We could be heroes escrita por Maniper


Capítulo 7
Capítulo 06 - A transformação


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, lindxs!! Eu voltei mais cedo que o normal hahaha agradeço a todos que estão acompanhando e comentando, é muito importante pra mim e também gratificante! Espero que gostem desse capítulo.


Boa leitura!



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Continuei o longo treino ainda um pouco abalada com a proporção da minha escolha ao me juntar aos Stealth. Isso significava que eu ficaria longe não só do Christopher, mas também de todos de seu clã e era triste pensar nisso.

Eu estava estagnada em relação a minha transformação. É verdade que tinha aprendido a dominar meus reflexos e agora já era fácil "invadir" o pensamento das pessoas. Achava invasivo mesmo e ninguém mudaria minha opinião quanto a isso.

Quando deu três horas da tarde, me sentia exausta. Todos do clã foram se abastecer, indo até a minha casa para comer, pois aparentemente eu não era a única cansada. Também fui comer alguma coisa e acabei me sentando longe deles, na esperança de que talvez nem notassem o meu afastamento. Claro que estava enganada. Georgia foi a primeira a me procurar e jogou-se no sofá ao meu lado de barriga pra baixo, me encarando intensamente.

— Percebi que está triste - ela suspirou - suponho que o Chris já tenha se manifestado sobre vocês se afastarem.

Dei uma mordida no meu lanche e assenti pra ela, que ofereceu um sorriso acolhedor.

— No começo é mais difícil pra qualquer um de outro clã estar perto. Está próxima de sua ascensão, tem muito poder fluindo de você, entende? É raro o Christopher ficar tão afetado assim. Mas, quando vi hoje mais cedo a forma que ele tremia enquanto tentava te colocar em imersão, foi assustador. Reflete o quanto é poderosa - Georgia sentou e colocou uma mão no meu ombro - não estou dizendo que ele ou qualquer outro poderá ficar próximo de você depois de conseguir se controlar, talvez até piore, porque vai desenvolver seus poderes ainda mais. Só quero dizer que algumas coisas devem acontecer para evitar catástrofes e que sinto muito - parecia muito sincero. Ela era uma amiga em potencial.

— Obrigada - dei um sorriso de lado - então, quando vocês começaram a namorar? Na teoria, deveriam ficar distantes ou estariam mortos - eu estava muito curiosa.

— Ah, isso foi há muito tempo. - franziu o cenho - criamos carinho um pelo outro na época que éramos do mesmo clã e foi aumentando, pensamos em terminar depois que ele saiu dos Stealth, mas não queríamos nos afastar. E já sabíamos que não seríamos afetados por nos amarmos, então estamos juntos até hoje - suspirou antes de terminar - apesar de termos alguns tremores nos últimos tempos. Estamos em crise, acho que nos perdemos em algum momento. É triste, sabe? Entretanto, tentamos nos reconectar, todos os dias. Não é algo muito fácil. Ainda mais quando o seu namorado é um sangue puro, com uma penca de poderes e energia emanando dele.

Fiquei um pouco sem palavras, Georgia nunca tinha se aberto daquela forma pra mim e me senti um monstro por ter tido ciúmes algumas horas atrás. Eles estavam tentando. Era algo que precisava ser cultivado todos os dias, não que os relacionamentos não sejam assim, muito pelo contrário, mas caso se perdessem de verdade, não existia segunda chance. Quando um deles desistir, não há volta.

— Eu sinto muito. Não consigo imaginar como deve ser - mordi o lábio inferior, me sentindo um pouco sem jeito - e nem pensar em algo encorajador pra dizer - rimos.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que resolvi puxar assunto mais uma vez.

— Georgia, posso te perguntar uma coisa? E se você não quiser me responder, só brilhe os seus olhos, tudo bem?

— Claro - ela sorriu - vá em frente.

— Conversei com o Christopher um dia desses antes de nos afastarmos, e ele comentou algo sobre uma Elisa. Você sabe me dizer quem é ela e porque ele parecia tão triste ao pensar nela? - me concentrei pra ler a expressão de Georgia, porém, não mudou em nenhum momento e eu deduzi que talvez não fosse tão delicado pra ela quanto eu achei que fosse.

Mais uma vez, eu estava enganada, pois um minuto depois, os olhos de Georgia brilharam para mim. E eu assenti em resposta.

— Não acredito que ele falou dela pra você - sua voz parecia afetada, quase como se estivesse sendo traída.

— Na verdade, ele só citou perder a Elisa como a primeira pior coisa da vida dele e nada mais - lembrei de suas falas.

— Eu sabia - Georgia não parecia estar falando comigo - você ainda a ama? - ela estava de olhos fechados e imaginei que estivesse falando com o Christopher por telepatia. O que eu achei o máximo - vá a merda, Thompson. Todo esse tempo eu pensando que o problema era comigo! - seu rosto começou a ficar vermelho - ah não? Como tem a cara de pau de me dizer isso? Venha aqui agora. A Melita precisa da sua ajuda, o aniversário dela já é no sábado. E nós vamos conversar sobre isso.

— Meu Deus, Georgia. Não é pra ficar irritada assim - Christopher apareceu de repente na minha frente de bermudas e sem camiseta, e eu engasguei com o meu pão. Ele tinha um abdômen completamente definido, muito sexy. Será que me acharia uma fofoqueira? Droga. Eu causei uma DR.

— Não, irritada não - Georgia desviou o olhar do dele - estou magoada. Você sabe como me sinto em relação à ela. E a Melita simplesmente vem e me diz isso. Não faz ideia de como estou nesse momento - percebi quando ela levantou que seus olhos estavam marejados.

— Eu sei, meu amor - ele chegou mais perto e abraçou-a - e não é a minha intenção te magoar dessa forma. Eu jamais mentiria pra você. Mas, infelizmente, não posso apagá-la de mim. Foi o maior sofrimento da minha vida e você sabe disso, porque estava lá e esteve comigo todo esse tempo. Imaginei que nem fosse novidade. Sinto muito se eu nunca disse em voz alta.

É claro que eu saí de mansinho pra não atrapalhar os dois. Não sei o que aconteceu depois, mas nossa! Eles pareciam tão perfeitos juntos. Como podia existir um casal assim?

Andei até o campo de treinamento e alguns membros já estavam lá, rindo de alguma coisa. Eles me encaravam enquanto eu caminhava até ao lado oposto.

— Pare de se excluir, nós somos uma família agora - ouvi a voz de Caio logo atrás de mim, só que eu sabia que ele não estava perto.

— Me desculpem - direcionei minha voz ainda de costas, Christopher tinha me ensinado bem - não é nada pessoal, só estou preocupada com o final de semana - estava mesmo. Nem vontade de escolher uma fantasia tive e não fui nem eu que chamei os meus amigos para virem, os meus pais se prontificaram pra organizar tudo. Não mandei mensagem e nem fiz uma ligação pra saber quem viria ou não. Estava me sentindo mal por isso.

— Não se preocupe, estou aqui - Christopher parou do meu lado com um sorriso tímido. Vestido dessa vez. Vi os braços dele com leves tremores, ele parecia se esforçar bastante para estar perto de mim. Sorri como um pedido desculpa. Ele pareceu entender e assentiu.

— Pensei que não lesse pensamentos - arqueei a sobrancelha esquerda.

— E não leio - Thompson riu pelo nariz - sou bom em decifrar as pessoas e você parece preocupada, nada demais. Eu também estaria se fosse comigo.

— A gente pode tentar a minha transformação? - perguntei quase como súplica. Ele riu.

— Você me parece pronta, conseguimos controlar vários reflexos. Por que não? Já aviso que será exaustivo - Christopher ficou de frente pra mim e tremia muito agora. Mordi o lábio inferior, ficando nervosa com aquilo. Mais uma vez, ele sabia exatamente o que me incomodava - estou bem, não se preocupe. Concentre-se no que eu disser, está bom? - assenti - nós vamos pro alto.

— Flutuar? - meu sorriso se alargou.

— Exatamente - ele piscou. Olhei para o lado e vi Georgia encarar, por um segundo vi um lampejo de ciúmes nos seus olhos, mas depois ela sorriu pra mim. Então deduzi que estava pensando em algo e não era nada comigo.

— Quero que feche os olhos e imagine que está flutuando - instruiu Christopher.

— Tipo na aula de levitação? - perguntei me lembrando do primeiro dia de aula na universidade.

— Sim. Só que agora não precisa se preocupar, tudo bem? Vamos ficar suspensos no ar - ele foi levitando lentamente.

Fechei os meus olhos e senti que estava mesmo saindo do chão. Abri para ver onde estava e parei a uns 10 metros do solo. Era alto e por um momento senti medo.

— Eu vou me transformar e ficar em posição de ataque, até tentarei te acertar - seu cenho franziu, ele parecia incomodado com essa parte - Quando você sentir que está ameaçada, alguma coisa dentro de você vai te alertar, normal até para um humano. Então, você sentirá seu coração acelerar e ao invés de tentar acalmá-lo, deixe-o acelerar mais, quando seu coração humano não estiver mais disposto a bater, é aí que seu lado Gini vai aparecer - assenti um pouco nervosa - Leve a sério, como se a sua vida dependesse disso. Depois que a sua primeira transformação acontecer, seu cérebro vai criar uma lembrança e então você só precisa relembrar. Fica muito mais fácil - Christopher gritou pois estava ainda mais alto que eu. E na verdade, a minha vida dependia mesmo daquilo.

Assenti em silêncio e vi seus olhos vermelhos. Olhos pelos quais eu ficava fascinada. Ele deveria ter algum dom sobre controlar presas. Eu me sentia uma presa naquele momento e não num sentindo ambíguo. Sentia como se pudesse morrer caso o plano dele de me fazer ativar o lado Gini falhasse.

— Você não vai morrer - Christopher deu uma breve risada - não comigo aqui - e eu confiava cegamente em cada palavra que saía da boca dele.

Thompson subiu mais e depois começou a voltar muito rápido na minha direção. Como conseguiu pegar velocidade tão rápido? Senti meu coração acelerar e meu corpo tremer, como se eu fosse ter um enfarte. Então, Christopher começou a me atingir com rajadas de fogo e quando me acertou de verdade, doeu demais. Gritei de dor e ele continuou a me atacar. Fiquei furiosa e senti meus olhos queimarem, fechei-os e senti ele colidir comigo com muita força. Eu estava queimando com seus braços de fogo em volta de mim e eu comecei a congelar de repente. Estava muito gelado, parecia até inverno e quase consegui imaginar a neve caindo. Caímos com tudo no chão e eu abri meus olhos enquanto sentia minha respiração voltar ao normal.

Minha visão estava toda vermelha, parecia que eu enxergava com radiação infravermelha. Notei que todos ficaram em pé ao nosso lado. Eles pareciam chocados. Olhei para os meus braços que estavam ardendo muito ainda pelos ataques do Christopher, mas não aparentavam estar machucados. Empurrei o moreno que estava apagado para o lado e me levantei, ainda sem entender o que eles tanto apreciavam.

— Incrível - Klaus sorria admirado - imaginem quando souberem disso - comentou enquanto me analisava com os olhos.

— Parabéns, Melita - Georgia apareceu na minha frente sorrindo - seu poder é demais!

— E qual é o meu poder? - arqueei a sobrancelha.

— Consegue copiar o poder dos outros - disse rindo - igual ao Chris.

— Sou um tipo Z? - fiquei boquiaberta - achei que isso nem era realmente possível.

— Somos - Christopher apareceu atrás de mim - isso foi sensacional. Nunca fui apagado antes - se divertia com a situação - podemos ir de novo?

— Me sinto cansada - suspirei fechando os olhos e abrindo-os. Percebi que a imagem voltou a ser normal, mas não fiquei mais de um minuto acordada. Só me lembro do Christopher vindo na minha direção e nada mais.

Quando acordei, ainda estava nos braços do Christopher. E soube disso por estar tremendo involuntariamente. Ele estava sofrendo fisicamente para me ter em seus braços e mesmo assim não me soltou.

— Quanto tempo fiquei apagada? - perguntei ainda de olhos fechados, sem confirmar se era mesmo o Thompson abaixo de mim.

— Uma hora mais o menos - ele riu - eu fiquei 3 dias.

— Sério? - abri os olhos assustada.

— Sim. Não tive muito controle e acabei me esgotando completamente - tinha um sorriso nos lábios - você se saiu muito bem. Parabéns.

— O mérito é seu por ser tão bom instrutor - sorri de volta pra ele - acha que consigo levantar?

— Vamos tentar - ele não parecia fazer força física para me segurar no colo. Levantou-me com facilidade e apoiou a mão direita nas minhas costas enquanto eu me equilibrava.

— Consigo - constatei ao me sentir firme em pé. Dei uma olhada em volta e percebi que só tinha nós dois - cadê todo mundo? - depois também notei que não estávamos no campo de treinamento.

— Me desculpe por isso - apontou em volta. Era uma cachoeira, muito bonita aliás - eles começaram a tumultuar demais assim que descobriram o seu tipo, apareceram muitos anciões e eu não suporto olhar pra eles sem querer destruí-los - ele não parecia falar da boca pra fora - então nos teletransportei para um lugar tranquilo.

— Muito obrigada - respirei fundo e me afastei em uns 20 metros de distância dele para que conseguisse não tremer por algum tempo.

— Eu que agradeço - suspirou - acho que a minha parte do trato termina por aqui - sua voz era séria. Encarei-o de longe.

— Não vamos mais nos falar então? - eu me negava a acreditar que aquilo fosse realmente verdade.

— Não torne isso mais difícil do que já é - seus olhos castanhos estavam escuros agora - falhei ao te recrutar. Não é fácil saber que alguém tão boa e tão poderosa será usada para o mau.

— Eu não sou má - minha voz saiu baixinha, mas ele conseguiu me ouvir.

— Então entrou pro clã errado - ele riu sem humor - não vou ficar te enchendo com coisas desnecessárias agora. Não tenho direito e isso causaria uma guerra - Christopher aproximou-se de mim e colocou uma mão no meu ombro - Caso mude de ideia quanto ao seu clã ou precisar de ajuda, pra qualquer coisa. Por favor, não pense duas vezes pra me chamar. Eu te ajudarei, independentemente do que for.

— E como faço pra te chamar? - perguntei com lágrimas nos olhos. Não sei porque estava sentimental. Era como se eu pudesse sentir o que ele estava sentindo, a perda e a falha.

— Só grite o meu nome. Estamos conectados a partir de agora - seus olhos ficaram azuis e eu fechei os meus, abrindo-os em seguida. Minha visão estava azulada - eu conseguirei ouvir você, em qualquer lugar que estiver.

— Por que me protege tanto? - soltei sem pensar.

— O futuro não é muito amigável pra nós.

— Consegue ver o futuro?

— Só algumas coisas - ele parecia mentir. Encarei-o - muitas coisas. Mas, isso não faz diferença, tudo bem?

— Que tipo de coisas? - agora eu estava curiosa.

— São flashes, não é nada concreto. Muda constantemente conforme as atitudes das pessoas - explicou rapidamente.

— Teve alguns ruins comigo? Por isso está falando pra eu te chamar?

— Quem sabe - deu de ombros com um sorriso lindo.

Não sei porque a imagem dele sem camisa veio a minha mente justo naquele momento. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas e o Christopher arqueou a sobrancelha em questionamento. Como dizer a ele que lembrei dele sem camisa?

— Aconteceu alguma coisa? - ele franziu o cenho.

— Não, nada - meu rosto queimava de tanta vergonha.

— Estou te deixando constrangida - Christopher começou a rir - anda, diz o que foi.

— Vai ter que ler os meus pensamentos pra isso, não direi em voz alta - abaixei a cabeça e ele me encarou, acho que estava mesmo lendo.

Sua risada foi cessada e apareceu um sorriso cafajeste nos lábios dele. Aquele homem mataria qualquer um com tanta beleza.

— Eu posso tirar a camisa, se quiser ver de novo - brincou, me fazendo corar ainda mais. Se é que era possível.

— A Georgia me mataria - eu ri, tentando descontrair depois da vergonha.

— Com certeza - ele assentiu ainda com um sorriso - acho que precisamos ir. Está pronta? - eu queria mais tempo com ele, mas sabia que já estava encrencado o suficiente por ter me sequestrado.

— Sim, vamos - respondi seriamente - e Christopher - chamei-o.

— Sim? - ele também estava sério.

— Nem sei como agradecer, por tudo - coloquei a mão no ombro dele, assim como tinha feito comigo - sentirei sua falta - admiti.

— Não tem de quê e logo você se esquecerá de mim. Não se preocupe - piscou me fazendo suspirar. E tem como esquecer um cara legal e gato como esse? Nem em outra encarnação.

— Te vejo na minha festa de aniversário? - perguntei quando ele estendeu a mão para nos teletransportar.

— Estarei lá, não durante a festa toda. Mas irei - eu ia falar mais alguma coisa, mas de repente aparecemos no campo de treinamento de novo.

Notei que todos estavam em posição de ataque e o Christopher se afastou de mim. Fazendo com que eles se acalmassem, um pouco.

— O trato era não enchê-la de baboseiras depois que ela nos escolhesse - Caio quem se pronunciou primeiro. Vi Christopher com um olhar triste, ele nem tinha me dito nada. Me intrometi.

— Ele não me encheu de nada, viemos pra cá assim que acordei - mudei a cor dos meus olhos para afirmar minhas palavras - só estava me ajudando.

— Georgia, dê à ele o que merece. Foi  ideia sua trazê-lo, repreenda-o - Klaus disse irritado. Percebi os dois paralisarem - ande logo, lutem! - ordenou o mestre.

Os dois ficaram suspensos no ar e o Christopher assentiu para a sua amada. Pareciam conversar silenciosamente. Mas, nada aconteceu. Ficaram parados durante muito tempo. Olhei para o Klaus e ele parecia transtornado de ódio.

— Frederich, vá! - o mestre disse ainda muito abalado.

Então os dois começaram a lutar, até que o Frederich, um dos amigos-irmãos que eu não conversava, colocou Georgia na sua frente, fazendo com que Christopher apanhasse muito, tanto de soco e chutes quanto das rajadas de raio que Frederich soltava. Vi Christopher não mover nem um dedo para se defender e depois despencar no chão feito uma jaca.

— É sempre assim - Caio comentou quando me viu com os olhos arregalados.

— Assim como? - perguntei quase sem voz, ainda assustada com a derrota de alguém tão poderoso.

— Não se iluda. Ele sabe lutar melhor que qualquer um aqui. Só não consegue imitar ou sequer dar golpes em alguém que ama muito. Por ele ser muito poderoso, a mãe natureza o impede de fazer loucuras - Caio explicou com um sorriso no rosto.

Vi Klaus se transformar e voar para cima de Christopher. Aparentava estar furioso.

— Como ousa? - trovejou as palavras com a minha salvação ainda no chão.

— Pai - Georgia voltou ao chão - deixe-o em paz.

— Você mentiu pra mim! - o mestre estava muito irado.

— O senhor não entenderia - ela balançou a cabeça com os olhos fechados - é complicado.

— Tem razão, é complicado mesmo entender porque o meu maior inimigo não conseguiu atacar a minha filha e nem ela à ele! - se jogou de joelho no chão e colocou a mão no pescoço de Christopher - eu poderia te matar agora, sabia?

— É mesmo? - Christopher sorriu mostrando sangue em seus dentes - me faça esse favor.

— Assim não - Klaus levantou meio desconcertado e apontou para mim - ele só está aqui por sua causa - grunhiu de uma forma assustadora e veio correndo na minha direção.

Eu não fazia ideia do que fazer, mas estava apavorada pois todos pareciam estar paralisados ou congelados. Então, dei um grito alto e estridente. Fazendo com que Klaus parasse.

— Você não vai relar um dedo nela - Christopher apareceu do meu lado e não tinha mais nenhum machucado. Totalmente recuperado.

— Vá embora, agora - Klaus e todos estavam em sincronia com uma voz assustadora.

— Tchau, Melita - Thompson estava olhando nos meus olhos quando se teletransportou. Não tive tempo de responder.

O clã ficou em silêncio enquanto Klaus encarava Georgia. Em um algum momento, ela abaixou a cabeça e então todos fizeram o mesmo. Eu acabei fazendo também, foi involuntário e me senti irritada por estar sendo mandada daquela forma.

"Todos devem ficar distantes de Christopher Thompson e de seu clã, como sempre ficamos. Por motivos óbvios de perda de poderes e também por serem um insulto à nós. Qualquer aproximação será punida em campo de batalha e dosada conforme o tipo da mesma. Sem exceções."

Campo de batalha? Do que ele tava falando?

Quando consegui voltar a minha cabeça ao normal, todos estavam tensos. E eu também. Olhei para Georgia e ela parecia incrédula com a decisão do mestre, entretanto não disse nada, pelo menos não ali.

Não demorou muito para que todos se dispersassem cada um para um lado, indo para suas respectivas casas. E foi naquele dia que entendi como Klaus era poderoso e que jamais poderia ser contestado.

Fui para a minha casa e me sentia triste. Por mim e pela Georgia. Quem poderia ser contra o amor? Sendo ele de qualquer tipo?

Tomei um banho quente e me joguei na cama, sentindo como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Não me lembro de muita coisa e nem se meus pais foram me perguntar sobre a transformação, estava em transe. A última coisa que vi antes de apagar foi aquela barriga trincada de Christopher e logo depois seu sorriso cafajeste. Era como se ele conseguisse saber que eu estava pensando nisso, e talvez até soubesse.

— Sai da minha mente, Christopher - resmunguei com a cara no travesseiro.

"Pare você de me invocar com essas memórias." - ouvi a voz dele na minha cabeça como resposta e arregalei os olhos. Eu estava delirando, com certeza.

"E não, você não está delirando. Eu disse que estávamos conectados. Descanse, Melita."

Não contestei e adormeci ainda lembrando de seu sorriso. Se estava invocando-o, teria que me perdoar, mas a culpa era dele por ser tão lindo.


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Notas finais do capítulo

É isso! E aí, devo continuar? O que acharam?

Fiz uma capa nova, mas meu negócio não é capa ahoieahoie então me perdoem kk aceito capas aliás haha

Beeeijos de luz!!



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