Brincando com Segredos escrita por Mondler


Capítulo 15
A caçada noturna - Parte um.


Notas iniciais do capítulo

Oooooi, pessoal! Mil desculpas pelo atraso para postar esse capítulo, sério! Eu tive que viajar, então acabei não postando no último domingo, então, como um pedido de desculpas legítimo, entrego a vocês esse capítulo fresquinho, direto do forno. Uma pizza com muito veneno e sangue, opa, quis dizer calabresa e cebola.
Espero que vocês gostem muito, foi feito com muito carinho.
Quero agradecer a todos os acompanhamentos e comentários. Vocês são ótimos! SS nem vai detonar vocês no blog, prometo.
Tem muito tiro, porrada, bomba, revelações, enfim, esse capítulo vai entrar no quesito FEELS EXTREME, então cuidado, vocês foram alertados.
Boa leituraaa!



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SS3

O outro filho da puta não teve coragem de enfrentar apenas o cano de um revólver, então ligou para que eu o ajudasse. Aposto que a vagabunda da Madison nem sabe usá-lo. Sem medo, observo o prédio se estender frouxamente ao meu lado. Em minha mão direita, um novo celular descartável está pronto para fazer a ligação para Emma Thompson, enquanto amedrontado, preso pelo pescoço pela minha mão esquerda, está o gorducho Alex, irmão mais novo da Madison.

***

Emma

De repente o prédio abandonado assume um aspecto mais aterrorizador. Em minhas mãos, o envelope do ultrassom treme. As datas, digitalizadas na parte inferior do documento, indicavam o dia previsto para o nascimento dos bebês. Felizmente, e agradeço muitíssimo por isso, aquele era o irmão ou irmã gêmeo ou gêmea de Adelaide.

Edward se aproxima de mim, tocando o meu ombro com cautela, como se tivesse tentando me apoiar. Observo-o pelo canto do olho. Sua aparência, pálida e assustada, que deveria me confortar, deixa-me mais preocupada ainda.

Madison pigarreia no canto da porta, olhando para o corredor imundo do lado de fora.

— Ouviram isso? — Ela aponta o revólver para o vazio.

Apenas balanço a cabeça negativamente, os pensamentos totalmente mergulhados na recente descoberta.

— Temos que sair daqui, certo? SS pode voltar a qualquer momento. — As mãos geladas do garoto me pressionam, fazendo com o que meu corpo cambaleie para frente. Não, ele não está me dando opções de ficar ou não no lugar, está me arrastando para fora dele. Edward sabia que, se eu tivesse escolha, ficaria xeretando cada cantinho empoeirado daquele quarto.

Algo vibra no bolso de minha calça, trazendo-me imediatamente para a realidade. Trata-se de mais uma ligação. Meu coração acelera. Madison simplesmente me manda atender. É o que eu, em meio ao receio de ouvir a suposta voz alterada do meu irmão, faço.

— Alô. — Comprimento.

— Olá, Emma. Sabe, dizem que as vacas, quando estão indo para o abatedouro, sentem que estão prestes a morrer, como uma intuição.... — A voz solta um riso baixinho e abafado. — Elas choram.

Nesse instante, escuto fungadas baixinhas de Edward, que limpa as lágrimas dos olhos. A voz, carregada por um ódio assustador, berra através do aparelho.

— Vocês estarão mortos antes do dia amanhecer! — E, de uma hora para outra, mudou o tom de voz mais uma vez, agora parecendo muito mais calma (o). — Você é, de longe, a mais burra de todas as peças do jogo.

— Mas eu estou aqui, certo? Você ainda não conseguiu me destruir, e eu realmente estou ficando desgastada dessas suas promessas imbecis. Aliás, qual é o problema que os meus irmãos tem comigo? Lembre-se que sua irmãzinha gêmea teve um final completamente deplorável. Diga-me, Serpente, como conseguiu fazer isso com a própria irmã? — Aperto o ultrassom, aproximando-me da janela com um sorriso forçado no rosto.

— Adelaide fez por merecer, mas não se preocupe, ela não é a minha irmã, muito menos você! Não venha me dizer que você está me confundindo com o outro... Emma, ela era fraca. Ela te conhecia, e isso limitava Adelaide a realmente tentar enfiar uma faca na sua barriga. Mas eu? Eu anseio tanto por isso.

O que ele queria dizer com o outro? Não, por favor, quantos fodidos no mundo querem acabar com a minha vida? Com a raiva crescendo no peito, respondo:

— Então venha me pegar! Tenho certeza que essa é a melhor oportunidade que você vai ter! — Grito para o telefone, absurdamente descontrolada. — Pare com esse inferno! Você está estragando a porcaria de nossas vidas! Se quer realmente me matar, faça-o sem ter que machucar os outros. Eu só não vou me entregar para você de mãos abanando. Eu vou lutar pela minha vida!

A chamada cai quando termino de gritar com o celular. Guardo-o velozmente na jaqueta, espiando lentamente a escuridão através da janela. Subitamente, a vela que iluminava o cômodo se apaga, inundando-nos em trevas. Dessa vez, o celular de Madison toca, nos assustando bastante. Ela põe a chamada no viva-voz.

— Olá? — Seus olhos carregados de rímel brilham com a claridade produzida pelo aparelho. Todos aguardamos pela voz traiçoeira de SS, mas ao invés disso, um berro desesperado de ajuda rompe através do aparelho.

— Mana, ele me pegou! Por favor, me ajude! Me ajuda, por favor, me ajuda! — Era a voz de Alex, chorosa e nitidamente alarmante.

Atordoada, Madison cambaleia para o lado, enquanto as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto horrorizado.

— Alex, eu juro que vou te ajudar! Não se preocupe maninho, esse filho de uma puta não vai te machucar! — Ela escancara a porta com velocidade, correndo para o corredor.

— Droga! — O garoto sussurra.

Edward e eu fazemos o mesmo, acompanhando-a cegamente pelo mar de lixo, descendo, com o auxílio do nosso tato, as escadarias do prédio. E então, quando chegamos para o que aparentemente era o saguão, a voz doentia do assassino serpenteia para fora do fone.

— Tem um playground no fundo do prédio. Se quiser, faça-me uma visitinha, vagabunda.

Meu coração acelera. Imediatamente, iniciamos uma corrida vacilante e insegura até os fundos do térreo, driblando todas as porcarias ao nosso redor. Edward, que está na frente, empurra um portão enferrujado que faz com que os seus cabelos azuis balancem e abre espaço para que nós duas possamos passar.

Quando chegamos ao lado de fora, Madison ergue o revólver sem demora, apontando-o para todos os lados. Aparentemente estava tudo muito deserto. Têm apenas três brinquedos, todos muito mal tratados, assim como o restante do local. Um balanço enferrujado range com lentidão, provocando calafrios em meu braço. Um escorregador enferrujado dos pés a cabeça e, por último, um longo labirinto com paredes de plástico, maior que eu, posto, de qualquer forma, sobre uma grama volumosa.

— Estou te vendo, Madison. Largue a arma agora. — A voz desliza mais uma vez pelos fones do celular. A garota obedece, em meio a um leve surto de fraqueza, jogando, brutalmente, a arma no chão aos seus pés. — Estou no labirinto, é melhor vocês prestarem atenção agora: Esse labirinto, apesar de ter sido feito para crianças, será usado para a nossa divertida carnificina. Quando entrarem, perceberão que existem três caminhos a serem seguidos. Vocês devem se separar, de modo que cada um vá por um caminho. No final das respectivas trilhas, vocês poderão encontrar o Alex, e aí terão a chance de salvá-lo, podem encontrar a saída, para finalmente darem o fora daqui, ou podem me encontrar. Nesse ponto, ou lutarão comigo, ou aceitarão a morte de forma mais fácil e menos dolorosa. Enfim, espero que escolham o caminho com cuidado. Isso vai mudar suas vidas.

Nós três nos entreolhamos. Edward aperta os punhos, seguindo Madison para dentro do brinquedo. Eu vou logo em seguida, percebendo a magnitude do jogo só depois de estar trancafiada no caminho da esquerda, enquanto Madison vai para o do meio e Ed pelo da direita.

Sozinha, vou caminhando sorrateiramente pelo corredor gelado, tentando ignorar os ruídos que os meus sapatos provocam ao pisar na relva úmida. Viro para a esquerda, seguindo o novo caminho da minha trilha. É mais estreito que o outro, optando por seguir em forma de zigue-zague. As paredes de plástico são pesadas e bem longas. Viro mais uma vez, sendo surpreendida por uma trilha extremamente reta. Receosa, caminho direto para a escuridão, tentando fitar o que estaria me esperando ao final dela.

Primeiro, noto o paredão bloqueando a minha passagem, indicando que estou em um beco fechado. Depois, curvada e trêmula, a silhueta de Alex vai se definindo diante dos meus olhos. Corro em sua direção, usando as minhas unhas, rapidamente, para rasgar a fita adesiva que prende os seus lábios. Seus olhos esbugalhados me fitam, enquanto sua boca escancarada tenta me dizer algo.

— Vai ficar tudo bem, Alex. — Desamarro a corda que prende as suas mãos e os seus pés, finalmente, levantando-o. O garoto não parece bem. Sua pele está pálida e o corpo frio. Seus dedos enfraquecidos caminham em direção ao seu pulso, onde ele aponta para um furinho estranho, provavelmente feito por uma agulha. O que havia acontecido com ele?

— Cadê a minha irmã? — Sua pergunta desliza para os meus ouvidos segundos antes da gritaria começar. Distante, um barulho de queda faz toda a plenitude do jogo terminar. E como efeito dominó, as paredes de cada lado do labirinto vão caindo, produzindo sons estrondosos. Quando a parede ao nosso lado se inclina, empurro o corpo de Alex para o chão, deitando-me na grama logo em seguida, os pés levantados, prontos para pararem a parede.

Mas não é bem isso que acontece. A parede é mais pesada do que eu achei ser, e quando o material bate em mim, a força das minhas pernas não é o suficiente para sustentá-la. Com tamanha violência, o material nos soterra, quebrando o meu nariz e pressionando, com o seu tamanho peso, uma de minhas pernas, que parece ter quebrado. Tonta pelo baque, começo a gritar, rastejando pela grama. Alex, comprimido da mesma forma que eu, parece ter desmaiado com a batida, já que não se movimenta.

Agarro o seu braço sem demora, buscando forças para nos tirar daquele inferno. Não muito distante, vejo uma pequena abertura entre o chão e a parede. Passo pela passagem com cautela, puxando Alex sem muita delicadeza para fora também.

O cenário do labirinto deixou de existir, dando espaço a um amontanhando de paredes derrubadas. Escuto um barulho alarmante de correntes girando. Em pânico, viro-me em tempo de ver uma bola de aço com espinhos voar na direção de Edward, que se abaixou no exato momento em que a arma raspou o ar.

SS e ele estavam um pouco distantes, mais ou menos na ponta da primeira parede que caiu. Se eu encontrei o Alex, o Ed encontrou SS, Madison havia encontrado a saída, mas ela nunca nos deixaria para trás. Como esperado, a garota aparece ao meu lado alguns segundos depois, o olhar caído sobre o irmão desmaiado. Ela se ajoelha ao lado dele, erguendo a mão para carregá-lo. Com uma última olhada, percebo que uma espuma escorre pela boca da criança.

— O revólver não está mais no lugar em que eu deixei! — Ela grita nervosamente, afastando-se em direção ao prédio, tendo dificuldade em carregar Alex, os olhos vidrados na corrente eufórica do assassino. Edward continuava driblando a bola de espinhos.

Quando a garota desaparece no portão, deduzir que ela nos deixou faz com que o meu medo aumente, mas decidida, corro em direção aos dois. Com uma dor pulsante nas pernas, pulo de parede em parede até finalmente alcançar SS. A corrente do assassino, presa a bola de aço, passa triscando pelo meu nariz partido e ensanguentado. Deslizo para baixo, depois jogo todo o meu corpo contra SS, derrubando-o de surpresa.

No chão, sinto o material de metal roçar o meu ombro, perfurando-o. Levanto o punho com ferocidade, socando a máscara habitual de Serpente. Meus joelhos prendem as suas pernas cobertas pela capa negra, enquanto os meus braços, lutando com os seus, tentam segurá-lo na grama. De relance, vejo que Edward está vindo para me ajudar, mas algo acontece.

Um disparo, seco e rápido, estoura contra o rosto esperançoso de Edward. Seu corpo tomba na mesma hora, enquanto o seu sangue, quente e corrido, espirra violentamente contra os meus olhos esbugalhados e assustados. Em choque, permito que SS me empurre para o lado, se desvencilhando do meu peso.

Ajoelhada, levanto os olhos na direção do disparo. Os longos cabelos negros de Madison não escondem as suas lágrimas e, com a arma ainda apontada para a direção onde Edward estava, a garota tomba, soltando o choro mais profundo que eu já ouvira em minha vida. Ela balança a cabeça pra mim, lamentando o que acabara de fazer.

— E é assim que um interesse sai por cima do outro. — A voz psicodélica de SS sai abafada através da máscara. O assassino saltita pelo corpo imóvel do garoto, evitando pisar na poça de sangue que havia se formado na grama. Rindo loucamente, a figura mascarada vai para a direção de Madison, que ergue a arma violentamente para ele.

— Me dê o antídoto! — Ela grita enfurecida, erguendo a mão esquerda para SS. — O meu irmão está morrendo! Nós tínhamos um acordo!

Não é preciso mais nada para que eu possa entender o que está acontecendo. SS havia envenenado Alex, por isso o furo no pulso que ele apontara e todo aquele ar de doente. O acordo, provavelmente, era que Madison atirasse em Edward para que SS entregasse o antídoto do veneno para ela. Meus olhos se enchem de lágrimas e, ao lado do corpo do garoto, começo a chorar, sentindo-me realmente confusa e deprimida com toda a situação.

Não, isso não poderia estar acontecendo.

SS põe algo na mão estendida de Madison, batendo na cabeça da garota como se ela fosse um animal de estimação. O assassino, divertindo-se com a situação, afasta-se lentamente do revólver na mão da garota, caminhando de costas para dentro do edifício.

— Você me transformou em uma assassina! — O grito de Madison me fez soluçar. O dedo da garota pressionou o gatilho várias vezes na direção da Serpente, mas, pelo visto, não havia mais balas.

— Não se preocupe, eu fiz questão de deixar apenas uma aí dentro antes de devolver o revólver para você, Mad. — Mais um surto de risos. — Vamos trocar mais algumas mensagens, fazer mais alguns acordos... Acredite, você seria uma ótima SS. — E assim, em meio ao barulho do meu choro, SS correu para dentro do edifício, despedindo-se com uma exibição clara do seu dedo do meio.

***

SS2

Enquanto o outro está cuidando dos serviços em minha “casa”, finalmente considero a hora certa para fazer uma visitinha a minha adorável mãe. Sim, aquela que entregou-me para fazendeiros, aquela que decidiu que eu não deveria fazer parte de sua vidinha perfeita.

Por sorte, desde o período em que Adelaide e eu temos trocado cartas, a minha adorável gêmea passou-me o endereço da mansão e eu tinha certeza que essa era a noite para vingar o seu nome. Bem, eu e o outro tivemos algumas brigas sobre matar ou não a Adelaide, afinal, ela tinha começado com tudo isso, ela era a minha irmã.

Mas convenhamos, ela era tão inútil quanto a Emma. Apesar de adorá-la e querer continuar o seu legado, fingir que não fiquei aliviado a respeito de sua morte seria uma mentira sonsa. Agora, com o botijão de gás vazando, deixo a cozinha com cautela, certifico-me de que todas as janelas estão trancadas, depois passo pela porta, trancando-a. Morrer queimado, Adelaide adoraria a minha ideia, principalmente quando Cristal permitiu que seu rosto fosse completamente devorado pelas chamas. Se bem que a deformação no rosto de Adelaide permitiu que ninguém notasse que nós somos irmãos, além da importante característica de não sermos gêmeos idênticos.

Enquanto caminho, observo a perfeição da residência através dos furos na máscara. Porra, como isso incomoda. Escuto um berro aterrorizante vindo do segundo andar. Provavelmente a polícia finalmente achou o corpo do advogadozinho que eu matei e agora, juntamente com a minha mamãe, Dylan, o filho imundo de Gabriel, chorava pela perda do pai. Quer saber? Isso é divertido.

Com todas as câmeras desligadas, deslizo pelos aparelhos de segurança que a própria Adelaide me explicara, facilitando a minha saída ou entrada do lugar... O outro era mais acostumado a fazer esses tipos de invasão.

Do lado de fora, com a faca na mão, andejando calmamente pela surdina, percebo o carro de Madison estacionando brutalmente no jardim, atirando plantas para todos os lados. A porta do motorista se abre, revelando uma Emma completamente instável, acabada. Ela passou ferozmente pelo meu lado, correndo para dentro da casa. Afasto-me com pressa, esticando-me para olhar o veículo.

Nos fundos do carro, Alex parecia se recuperar do veneno que o outro lhe dera, enquanto Madison, ao seu lado, algemada e muito mais acabada do que Emma, acariciava os cabelos negros da criança. Teria ela cedido à proposta do outro? Acredito que sim, já que o seu irmão estava vivo naquele momento.

Sem arma, algemada e com uma criança, a garota está mais que vulnerável. Sem hesitar, ergo lentamente a faca em direção ao vidro aberto do veículo, pronto para finalmente matá-la.


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Notas finais do capítulo

Tchururrurur LDKSOFIJDFJRLKJDLKED (Eu sou louco? Talvez).



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