Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Que tal um capítulo para animar o feriado? *o*
Obs: Ushio, respira fundo pra você não infartar antes do final da fic! ahuahuhau



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Gaia estava sentada em uma mesa redonda com Ellylan e Niffie ao seu lado. Já fazia exatamente 10 minutos que Liv, a tenente de Dimitrius, havia a acompanhado para o encontro com as imperatrizes, mas para a imortal de cabelos brancos parecia que havia passado horas.

Ela gostava das mulheres presentes, pois nunca demonstraram nenhum tipo de ódio e sempre a trataram bem apesar de Gaia ter uma fama não muito boa por ser considerada como uma fofoqueira do futuro que podia prejudicar os maridos delas. No entanto, Dimitrius havia omitido diversos pontos importantes sobre o relacionamento deles e a filha dos elementos não fazia ideia quais eram esses pontos.

O arcanjo apenas pediu para que Gaia usasse mangas para esconder as linhas que cobriam seu braço, mas as veias negras também estavam em torno da sua mão e dedos, deixando um pouco evidente demais quando ela não usava nada para escondê-las ali.

Contudo, ninguém havia notado aquelas linhas em sua pele, mesmo que fossem chamativas demais, a imortal sempre tentava deixar sua mão longe das vistas das mulheres ao seu lado.

Naquele momento ela havia perdido o rumo da conversa que acontecia em sua volta e seus olhos ficaram presos no liquido verde claro que estava dentro da xicara de porcelana que haviam lhe dado para beber. Mas, assim como Ellylan que não podia ingerir outros alimentos que não fosse a carne humana, Gaia não tinha tomado nem um único gole daquele chá de ervas.

Afinal, a imortal apenas conseguia ver a morte dentro daquela xícara.

Era impossivel que Gaia ingerisse algo que possuía vida e a imortal era agradecida por não precisar se alimentar, pois não conseguia se imaginar comento apenas frutos maduros.

— Então, Gaia,— Niffie falou de forma gentil e capturou toda a atenção dela.— Como está seu relacionamento com Dimitrius?—
— Bom.— Ela murmuriou sem jeito pelo fato de estar mentindo.

Seu relacionamento com o imperador da humanidade estava longe de estar bom.

— Bom? Maximus me disse diversas vezes que vocês não suportavam estar próximo um do outro.— Ellylan falou com sinceridade.
— Nosso casamento foi algo necessário para que os anciões não prejudicasse ninguém.—
— Gaia, não fale como se você apenas estivesse fazendo negócios.— Niffie sorriu.— Dimitrius é um homem e é muito atraente.—
— Oh,— Os olhos de Ellylan brilharam perigosamente.— Eu imagino que ele deve ser muito bom na cama.—
— Por que você tem esses pensamentos?— Gaia perguntou de forma curiosa.
— É normal ver um homem bonito e pensar em suas capacidades.— Elly falou.— Isso faz parte do instinto feminino.—

Gaia franziu o cenho enquanto chegava a conclusão de que seu instinto devia estar um pouco prejudicado.

— Você pensa assim de Meridius também?— Niffie perguntou.
— Deus, não!— A imperatriz do inferno fez uma careta.— Eu penso em Meridius como o meu almoço.—

Ambas as mulheres riram juntas e no segundo seguinte olharam em direção de Gaia a espera de uma resposta.

— Eu não sei.— A imortal falou antes que elas perdessem a paciência.— Dimitrius nunca chegou perto de mim, nem ao menos me beijou.—
— Por que não?— Ellylan parecia surpresa.— Você não permite que isso aconteça? Vocês estão casados!—

Gaia desejou falar que foi obrigada a se casar, mas preferiu ficar em silêncio.

— Gaia, querida, mesmo que não exista amor, você pode se relacionar com Dimitrius.— Niffie falou com um sorriso malicioso.— Toda mulher possuí os seus desejos íntimos.—

Se relacionar com Dimitrius enquanto a imagem de Gregory era presente em sua mente era algo que não faria bem para ela. Talvez nem mesmo para o arcanjo da humanidade.

— Você devia tentar beijá-lo.— Ellylan falou como se fosse algo muito simples.
— Por que eu o beijaria?—
— Uma imagem de um homem pode se transformar completamente após o primeiro beijo.— Ela respondeu a imortal de maneira séria.— Isso pode ajudá-la a se tornar próxima de Dimitrius.—

Niffie movimentou sua cabeça para concordar com Ellylan.

— Existem muitos relacionamentos que se iniciam apenas pelo contato fisico.—

Gaia não estava interessada em ter um relacionamento com Dimitrius que envolvesse o amor, mas o que Ellylan falou acabou a interessando de certa forma. Afinal, se o arcanjo conseguisse tirar Gregory de sua mente apenas com um beijo, isso seria de muita ajuda para ambos.

No entanto, a imortal não podia ignorar o fato de que estava conversando com duas mulheres completamente apaixonadas e tudo parecia belo e simples na visão delas.

Não parecia ter nenhum sentindo beijar alguém para mudar uma opinião.

— A gentileza também é algo muito importante.— Ellylan refletiu pensativa.— Isso ajudou muito no meu relacionamento com Maximus, pois isso fez com que eu parasse de vê-lo como um monstro de asas.—

Gentileza.

Essa era uma palavra que Gaia não podia ignorar sobre o arcanjo, pois Dimitrius havia sido muito gentil ao adotar os pequenos lobos.

E em outros momentos também.

Talvez estivesse na hora da imortal começar a ser gentil com o imperador da humanidade. Isso poderia ajudá-los a se aproximar um do outro sem que ela precisasse beijá-lo.

Beijar Dimitrius ainda parecia um ato muito estranho para a sua mente, mas a filha dos elementos estava um pouquinho feliz por ter conseguido ficar nos braços do anjo sem desmaiar pelo ataque de panico que podia ter surgido naquele momento em que chorava.

Novamente Gaia acabou se perdendo nos assuntos das mulheres ao seu lado enquanto pensava no arcanjo da humanidade. Parecia irônico que ela estivesse pensando nele e como poderia agradá-lo quando sempre o viu como um anjo arrogante.

No entanto, o que era mais irônico era Gaia passar mais tempo pensando em Dimitrius do que em Patrick.


Em alguns momentos ela nem ao menos se lembrava que o tenente existia quando parava para pensar sobre a sua vida perturbada. A imortal se sentia um pouco triste e feliz ao mesmo tempo por concluir isso, pois sabia que o tenente ruivo não era tão importante pra ela como imaginava. Afinal, uma pessoa apaixonada sempre pensa naquele que possui o seu coração, não importa a situação.

— O que são essas linhas em sua mão, Gaia?— Ellylan perguntou e conseguiu chamar a atenção da imortal no mesmo segundo.

Gaia olhou em direção da imperatriz do inferno e os seus olhos azuis estavam fixos em seus dedos manchados pelas linhas negras formadas pelo veneno que os anciões usaram nela. E no mesmo instante Niffie se moveu em sua cadeira para que pudesse seguir o olhar da sua cunhada.

— Você está bem?— Ela se preocupou.
— Sim, eu estou bem.— A filha dos elementos disse de forma apressada para que ninguém mais fizesse perguntas sobre as linhas.— Eu... Eu estou ligada com a natureza e quando ela passa por algum dano... Isso acaba afetando meu corpo também.—

Talvez essa não fosse a melhor desculpa para se dar sobre as linhas, mas era a única coisa que passou na mente de Gaia naquele momento.

E era provavel que Dimitrius a matasse quando soubesse que ela falou tal coisa.

— Você não sente dor?—
— Não. São apenas cócegas.—

Niffie pareceu acreditar nas palavras de Gaia, mas Ellylan permaneceu em silêncio ao mesmo tempo que lançava um olhar desconfiavel em sua direção. Era uma pena que a mente da antiga humana fosse trancada até mesmo para ela, caso contrário a imortal não se sentiria culpada em ouvir seus pensamentos. Contudo, estava um pouco evidente que Elly questionaria Maximus sobre ela assim que chegasse em sua casa.

E Dimitrius ainda dizia que era fácil lidar com as suas cunhadas.

Gaia discordava completamente dessa conclusão do imperador da humanidade, pois se essas mulheres fossem tão fáceis, elas jamais teriam se casado com arcanjos.

Naquele momento, a filha dos elementos desejou estar com Dimitrius ao invés das mulheres que se sentavam ao seu lado e falavam sem parar.

A imortal, realmente, estava ficando louca.

~ ~ ~

Gaia estava caminhando pela natureza do paraíso com a xícara do seu chá em mãos. A princípio, quando ela perguntou para Niffie se podia ficar com o objeto, a imperatriz a olhou como se fizesse parte de outro mundo, mas não negou o seu pedido.

A imortal jogou fora todo o liquido que havia dentro da xícara e após algum tempo de caminhada naquela dimensão tão calma, Gaia encontrou o campo de margaridas que estava procurando.

Ela encheu a xícara com terra e logo em seguida pegou algumas mudas das flores que eram simples, mas bonitas. Além do mais, as petálas brancas da flor lembravam asas de anjos e Gaia não conseguia pensar em outra flor para dar a Dimitrius.

Podia parecer estranho dar flores para agradar o arcanjo da humanidade, mas ela nunca havia dado presentes para pessoas, então não imaginava o que podia ser melhor do que a natureza.

Gaia achava que aquelas margaridas ficariam perfeitas no quarto sem vida do imperador que agora era o seu marido. Pelo menos as pequenas flores dariam mais cor para o ambiente e ela pensava que isso podia agradar Dimitrius.

Naquele momento a imortal estava andando em direção do portal que a levaria para a mansão que agora era a sua casa, pois havia saído do castelo de Niffie sozinha e sem nenhum aviso para onde iria, o que podia causar a ira no arcanjo novamente quando Cameron descobrisse que ela já não estava mais com Elly e a imperatriz do paraíso.

Gaia estava caminhando o mais rápido que podia para evitar novos problemas com Dimitrius, mas ela foi obrigada a parar quando encontrou duas angelicais em sua frente. Assim como ela, as mulheres estavam segurando vasos com terra e provavelmente caminhavam em direção do campo de margaridas também.

A imortal observou as angelicais em silêncio e deu alguns passos para o lado com a intenção de sair da frente delas, mas seus olhares venenosos mostravam que nenhuma delas desejava sair do caminho de Gaia.

Uma das angelicais sorriu, só que o seu sorriso era tão cheio de maldade que a filha dos elementos nem ao menos precisava ouvir seus pensamentos para saber o que aconteceria em seguida.

— Vamos procurar por outras flores, Lidya,— A angelical falou para a sua amiga de forma provocativa.— Esse ambiente está contaminado pela serva dos anciões.—

Gaia se manteve em silêncio, por mais que se sentisse ofendida pelas palavras da mulher em sua frente, ela já estava acostumada a isso. Já haviam acontecido coisas muito piores do que simples insultos sobre a sua presença.

— Eu não posso acreditar que perdemos todo o nosso tempo vindo até aqui.— Lidya, a outra angelical, falou.— É uma pena que os arcanjos não possam exterminar todas as pragas do nosso mundo.—
— Se antes não era possível, agora será impossivel desde que ela conseguiu seduzir o último arcanjo solteiro.—
— Eu não seduzi Dimitrius.— Gaia rebateu, mas no mesmo instante se arrependeu.

Discutir com esse tipo de pessoas nunca era algo bom.

— Não fale comigo, serva repugnante.— A angelical falou com raiva e para demonstrar a sua infelicidade com as palavras que teve que ouvir da filha dos elementos, ela jogou a terra que estava dentro do seu vaso em direção de Gaia.

A imortal teve que fechar seus olhos para que a terra úmida não entrasse dentro deles e causasse alguma irritação. Logo em seguida ela os abriu para olhar as margaridas e ter certeza de que não haviam sido agredidas pelo peso que caiu sobre suas pétalas.

Gaia deveria se sentir humilhada ou revidar a agressão com seus poderes, mas tudo o que conseguia pensar naquele momento era que pedras machucariam mais do que terra.

— Vamos embora.— Lidya murmuriou enquanto olhava em sua direção como se fosse um animal.

As duas angelicais deram as costas para Gaia sem dizer mais nenhuma palavra e passaram a caminhar para longe dela.

A imortal continuou imóvel onde estava e usou uma das suas mãos para tirar o excesso de terra que tinha em seu vestido e cabelo. E também fez o mesmo com as flores que daria para Dimitrius, já que grande parte dela havia caído sobre elas.

Naquele momento, tudo o que Gaia desejava era voltar para a mansão do arcanjo para se lavar e trocar sua roupa antes que o imperador da humanidade se desse conta que ela estava sozinha no paraíso.

A imortal já havia sido ofendida até demais pelas angelicais e não queria ter que lidar com a ira do arcanjo também.


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