Minha cabeça doia. Não, não doía, latejava
era como se batessem nela com um martelo a cada 2 segundos
assim que pisei em casa meu pai fez um interrogatório a nível de FBI com o objetivo de saber com quem e onde eu estava. E me deu uma super bronca. Bronca essa que me rendeu um final de semana inteiro em casa.
O estranho é que ele estava bravo demais. Bravo do jeito que ele fica quando briga com a mamãe – que aliás, eu não havia visto ainda.
Cashmere também ajudou.
a criatura não parava de mandar mensagens querendo saber como foi meu encontro.
E como a ótima amiga que eu sou, silenciei meu celular.

Já cansada de ficar de bruços na cama, me viro e fico com o rosto no travesseiro
coloco as mãos em minhas têmporas e as massageio, na intenção de amenizar a dor de cabeça
mas nada acontece.
lembro-me do encontro com Cato, e dos vários assuntos que nós conversamos
mas um em especial decide ficar na minha cabeça
peeta Mellark e o seu novo amor
Quem sera essa tal garota? Se eu descobrisse isso poderia talvez ameaça-lo dizendo contar seu segredinho a tal menina, se ele não parasse de me atormentar
Esse é um ótimo plano, pode ser até a solução dos meus problemas
Eu só preciso descobrir quem é ela

“Ele ta afim de uma garota, não sei, acho que é nova no 13”

Lembro-me das palavras de Cato hoje na sorveteria
Nova no 13. Vejamos, quem entrou agora no colégio e...
Não, Não, não e não
não pode ser
a única garota nova no 13 é Cashmere
mas o Mellark não poderia estar gostando dela.
Quer dizer, ele é galinha. Ela com certeza sairia machucada no final das contas
Eu o conheço
Sei que ele usa, abusa e joga fora
Mas se ele está pensando que vai fazer isso com a minha amiga, ele está muito enganado
Coloco a mão novamente em minha têmpora na esperança de fazer a dor passar um pouco
E mais uma vez nada acontece
Decido que o melhor a se fazer no momento e tomar um remédio, um bom banho e tirar esse oxigenado da cabeça, por enquanto
Levanto da cama praticamente me arrastando até as escadas
Desço degrau por degrau pensando que se eu caísse poderia ter uma concussão, mas pelo menos chegaria lá embaixo mais rápido
Afasto esse pensamento da cabeça e vou em direção a cozinha, já esperando encontrar meu pai fazendo o jantar
Mas ele não está lá
A cozinha fica estranha sem sua presença
Não que meu pai passe o dia inteiro lá, mas ele é "o dono da casa" já que fica mais tempo aqui, conosco, do que a mamãe
E além disso, ele adora cozinhar
É seu hobe.
Pego um remédio que sirva para dor de cabeça na gaveta e o tomo com um pouco d'água.
De repente ouço a porta da frente se abrir e Finnick entra

– Eae Kat - Diz sorrindo de canto e eu o encaro com raiva. Ando até ele e fico em sua frente de braços cruzados

– seu idiota! Por que você não avisou pro papai que eu tinha saído? - indago brava e ele franze o cenho mas depois relaxa

– ah, eu esqueci

– Seu “esquecimento” me rendeu um final de semana inteiro em casa - Finnick não parece se importa muito e dá de ombros. Esse garoto é inacreditável

– Não se preocupa Kat, eu trouxe um amiguinho pra ficar com a gente esse final de semana – amiguinho? Mas do que ele está falando? Minha perguntas são respondidas no segundo seguinte. A porta, antes encostada, se abre e um ser, vulgo Peeta Mellark, entra com uma pequena mochila nas costas.

– Oi Katniss – diz com um sorriso presunçoso no rosto. Fecho mais a cara

– O que ele tá fazendo aqui?

– Vim passar uns dias com você Katzinha – diz como se fosse a coisa mais normal do mundo

– Eu chamei Kat. Pode deixar, ele vai ficar no meu quarto. Só preciso do seu colchão – diz Finn se referindo a cama embutida que fica embaixo da minha. Reviro os olhos e Peeta sorri, ainda presunçoso.

Bom, talvez se eu passar esses dias dentro do meu quarto, o Mellark não me incomode.
pode até ser um tedio considerando que não tenho muita coisa pra fazer lá, mas com certeza é melhor do que ficar junto desse aí.

Vou em direção a cozinha - enquanto ouço Finnick falar algo como “pode subir” – deixar meu copo na pia e quando me viro os dois já desapareceram. Subo as escadas já pensando na água quente e relaxante caindo por meus ombros. Entro em meu quarto, prendo meu cabelo e pego minha toalha.
Ando pelo corredor tendo uma visão de todos os quartos
O meu fica na ponta, ao lado da escada, passo pelo de Finnick e dou uma espiada, vendo apenas ele sentado em sua cama, passo pelo de Gale que está vazio. estranho, também não havia o visto desde que cheguei. Olho para o quarto dos meus pais no final do corredor, escuro e vazio. Viro-me dando de cara com a porta do banheiro fechada. Ponho minha mão na maçaneta, mas está trancada. Tento mais uma vez e ela não abre. Pelo que vi, apenas nós três estamos em casa, e Finn está em seu quarto
Mellark Cretino
bato na porta e ninguém reponde, bato ainda mais forte e minha cabeça dói mais

– Ta ocupado – o ouço dizer, sua voz sai abafada

– Sai daí Mellark – grito

– Eu to no banho – diz normalmente, o que aumenta minha raiva

– Eu já ia entrar

– Mas eu entrei primeiro Katzinha

– Argh – grito – Vai pro inferno Mellark - Ouço apenas sua risada antes de ir em direçao ao meu quarto. Inacreditável! O cretino vem pra minha casa e ainda toma conta do meu banheiro. Esse oxigenado me paga.