Deixe ir escrita por Thalia


Capítulo 12
Na sala da Tormenta


Notas iniciais do capítulo

Eu teeeeenho q me defender dizendo q terminei o cap. ontem sim!! quer dizer, na verdade foi de uma hora da manha, mas ok rsrsrs E q minha tia ja tava me irritando dizendo q eu tinha q dormir, q isso ia atrapalhar meus estudos e tals. Ai eu me irritei e como eu tinha q acordar cedo hj deixei pra postar agr u.u Espero q n tenham ficado chateados com isso, eu sei q eu prometi q ia postar ontem, mas.... bem, fazer o q? O Q IMPORTA E Q O FINAL DESSE CAP. ACHO Q VCS VAO TIPO, SUPER AMAR!! adimito q eu tlvz tenha enrolado um pouco nesse cap. mas, tenham certeza, o sacrificio foi necessario ^-^ boa leitura!
P.S(editado) : gente depois q postei descobri q esse cap. ficou muuuito grande,mas juro, n foi proposital. Entedam q eu descrevi muitos lugares e cenas ai... Morrendo de medo de cansar vcs, mas acho melhor deixar assim msm. Prometo q n ira se repetir, sorry.



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O silêncio parece mais sufocante do que nunca enquanto observo, decepcionada, a demonstração de afeto que se desenrola à minha frente. Incapaz de suportar aquilo por mais tempo, desvio o olhar e me levanto, aborrecida. Repito para mim mesma que eu não deveria estar me importando. Ele não é nada meu, tem o direito de beijar quem ele quiser. Mas estou tão absorta no fato de que ele preferiu beijar ela do que a mim, que minha cabeça parece querer explodir de ciúmes. Por que ela? Por que deixou aquilo acontecer entre nós há apenas alguns minutos então?

Ouço Jack dá um protesto de dor. Imediatamente volto a olhar para ele. Seus lábios estão finalmente afastados dos dela e noto que Anfitria, pelo menos acho que esse o nome dela, está atenciosamente tirando alguma coisa de dentro da ferida aberta. Suas mãos estão cobertas de sangue e logo ela puxa a mão de volta, fazendo Jack dá outro arquejo. Entre os dedos daquela mulher que já odeio, diga-se de passagem, vejo um pequeno objeto metálico na forma de uma grossa agulha.

–Assim está melhor, meu amor. –ela fala, dando um sorriso radiante a Jack. Ele, de fato, parece mais aliviado. O sangue em sua ferida estancou, embora seu semblante ainda demonstre dor.

Uma criatura vai até Anfitria e entrega um pano branco à ela, para limpar as mãos sujas de sangue. Pela primeira vez desde que ela se postou ao lado de Jack, seus olhos cinzentos vão até mim, emanando tanto desprezo que imagino que ela faça questão de evidenciar.

–Vamos conversar em minha sala. –ela fala, entretida. –E quanto a vocês... –ela encara o aglomerado curioso de pessoas que nos observam no círculo à nossa volta. –Continuem se divertindo como antes. A luta acabou. –ela diz, autoritária.

Imediatamente, a discussão começa. Os homens e dançarinas gritam e esperneiam, lançando longos olhares irritados em minha direção. Penso se não seria por que acabei com o favorito deles, Krairan. Os únicos que permanecem impassíveis são as estranhas criaturas espalhadas pelo aglomerado, parecendo imensamente desinteressadas com a situação. Nem mesmo dirigem um único olhar compassivo para seu antigo irmão congelado, colega de trabalho ou seja lá como eles se chamam.

–Deveríamos matá-la, a procurada da Senhora dos Vulcões! –protesta um homem barbudo, falando mais alto que os outros. Arregalo os olhos, surpresa com a ideia. Ele está sem camisa e é coberto de tatuagens nos braços desnudos e musculosos. Seus dentes são amarelados, sua pele é acobreada e os longos cabelos castanhos são secos e desalinhados. Os dedos estão cheios de anéis prateados, toda essa aparência fazendo-o lembrar um pirata... Aliás, percebo tardiamente que todos os homens ali parecem ladrões do mar. Não marinheiros como Jack havia mencionado.

–Ela será a causa de nossos problemas se não a determos! –exclama outro, os olhos radiantes de fúria.

–Do que vocês estão falando? –pergunto impaciente.

–Sua vadia desgraçada. Imogen não pode se tornar imortal de novo, não pode! Vamos matá-la antes que aquela bruxa do fogo o faça! –ouço alguém gritar. Muitos concordam com a ideia entusiasmados e estou pronta para entrar em ação, quando...

–Não! –exclama Jack, aflito. Olho para ele e reparo que, mesmo extremamente fraco, tenta se levantar. Anfitria o detém rapidamente.

–Vou resolver isso para você, amor. –ela fala carinhosamente, o que não melhora nem um pouco meu humor. Jack tenta se mexer novamente, mas seu estado debilitado não permite que ele faça mais nada além de continuar sentado.

–Não admito brigas em meu estabelecimento! –Anfitria exaspera, se levantando- Vocês... –ela olha para os monstros, irritada- Não fiquem ai parados e contenham qualquer um que se oponha a minha ordem.

As criaturas soltam um resmungo que interpreto como uma concordância.

–Vou receber Jack Frost e sua.... –ela olha para mim, áspera- ... acompanhante em minha sala e espero que nenhum de vocês, amados clientes, causem problemas aqui embaixo.

Os homens começam a protestar novamente.

–Anfitria! –o pirata de antes retorna a falar- Isso não foi justo! Krairan teria vencido, se não fosse a intervenção dela- Ele aponta para mim, acusador - É uma tradição!

–Não me venha me falar sobre o que não é justo, Peres! –ela exaspera e levanta a mão com o estranho objeto metálico entre os dedos para que todos vejam. Muitos soltam um suspiro de surpresa.

–Isso é Alium, vocês já devem saber. –ela começa, abaixando o braço- Um metal entorpecedor potente se entrar na corrente sanguínea. Alguém o lançou no braço de Jack antes que Krairan pudesse dar a mordida. Se não fosse por minha infinita bondade e experiência, ele já estaria inconsciente a essa altura.

Todos se entreolham aos cochichos, imaginando quem teria feito tal coisa. Agora entendo o motivo de Jack não ter conseguido segurar Krairan para dar o golpe final. Alguém o acertara primeiro.

–É verdade que a tradição fala que aquele que me procura só tem a direito à pergunta se ganhar o desafio com um de meus Larions. Mas, como ficou bem óbvio, houve trapaça. E eu odeio trapaça. –seu olhar é ameaçador, assim como sua voz. – Quando eu descobrir quem transgrediu minhas leis tão sagradas, eu juro que essa pessoa vai pagar muito caro. –ela completa e o pesado silêncio paira de novo no ambiente.

Olho para trás e percebo que Jack finalmente conseguiu se levantar sozinho, embora ainda pareça um pouco cambaleante. Seus olhos encontram os meus, mas me recuso a encará-lo, fazendo meu olhar recair sobre a horrível ferida em seu braço. Estou quase indo sua direção até que vejo Anfitria chegar primeiro.

–Vamos limpar isso direito, venha. –ela diz em voz baixa, o conduzindo para fora do círculo, as mãos entrelaçadas... Jack se desvencilha dela rapidamente e olha para mim. Seria culpa em sua expressão? Bem, seja o que for, desvio novamente o olhar, o que me distrai. Imediatamente, sinto alguém puxando as minhas mãos para trás, prendendo-as. Não tinha percebido o quão perto tinha ficado dos piratas.

–Morte à controladora de gelo! –ouço uma voz masculina eufórica gritar atrás de mim, provavelmente o que me agarrara. Um coro de vozes se juntam a dele, animados com a possibilidade.

Estou pronta para revidar com meu poder, até que um homem desdentado e sorridente surge em minha visão e amarra uma bandana negra sobre meus olhos. Sinto algo pontudo contra minha garganta

–Se usar um de seus truquezinhos, vou matá-la no mesmo instante! –ouço outro pirata sussurrar em seu ouvido. Sinto o hálito fétido e quente de bebida. Não grito e nem faço algo que demonstre medo, apesar de eu estar apavorada. Presto atenção nos gritos e murmúrios que preenchem o salão, pensando em um plano para escapar. Ouço Jack gritar alguma coisa e o barulho de gelo se formando.

–Eu deveria me importar? –pergunto, tentando ganhar tempo –Você não vai me matar de todo o jeito? –ironizo.

O pirata parece não ter gostado muito da resposta, pois aperta ainda mais a lâmina contra minha pele. Sinto o filete de sangue escorrer por ela. O que ele está esperando para acabar comigo, afinal? Não que eu esteja reclamando, é óbvio.

–Ordene que a soltem, Anfitria! –Jack grita, parecendo estar fazendo força para se soltar de algo forte.

Ouço Anfitria hesitar com o pedido.

–Jack... pense bem. Eles estão certos. –ela recruta, contrariada. –Seria melhor garantir logo que Imogen apodrecesse e morresse como uma reles mortal. Deixando a garota viva, estaríamos dando uma chance para a Senhora dos vulcões voltar à imortalidade...

–Não quero saber, ordene que a soltem agora! –Jack interrompe, áspero, ao mesmo tempo em que escuto o barulho ensurdecedor e lamentoso de um rosnado desumano. Jack parece ter dado conta do que o prendia.

–Se você se aproximar mais um passo, eu corto a garganta dela! –ameaça o homem que está com a faca em meu pescoço. Há gritos, socos, vidros se partindo, barulho para todos os lados. O salão virou um verdadeiro campo de batalha. Ouço os gritos histéricos das dançarinas e homens sendo derrubados. As criaturas resolvem obedecer Anfitria, pois escuto seus resmungos desumanos e os piratas gritando de agonia enquanto eram provavelmente dilacerados por descumprirem as regras.

–Estou avisando, nem mais um passo! –alerta o pirata, embora sua voz pareça um pouco trêmula. O outro homem que prende minhas mãos as agarra com mais força e minha paciência se esgota. Da minha mão esquerda, lanço minha magia contra o que está me agarrando, fazendo-o gritar de surpresa e imediatamente, ele me solta, cambaleando para trás com as mãos provavelmente congeladas.

Eu poderia ter sido morta nessa hora.

Assim que o pirata se afasta, lembro do outro que está ao meu lado e sua promessa de me matar se usasse meus poderes... Foi apenas um segundo. Um segundo para que eu percebesse isso e sentisse a lâmina quase penetrar de vez a minha pele instantes antes dela cair no chão, assim como seu dono.

Tremendo, retiro rapidamente a bandana de meu rosto a tempo de ver as brigas corpo a corpo entre os piratas e Larions que acontecem em praticamente todos os lugares do salão. Não vejo sinal de Anfitria, o que acho estranho. Olho para a esquerda e meu estômago embrulha: O homem que pôs a faca em meu pescoço agora jaze morto, com os olhos vidrados, e uma estaca de gelo no meio da testa ensanguentada.

“Jack”, penso automaticamente. Procuro-o no meio da confusão e logo vejo seus cabelos brancos a uns dois metros de mim. A camisa dele está praticamente toda molhada de sangue. Engulo em seco, preocupada. Ele precisa de pontos, o corte ainda está aberto. Seu cajado repousa novamente em sua mão direita e ele se aproxima de mim, o semblante preocupado.

–Elsa. –ele diz e antes que eu pudesse responder, ele me toma em um abraço. A princípio, meu corpo enrijece tamanha é minha surpresa com aquele gesto inesperado. Pouco a pouco, levanto os meus braços e retribuo, hesitante.

–Eu achei que...por um momento pensei que você.... –ele diz, a voz falha, mas não se permite continuar. Aperto ainda mais o seu corpo contra o meu e ele retribui sem pestanejar.

A sensação é.... maravilhosa. Naquele único e inesquecível instante, esqueço Anfitria, o beijo que pareceu me corroer por dentro, toda a mágoa. É evidente que isso não dura muito e o ciúme toma novamente conta de mim, fazendo-me me afastar dele, talvez um pouco rápido demais.

–Como você está? Está machucada? –ele pergunta, preocupado e logo seus olhos encontram o corte em meu pescoço. Ele cerra as sobrancelhas e puxa delicadamente meu queixo para cima para ver melhor.

–Aquele canalha. –Jack fala, olhando para o homem morto ao meu lado.

–Você está preocupado comigo? –pergunto, incrédula- Jack, olha seu braço!

Ele disfere um olhar rápido para o lugar da mordida, mas logo balança negativamente a cabeça.

–Eu vou ficar bem. –ele dá um sorriso torto, apesar de isso não me enganar. É evidente que ele ainda sente muita dor e tudo que quero é ajudá-lo. –Graças a você. Salvou minha vida naquela hora, obrigado. –ele fala.

Hesito, incerta do que responder.

–Bem... você também já salvou a minha três vezes contando com essa e eu... –abaixo a cabeça, envergonhada- Nunca agradeci.

–Está tudo bem... –ele começa, mas imediatamente o vejo cambalear, o corpo se apoiando no cajado e rosto ficando cada vez mais pálido.

–Precisamos cuidar disso agora, Jack! Você perdeu muito sangue! –exaspero, o ajudando a se manter em pé. Estou desesperada por que não sou muito boa em cuidar de ferimentos.

–Anfitria, precisamos... falar com ela. –ele fala e me forço a não me afastar dele ao som daquele nome.

Suspiro, tentando controlar minha irritação.

–Onde ela está? –pergunto, de má vontade.

–Lá em cima. –ele aponta para uma longa escadaria no fundo salão e imediatamente começo a ir naquela direção. Peço para que Jack me deixe ajudá-lo, mas ele recusa.

Olho para a confusão de homens e Larions que pouco a pouco começam a se acalmar. Ninguém repara muito em nós enquanto andamos. Estão muito preocupados com seus próprios ferimentos. Muitas mesas foram destruídas ou viradas e as dançarinas não se encontram em lugar algum. Há poças e mais poças de sangue fresco em diversos pontos do salão e vejo, com pesar, homens se contorcendo de dor no chão, à beira de morte, com os braços e pernas arrancados... Uma visão que fez meu estômago revirar. Isso sem falar no estado dos corpos dos que estão mortos... Vejo também seis ou sete piratas e Larions transformados em estátuas ou com o corpo azulado e rígido familiar.... Outros piratas estão saindo rapidamente por uma antiga porta de madeira que provavelmente deve ser a saída, com os rostos aterrorizados de medo. E não é sem razão.... Os Larions não parecem ter gosto para carne humana, mas percebo, assustada, que gostam de estraçalhar completamente suas vítimas. Eles com certeza seguiram à risca a ordem de Anfitria e agora passeiam pelo salão, recolhendo os corpos de qualquer jeito e os amontoando a um canto afastado. Seus dentes estão encharcados de sangue, mas fora isso parecem perfeitamente bem.

Faço-me uma pergunta silenciosa do motivo que levou a provável dona daquele lugar horrível a abandonar o salão em um verdadeiro estado de caos... mas duvido que ela ligue muito para a quantidade de mortos. Com os móveis quebrados, talvez.

Quando chegamos ao final da longa escada, estou diante de apenas uma enorme porta dupla amarela queimada, enfeitada por pequenas conchas coloridas em diversos pontos. Flores que eu nunca vira na vida estão postas em vasos de pedra brancos e pontuam os dois lados de uma sacada que fica de frente para a porta. Através da sacada, tem-se uma perfeita visão de todo o salão, agora destruído...

Um Larion, o maior que eu já vira e muito mais agressivo, está posto ao lado da porta, a guardando. Além da diferença de altura, algo em seus olhos amarelos o faz parecer ser dotado de uma certa inteligência, me fazendo achá-lo um pouco menos “desumano” do que os outros.

Ele nos olha carrancudo quando paramos à sua frente.

–Apenas o ganhador do desafio pode entrar na sala de Anfitria, a Tormenta. –ele fala, determinado, a voz rouca e ameaçadora que faz meu corpo estremecer.

–Acho que ela não se importaria. –Jack fala, com um sorriso torto. –Agora nos deixe passar. -completa, já seguindo em direção a porta, que é rapidamente bloqueada pelo Larion.

–Não ouse desobedecer as leis sagradas, Jack Frost. Levamos ela muito a sério por aqui. -ele diz.

Jack suspira, irritado.

–Ora, vamos. Ela deve ter permitido, não? Você a ouviu... ela disse que iria receber os dois. –insisti.

O monstro apenas o encara com os braços cruzados, o desafiando a descumprir as regras. Tenho a péssima impressão de que ele nunca nos deixaria passar e não acho que seria benéfico nos envolvermos em mais uma briga. Preciso encontrar minha família e se isso é um dos preços a pagar, eu o pag de bom grado. O que eu não posso aceitar é perder mais tempo enquanto Anna, Kristoff e Olaf sofrem nas mãos de Imogen.

Jack está pronto para discutir, até que o interrompo.

–Está tudo bem, Jack. Eu espero aqui. Quanto menos demorarmos, melhor. –falo, lançando um olhar irritado ao Larion, que apenas continua impassível.

–O quê?! –ele diz, incrédulo- Não, Elsa, isso nem chega a ser uma alternativa.

–Jack... –falo, séria- Você tem que tratar desse braço e ainda precisamos da pista sobre minha família!

Ele hesita, mas logo balança a cabeça negativamente.

–Ele é um problema, Elsa. – retruca, olhando para o Larion. –E ainda tem os outros lá embaixo... Como posso confiar que nada aconteça a você? Vou estar muito longe, porque isso- ele aponta para a porta- é na verdade um portal para o mundo dela... e eu não vou suportar se souber que você se machucou por causa da minha negligência.

Me surpreendo com suas palavras, apesar de já ter recebido provas suficientes de que ele realmente se importa comigo. Mas ouvir aquilo de sua boca, é quase como se ainda estivéssemos naquele lugar mal iluminado: as barreiras de meu coração ameaçando tombarem para dar lugar a um sentimento agradavelmente novo e intenso, que ainda assim me recuso a admitir com todas as letras...

–Vá... –falo, suave, me aproximando e tocando-lhe o rosto- Eu estarei aqui quando voltar, sei me defender muito bem sozinha.

–Tenho medo de deixá-la... –ele fala, segurando minha mão com a sua.

–Minha família, Jack... Confie em mim. –sussurro e imediatamente vejo algo mudar em sua expressão. Ele está com dúvida.

–Não vou ficar observando os dois trocando carícias... –o Larion fala, ríspido. –Se quer saber, eu não vou tocar na garota, ela pode ficar aqui esperando, se assim quiser. Mas Anfitria já o espera e é bom você não demorar.

Abaixo o braço e aceno com a cabeça em concordância para Jack. Ele me lança um olhar preocupado e percebo que se controla muito para não voltar atrás enquanto abre a porta. Visualizo a mesma imensidão negra de antes dentro dela e logo depois ele a atravessa, desaparecendo.

Dou um suspiro cansado e nervoso, ansiosa para descobrir alguma coisa sobre o misterioso raptor da minha família e admito, com medo do que viria a seguir, agora que eu estou sozinha.

~Narrador

Foi a muito custo que Jack se convenceu de que aquele tinha sido o único jeito de conseguir pistas sobre o paradeiro do sequestrador. Conhecia há décadas o tamanho do ciúme de Anfitria e no fundo realmente duvidava que ela deixasse Elsa, uma mortal, adentrar em seus domínios. Mas isso não impediu que uma imensa preocupação e culpa preenchessem seus pensamentos enquanto sentia seu corpo sofrer a familiar compressão dentro do portal. Ela estava lá... sozinha... em um lugar de estranhos e criaturas assassinas. Ficou admirado em saber que ela possuía tanta coragem, mas não surpreso. Afinal, o amor por sua família era suficiente para que ela fizesse coisas que arriscavam sua própria vida e ele tinha certeza que Elsa daria a vida por eles... O que o preocupava. Tinha conhecimento da armadilha que Imogen estava criando para ela e ficava com medo que algo acabasse saindo de seu controle e Elsa acabasse tendo de escolher... uma escolha que ele rezava e faria de tudo para que ela não realizasse.

–Jack! –exasperou feliz Anfitria, se levantando euforicamente do divã, quando o imortal atravessou o portal. Se encontrava agora em um espaço amplo, um luxuoso quarto e fechado nas profundezas do oceano. O piso era de um magnifico calcário azul escuro. As paredes eram de pedra branca, que continham muitos desenhos feitos por mãos habilidosas representando navios em furiosas tempestades no meio da noite. Nas grandes janelas circulares, fechadas por um material transparente, era possível observar as profundezas negras do oceano, assim como no teto, onde se podiam ver criaturas que nunca seriam descobertas pelos homens, nadando tranquilamente naquelas águas desconhecidas. O objeto que mais se destacava no ambiente era uma grandiosa estante de madeira polida, onde repousava incontáveis navios minúsculos, todos os que Anfitria, a Tormenta, afundara por puro prazer...

Jack deu uma rápida olhada naquele quarto que infelizmente lhe era tão familiar e se conteve para não recuar enquanto Anfitria beijava-lhe os lábios. Já estava impaciente para sair daquele lugar com a pista de que precisava e o lugar da mordida do Larion ainda doía, como uma tortura, um lembrete do que ele tivera que passar para chegar até ali.

–Ah, vamos tratar logo disso. –ela lembrou, olhando para a ferida em seu braço. Para alívio de Jack, Anfitria se afastou até uma outra estante na extremidade do quarto, só que menor, e de lá tirou um pequeno frasco com um líquido branco pastoso.

–Tome isso para ajudar a restituir a quantidade de sangue perdida em seu corpo. Eu nem sei como você ainda não desmaiou, parece bastante pálido… –falou, preocupada, voltando para perto dele.

–Obrigado. –ele disse, aceitando o frasco e bebendo todo líquido em um gole só. Não sentiu nada além de um formigamento no corpo, mas sabia que logo faria efeito.

–Você poderia muito bem ter vindo só para me visitar, como sempre fez. O pouparia desse problema doloroso. –Anfitria disse, enquanto Jack retirava a camisa ensanguentada e se sentava em uma cadeira próxima.

–Mas, não.... –ela provocou- se pôs ao risco de lutar com um de meus demônios apenas para satisfazer o desejo daquela mortal irritante.

–O nome dela é Elsa. –Jack responde, um tanto rude, deixando Anfitria fazer habilmente os devidos pontos em sua ferida. Doía muito, mas ele se recusava a deixar transparecer isso.

–E isso importa? Eu a odeio.

–E ela não me pediu para fazer nada, está bem? –ele continuou, impaciente- Estou a ajudando a procurar a família. Você já deve ter ouvido falar que sumiram, não é? Todo o mundo imortal agora sabe disso. É sobre esse sequestro que quero perguntar... Não me olhe desse jeito, é um direito meu agora. Você mesmo anunciou a todos que foi como se eu tivesse ganhado.

Anfitria apenas voltou a se concentrar nos pontos, irritada, já sabendo o que viria a seguir.

–Acho que sabe mais sobre o paradeiro deles do que quer me falar. Afinal, foi seu irmão que os sequestrou, a pedido de Imogen. Sabe se ele os levou até uma ilha pouco conhecida ou... Ai! –ele arquejou, sentindo com extrema dor a agulha penetra sua pele com força.

–Ah, me perdoe. –ela se desculpou, apesar de seu tom ser sarcástico- Sabe, Jack, por que se envolver nisso? Se quer que eu seja franca, você não ganhou o desafiou, não importa se foi injustiçado. Minhas regras se baseiam em fatos e não em situações hipotéticas. Você iria ganhar, mas isso não aconteceu, portanto, não tenho nenhum dever de responder a sua pergunta.

–Anfitria... –Jack falou, imaginando que ela iria usar esse argumento. –Por favor, é importante. –ele se levantou bruscamente, fazendo-a interromper a costura e se aproximou dela, sério. –Se Elsa perder as esperanças de encontrar a família, ela vai se render, eu tenho certeza disso. Você quer que a Imogen se torne imortal de novo? Novamente, a Senhora dos Vulcões tentando destruir a Mãe terra, você quer isso de novo? Sabe que quando a Mãe terra entra em guerra, todo mundo se prejudica.

–Você sabe que não quero nada disso. Mas também não sou uma serva da Mãe terra. Pouco me importa o que acontece com ela se posso a qualquer hora me retirar da terra firme e permanecer no mar, minha verdadeira casa. - ela disse, arrogante.

–Eu também não sou um servo dela, Anfitria. –Jack insistiu- Mas são muitas vidas em jogo e se Imogen conseguir concluir seu plano...

–Foi por isso que eu disse! Mate a garota e nos livramos da bruxa do fogo! –ela retrucou, impaciente.

–Isso está fora de cogitação! –ele exasperou, a voz cheia de determinação.

–Ah, é? E por quê? – disse, enciumada. Jack apenas hesitou e ela sentiu sua insegurança quanto aquele assunto- Está se importando muito com essa garota, Jack Frost. Não estaria por acaso se apaixonando por essa menina mortal, estaria? –ela debochou, descrente.

–E se estiver? –Jack disse e imediatamente a expressão de Anfitria mudou, revelando pura incredulidade e decepção.

Jack se permitiu continuar.

–E se estiver, Anfitria? Não é algo que eu possa escolher! -ele admitiu, transtornado.

Ela, chocada com a descoberta, se sentou no divã, dilacerada por dentro. É claro que sabia que Jack sentia uma atração pela mortal, mas achava que era apenas isso. Mais dia ou menos dia, ele voltaria para ela, como sempre. Porém, estava errada. Jack amava aquela garota, podia ver essa dura verdade em seus olhos.

Respirou fundo e fez o que sabia que seria certo, apesar de odiar a ideia.

–Você está certo. Meu irmão os levou para uma ilha. Kaleses, é o nome dela. Não me pergunte onde fica, eu não saberei responder. –ele disse, ríspida- É ele quem a controla.

Imediatamente, Jack se postou ao seu lado. Surpreso por ela decidir colaborar e atento com cada informação que lhe contava


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Notas finais do capítulo

aii, ele admitiu gente *-* Bem... SO FALTA AGORA ELE FALAR ISSO PARA A GAROTA CERTA, NÃO É? kkkkkk u.u comentem pessoal, me deixem feliz! o oque vcs acham? A Anfitria levou um fora, cara isso foi muito lindo de escrever, ok eu n a matei, mas ela ainda sera util na historia... Tipo, uma Anfitria já e chata, mas uma Anfitria de coração partido E PIOR AINDA vcs nem imaginam rsrsrsrs Mais uma vez, peço q me desculpem pela demora e decidi n fazer mais prazos D: Pq? simplesmente pq eu ODEIO quando eu n consigo cumpri-los, tipo nesse cap. e no outro. vcs estão com expectativas ai chegam la e n ha cap. novo, acho q deve ser chato isso. Vou fazer assim, no minimo a demora sera uma semana, mas n vou poder da um dia definido e vou fazer o possivel para n demorar demais!! Para vcs ficarem curiosos... vou logo adiantando, no próx. havera uma festa, ( e q festa u.u) e vou mostrar a vcs um pouco sobre a Anna e quem a sequestrou.. (irmão de Anfitria hmmm, sera q ele e q nem a irmã??) . bem, é so isso pessoas! . Ate a prox. ^-^