Pequenas coisas escrita por ratofilia


Capítulo 4
Parte IV - Pequenas coisas


Notas iniciais do capítulo

Ei, minna! Enfim, estamos aqui no último capítulo T-T não tenho nada a dizer agora, para não enrolar. Ok, vamos lá, espero que gostem do desfecho da história.
Boa leitura!



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Levy pegou pesado. Muito, muito pesado.

A pergunta “você já se apaixonou por alguém?” acertou Gajeel como um soco no estômago. Foi tanto que ele chegou a sentir coisas estranhas borbulhando. Mas ele não demostrou isso a Levy. Sem olhar para Levy, Gajeel respondeu com uma pergunta:

— Como a gente sabe que está apaixonado por alguém?

Levy não esperava por aquilo. Quer dizer, ela imaginou que Gajeel diria que aquilo era idiotice e mudaria de assunto. Não passou pela sua cabeça que ele faria uma pergunta daquelas. Mas, de qualquer forma, ela tentou responder a pergunta do dragon slayer.

— Bem... Há diversas formas de saber se está apaixonado. Depende de como você vê. Por exemplo... — Levy se deitou, colocando as mãos entrelaçadas abaixo do peito, observando o céu. — Quando você pensa demais numa pessoa. Ou quando ela é a primeira e última pessoa na qual você pensa no dia. Você se sente feliz apenas por ouvir a voz dela. Quando está com ela, é como se todos os seus problemas estivessem resolvidos, porque você se sente calmo, paciente, protegido. Sente que é capaz de fazer qualquer coisa, de superar qualquer obstáculo se a tiver por perto. E você também quer protegê-la. Quando você está apaixonado por alguém, essa pessoa começa a fazer parte do seu presente e futuro. Você imagina como seria sua vida com ela daqui há alguns anos... Quando ficarem velhinhos... Você aceita a pessoa como ela é. Com todos os defeitos e falhas, e aprende a lidar com isso. Você quer que ela seja feliz, independente de como seja. — Levy olhou de relance para Gajeel. Desta vez ele estava olhando fixamente para ela, prestando atenção em cada palavra. — Viu? É muita coisa — ela deu uma risadinha. — Mas, normalmente, a gente sabe quando está apaixonado. E nem precisa de muita coisa. A gente simplesmente... sente.

Levy não sabia se estava sem fôlego por falar sem parar ou se porque Gajeel virara o rosto de frente para o dela, fazendo com que um nariz quase tocasse no outro. E a maneira como Gajeel a olhava... Não, não só isso, havia algo mais diferente, como se ele estivesse... comovido. Gajeel Redfox comovido com algo? Era simplesmente um momento histórico.

E para que as coisas ficassem mais interessantes, Levy quase parou de respirar quando Gajeel perguntou:

— Você já se apaixonou por alguém?

Ah, meu Deus. O que ela diria a ele? Será que Levy devia aproveitar a pergunta e colocar todo para fora? Não, ela pensou. Ela não queria que Gajeel saísse correndo quando ela começasse a falar. Ir com calma lhe parecia uma melhor opção. Vá com calma Levy.

— Sim — ela respondeu nervosamente.

Ela ia dizer. Tinha de dizer. Gajeel estava ali, ela estava ali. Gajeel parecia compreender e estava interessado no assunto. E estava comovido! Quer dizer, depois de juntar todos os fatos, Levy não teve muitas dúvidas de que Gajeel sentia alguma coisa por ela. Tinha algum sentimento afetuoso. Ela não podia estar enganada. E agora Levy não ia dar para trás.

Era agora ou nunca.

— E você não respondeu a minha pergunta — Levy reclamou. — Eu tinha perguntado primeiro...

Gajeel fechou os olhos. Em seguida, virou o rosto para cima, voltando a olhar o céu novamente inexpressivo

— Isso é idiotice — disse Gajeel, baixo como um sussurro. Na verdade, não era idiotice. Só que... Gajeel não queria se sentir daquele jeito. O jeito como Levy o deixava. Ele sentia algo enigmático crescendo dentro de si, e era como se aquilo o deixasse vulnerável. E Gajeel odiava se sentir vulnerável.

Quando Gajeel disse que aquilo era “idiotice”, ele não estava mais com a expressão comovida no rosto. Era como se Levy tivesse desfeito alguma barreira dele, mas que no fim Gajeel a restabeleceu novamente. Droga. Ele estava interessado. Não estava achando que era idiotice. Gajeel estava sentido alguma coisa. Levy, ao invés de sentir frustração, sentiu determinação. Ela não ia voltar atrás, depois de ver um pouquinho o lado emocional de Gajeel. Não ia desistir.

Levy se sentou para poder olhar diretamente para Gajeel.

— Você acha mesmo que amar alguém é idiotice? — perguntou ela, exasperada.

— Quer um exemplo? — Gajeel rebateu. — Observe a Juvia.

— Não responda as minhas perguntas com outras perguntas. E o que tem a Juvia?

— Você não vê como ela é tonta, vivendo atrás do Gay? O cara não está nem aí para ela. E ela diz que é amor. Isso é amor? — enquanto falava, ele não olhava para Levy. Talvez tivesse medo de que se olhasse para a baixinha, teria que calar a boca. Se concentrar no céu era mais fácil.

Levy começou a se irritar, e isso não ocorria com frequência.

— É amor sim! — afirmou ela. — Talvez um pouco obsessivo, mas ainda é! Juvia está lutando pelo amor dela. Isso não a faz de tonta! Ela seria uma tonta se desistisse sem ao menos tentar. E o Gray também a ama, mas não tem coragem de admitir, porque ele esconde o que sente.

— Se ele esconde o que sente, não vale a pena lutar por uma causa perdida. Porque ele nunca vai dizer o que a Juvia quer ouvir.

Gajeel não podia ser tão cabeça dura. Levy não imaginou que a conversa seguiria aquele rumo. Lá estava ela, irritada por Gajeel começar o assunto de um modo afetivo e agora agia como se tivesse uma rocha no lugar do coração.

Contudo, sem que Levy tenha percebido, as seguintes palavras saltaram para fora num tom triste:

— Então você é uma causa perdida, Gajeel?

Como se não se importasse ou não entendesse, Gajeel respondeu com a voz firme:

— É isso aí.

Droga. Droga! Por que Gajeel estava fazendo aquilo? Foi ele quem convidara Levy para aquela missão. A ideia inicial dele era saber o que Levy achava dele. Queria saber o que aquilo significava. Então por que estava sendo tão idiota? Por que estava sendo o Gajeel cabeça dura de sempre? Por que não dizia logo para ela o que queria dizer? Aquelas palavras que o arrebentavam para serem libertas? Não tinha sentido nenhum. Não era hora de ele bancar o insensível. Depois de todas aquelas coisas bonitas que Levy havia dito e que tinham deixado Gajeel tão vulnerável, ele teve certeza do que queria dizer a ela. Então por que não disse? Por que não abriu seu coração?

Levy não tinha mais o que dizer. Qualquer entusiasmo para seguir com a ideia havia evaporado. Não tinha mais sentido. Gajeel fingia que não entendia. Fingia que não aceitava. Levy não podia fazer nada a respeito. Talvez fosse mesmo uma causa perdida.

Foi então que, com o coração na mão, Levy começou a se levantar, sem dizer uma palavra ou sequer olhar para o dragon slayer.

E neste mesmo momento, quando viu que Levy estava desistindo, Gajeel sentiu medo. Isso mesmo. Ele sentiu medo. Medo de que Levy nunca mais olhasse na cara dele. Medo de que ela o ignorasse. De que o abandonasse. De que desistisse de tentar convertê-lo. Medo de perder a única coisa que parecia fazer sentido... E viver o resto da vida sozinho. Naquele momento, Gajeel viu que era ela. Quando estava prestes de perdê-la, ele viu que a baixinha de cabelos azuis tinha significado. Significava que ele precisava dela. Que precisava protegê-la. Precisava do seu amor e carinho. Viu que a primeira e a última pessoa em quem ele pensava no dia era ela. Sentia que era capaz de qualquer coisa enquanto ela estivesse ao seu lado. Percebeu que nunca seria infeliz ou solitário enquanto ela estivesse por perto. O olhar triste de Levy fez com que ele se sentisse mal e percebesse que precisava vê-la feliz. Queria que ela fosse feliz.

Mas ele também tinha medo de não conseguir fazê-la feliz. De não ser bom o bastante para ela. Por isso Gajeel tinha toda aquela relutância. Entretanto, como ele saberia se era capaz, se nem ao menos estava lutando pela causa?

Não. Chega de se esconder, seu merdinha, Gajeel pensou. Eu vou lutar pela causa.

Então, antes que Levy se levantasse por completo, Gajeel segurou seu braço.

Naturalmente, Levy estava decepcionada e irritada, de modo que tentou puxar o braço e ir embora. Mas Gajeel não ia deixá-la ir embora, não mais. Ele trouxe a baixinha para baixo, fazendo-a cair deitada na grama do campo. Gajeel ficou sentado, inclinado parra Levy, segurando os pulsos dela levemente.

— Sim — Gajeel disse baixinho, enquanto Levy tentava estapeá-lo para que ele a deixasse sair.

Levy parou e ficou um pouco confusa.

— Sim o quê?

Respirando fundo, ele olhou bem fundo nos olhos da baixinha — e não para o céu. Se ele ia mesmo fazer aquilo, tinha de fazer direito.

— Sim, eu já me apaixonei por alguém.

Levy congelou. Uma forte brisa fria soprou, fazendo com algumas mechas do cabelo de Gajeel caíssem sobre seus olhos vermelhos. O que ele está fazendo?, Levy perguntou si mesma.

— Ela é irritante — Gajeel continuou. Ele deu um pequeno sorriso. — É também muito inteligente e graciosa. No entanto, ela é bem baixinha, tem um corpo pequeno, e faz parecer um pouco frágil. Isso a faz pensar que é fraca. Mas isso não é verdade. Também não tem um corpão como o das garotas da mesma idade dela, e por isso ela acha que é sem graça e nem um pouco atraente. E isso também não é verdade. Ela é bela de um jeito único, e os cabelos azuis e os olhos amendoados a deixam mais incrível. Não é à toa que dois caras ficam atrás dela como cachorrinhos — ele suspirou, agora sorrindo um pouco triste. — Só que... Eu tenho medo de não ser bom para ela. Quer dizer, eu sou um idiota. Eu a feri uma vez, foi terrível. Tenho medo de não amá-la direito e... E por isso fico agindo como um babaca com todo mundo que fala de amor. E quando ela praticamente disse na minha cara que lutaria por mim, mesmo sendo uma causa perdida, eu continuei sendo um babaca. Sinto muito por isso. — Ele se inclinou mais para Levy, de modo que seus lábios estivessem bem próximos dos dela. — Então, agora respondi sua pergunta?

Gajeel estava esperando que Levy dissesse algo, porque ela realmente parecia querer dizer algo, uma vez que sua boca estava aberta. Mas nenhuma palavra saia. Havia ficado muda. Gajeel arrancou as palavras dela. Não dava para acreditar que ele tinha dito tudo aquilo. Simplesmente... Era impossível! Ninguém tinha gravado aquilo? Alguém precisava ter gravado aquilo, porque, Oh céus, ia entrar para a história.

De qualquer modo, Levy não ia conseguir falar. De jeito nenhum. Não depois da jorrada de confissões.

Então foi por isso que, ao invés de falar, Levy tirou proveito da proximidade dos lábios de Gajeel e os selou aos dela.

Foi um beijo calmo e leve. Eles não precisavam de pressa. Não naquele momento, nem em momento algum. Agora teriam todo o tempo do mundo para amar um ao outro.

— Não entendo como você foi gostar de mim — disse Gajeel após o termino do beijo. Embora Levy não tenha percebido, ele estava um pouco corado por ela ter tido a iniciativa de beijá-lo.

— Pequenas coisas fazem a gente amar até as piores pessoas — respondeu Levy, sorrindo como uma boba.

— Você está insinuando alguma coisa, baixinha? — Gajeel estreitou os olhos.

Levy riu.

— Claro que não.

— E a propósito, você não disse.

— Disse o quê? — Levy franziu o cenho.

— Que me ama.

— Mas você também não disse. Não diretamente, tipo “eu amo você, Levy”.

Gajeel sorriu de lado.

— Ué, preciso dizer?

— E por que eu preciso dizer? — Levy estreitou os olhos.

— Por que eu fiquei com a parte difícil — Gajeel se deitou na grama ao lado de Levy e a puxou para si. — A coisa toda da declaração. Foi difícil pra mim, sabe? Você não tem ideia.

Levy revirou os olhos, rindo em seguida.

Eu amo você.

— Ótimo, nanica — elogiou Gajeel. — Agora eu posso ensinar você a tocar violão quando voltarmos. Depois guitarra. Podemos tocar juntos na guilda e...

— Ah, meu Deus — Levy riu. — Vamos com calma.

— Tudo bem. Você já está presa a mim, mesmo.

Levy balançou a cabeça, sorrindo. Se alguém lhe dissesse no dia anterior que Gajeel e ela estariam daquele jeito, deitados e juntinhos numa maravilha, ela não teria acreditado. Gajeel muito menos.

E como Levy havia dito, pequenas coisas fazem com que nós gostemos das pessoas, independentemente de como for, por mais que sejam as piores pessoas. Porque, quando se ama alguém de verdade, algumas coisas não importam. O que realmente é importante é a felicidade de todos. O amor.

E enquanto Gajeel e Levy tivessem amor, pequenas coisas os fariam felizes.


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Notas finais do capítulo

Ai T-T
Então, gostaram? Comentem o que acharam, o que gostaram, o que não gostaram, por favor :3 Eu finalmente consegui escrever sobre o meu casal favorito, que emoção :')
Agora estou com um projeto de escrever uma fanfic de contos dos casais de Fairy Tail, acho que vai ser um especial de Dia dos Namorados (No Japão é comemorado no dia 14 de fevereiro, então eu acredito que consigo escrever todos os contos até lá) Se coisas não acontecerem para me atrapalhar (como sempre acontecem) vou conseguir. Eu ficaria feliz se vocês lessem :3
Enfim, é isso. Muito a obrigada a todos os leitores que acompanharam, comentaram e favoritaram a história. Sem vocês eu não teria ânimo para continuar.
Um beijo e até a próxima!