–Oi Esther! – Henrique exclama sorrindo para mim.

–Boa noite – Digo sorrindo.

–Como você esta? – Henrique pergunta sentado do meu lado.

–Deslocada – Digo rindo um pouco.

–Entendo...

E assim acabou mais uma maravilhosa conversa que eu tive com Henrique (ironia, você por aqui? Boa noite!), eu me sinto uma idiota! Eu sou a futura Rainha de Illéa e estou apaixonada! Fora que minhas conversar com Henrique não passam de “oi, tudo bem?” e algumas coisas do gênero, mas que merda, eu sou uma inútil, não sei mandar nem no meu coração, quem dirá uma nação?

–Esther, ta ai? – Henrique estrala o dedo na frente do meu rosto.

–Estou – Digo chacoalhando a cabeça – Eu vou ir dormir, boa noite Henrique.

–Ta – Ele diz triste – Boa noite.

–Igualmente.

Levanto-me e faço uma reverencia, já é força do habito e então me retiro.

Passo pelo quarto de Pâmela e escuto uma voz linda cantando.

“Minha garganta

Pede pra eu cantar

Que a dor se vai

Com uma lembrança vai

Desde criança

E ate o sol raiar

Pra descansar

Quanto te encontrar

Estica a coluna

Pra sapatear

E desarruma

Que eu vou te ama

E abre a roda

Pra eu te mostrar

Que eu vim aqui

Só...

Pra...

Cantar...”

–Pâmela? – Pergunto, eu vi Pâmela sair da festa correndo, achei que ela já estaria dormindo já que faz uma hora e meia que ela saiu da festa.

–Esther? – Pâmela pergunta e logo depois abre a porta – O que faz aqui?

–Te ouvi cantar... Você canta? Tipo como sua mãe? Sua mãe sabe que você tem essa voz? – Pergunto.

Vendo todas as minhas perguntas, Pâmela faz um gesto para que eu entrasse então fecha a porta e tranca.

–Mamãe esta investindo todas as suas forças em Emy, então ela nunca teve um tempo para me “perceber” – Pâmela diz tristonha – Emy tem a voz bonita, mas sabe, ela não gosta de cantar, ela prefere dançar.

–Entendo – Esther diz sorrindo – Quer ir tomar café comigo?

–Aonde? – Pâmela pergunta sorrindo.

–No terraço, a gente vai ter que fazer o café por que os empregados ainda estão ocupados com o baile, então nós levamos para o terraço. Você já foi lá?

–Eu aceito... Esther? – Ela me chama quando estou saindo.

–Sim? – Viro-me.

–Posso levar meu caderno de musica?

–Eu posso te ajudar a escrever? Sou melhor em pintar, mas quem sabe não te ajudo? – Pergunto animada.

–Claro! – Pâmela diz pegando o caderno e duas canetas – Se eu virar cantora você fará as capas dos meus álbuns.

–Pode deixar – Digo saindo, ela tranca o quarto e me segue.

***

Narrador:

–Não acredito que você disse que amava meu irmão! – Esther diz abrindo a boca em um enorme “O”.

–Eu não disse que amava ele, disse que estava apaixonada, e não foi por que eu quis, simplesmente escapou, e não precisa nem falar, eu sei que sou idiota. – Pâmela da de ombros tomando café.

–Você não acredita a musica que veio na minha cabeça – Esther diz olhando para o alto.

–Qual?

–De Janeiro a Janeiro – Esther diz erguendo as sobrancelhas e rindo.

–Eu amo essa musica. – Pâmela diz olhando para ela – Ouvia todo dia.

–Vamos criar alguma musica?

–Podemos tentar.

Depois de as meninas racharem a cuca conseguiram escrever uma musica:

“Já cansei de chorar

Já cansei de sofrer

Simplesmente pensar

Que algo iria acontecer

Cansei de te achar

A pessoa certa pra mim

Têm tantos como você

Isso não nem teria um fim

Não tem felizes para sempre

O meu final é imperfeito

Vai embora me deixe aqui

Que no final eu dou um jeito (x2)

Talvez você pudesse acertar

Talvez me fizesse sorrir

Talvez fosse a pessoa certa

Mas isso não teria um fim

Lembra de quando me viu?

Lembra de eu ficar vermelha?

Lembra de quando sorriu

E eu fiquei alheia?”

Depois de rirem bastante e escrever muito Pâmela fez Esther prometer nunca contar a ninguém sobre aquela musica.

–Não vou – Esther diz seria – Prometo.

–Obrigado. – Pâmela diz sorrindo – E você e o meu irmão?

–O que tem?

–Serio? – Pâmela franze as sobrancelhas – De todos nós eu achei que vocês seriam os primeiros a ficar juntos! Desde pequeno meu irmão suspira pela filha do Rei, e correram boatos que você sempre achou o filho da Pop Star America um gato... Então por que ainda não estão se beijando?

–Por que... Não sei – Esther suspira frustrada – Os assuntos acabam rápido e ficamos nos encarando.

–Essa é a parte em que um casal normal se beijaria – Pâmela diz rindo.

Elas conseguem ouvir o sino da cidade.

–Meia-noite... – Esther suspira – Eu já devia estar dormindo...

–Então vá Cinderela, antes que o encanto se quebre – Pâmela diz rindo – Boa noite amiga.

–Boa noite minha irmã – Esther responde abraçando Pâmela forte – Sentirei sua falta.

–Eu também sentirei... – Pâmela responde.

–Que horas ira dormir? – Esther perguntando juntando sua xícara.

–Logo, não avise ninguém que estou aqui. – Pâmela pede.

–É perigoso...

–Eu sei, mas vou correr o risco, preciso de ar fresco... – Pâmela responde se sentando no muro.

–Fique a vontade, boa noite – Esther fala e logo some.

Pâmela fica olhando o seu, fazendo nada, pensando em tudo...

***

–Senhorita? Senhorita? – Marlene sacudia Esther na cama – Está na hora de acordar.

–Já estou levantando... – Esther vai em direção ao banheiro bocejando, termina de fazer sua higiene matinal e sai do banheiro.

Ela põe um vestido e um casaquinho porque estava ventando bastante.

Esther sai do quarto em direção ao salão de jantar para tomar café, mas se detém na frente do quarto de John.

Ela bate na porta, um tempo depois ele abre.

–Oi – Ele diz sorrindo – Entra.

–Olá maninho... – Esther diz entrando... – Você esta arrumado... Por quê?

–Vou pedir Katherine em namoro... – John diz entrando no banheiro.

–Katherine? A seguidora da Annie? John você andou cheirando algo diferente? – Esther começa a ter um ataque – John namorar não é a mesma coisa que ficar! Você namora com alguém que você pretende se casar, namoro é para voces verem se der certo e ai se der voces casam. Pretende casar com ela?

–Não, mas ela é gostosa, não acredito no amor, quem sabe eu não me apaixone? Se não de certo eu dispenso ela – John diz se sentando na cama.

–John, ate agora ninguém no castelo te julgou por que você só ficava, mas namorar é algo diferente, ela é filha de um dos ministros! Você não pode namorar ela e depois largá-la isso vai causar problemas para o papai. Para mim!

–Calma futura Rainha, vai dar tudo certo – John diz rindo.

–John, somos a Família Real, qualquer envolvimento serio com alguém, é para sempre ate a morte.

–Ta, ta – Ele diz sem paciência – O que você queria mesmo? – Ele pergunta erguendo uma sobrancelha e logo depois fechando os olhos.

–Fique com saudades de conversar com você, tenho que ter um motivo? – Esther se fingi ofendida. -Minha vida esta uma droga – Esther diz suspirando.

–Vamos brincar de quem tem a vida pior? – John diz fala irônico.

–Eu só queria ver você mesmo...

–Esther! Pare de enrolar eu te conheço fale logo o que quer... – Ele diz suspirando e abrindo os olhos, ele olhou-a nos olhos, como se visse cada coisa que se passava dentro da cabeça de Esther, John se lembrou de como eles conversam antigamente e Esther se lembrou das apostas idiotas – Então...

Esther suspira e conta para John sobre Henrique estar distante e eles nem terem assunto para conversarem, sobre ela estar perdida e confusa sobre o que sentia, ela contou sobre tudo, ate mesmo do encontro com Pâmela, omitindo a parte em que ela canta super bem e que fizeram uma musica. Durante todo o relato John escutou sem dizer nada, às vezes ele soltava risadinhas e balançava a cabeça em alguns momentos. Quando terminou, Esther olhou para ele em expectativa, ela esperava que ele a ajudasse ou desse algum conselho, ela não sabia ao certo.

–Serio essas coisinhas você devia falar para Pâmela, Sally ou sei lá suas amigas de escola? Não para mim. Eu não me importo com a sua vida amorosa Esther.

Esther sabia que não era verdade, John só estava irritado, na verdade para ele Esther sempre foi um anjo, que não devia ser tocado por ninguém, poderíamos dizer que eles eram gêmeos se não fossem de pais diferentes e de idades muito longe uma da outra, mas eles eram muito ligados, uma ligação que nenhum dos dois queria perder. E que na verdade John se preocupava sim com a vida de Esther, mas é que... Bom, agora ele teria a dele, e ele não parava de comparar uma Loira de olhos pretos com a Katherine, se querem saber a Loira de olhos pretos esta vencendo.

–Vim para me abrir com você, e você diz isso? Doeu mais que um tapa na cara querido irmão – Esther diz furiosa.

–Eu sou o John esqueceu? Eu não sei ser gentil, ou algo do gênero, sou a ovelha negra da família, a pessoa que faz tudo errado. – Ele diz dando de ombros.

Esther ate abraçaria o irmão e conversaria sobre os problemas dele, mas ela não vai fazer isso, eles passaram anos focando em John, Esther esperava que uma única vez seu irmão focasse nos problemas dela.

–Eu devia saber que não valeria a pena – Esther murmura se jogando na cama de John.

John faz o mesmo, mas no lado contrario, fazendo com que a cabeça dos dois estivesse uma do lado da outra.

–Olha, eu quase dormir na sua linda historia clichê de romance, mas omitindo essa parte, e omitindo também a de eu querer te dar uns bons tapas por ser tão insegura sobre si mesmo, eu posso dizer que você mesmo acha problemas que não existem.

–Como assim? – Esther pergunta olhando para o teto – Como assim me bater? Eu quero te estapear por dizer isso!

–Esther, quantas vezes você se olhou no espelho? Você é linda, é inteligente, é talentosa, muitos gostariam de sabe, ter uma mulher com a metade das coisas que você tem. Mas mesmo assim você é muito insegura! E não estou dizendo isso por que você é minha irmã, se não fosse por isso eu ate te dava uns bons pegas – John diz rindo e Esther o empurra com os ombros ficando vermelha.

–Queria ser esse quadro todo que você pinta – Esther suspira.

–Cara é tipo uma regra das mulheres serem tão inseguras sobre si mesma? Só pode... E você tem que parar de corar fácil, você é bonita, pessoas bonitas recebem elogios, acustume-se. Outra coisa... Você já reparou que morre de tesão pelo Henrique? Desde que você entrou na puberdade?

–Que nojo, você só sabe falar coisas horríveis! Eu não sou você John – Esther pula da cama encarando o irmão que começa a gargalhar.

–Qual é Esther, não como se nós tivéssemos 10 anos, você tem 16! E é super normal sentir isso... Você sente sim tesão pelo Henrique, desculpe, mas é a verdade sendo jogada bem na sua cara de menina perfeita! Se ele não te despertasse isso, você não estaria gostado realmente dele.

–Você sente essas coisas? – Esther pergunta – Por Katherine... Ou a...

–É claro que sim! – John a interrompe antes que a mesma falasse “Pâmela” – Alias sinto bastante isso por Katherine, mas por ela é isso mesmo, é como se faltasse alguma coisa, e eu quero alguém que tenha essa coisa que esta faltando.

–Tipo amor? – Esther pergunta sorrindo.

–Não seja idiota... – John ri – Tenho 19 anos Esther, amor é para crianças.

–Você parece uma criança, que não entende, o amor é real, pare de dizer que não, você sente amor, e ele esta faltando com Katherine, por que ela não é a pessoa certa!

–Vamos voltar ao assunto você, antes que nós venhamos a discutir, sim? – John se senta na cama encarando a irmã.

–Mas será que só sinto isso por ele? Só o desejo? – Pergunta olhando para John.

–Você é tonta assim ou aprendeu em alguma aula de etiqueta com aquela sua professora gostosa? – John pergunta e Esther mais uma vez se levanta furiosa – Esta vendo? Você gosta de se diminuir, mas se eu fizer isso você fica toda bravinha, eu hein!

–Por que esta me ofendendo? – Esther pergunta incrédula.

–Achei que se eu te ofendesse, você perceberia que não é legal ser diminuída, muito mais quando nós nos diminuímos. Esther, olha para a gente, olha para nossa família, é uma completa bagunça. E alguns já acharem os seus lugares, agora é a nossa vez! Se você não se achar boa o suficiente, por que os outros vão achar? Se você não se acha bonita, por que os outros vão te elogiar? Tudo começa com você, você tem que se amar, se achar bonita e se sentir bem, por que se você fizer isso, não vai ligar para o que eu vou falar ou o que outra pessoa ira dizer. Se você quer algo, você tem que ir e fazer Esther, por que não existe fada madrinha, nem poção mágica ou uma varinha.

–Mas e se ele não gostar de mim? – Esther pergunta olhando pela janela.

–Eu vou gostar – Ele diz sorrindo – E você vai gostar. Eu treino com Henrique Esther, e o conheço, ele não vai vir admitir que te ama, então eu acho melhor você parar de esperar e ir atrás dele. Eu sei que ele é meio frio e calado, mas foi a educação dele, veja bem, ele tem duas irmãs que são como matracas ambulantes, alguém tinha que ser o quieto da família, não?

Esther começa a rir, John sempre conseguia fazer Esther rir, é incrível.

–Como sabe de tudo isso?

–Treinamos futebol juntos, eu já disse – John da de ombros – Acabamos sabendo mais um do outro. Somos parecidos em algumas coisas.

–Eu não quero me magoar – Esther diz se sentando de frente para o irmão.

–É um risco que terá que correr. – John diz pegando a mão da irmã e apertando como um incentivo... – Vá falar com ele mana.

–E se ele não gostar de mim? E se...

–E pelo menos uma vez na vida, você parece de analisar o problema e simplesmente o enfrentasse? Sem medo das conseqüências, você pode se magoar, assim como pode ser muito feliz. Se ele não gostar de você, alguém vai gostar, mas se ele gostar, o que eu acho que vai acontecer por que apenas um doente te recusaria, bom então você escreve o final da sua historia, ou deixe para ele, sabia que ele é escritor? Ele te dará um final digno irmã.

–Tenho vergonha – Esther se encara no espelho.

–Sei que tem, mas você tem que ser corajosa, vamos é só um garoto. Se ele magoar você, faço questão de dar um chute nas jóias reais dele no meio de um jogo.

–Eu vou tentar – Esther diz sorrindo.

–Ótimo, agora vai atrás do seu futuro, que se você quer saber é bem menos complicado que o meu – John diz puxando a irmã para a porta.

–Agora? Mas eu não, eu não estou pronta, eu...

Esther perde a fala quando John abre a porta e a joga para fora do quarto fazendo com que ela se bata em um corpo quente e cheiroso... Henrique!

–Henri! Íamos treinar, não é? Não vai dar cara, eu vou pedir a Katherine em namoro, mas a Esther quer muito falar com você, então ate mais. – John diz saindo do quarto e trancando o mesmo, depois ele se vira para o Henrique e Esther e da um sorriso dando um tchauzinho para os dois e descendo as escadas.

Henrique fica me olhando com um olhar divertido.

–Eu vou matar aquele idiota, há ele vai ver, coitada da Katherine, vai ficar viúva sem nem ter se casado! – Esther murmura vermelha de vergonha e raiva.