Between us escrita por IS Maria


Capítulo 4
Mrs. Piss me off


Notas iniciais do capítulo

Bem vindas as leitoras novas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581116/chapter/4

Não podia controlar a sensação de euforia que havia me dominado assim que eu pisara na escola . O dia passado havia sido um tanto vazio , na mesa de jantar eu fora obrigada a despejar para todos o que tenho vivido durante os dez anos de minha vida nos quais meu pai nem sequer teve contato . Provavelmente fora o mais cansativo de todos os diálogos que eu já tivera em toda a minha vida . Eu não o culpava , na verdade nem um dos dois , por desejarem de certo modo se aproximar . Para eles dessa maneira tudo ficaria ainda mais confortável , mas o que não notam é que a cada vez que sou forçada a permanecer no mesmo ambiente em que eles ... É pior do que tortura .

Naquela manhã eu havia sido forçada a usar metade do uniforme e a gravata que me cercava o pescoço apenas parecia se fechar cada vez mais contra minha pele , sufocando-me aos poucos . Saber que eu era o centro das atenções me incomodava de certa maneira , mas ignora-los foi o caminho que decidi seguir . Havia apenas algo que eu não conseguia evitar ... Algo não ... Uma coisa . Me encostar no armário e dar de cara com aquele que obviamente me aguardava , era de fato a pior maneira de se começar uma manhã . Suspirei fechando os olhos sentindo a ausência do meu copo de café - sim , novamente eu havia saído sem sequer olhar para mesa posta - e me recompus ... É apenas um dia ruim , não uma vida ruim . Esse de fato teria de se tornar o meu mantra , pois dias piores do que aquele viriam .

– Suas olheiras anunciam a noite maravilhosa que teve - disse ele fazendo menção de tocar o meu rosto . Segurei sua mão o impedindo de encostar em minha pele e involuntariamente gemi .

– Jamais me toque - disse depois de uma longa pausa . Eu sinceramente não estava a fim de um chato no meu pé . Talvez em qualquer outra situação eu teria amado ter ele ali , me bajulando e o caralho a quatro , mas aquele não era um daqueles anos .

– No último dia , implorara pelo meu toque - disse ele sorrindo enquanto provocava-me ainda mais . Talvez eu devesse voar sobre ele cravando minhas unhas em seus olhos e sugando todo o azul deles , sei lá , só acho que deveria considerar fazer isso .

– Não sei a que está acostumado ... Mas eu não sou nada parecido com aquilo que você já provou - disse enquanto o cutucava . Ele abrira um sorriso enquanto fixava seus olhos em mim .

– Eu sei - disse ele levando sua mão a minha . - Vamos - disse ele me puxando . Não podia deixar de notar que ele ao meu lado apenas atraia ainda mais atenção , aquilo me deixou claramente constrangida , mas não adiantava puxar o meu pulso em uma tentativa de me soltar , ele simplesmente era mais forte .

Fizera com que eu me sentassem à frente dele na mesa do refeitório apenas para que me fitasse o suficiente para que eu me irritasse . A calma com que ele respirava estando diante de mim , observando-me com um certo “ que” de curiosidade nos olhos começou a me dar nos nervos , suspirei e me levantei mas em seguida levou sua mão ao meu braço e fez com que eu me sentasse novamente .

– Eu não tenho todo o tempo do mundo - disse enquanto tentava retirar meu pulso de suas mãos . Ele apenas continuava a me olhar com a mesma curiosidade nos olhos .

– Eu sei como eu deveria te olhar ... Mas simplesmente não consigo - disse ele sorrindo e então me puxando novamente . Pessoas como ele realmente me incomodavam. Eu não sabia aonde pretendia me levar em seguida, mas aquilo me parecia um jogo que eu não estava disposta a jogar - Vamos brincar um pouquinho - disse ele enquanto me encostava na parede . Naquele momento foi como se tudo ao meu redor simplesmente congelasse , eu sempre fui fraca com qualquer coisa do tipo ... Foi por isso que não pude impedir o seu beijo , simplesmente deixei que ele me sufocasse pois ali eu claramente não estava no controle .

– Idiota - disse o empurrando assim que pude novamente sentir minhas mãos . Sai correndo ainda sentindo tudo em minhas pernas , encostei - me em um canto e levei a mão aos lábios . Eu não podia ignorar a sensação ruim que aquilo provocara .

Patrick não me saía nem por um segundo da cabeça . Talvez por eu jamais ter me deparado antes com alguém tão doente e impulsivo feito ele , alguém que achava possuir o direito de beijar alguém depois de terem acabado de se conhecer , ele não se encaixa em nada daquilo do que estou acostumada ... Por isso não compreendo porque ele me parece ser tão familiar . Odiava a sensação de não estar no controle como eu sentira agora a pouco , suas mãos em mim segurando-me de uma maneira que evidenciava o quão impotente ele me deixava, a maneira como seus olhos pareciam conhecer a mais profunda verdade e como ele congelou meu mundo em alguns segundos, eram provas de que ele poderia ser uma grande ameaça ao que eu havia demorado anos para construir . Me dominou de certo modo como se soubesse exatamente o que deveria provocar, como se conhecesse meu corpo o suficiente para brincar com ele, isso apenas me faz o detestar cada vez mais.

– Eu quebrei você, não ? - disse ele me surpreendendo de supetão . Me assustei e tentei sair , mas sua mão alcançou meu pulso e me impedira de prosseguir . Revirei os olhos frustrada novamente . - Hoje você é minha .

Ali eu havia perdido o direito de opinar . Jogada dentro do carro daquele maluco desconhecido , nada me passava pela cabeça além da necessidade de sair dali . Eu claramente não tinha escolha, a não ser que me jogasse do carro em movimento. Não sabia se minha " família " se preocuparia o bastante para me procurar, porém minha intuição nega qualquer possibilidade, o que me deixa sozinha nas mãos de um doente. Tinha muito sobre ele que me intrigava, a vontade de o conhecer um pouco mais, de desejar saber quais eram os seus planos para mim, fizera com que eu apenas me calasse e deixasse ser levada, mesmo sabendo que eu poderia acordar em uma banheira cheia de gelo, sem meus rins.

Era irritante a cada momento que ele se desviava da estrada para olhar para mim como se desejasse que eu ao menos dissesse algo . Aquilo definitivamente nunca tinha acontecido comigo então eu não saberia como reagir nem se quisesse . A verdade é que a cada vez que estou perto dele o vejo ainda mais como um completo idiota , o problema é que não há exatamente uma maneira de escapar . Pois ele não entende o recado ... Como esperado de qualquer retardado .

– Aonde vamos ? - perguntei ao perceber que ao nosso redor não havia nada além de um completo vazio .

– Eu a levarei para me conhecer - disse ele abrindo um sorriso .

– Eu não o conheço , não faço ideia do que deseja e não sinto vontade e fazer parte da sua vida ... Então porque eu ? - perguntei fazendo-o me olhar por alguns segundos .

– Se você soubesse perderia a graça não acha ? - disse ele piscando .


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor não deixem de comentar , porque é a opinião de vocês que me incentiva a escrever ... CoMeNtÁrIoS ?? *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Between us" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.