My Girl escrita por Sophi Lessi


Capítulo 37
Capitulo 37


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram
espero que gostem!!!



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Eu sempre odiei cheiro de hospital. Em parte porque eu odiava ter de ir no hospital. Mas também porque me remetia coisas ruins. Afinal, ninguém está no hospital por algo bom. Assopro meu café e tomo um pouco, precisava me manter acordada. O peso em minha consciência estava insuportável. Eu era a culpada de tudo isso! Se eu tivesse dito tudo quando Peeta me pressionou, nada disso haveria acontecido. Se eu tivesse corrido atrás dele quando ele foi embora, não precisaria estar aqui. Se eu não tivesse mandado aquele maldita mensagem, Peeta não estaria deitado naquela cama, desacordado.
Tudo que eu mais queria era voltar no tempo

*3 horas antes*

O carro da um solavanco e eu acordo assustada. Olho ao redor e suspiro, não havia sido nada.
A chuva estava forte lá fora. Pego meu celular, ainda eram 23h, nós só chegaríamos as 01:00h
Passo a mão em meu cabelo, tudo que eu queria era chegar em casa e dormir para esquecer o dia de hoje, para tirar da cabeça toda essa preocupação que estava sentindo. Eu ainda não havia conversado com Peeta, porém era o que eu mais queria.
Decido mandar uma mensagem para ele.

"Nós podemos conversar amanhã? Preciso muito falar com você sobre o que aconteceu. Mande notícias "

Penso 10 vezes antes de mandar e então percebo que estava sendo patética, então envio.
Suspiro um pouco nervosa. Eu estava tão brava comigo mesma, fui completamente idiota
Por que eu não disse?
Por que?!

Olho apreensiva para o meu celular por vários minutos até que os três pontinhos piscam na tela. Ele estava digitando! ELE ESTAVA DIGITANDO!!
Espero pacientemente, mas os pontinhos somem, ele havia parado de digitar e não enviou nada
suspiro frustada e bloqueio o celular antes que eu enlouqueça
Pensar nisso agora apenas me deixaria mais apreensiva, então coloco meus fones e encosto minha cabeça. Acabo pegando no sono ali mesmo.

00:46h

Ouço um zumbido longe e ignoro, porém ele não para e vai ficando cada vez mais forte. Abro meus olhos lentamente e o zumbido para. Percebo que já estávamos perto de casa e que meu rosto estava meio babado. Limpo-me rapidamente e o zumbido volta. Era meu celular. No visor o nome "Finnick" piscava
Por que Finnick me ligava a essa hora?

⁃ Alô

⁃ Oi Kat - diz meio cansado

⁃ O que foi, Finn? - Meu pai me olha com duvida e eu dou de ombros. Finnick demora a responder e quando eu ia perguntar se ainda estava lá, ele pigarreia

⁃ Aconteceu algo - ele faz uma pausa - Algo com Peeta - Meu coração acelera no mesmo instante. Ele não continua e eu estava respirando pesadamente

⁃ O que aconteceu, Finnick?!

⁃ Ele sofreu um acidente. Um caminhão acertou seu carro e...Ele está no hospital agora...No hospital central. Parece que ele estava mexendo no celular na hora ou algo assim. - Fecho meus olhos fortemente

⁃ E que horas foi isso? - Minha voz sai rouca e trêmula

Eram 23h mais ou menos e...

Não termino de escutar o que Finnick diz pois o celular cai da minha mão. Sinto um aperto em meu peito e percebo que havia prendido a respiração. Solto o ar pesadamente. Meu coração estava tão acelerado que sinto medo de ter um ataque.

⁃ O que aconteceu? - Meu pai pergunta

⁃ Pai, por favor, me leve para o hospital.

⁃ Por que? O que foi.

⁃ Peeta está lá. Por favor faça o retorno

***

Corro como se minha vida dependesse disso, não sabia onde Peeta estava, então paro na recepção e digo seu nome. Infelizmente apenas a família podia ter informações, então não me contam nada sobre seu estado. Logo Finnick chega com uma feição triste.

⁃ Como ele está? - questiona um pouco ofegante

⁃ Eu não sei, ninguém me disse nada.

Finnick passa a mão pelo cabelo, frustado e vai até o balcão

⁃ Olhe, senhor eu não posso te dar nenhuma informação, só para membros da família.

Sento-me em uma das cadeiras, pois sabia que nada iria adiantar. Abaixo minha cabeça, eu estava uma pilha de nervos, parecia prestes a explodir.

⁃ Finnick - diz uma voz feminina que era familiar para mim. Levanto a cabeça e era a mãe de Peeta, Effie Mellark. Eu a conhecia, mas não a via muito, pois evitava ao máximo ir em sua casa, afinal eu e seu filho não nos gostávamos, mas, bom agora a situação era diferente. Logo atrás dela reconheço Haymitch Mellark. Ele continuava igual, era uma ótima pessoa, na verdade ambos eram maravilhosos.

⁃ Como ele está? - pergunto e o desespero em minha voz é notável

⁃ Sua situação é instável - Diz Haymitch - Ele ainda está desacordado.


Ambos tinham uma expressão cansada e triste. Começo a pensar que, se eu estava desse jeito, imaginem eles.

⁃ Os médicos não tem nenhuma previsão de quando ele irá acordar. - Diz Effie e lágrimas brotam em seus olhos enquanto Haymitch a abraça - Só o que podemos fazer agora é esperar

Todos nós ficamos sentados esperando enquanto os minutos se passavam. Finnick avisou a Annie e Marvel enquanto eu mandei mensagem para Cashmere que infelizmente não poderia vir mas pediu para eu avisa-lá se algo acontecesse. Eu não conseguia sentir sono ou fome pois estava muito nervosa. Tentava não pensar no pior e manter em mente que Peeta melhoraria.

Pensamentos positivos atraem coisas boas

repito

Pensamentos positivos atraem coisas boas

Mantenho esse mantra em minha cabeça e assim o tempo foi passando
Eu estava exausta física e mentalmente, mas não sairia deste hospital antes de Peeta acordar.


⁃ Kat - diz Finnick sentando ao meu lado - Não achar melhor irmos pra casa? você precisa descansar, amanhã estará melhor e Peeta provavelmente já terá acordado.

⁃ Não. Eu vou ficar - digo com firmeza - Você deve ir pra casa, ligue para Gale ou chame um táxi. Amanhã vocês têm treino logo cedo. - Finn começa a se opor mas uso um argumento que o faria se calar - Pense em Annie, ela tem algo para te contar. Você tem que estar descansado para saber o que é.

⁃ Você está certa. Mas me sinto um péssimo amigo ao pensar em ir embora

⁃ Está tudo bem, querido - Diz Effie que estava sentada de frente para nós. - Só o fato de você ter vindo até aqui ja importa e eu tenho certeza de que Peeta ficará feliz em saber disso. - Sorrio com isso - Katniss, não acha melhor ir junto? você deve estar exausta.

⁃ Não tem problema, eu vou ficar.

Ela não se opõe. Finnick finalmente concorda e se despede de nós um pouco sem graça.

⁃ Qualquer coisa me liga - Ele me diz antes de sair.


E então resta apenas eu e os pais de Peeta, o que é estranho porque - pensando de forma otimista - eles podem ser meus futuros sogros.

Ok. Esse pensamento foi estranho, porém não de todo ruim.

Olho para eles e ambos tinham olhares tristes. Effie segurava o braço de Haymitch e tinha a cabeça deitada em seu ombro.
Sinto meu coração apertar

⁃ Sabe, eu tenho certeza de que Peeta irá se recuperar logo, ele é forte, certo?

⁃ Ele é - Diz Haymitch - Lembra daquela vez em que ele caiu da casa da árvore enquanto ajudava Prim a decora-lá?

⁃ Lembro - Effie sorri - Ele torceu o pé mas ainda assim não deixou de ajudá-la para ela não ficar triste. Então ele dava um jeito de subir as escadas mesmo com o pé torcido, fingindo que não estava sentindo dor

Sorrio só de imaginar a cena

⁃ Ele é um cara especial - Digo

⁃ Você é uma boa garota, Katniss. Peeta fala sobre você o tempo inteiro e sobre como ele gos...- Effie dá um pequeno tapa em seu braço e eu dou risada - ...ta de...refrigerante. Como ele gosta de refrigerante - Haymitch dá um riso forçado enquanto Effie passa a mão no rosto, frustada

⁃ Está tudo bem, eu sei

⁃ Você sabe?

⁃ Sei, nós já conversamos sobre isso e...vai dar tudo certo - Digo sem saber como terminar a frase. Eu sou tão ridícula

Effie abre um sorriso e eu me alegro por ter tirado aquela expressão triste do seu rosto, mesmo que por apenas alguns minutos.

⁃ Tudo certo? - ela questiona - então vocês dois estão...?

⁃ Na verdade nós...

⁃ Eu vim o mais rápido possível. Como ele está? - Diz Cato e minha frase morre sendo substituída por um grande buraco de surpresa e nervosismo. Levanto-me e ele me dá um abraço longo e apertado e eu fico completamente muda - Que falta de educação a minha - diz finalmente me soltando - Me desculpem, eu sou Cato, namorado da Kat. - Eles apertam as mãos e posso ver a surpresa estampada na cara dos dois. Preciso de um buraco enorme para enfiar minha cara depois disso. Eles devem pensar que eu sou uma vagabunda. Cubro meu rosto com as mãos, querendo que aquele momento acabasse

⁃ Assim que Marvel me avisou eu vim correndo - Fico surpresa, pois em meio a isso tudo nem lembrava de sua existência e isso só prova que eu preciso fazer aquilo o mais rápido possível.


⁃ Cato, eu preciso conversar com você

Ele apenas balança a cabeça e senta-se.


⁃ Nós vamos falar com um médico - Diz Haymitch e percebo que ele e Effie me olhavam sem jeito

⁃ Eu vou terminar com ele - Sussurro querendo deixar tudo claro. Eles balançam a cabeça ainda com um olhar estranho e saem

Eu me sento e ele começa:

⁃ Eu sei que agora não é o melhor momento mas eu senti tanto a sua falta - ele segura minha mão - eu sei que as coisas ficaram esquisitas entre nós, mas eu gostaria de mudar isso - Droga Cato! Não dificulte - Você sabe que eu te a...- não deixo-o terminar a frase e o corto

⁃ Por favor não diga isso - Retiro minha mão de baixo da sua e a passo em meu rosto

⁃ Não tem problema você não dizer de volta. Cada um tem seu tempo, eu não estou te cobrando.

Fico olhando para seu rosto por vários segundos. O observando

⁃ Você é realmente perfeito, não é? Isso torna tudo mais difícil - ele sorri levemente e eu me sinto mal pelo que estou prestes a fazer - Olhe Cato, eu não acho que isso esteja dando certo

⁃ Do que você está falando?

⁃ Escute, você é o cara mais adoravel que eu já conheci e não existiu um momento em nosso relacionamento em que você me deixou desconfortável, insegura ou até infeliz, mas sinto que isso está virando algo unilateral, entende? Esse pode ser o maior clichê de todos mas o problema não é você, sou eu. Eu sou bagunçada, incerta sobre meus sentimentos e você não merece isso nunca. - seguro sua não - Tenho certeza que você irá encontrar alguém bem melhor do que eu, porque você é o cara perfeito, Cato, mas não é o cara perfeito para mim.

Ele permanece alguns segundos calado olhando para nossas mãos

⁃ Você...está terminando comigo? - Afirmo com a cabeça e abaixo o olhar.

⁃ Isso não está sendo fácil para mim, mas não posso fazer isso com você.

Cato pigarreia

⁃ Se é isso que você quer, então tudo bem. Não há nada que eu possa fazer

Permaneço calada pois não fazia ideia do que dizer agora.

⁃ Então - ele passa as mãos na calça e suspira - acho melhor eu ir embora. - Cato levanta, porém antes de ir embora vira-se para mim - Só mais uma coisa, uma pergunta. Por que agora? por que aqui?

⁃ Porque eu tenho algo a fazer aqui e agora, sem falta.

Ele reflete um pouco e balança a cabeça, parecia ter entendido. Após isso Cato sai e eu permaneço sozinha.
O sono estava me alcançando, as lágrimas fizeram meus olhos ficarem inchados e pesados, e o término me deixou mais triste ainda. Deito-me nas cadeiras e acabo pegando no sono ali mesmo. Eu não iria sair daqui até ver Peeta.

***

Peeta dirigia seu carro. Ele estava muito bravo, bravo comigo. Ele não entendia porque eu não havia dito nada. Ele achava que no fundo eu gostava dele. Ele estava certo.
Peeta ligou o som e "hey jude" dos Beatles tocou, fazendo-o desligar com raiva. A música o fazia lembrar de mim, infelizmente, pois ele amava os Beatles
Seu celular tocou e ele o pegou. Era uma mensagem minha:

"Nós podemos conversar amanhã? Preciso muito falar com você sobre o que aconteceu. Mande notícias "


Peeta trocou olhares entre a estrada e o celular, pensando muito se respondia ou não. Ele estava realmente chateado comigo.
Depois de muito pensar, decidiu responder. Daria mais uma chance para mim.
Peeta passou por um cruzamento, porém não olhou para os lados ou desacelerou, pois está olhando para o celular, me respondendo. Uma luz muito forte o iluminou e uma buzina extremamente alta o assustou. Ele olhou para o lado, mas já era tarde demais. O caminhão atinge o lado esquerdo do carro, o lado em que Peeta estava.

Acordo assustada e com a respiração ofegante. Havia tido um pesadelo, mas foi tudo tão real que acredito firmemente que foi exatamente aquilo que aconteceu com Peeta.

⁃ Você está bem, querida? - pergunta Effie, em pé a minha frente

⁃ Sim, só tive um sonho ruim. - Muito ruim.

⁃ Aqui, trouxe para você - Ela me estende um copo de café enquanto eu me sento. Pego-o e tomo um gole. Estava muito quente.

⁃ Obrigada. Deram alguma noticia?

⁃ Haymitch foi falar com o médico agora, mas ainda não voltou.

Respiro profundamente.
Eu sempre odiei cheiro de hospital. Em parte porque eu odiava ter de ir no hospital. Mas também porque me remetia coisas ruins. Afinal, ninguém está no hospital por algo bom. Assopro meu café e tomo um pouco, precisava me manter acordada. O peso em minha consciência estava insuportável. Eu era a culpada de tudo isso! Se eu tivesse dito tudo quando Peeta me pressionou, nada disso haveria acontecido. Se eu tivesse corrido atrás dele quando ele foi embora, não precisaria estar aqui. Se eu não tivesse mandado aquele maldita mensagem, Peeta não estaria deitado naquela cama, desacordado.
Tudo que eu mais queria era voltar no tempo.

⁃ Ele acordou - Diz Haymitch correndo em nossa direção. - Peeta, ele acordou - Ele chama um médico e nós vamos correndo atrás deles. - Nós podemos vê-lo?

Vejo Peeta pelo vidro do quarto, parecia desnorteado. Seguro a respiração quando ele me vê. Ele abre a boca como se quisesse falar algo, porém não o faz

⁃ Deixe-me examina-lo primeiro e então talvez vocês possam vê-lo - O doutor entra no quarto, faz alguns testes e depois de alguns segundos sai com a prancheta na mão

⁃ Ele está estável. Teve muita sorte, o acidente poderia te-lo matado. - sinto um arrepio percorrer minha espinha -Vocês podem entrar.

Eu estava louca para ver Peeta, porém deixaria seus pais irem primeiro, afinal eles estavam acabados e, bom, eu pretendia ter uma conversa com ele, e gostaria que fosse a sós

⁃ Podem ir primeiro. Eu posso esperar - Ambos acenam com a cabeça e entram.

Sento-me em uma das cadeiras e espero eles saírem. Mexo minhas mãos nervosamente. Meu coração estava tão acelerado que parecia poder explodir a qualquer instante.
Longos minutos se passam, pareciam horas, na verdade, até Haymitch e Effie saírem do quarto.

⁃ Vá em frente, querida.

Respiro fundo antes de levantar e seguir para dentro. Grandes decisões iriam ser tomadas naquele espaço, e isso me assustava

Entro lentamente e paro na porta. Não sei se Peeta iria querer falar comigo, já que quando nos vimos pela última vez tivemos uma "briga"

⁃ Oi - digo e ele me olha sério. Ele tinha alguns curativos na testa e o braço esquerdo estava enfaixado

⁃ Oi - diz com a voz rouca

⁃ Você está bem?

⁃ Já estive melhor

Permaneço parada o olhando, ambos ficamos em silêncio. Eu não sabia o que dizer, como sempre

⁃ Cato esteve aqui. - seu rosto tem uma expressão mais seria ainda - Eu terminei com ele

⁃ Você terminou?

⁃ Sim - abro um pequeno sorriso e Peeta faz o mesmo enquanto entro no quarto - Você me assustou pra caramba - seguro sua mão

⁃ Eu tinha que dar um jeito de chamar sua atenção. - dou risada, mas então me lembro do real motivo de seu acidente e a culpa paira sobre mim novamente

⁃ Você estava mexendo no celular, não estava?

⁃ Katniss...

⁃ Respondendo uma mensagem. Minha mensagem, não é?

⁃ Você não tem culpa de nada disso. Não quero em nenhum momento que você ache isso, a culpa foi minha. - Penso em me opor, porém não valia a pena. - Venha aqui, você deve estar exausta - Ele vai um pouco para o lado e eu me deito junto a ele. Quando encosto minha cabeça em seu peito ele geme de dor. Levanto assustada e ele ri - Estou brincando. Venha cá

⁃ Você precisa parar com isso - Deito e nos permanecemos em silêncio.

Quando o abraço é como se um buraco em meu peito fosse completo e tudo no mundo parecia estar certo. Não quero pensar no que seria de mim se algo pior tivesse acontecido com Peeta esta noite. Não sei se aguentaria
Reflito um pouco e isso me fez chegar a uma conclusão: Eu estou no lugar certo.
Ficamos longos minutos em silêncio, apenas aproveitando um ao outro, até que Peeta quebra o silêncio

⁃ Qual a sua música preferida?

⁃ O que?

⁃ Eu sei muito sobre você, mas não sei qual é a sua música preferida.

⁃ Home do Edward Sharpe e The Magnetic zeros

⁃ Ótima escolha - Sorri e pergunto qual sua música favorita. Peeta responde sem pensar duas vezes - "Between the bars" de Elliot Smith

Franzo o cenho

⁃ Quero ouvi-la

⁃ Você está com sorte, eu a tenho em meu celular - Pego seu celular que estava em um cômodo e o entrego. - Apesar de que...não é assim que se ouve uma música

Reviro os olhos

⁃ Dê play!

⁃ Ao menos pode fechar olhos? Tem que bloquear todo o resto, senão tira a atenção

⁃ Está bem - digo fechando meus olhos enquanto dou risada - Mas você está sendo paranoico.

Sorrio quando a música começa e uma batida leve toca

Drink up, baby, stay up all night
With the things you could do, you won't but you might
The potential you'll be that you'll never see

(Acabe sua bebida, baby, fique acordada a noite toda
As coisas que você poderia fazer, você não vai, mas poderia
O potencial que você será e que nunca verá
As promessas que você apenas fará)

Sinto meus olhos arderem e as lágrimas caírem. Eu não havia chorado desde que cheguei aqui, porém estava com tanto lixo emocional guardado e a letra da música me faz pensar na vida de festas e bebidas que eu estava vivendo.

People you've been before
That you don't want around anymore
They push and shove and won't bend to your will
I'll keep them still

(Pessoas que antes você foi
Que você não quer mais ao seu redor
Que empurram e forçam, e não se dobram à sua vontade
Eu as manterei paradas)

⁃ Eu estou com tanto medo - Apoio-me em meu braço sobre a cama e olho para Peeta enquanto as lágrimas não param de cair

⁃ Eu sei. Eu sei...

⁃ Não quero me magoar - Peeta me olha com ternura

⁃ Eu não vou te magoar.

Olho para ele por alguns segundos. A música continuava a tocar suavemente, meu coração estava acelerado e esse frio na barriga que estava me matando. Esse era de longe o momento mais intenso que já vivi
Me aproximo lentamente de Peeta até que nossas bocas se encostam
Era um beijo calmo e lento, porém carregado de emoções reprimidas. Era o melhor beijo que eu já havia dado e eu não podia estar mais feliz, especialmente por ser Peeta ao meu lado.

Quem diria? Peeta Mellark. O garoto que eu sempre odiei minha vida inteira, estava me beijando. Não, este garoto aqui comigo era alguém diferente daquele Peeta, alguém maduro. Era por este Peeta que eu estava apaixonada e agora, mais do que nunca, tudo parecia prestes a dar certo.


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Notas finais do capítulo

sobre eu ter amado escrever esse capítulo
comentem o que vocês acharam
xoxo!!



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