir. - Prometo que será divertido.

— Sei que sim. - afirmei. - Me diz uma coisa, não era pra ficarmos afastados um do outro? E pude notar que seus tremores estão quase imperceptíveis.

— Andei trabalhando nisso. Fiquei muito tempo sem treino para situações assim, mas acho que estou me saindo bem. - parecia orgulhoso.

— Aparentemente. - assenti, subindo logo atrás dele na moto.

— Você confia em mim? - e tinha como não confiar? Ele poderia me mandar pular de um penhasco que eu o faria.

— Eu deveria? - perguntei fazendo-o rir.

— Garota esperta. Não confie em ninguém além de si mesma. - Christopher falava sério e eu acabei concordando. - Segure-se.

— Vocês estão animados, Ginis?! - um cara gritou no microfone e eu tremi ao ouvir a plateia ovacionando com a nossa entrada. - E a primeira luta da noite é de Chistopher Thompson e Caio Hunter! - mais algumas pessoas gritaram animadas. E eu ainda estava em choque.

— Preparada? - Caio apareceu do meu lado com um sorriso. Então os dois estavam juntos nessa. - Vamos mostrar para ela como é que se faz, Christopher.

— É claro. - Thompson franziu o cenho, não parecendo tão animado assim. - Eu não vou demorar.

Eu realmente não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Que merda era aquela?

— São memórias. - Christopher respondeu de repente. E notei que ainda estávamos na moto. - Parece que a nossa ligação quer que você saiba sobre ela.

— Ela? - questionei com a sobrancelha arqueada.

— Sobre a Elisa. - notei os músculos dele ficarem tensos. - Essa noite vai ser longa. - notei que ele estava olhando para o carro que estava ao nosso lado.

— Nem me fale. - Caio falou dentro de seu carro. - Desculpe interromper o passeio, não percebi para onde estava indo até encontrar vocês. Faz tempo que algo assim não acontece.

— Faz mesmo. - Christopher parecia indiferente. - Pronto? - ele parou a moto perto de um campo verde, longe da rodovia. E o Caio fez o mesmo.

— Vamos nessa. - O castanho fechou os olhos, fiz o mesmo e notei que o chão estava tremendo.

Percebi que quando abri os olhos, estávamos de volta a tal arena. Imersos em mais memórias, e seja lá o que aquilo significasse, parecia importante. Fiquei atenta a tudo e só então me dei conta que eu era a Elisa nas memórias. E de uma forma estranha, senti medo. Ela definitivamente estava com medo e eu mais ainda. O que será que tinha acontecido com ela? Eu estava com a sensação que estava prestes a descobrir tudo sobre o passado sombrio daqueles dois poderosos Ginis.


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Notas finais do capítulo

É isso! Devo continuar? Vocês estão confusos? Tudo será esclarecido no próximo capítulo, prometo! Animados com a chegada dos amigos dela?
Deixem um comentário, por favor! A opinião de vocês é muito importante e claro, dá um gás a mais para escrever haha
Beijos e um ótimo final de semana!



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