sob meus dedos gelados, seu coração bate escrita por Syrenthia
Notas iniciais do capítulo
Observação um: classifiquei como shounen-ai e yaoi, mas acho que a categoria mais "correta" seria shounen-ai, já que será uma relação mais platônica que qualquer outra coisa. Como o termo yaoi é usado por nós, escritores de fanfics, também para definir histórias sem conteúdo sexual explícito, achei que poderia marcá-lo também.
Observação dois: Piper está morta, mas Jason não esqueceu ela, gente. A probabilidade é de que ela seja mencionada em todos os capítulos.
E é isso.
Espero que tenham uma boa leitura.
Na primeira vez em que volta, Nico é cruel. Não por intenção, Jason sabe, mas dói ainda assim. Dói quando ele o vê — porque Nico não acreditou, não quis acreditar, preferiu ir embora —, dói quando eles se falam novamente — porque Nico é distante, e frio, e há um abismo entre eles que Jason não parece ser capaz de atravessar — e dói quando nada muda — Nico não quer, não pretende, não vai ficar.
Jason sorri. Sorri porque mesmo que seu coração esteja, mais uma vez, quebrando — partindo-se ao meio, rachaduras voltando a abrir, caindo aos pedaços —, parece o suficiente. Parece não importar. Não é como se ele já não conhecesse as intenções do filho de Hades. Não é como se ele tivesse acreditado, por um instante, que dessa vez Nico permaneceria — Jason pode ser muitas coisas, mas não é tolo. Nico tem suas próprias preocupações, problemas para lidar. Já faz quase um ano desde o fim da Guerra, e o que mais ele poderia ter pedido além de auxílio na batalha? Nico fez o bastante. Tentou o bastante. E se agora tudo que o garoto quer é distância — distância dos Acampamentos, das lutas, dos monstros, distância de Jason —, não é como se Grace pudesse negar.
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— Nico?
— Hum?
— Você pretende voltar outra vez?
—… Eu não sei, Jason.
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Na manhã seguinte Nico parte outra vez — fumaça e sombra, sem deixar resquícios. Jason procura-o, sem medo e sem esperança, porque Nico talvez nunca volte, mas aquela noite passada conversando sob os olhos atentos das estrelas distantes fez com que Jason se sentisse inteiro. E ele não está bem, nunca vai estar bem, mas parece quase o suficiente — os olhos de Nico pareciam pedaços de carvão queimando, e suas mãos eram frias.
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— Jason?
— Está tudo bem, Reyna.
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A Pretora o visita durante toda a semana seguinte — austera, mas seu rosto é gentil. Reyna não é nenhuma donzela em perigo, ela é uma guerreira, e uma líder; ela é como uma imperatriz orgulhosa que ergue o queixo e comanda seu exército pelo campo de batalha. Jason se pergunta se ele poderia tê-la amado se o mundo não tivesse virado de cabeça para baixo, e suas memórias não tivessem sido apagadas, e não tivesse se apaixonado por Piper — Piper, que tinha olhos tão bonitos, e sorrisos delicados, e a pessoa com quem ele mais falhou (Piper, que nunca mais vai ver o Sol nascer, ou segurar sua mão).
Jason se pergunta se poderia tê-la amado se não estivesse com o coração em pedaços.
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— O que você acha de enviarmos alguns legionários para ver como estão as coisas no Acampamento Meio-Sangue?
— Pode ser uma boa ideia. Chame Jason. Bem sabem os deuses que ele precisa de uma mudança de ares...
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Ficar não é uma opção — não quando Frank tem aqueles olhos de quem não vai aceitar uma resposta negativa. Jason junta suas coisas, e espera que os outros se juntem a ele.
Olhando uma última vez para o Acampamento Júpiter, Jason se sente sozinho.
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