Between us escrita por IS Maria


Capítulo 40
Que tipo de homem ama dessa maneira ?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581116/chapter/40

Eu não conhecia meus limites, não sabia o quanto poderia suportar... talvez, nem mesmo conhecia a dor. Ali, me encontrando em um vestido bonito, os olhos vermelhos, inchados, com o coração em mãos, eu já nem mais sabia o que fazia sentido. Sabia que tudo doía e que aquela dor que eu não sabia de onde vinha, doía mais do que qualquer dor física que eu já havia sentido antes. Mesmo agora, o tendo em meus braços já sem vida, eu não podia deixar de o amar, não podia deixar de sentir e não queria o deixar ir... Eu que acreditava que quando encontrasse o amor estaria salva, mal fazia ideia que o mesmo pudesse fazer com que eu me perdesse por completo.

Por mais que soubesse que algo aconteceria naquela noite, não acredito que tenha me preparado nem para o terço do que fui arrebatida. Surpresa é pouco, quando me encontro mais do que arrasada. Eu tinha me arrumado e ido até aquele lugar, onde eu jamais havia desejado estar, tinha encontrado a todos e então surpreendida por uma série de acontecimentos... tudo foi tão rápido que mal tive tempo de reagir... o melhor teria sido não reagir.

Eu tinha os encontrado assim que deixei o carro. Me esperavam na porta do salão como se eu houvesse demorado anos, olhando-me em seguida com alivido. Aquele que eu sempre amei e aquele que eu tinha aprendido a amar. Quis manter a pose diante aos dois, porém, assim que meu tornozelo se firmou contra o chão, fui atingida por um choque de dor. Me apoiei contra o carro enquanto praguejava, agora eu nem mais sabia como chegaria lá dentro. Os dois me alcançaram e um se colocando em cada lado, me ajudaram a firmar a ponto que eu pudesse caminhar. Os olhares se voltaram para nós, claro, eu estava acompanhada dos mais belos e podia sentir o quão invejada eu era.

Meu coração batia rápido, porém eu não sabia quem era o culpado. Me sentia muito mais segura do que o normal e foi preciso um certo choque de realidade para que eu me lembrasse do que eu trazia preso à minha perna. De repente aquilo começou a me incomodar. De alguma maneira, senti que passei a ser observada com mais cautela, como se soubessem meu segredo. Talvez fosse apenas paranóia, eu jamais havia feito algo do tipo, ou talvez apenas desejavam de fato me observar com um cuidado maior. Fiz os cumprimentos a quem devia e logo me sentei, sabendo que não poderia abusar do apoio dos dois durante a noite toda. Tudo estava muito bonito, porém, não era a decoração que havia me chamado a atenção. Era estranho estar diante dos dois homens que amo, é estranho não saber quem me deixa mais nervosa, mesmo sabendo quem se destaca em meu coração. Sorri, mesmo sem perceber que sorria, talvez aquela noite não terminasse de maneira tão trágica quanto a que eu havia fantasiado.

O desfile estava magnifico, porém, eu não havia visto nenhuma das roupas da coleção que haviam sido separadas para mim.

– Ela não encontrou ninguém que se saísse melhor do que você - Disse Patch, enquanto sussurrava próximo ao meu ouvido.

– Espero não ter causado problemas. - Disse sentindo um certo pesar, afinal a imprudência havia sido minha.

– De alguma maneira... eu fui o motivo, porém, dei um jeitinho. - Ele piscou para mim, mesmo sabendo que aquilo me aborreceria.

– Não teve culpa se eu...

– Eu ainda sei como ganhar o coração da minha mãe - Cortou-me, abrindo um belo sorriso em seguida.

– Não apenas o da sua mãe... - sussurrei, enquanto refletia para mim mesma. De alguma maneira, aquele que não viera com nada, acabou fazendo com que eu me perdesse de uma maneira inacreditável.

– Digamos que eu precisava de um coração - tocou meu rosto gentilmente - Já que perdi o meu para você. - Completou, fazendo-me vibrar por completo.

Eu não sabia o que deveria dizer em seguida, na verdade, nem parecia haver algo para ser dito. O silêncio se estabeleceu entre nós, porém não era constragedor, era acolhedor e agradável, de maneira que eu poderia livremente o olhar nos olhos e me disfrutar dos sentimentos que ele dispertava em mim, sem sentir nenhuma culpa, agora que eu havia me confessado. De relance havia visto Alex me observando, aquilo tornou a me deixar ansiosa, uma vez que esperava por aquilo que ele havia tentado me preparar. Tentei me concentrar nele por alguns segundos, mas fui chamada por meu pai em seguida... como se aquilo já não fosse suspeito o suficiente. Havia um bom tempo que eu não ficava sozinha com ele e seu semblante agora, me indicava que não estava ali para lançar a boa nova.

– O que foi ? - Eu poderia fazer rodeios, mas já estava nervosa o suficiente.

– Jura que não sabe o que foi ? - Seu tom era grosso o suficiente para me deixar confusa.

– Pai... - comecei, completamente perdida.

– Não foram suficientes seus modos irresponsáveis dos primeiros dias, para se vingar precisava ir mais longe ? - Continuou, cada vez mais cheio de raiva.

– Eu não faço a menor ideia do que está falando... - Disse, cruzando os braços e tentando permanecer calma.

– Então não sabe que é o seu namoradinho que vem causando toda a nossa dor de cabeça ? - Levantou brevemente o tom de voz. Arregalei os olhos, ainda sem fazer a menor ideia do que ele se referia e então jogou a minha frente, uma série de fotos e documentos. Demorei um certo tempo para compreender o conteúdo, porém, uma vez que havia compreendido, senti meu sangue aos poucos parar em minha veia.

– Isso... isso... não é verdade - joguei tudo novamente sobre a mesa, levei as duas mãos a cabeça e senti meus olhos arderem. - É mentira! - Gritei.

– Isso não são conclusões de uma noite, Alice. - Resmungou.

Olhei para a foto que associava Oliver a um dos homens próximo ao meu pai que foi morto. Não podia ser verdade, eu não me permitiria desconfiar dele novamente. Eu sabia que ele me daria uma explicação decente, que tudo se resolveria e que ficaríamos bem como antes, porque isso é apenas mais uma conclusão tirada, mais uma maneira diferente de ver as coisas, mais uma grande confusão. Levei minha mão a perna e tirei a arma, balançando a cabeça e abrindo um grande sorriso.

– É apenas uma grande confusão - Disse, solunçando em seguida.

– Alice - Meu pai começou, claramente assustado. - Onde conseguiu isso ... ?

– Fique tranquilo papai... eu vou provar que ele não fez nada. - Continuei sorrindo, eu sabia que o meu Oliver não havia matado ninguém.

Eu ainda mancava por causa do meu tornozelo quando sai da sala, porém, ainda conseguia andar sem grandes dificuldades. Parei ao alto, com uma ampla visão para a plateia que assistia ao desfile em baixo. Eu sabia que só precisaria esperar alguns segundos e ele me encontraria, sim, eu sabia que seus olhos encontrariam os meus. Ele me viu pouco depois, estava assustado e surpreso, havia sido o bastante. Sai em direção a corredores que nem mesmo eu conhecia e esperei que em pouco ele me encontrasse. Estava escuro e eu podia sentir o cheiro de poeira cada vez mais intenso, porém, eu precisava ter certeza... eu sabia ... que não havia sido ele... que não poderia ser ele.

– Alice - Sua voz ressoou contra os corredores, fazendo-me parar rapidamente. Voltei-me para ele, sabendo que meu rosto agora deveria estar horrível.

– Amor - Disse, forçando para abrir um sorriso.

– O que aconteceu ? - Ele se aproximou e aos poucos me puxou para seus braços.

– Nada...- Sussurrei contra seu peito. - Amor... - comecei, enquanto ele acariciava minha cabeça. - Diga-me que não foi você... - Sussurrei enquanto pousava a arma em seu peito, sentindo-o hesitar por alguns segundos.

– Não fui eu... ?

– Você sabe... não foi você quem matou todas aquelas pessoas. - Continuei, acalmando-me cada vez mais. - Ou me machucou todas aquelas vezes...

– Alice...

– Diga que não foi você... - Sussurrei e então tudo parou. Uma pausa extremamente silenciosa e em seguida, uma risada mais grossa do que o normal de sua voz.

– Você ao menos sabe como usar isso ? - Perguntou enquanto segurava o meu pulso. Levantei o olhar, surpresa e então me deparei com um olhar negro, frio e sombrio.

– Oliver...

– Alice... isso é um mundo de homens - soltou-me. - Claro que, meu alvo era apenas o seu pai, porém, você se colocou no meio e tornou o meu julgamento muito confuso...

– O que... ?

– Porém, soube o quanto você o odiava, então eu tentei te deixar de fora disso... claro que eu já tinha a jogado do pier... mas decidi a deixar de for mesmo assim. - Se aproximou novamente, acariciando meu rosto. - E então você começou a mudar seu coração, sabe o quão magoado eu fiquei por saber o tipo de relacionamento que mantinha com o seu irmão ?

– Foi você ? - As fotos ... A dor...

– Tive que pagar alguém para te ensinar uma boa lição. - Cruzou os braços. - Mas, já era tarde e eu também não pude suportar aquele homem imundo colocando as mãos em você. - Dizia, como se estivesse imerso em seus pensamentos.

– Aquilo... não pode ter sido você... - Cai ao chão, como se tivesse sido novamente atingida pela dor que senti naquela noite.

– Eu sofri também... foi o preço que paguei por me apaixonar por você - Se abaixou diante de mim. Ele parecia extremamente assustador. - Eu não podia te ver com seu irmão e não podia acreditar que você pretendia levar o relacionamento de vocês dois adiante... eu tentei matar você tantas vezes... - Se aproximou, colocando meu rosto em suas mãos. - Mas... acabei por te amar. - Me beijou. - Pois é... eu amo você... - continuou a me beijar.

Um desparo e sangue... muito sangue...

– Eu também amo você... - sussurrei, enquanto segurava seu corpo contra o meu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Between us" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.