Escolha-me [EM REVISÃO] escrita por Moriah


Capítulo 14
Você fala?


Notas iniciais do capítulo

Oie gente.
Eu preciso da ajuda de vocês.
O próximo capitulo vai ser narrado pelo Benjamin :3 Só que eu não tenho nenhuma ideia legal, então ME AJUDEM, ponhem ideias por mensagens ou nos comentários.



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Julieta

Não preciso me apresentar certo?Acho que vocês já perceberam que só lembram-se de mim por que sou a caçula. Mas sou tratada feito uma empregada, ninguém nunca me enxerga, tropeçam e esbarram em mim e nunca pedem desculpas, nem os empregados falam comigo!

Eu sou um nada, na minha própria casa.

Poucas pessoas sabem que eu falo. Na verdade apenas minhas criadas. Meu pai acha que eu sou muda, eu fui a médicos e eles alegaram que eu não tenho problema nenhum, e é verdade eu não tenho, não no quesito saúde. Por que eu não falo? Se sem falar todos me acham idiota, imagina quando eu abrir a boca? Não falo por que não vejo motivos. Nem que eu gritasse alguém prestaria atenção em mim. Já estou ate acostumada. Levo um caderno para todo o lugar, para poder me comunicar através da escrita para as pessoas.

Estou andando pelos corredores, estou sem nada para fazer, eu acho que vou tocar violino. É a única coisa que eu gosto de fazer.

Você deve estar pensando “Puta merda essa menina é TÃO dramática” e eu concordo, sou mesmo. E sim eu falo palavras feias. Na verdade eu penso, mas da no mesmo.

—Eu preciso achar uma guitarra, eu necessito de uma... – Um garoto, deve ser um dos filhos da Ames, vem em minha direção correndo e me derruba – Julieta? Princesa me desculpe, caramba, Princesa me desculpe.

Ele me ajuda a me levantar e começa a me sacudir pelos ombros.

—Princesa esta me ouvindo? Responde! Princesaaaa! – Ele estava claramente preocupado.

Talvez se não fosse trágico seria cômico.

—Eu... Eu não entendo – Digo baixinho – Pela primeira vez, estou com vontade de... Falar.

—Você não era muda? – O menino pergunta.

—E-eu – Começo a gaguejar – E-eu... Eu n-ão so-ou muda!

—Mas você nunca tinha falado antes – Ele diz maravilhado, ele me pega e começa a me girar – Você fala! Você falou!

Eu começo a rir, mas escuto passos vindos do corredor e o belisco.

—Ai! – Ele resmunga – Por que você... – Faço sinal com a cabeça para as criadas que estão vindo – Não quer que ninguém saiba?

Concordo com a cabeça e nessa momento as criadas passam. Depois que elas estão longes ele se vira para mim.

—Por que? – Ele pergunta.

Dou de ombros.

—Não sei. – Digo dando de ombros.

—Você é confusa. – Ele diz me olhando, aqueles olhos azuis era lindos, e davam um belo contraste com os cabelos pretos.

—Eu sei... Eu nunca sei o que quero, estou sempre confusa – Digo me virando – Você vem?

—Aonde? – Ele pergunta.

—Para sala de musica. – Digo como se fosse obvio.

—Fazer o que? – Ele pergunta.

—Sexo – Digo irônica – O que se faz em uma sala de musica? Você é muito tonto.

—Para alguém que não fala você é bem irônica, não? Trouxa.

—Idiota – Digo seria.

—Muda.

—Eu não sou muda!

—Mas fingi ser – Ele diz como se fosse obvio – Faz isso só para chamar a atenção!

—A cala a boca – Digo me virando.

—Sei vários jeitos de fazer isso – Ele diz no meu ouvido.

—Andou tendo aula com o John? Por que esse seu nível de maturidade não é normal, tem que ter muita aula e se empenhar bastante para conseguir isso, meus parabéns – Digo com um sorriso falso. – Se toca garoto.

—Você sequer sabe meu nome! – Ele me acusa.

—Por que eu deveria saber?

—Não sei, eu sei o seu! – Ele diz orgulhoso.

—Nossa, você merece um premio Nobel, pena que não existe um para isso, mas quando inventarem eu te indico – Digo piscando.

—Então... Você sabe onde tem uma guitarra? – Ele pergunta.

—Na sala de musica – Digo revirando os olhos – Dã!

—E o que você vai fazer lá? – Menino curioso – E meu nome é Gabriel.

—Então Gabriel, inicialmente o plano era eu ir lá tocar violino, mas como você quer tanto uma guitarra e eu imagino que esse seja o único jeito de fazer você me deixar em paz e calar a boca, ai o plano se transformou em te levar lá, trancar você e esconder a chave e depois sair correndo. O que acha? Um bom plano não?

—Talvez – Ele diz.

Gabriel:

Que tipo de pessoa não fala? Na verdade não gosta de falar? A Julieta. Claro alguém da família real tinha que ser problemático. Aquela ruiva misturada com loira de olhos verdes não é normal! Ela não pode ser.

Só não entendo uma coisa, se ela não fala, por que falou comigo?

—Chegamos – Ela diz baixinho, toda a conversa, ate nas ironias, ela falava baixinho, a voz dela esta ate rouca, ela abre uma porta e entro em uma sala enorme cheia de instrumento – Temos de tudo um pouco, do lado direito os clássicos e do outro lado, os... Eu não sei como se chamam, atuais?

—Assim ta bom – Digo passando os olhos por cada instrumento ate parar na guitarra – Achei! Vem pro papai.

Pego a guitarra e sento, ela vai ate o violino e fica em pé reta.

Ela começa a tocar Awake And Alive – Skillet, uma das minhas musicas preferidas. E por sorte, ou por que Julieta já imaginava, a musica tinha tanto violino quanto guitarra, e eu aproveitei para mostrar que eu não sou um completo inútil.

I'm at war with the world and they

Eu estou em guerra com o mundo e eles
Try to pull me into the dark

Tentam me puxar para a escuridão
I struggle to find my faith

Eu luto para encontrar minha fé
As I'm slippin' from your arms

Enquanto escorrego dos seus braços

It's getting harder to stay awake

Está ficado difícil permanecer acordado
And my strength is fading fast

E as minhas forças estão se acabando rápido
You breathe into me, at last

Você finalmente respira dentro de mim

I'm awake, I'm alive

Estou acordado, estou vivo
Now I know what I believe inside

Agora eu sei no que acredito por dentro
Now it's my time
Agora é a minha vez

I'll do what I want, 'cause this is my life
Eu farei o que eu quero, por que esta é a minha vida

Right here, right now
Aqui, agora

I'll stand my ground and never back down
Vou permanecer no caminho e nunca recuarei

I know what I believe inside
Eu sei o que acredito no meu interior

I'm awake and I'm alive

Estou acordado e estou vivo

I'm at war with the world, cause I

Estou em guerra com o mundo, porque eu
Ain't never gonna sell my soul

Nunca venderei minha alma
I've already made up my mind

Eu já tomei a minha decisão
No matter what, I can't be bought or sold

Não importa o que, eu não posso ser comprado ou vendido

When my faith is getting weak

Quando minha fé como a enfraquecer
And I feel like giving in

E eu sinto vontade de desistir
You breathe into me again

Você respira dentro de mim novamente

Cantamos ate o final e ficamos em um silencio constrangedor em quanto nos encarávamos.

—Aqui estão vocês – Diz Esther entrando – Estava tocando Julieta?

Eu fico esperando Julieta responder “Sim” ou algo do gênero mas ela apenas concorda com a cabeça.

—Gabriel, você consegue se entender bem com a Julieta? – Esther vira para mim preocupada – As vezes nem eu entendo.

—É, ela é meio chatinha e birrenta – Viro para ela que começa a fazer que não com a cabeça disfarçadamente – Brincadeira, como ela podia ser tudo isso se não fala, certo? – Pergunto me virando para Esther que estava duvidando – A gente se entende, as vezes ela tem que repetir os gestos ou ate desenhar, mas estamos nos dando bem.

— Há...– Esther diz dando de ombros – O almoço vai ser servido, vocês perderam o café da manhã.

Depois que Esther sai Julieta me ignora completamente e guarda o violino.

—Ei, o que houve? - Pergunto antes que ela sai da porta.

E ela me ignora e sai, corro atras dela.

—Qual é o seu problema?

—Tirando os que não te interessam, nenhum! - Ela diz rispida.

—O que eu fiz - Seguro-a pelos ombros.

—Voce... Voce me chamou de chata, e birrenta. - Ela diz - Eu não sou assim! Eu não sou nada, eu sou invisivel! Voce nem devia ter me visto, ou pedido desculpas! Por que no final todo mundo é igual. Não se importam com o que os outros pensam.

—Ei, aquilo era brincadeira - Digo seria - Julieta, para de drama.

—NÃO É DRAMA - Ela diz com os olhos marejados - Eu nunca falei com ninguém antes. Por que eu sabia que se eu falasse as pessoas me achariam chata e idiota. E ai, eu falo com você, e adivinha o que você acha de mim?

—Eu errei - Digo olhando nos olhos dela - Eu, eu estou acostumado a brincar com as pessoas, eu não achei que isso fosse magoar você, essa não era minha atenção Julieta. E você não é chata, nem idiota. Você é incrível. Devia falar mais, e tocar também.

As lagrimas que ela segurava acabaram ganhando e descendo pelo seu rosto.

—Não, não chora - Digo abraçando ela.

—Obrigado - Ela sussurra - Desculpe meu drama, não estou nos melhores dias.

—Esta tudo bem - Digo soltando ela - Eu vou ir almoçar, você devia lavar o rosto e sorrir.

Ela ergue uma sobrancelha.

—Obrigado de novo - Ela abre um sorriso pequeno - E para todos os efeitos eu sou muda.

—É, eu sei - Digo piscando e me virando para sair.

Narrador:

Gabriel ao dobrar o corredor se encosta na parede e fica sorrindo feito um bobo, ele havia mesmo abraçado ela? E ela não deu um tapa nele? Isso era incrível. Ainda no corredor Julieta lembra-se de que esqueceu o caderno então vai buscar, e chegando lá rabisca algo na ultima folha "Eu olho para muitas pessoas. Isso não significa que eu queira conhece-las... Mas, ele é diferente, um diferente bom."

Ela fica sentada por um tempo, Mas que merda você esta pensando? Conheceu ele hoje! Julieta idiota! Ela pega a folha e rabisca o que havia acabado de escrever dos dois lados da folha, para que ninguém conseguisse ler uma letra se quer.


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Notas finais do capítulo

NOTAS INICIAIS IMPORTANTES.