Welcome To Hell escrita por Thatty


Capítulo 17
Voltando no passado!


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou novamente sem demora com um dos capítulos mais esperados da fic. O cap onde todo mundo vai sabe o passado do nosso Bad Boy!

Aproveitem.

Boa Leitura!



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Pov. Peter

–Não é nada, esquece! – Falei enchendo minhas mãos novamente com as pedrinhas no chão.

Izzy parou o que tava fazendo e se sentou de frente pra mim como se me avaliasse. Fingi ignorar aquilo.

–Ta visível que é alguma coisa Peter!

Eu tinha que ter começado a falar pra ela né, eu tinha. Mas agora não tem nem como fugir, essa garota é um poço de teimosia.

–Você não é grande exemplo de quando se trata de falar da própria vida!

–Não sou mesmo, mas... Eu acho que você lembra daquela noite né? Que eu tava com um probleminha de pânico? – Eu a fitei, é claro que eu lembrava. Eu havia beijado ela depois. – Bom, você mesmo com esse jeito retardado, me ajudou a não surtar e me fez falar muita coisa que eu não falo pra ninguém!

Será que eu causei o mesmo efeito nela naquela noite, que ela esta causando em mim agora?

–Ta querendo me dizer que vai me ajudar?

–Tenho cara de psicóloga? – Ela perguntou de um jeito engraçado e eu ri – Só acho, que é ruim demais ficar pensando em algumas coisas, é como se te deixasse mais doente!

Ela falava de um jeito como se passasse por aquilo todos os dias, como se me entendessem, apesar dela não ter dito. Eu sei que ela só queria que eu falasse sobre a ligação, mas aquilo envolvia tanta coisa.

Eu respirei fundo, deixando as pedras cair no chão. Passei as mãos no cabelo soltando o ar dos pulmões.

–Sabe, quando eu era pequeno eu tinha uma vida perfeita. Acho que eu devia ter sei lá, uns Seis anos, minha família tinha dinheiro, meus pais eram casados, e minha mãe tava grávida. Eles nunca foram os melhores pais do mundo, não me davam muita atenção por trabalharem demais e a minha mãe tecnicamente não gostava de mim porque ela nunca quis ter filhos e eu fui basicamente que um erro pra ela. Então quando ela engravidou de novo do meu irmão, ela o tirou de propósito, mas precisamente o matou em um aborto! – Respirei fundo e encarei Izzy do meu lado que me olhava sem expressão, então decidi continuar. – Quando meu pai descobriu, ele ficou louco, eles brigavam todas as noites e ela jogava na cara dele que nunca quis ter filhos nem o que ela tirou e nem a mim. Então ele se separou dela.

–Que horror – Ouvi ela murmurar. Mas continuei mesmo assim.

–Minha mãe sempre foi muito materialista, ela só casou com meu pai porque ele tinha dinheiro, então quando eles se separarão ela perdeu todas as mordomias que uma mulher rica tinha, e ela começou a me usar pra ter isso de volta. Já que ela sabia que meu pai jamais aceitaria ela de volta, ela disse que queria minha guarda e foi ai que minha vida começou a virar essa merda que é agora. Minha mãe me seqüestrou uma vez, eu tinha 7 anos, ela me levou pra outro pais e disse que só me entregaria de volta se meu pai desse dinheiro a ela. Mas ele me achou. Quando eu tinha 10 anos ela tentou me matar, colocou uma faca no meu pulso e disse que se ele não desse dinheiro a ela, me mataria. Minha própria mãe Izzy! Minha própria mãe já tentou me matar mais de 5 vezes, tudo por causa de dinheiro, e se eu to aqui hoje no instituto é por culpa dela. Porque desde que eu nasci eu nunca consegui ter uma vida normal e eu sei que você deve ta se perguntando como eu consegui nascer. – Ela mordeu os lábios como se eu lesse a mente dela.

–É, se ela não queria ter filhos, como deixou você nascer?

– Ela não deixou, quer dizer ela não queria pelo menos! Bom, é um milagre eu sei. Mas quando minha mãe engravidou de mim ela também tava doente, quando ela descobriu ela tava de 4 meses. Ela ficou internada no hospital por semanas pra tratar de uma doença que não me lembro o nome, e no fim os hormônios da gravidez a salvaram. Só que ela tentou me abortar varias vezes, mas ela não conseguiu com sucesso porque era vigiada 24 horas por dia no hospital. No fim, quando ela tava grávida de 6 meses de mim tentou mais uma vez me matar, mas única coisa que ela conseguiu foi que eu nascesse prematuro...

–Ta bom, já chega! – Isabelle tentou-me para.

–Não, não chega não. Você não sabe o que é quase ser morto pela própria mãe, Você não sabe o que é crescer perto de uma mulher como ela, maluca, psicopata e gananciosa. Meu pai também não é grande exemplo, ao menos fez de tudo pra eu viver, mas parece que ele vive pra me lembrar o quanto o meu irmão morto poderia ter sido melhor do que eu. Um adolescente com problemas de controle de raiva! Não é todo mundo que entende isso, você não sabe as lembranças que eu tenho da minha infância. Você não sabe o que é a sua mãe te olhar como se você não passasse de algo mal sucedido, um erro. É assim que eu me sinto, um completo erro, nem a minha mãe me quis!

–Ok, porque ta me dizendo isso? – Senti sua voz próxima do meu ouvido, mas eu não queria olhar pra ela.

–É o que você quer saber, não é?

–Peter, muita gente quer saber da sua vida. Por que ta dizendo isso pra mim!

Virei-me pra encará-la e dei de cara com aqueles olhos verdes me fitando. Seus olhos estavam cheios de água e eu não a culpava. Aquilo não era uma historia bonita de se ouvir. Mas por que tava dizendo aquilo pra ela?

–Eu não sei! – Acho que foi a coisa mais sincera que eu já disse pra ela.

Eu realmente não sabia por que tava dizendo aquilo pra ela, era como se eu só precisasse dizer.

–Você pode não acreditar mais eu sei o que é isso! – Eu a encarei de novo e soltei um riso fraco. Como ela poderia saber? – Meus pais não eram muito amorosos comigo, nunca foram na verdade. Eu basicamente nunca os via, eles viajavam com muita freqüência a trabalho. Era tão desesperada pra alguém me dar o mínimo de atenção que eu namorei o cara mais idiota que existe e que me fez desistir dessa idéia patética de namorar.

–Olha só, a delinqüente já amou! – Disse soltando um riso e ela revirou os olhos.

–Eu não o amava, ele amava o dinheiro dos meus pais. Era diferente! – ela encarou as próprias mãos.

–E o que aconteceu? – Perguntei. Agora que ela começou termina né.

–Bom, ele me provou como eu era idiota e como teria sido mais fácil não ter a atenção de ninguém. Pelo menos eu não sofria como sofri depois que o conheci – Vi uma lagrima escapar do seu olho esquerdo mais ela limpou tão rápido como matou aquele assunto – A questão é, você não respondeu o que seu pai disse na ligação.

Ajeitei-me na pedra e voltei a tacar as pedrinhas na água tudo pra não ter que olhar pra ela.

–Minha mãe voltou depois de Dois anos fora. A ultima vez em que a vi, ela incendiou minha antiga casa e por pouco eu quase não tava lá dentro. Meu pai deu a maior parte do dinheiro que ele tinha na época pra ela. Mas agora ela voltou... E vai começar tudo de novo! É só uma questão de tempo até que ela me procure!

–Ficar pensando nisso vai te enlouquecer.

–E o que você quer que eu faça? A mulher é louca, tenta me matar desde que eu nasci, toda vez que ela aparece é uma merda diferente que ela faz comigo. Me diz como não pensar nisso? Me diz como não enlouquecer com isso? Vai sabe o que ela ta planejando agora...

–Quer que eu te diga como não pensar nisso? Eu vou me arrepender!

–Me diz serio, eu preciso disso. Você não tem noção, se você sabe alguma forma de não pensar nisso, me fala agora ou te afogo nessa água! – Ela riu com a língua entre os dentes do jeito desesperado que eu disse.

–Eu sei que vou me arrepender... – ela repetiu olhando pro chão. Eu me virei de frente pra ele e a segurei pelos ombros fazendo ela me encarar.

–Eu. Estou. Desesperado! – Falei num sussurro e tudo bem vou admitir, eu tava surtando com tudo isso.

Ela afastou minhas mãos do seu ombro e se inclinou sobre mim e me beijou. Sim é exatamente isso que você leitor, leu. Ela me beijou e por um segundo eu esqueci de tudo.

Ela ia se afastar de mim, mas eu não deixei segurando em sua nuca, e com a outra mão a puxei pela cintura. Ela caiu sentada em cima de mim e afastou seu rosto do meu me encarando.

–Você fez isso comigo aquela noite, minha vez de dar o troco! – Ela sorriu – Agora você pode ficar ai e pensar em como eu sou retardada!

–Na verdade não ajudou muito ainda, talvez se... – Coloquei uma mecha do cabelo dela pra trás da orelha –... Você tentasse de novo!

–Você não presta – Ela sussurrou me fazendo sorrir.

Tudo bem, eu to me aproveitando da situação. Mas vamos pensar pela lógica de Jonathan Fray. No caso ele me propôs ficar com ela e depois esquece-la e bom eu to precisando disso, precisando muito mesmo!

Ela juntou as suas mãos no meu rosto e logo em seguida eu senti seus lábios tocarem os meus, eu pedi passagem com a língua e ela cedeu no mesmo instante. Suas mãos escorregaram do meu rosto pro meu cabelo e os agarraram com força como se eu fosse fugir.

Eu afastei suas pernas pra que ela sentasse direito em cima de mim e assim ela o fez, se encaixando perfeitamente. Eu sentia que eu tava cometendo um crime beijando ela agora, não sei como explicar isso, mas se você parar pra pensar, eu passei tantos dias odiando ela, xingando ela e brigando com ela, que pra mim parecia errado que justo ela teria que estar aqui agora. Sabe por que parece errado? Porque ao mesmo tempo também parece certo! Ta, ta bom. Eu to confuso!

Passei minhas mãos por dentro da sua blusa e apertei sua cintura a sentindo arfar contra minha boca. Ela mordeu meus lábios em resposta. Sim tudo tava indo muito bem, muito bom na verdade, mas como sempre alguém tem atrapalhar tudo. E foi nesse momento que alguém pisou num galho perto de nos e Isabelle quase pulou de cima mim com o susto mais eu a segurei pela cintura.

Eu não precisava nem olhar pra saber quem era. Bufei deixando a cabeça tombar pro lado e ver Leah com o maior sorriso bobo.

–Ai Jesus, vocês não perdem tempo né. – Ela soltou um riso e Izzy escondeu o rosto no meu pescoço rindo quando fechei a cara pra ela.

–Fala sério, porque você sempre tem que aparecer? Cadê seu namorado, porque você não vai da pra ele heim?

Ela não se ofendeu com o que eu disse, acho que tava feliz demais pra isso.

– Desculpa, eu realmente não queria atrapalhar esse momento super lindo de vocês, mas eu tava preocupada com a dona Izzy que sumiu!

–Agora que você a achou, pode ir embora? Agente ta meio ocupado aqui, se não percebeu! –Disse com raiva. Afinal ela amava estragar esses momentos.

Senti um tapa da izzy no meu ombro e Leah sorriu tão largo que quem tivesse atrás dela iria conseguir ver.

–Ah claro, sem problemas. Podem continuar o que vocês estavam fazendo... Mas, hey Isabelle! – Ela chamou e Izzy levantou o rosto encarando ela mortalmente por chamá-la de “Isabelle”. Leah sorriu e disse sem voz – Dá muito pra ele!

Depois saiu correndo de volta pra trilha. As bochechas dela ficaram totalmente vermelhas e eu gargalhei. Aquela garota não tinha noção, meu Deus! Tinha que ser irmã do Jonah!

–Ignora o que ela disse – Izzy disse e depois respirou fundo.

–Você devia seguir o conselho dela, até porque dizem que conselho de amigo é conselho de Deus!

–Você é muito safado! – Ela revirou os olhos indignada. Depois observou por onde Leah tinha ido e soltou um suspiro – Ela vai...

–Te encher de perguntas? É ela vai! – Eu respondi por ela. Ela me olhou e sorriu.

–Dá pra ver que você já ta melhor né. Meu trabalho por aqui já acabou – Ela se levantou de cima de mim ficando em pé.

Eu fiz o mesmo ficando em pé e ajeitando a minha roupa desalinhada. Já ela limpava as folhas presas na calça. Depois nos encaramos por longos segundos e ela voltou a ruborizar com vergonha, o que me fez sorrir!

–Olha, vamos pensar nisso como uma terapia, ta? Nada alem disso, pode ser? – Ela disse se referindo ao beijo.

–Uhum, pode! E olha... – Me aproximei dela o bastante pra sentir sua respiração falhar e seu hálito atingir meu rosto. – Pode ser que eu precise de terapia de novo! Só por precaução, sabe?

–Hm. Sei! – Ela disse mordendo os lábios. E eu fiquei ali encarando aquela boca e não tinha como me controlar.

A puxei pela cintura e ela envolveu seus braços pelo meu pescoço correspondendo o beijo de um jeito selvagem. Era só uma despedida, juro... Ou recaída...

Eu simplesmente não tava muito normal por estar falando assim com a minha inimiga e nem por estar agindo assim com ela. Mas vamos levar pelo lado terapêutico da coisa, aquele beijo realmente funcionou e eu nem lembrava mais porque eu tava tão estressado. A única coisa que me prendia aqui era essa garota nos meus braços me fazendo esquecer até como se respira!


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Notas finais do capítulo

Agradecendo as lindas pelos comentários anteriores, mega perfeitos: Lúuh, Queen e Hermione Jackson Mellark! Obrigada amores *-*

To tentando postar sem demora pra vcs nao ficarem me xingando.

Entao, quem ta afim de um momento cut da Izzy e do Peter? Um momento mais fofo? Chega de briga né, então logo logo posto o próximo capitulo!

Espero que vcs tenham gostado, pq eu to postando no dia do meu aniversario (que eu deveria estar comemorando agr e nao postando, mas to aqui pq amo vcs). Acho que mereço comentários por isso né? Zoas'

Beijos e Boa semana XoXo