POV-ELIZABETH

 Assim que Edward entrou no consultório da Dra. Esme, sai da sala de espera e fui pro café, sentei em uma mesa afastada e esperei o Jasper com a garota, estava morrendo de curiosidade em conhecê-la, distraída não percebi quando se aproximaram.

- Elizabeth? – Ouvi Jasper me chamar ao seu lado estava uma garota de cabelos castanhos longos e cacheados levemente nas pontas, os seus olhos castanhos pareciam se esconder de meus olhos atentos, como se escondesse algo, estrutura mediana, pele branca praticamente pálida, rosto de boneca e silhueta esguia.

- Olá! Sentem-se

 Os dois sentaram-se a minha frente, depois de acomodados, Jasper nos apresentou.

- Bom, Bella, essa é Elizabeth, mãe do Edward – Ouvi Jasper engolir seco ao falar o nome de Edward e ela dar um sorriso amarelo e desviar levemente o olhar do meu, mas ainda sim vi em seus olhos um brilho diferente – E Elizabeth, essa é Bella, uma amiga.

- Prazer em conhecê-la Bella.

- Eu digo o mesmo a senhora.

- Por favor, você ou Elizabeth

- Claro.

 Disso uma garçonete vem à mesa.

- Já foram atendidos?

- Não, eu quero um café expresso. - disse

- E vocês?

- Uma coca – Disse Jasper.

- E a senhorita?

- Um suco de laranja.

- Logo trarei os seus pedidos. - Disse a garçonete e se retirou.

 Um silencio pairou na mesa.

- Então, Bella, você estuda junto com o Jasper?

- No mesmo colégio sim, mas não na mesma serie.

- Humm... Quantos anos você tem mesmo?

- 14 – respondeu baixo.

- Pensei que estudava com o Jasper e o meu filho, mas você chegou a conhecê-lo?

- Sim.

- Como? – perguntei curiosa pra saber o que ela diria.

- Através do Jasper. – respondeu evasiva.

 Antes de fazer outra pergunta a garçonete trouxe nossos pedidos e se retirou. Tomei um gole do meu café e esperei fazerem o mesmo.

- Ah sim, Jasper e Edward sempre foram muito amigos. – Notei que toda vez que falava nele seus olhos mudavam, mas não me deixavam ver o que ela sentia, comecei a pensar que talvez ela não fosse com Jasper a descreveu, então preferi investigar discretamente.

- Vocês se conhecem há muito tempo?

- Nós quem?

- Você e o Jasper?

- Não muito, acho que uns nove meses.

- Como você o conheceu?

- Através da Alice

- Alice é namorada de Jasper?

- Sim, e como eu sempre fui muito amiga dela, ela nos apresentou.

- Que por sua vez, apresentou Edward?

- Sim.

- Quanto tempo depois?

- Acho que não muito depois de termos nos conhecido.

- Hum... Então você conheceu Edward há muito tempo.

- Digamos que sim.

- Desde então você e Edward conversavam?

- Na verdade não, algum tempo depois.

- Quanto?

- Uns três meses.

- Sei, e antes vocês não se falavam?

- Raramente.

- Hum, interessante. – A vi arquear as sobramcelhas em sinal de duvida.

- Bem, sabe Edward sempre foi um bom filho, nunca me deu problemas, ate – Deixei minha voz morrer ali, esperando que ela entendesse onde eu queria chegar.

- Agora – ela entendeu o que eu quis dizer, mas ao completar a minha frase vi que por traz dela havia muito mais e o quanto a sua voz saiu morta, pela primeira vez a vi não desviar o olhar de mim quando falei em Edward, mas ela pareceu não se dar conta, pois sua mente estava longe. Seus olhos eram opacos, mas havia um brilho deles, um brilho de dor, tristeza e o que me deixou perplexa foi vê algo que se parecia com culpa neles, mas ainda se via amor. Jasper pegou de leve em sua mão, com certeza ele viu o que eu via, disso ela pareceu ter saído do seu transe, piscou fortemente tirando o brilho de lagrimas dos olhos, olhou para Jasper e sorriu, mas ele não chegou a seus olhos. Depois disso, mesmo querendo saber mais dela em relação a Edward, preferi tocar em assuntos mais tranqüilos.

- Bem, então já sabe o que pretende fazer depois do ensino médio?

- Bom, já.

- O que?

- Medicina

- Como o Edward – infelizmente, não consegui guardar o meu pensamento pra mim, e pensei se ele iria um dia conseguir. Vi ela dar um leve sorriso triste, então voltei ao tema nada de Edward – E você Jasper?

- Eu ainda acho que farei psicologia, embora, às vezes penso em fazer filosofia.

- Hum, interessante.

 O celular de Jasper toca, ele olha pra mim e em seguida olha pra Bella, seus olhos deviam perguntar-lhe algo, pois ela fez sinal para que atendesse com a cabeça.

- Licença- disse e saiu atender ao telefone.

 Eu soube que se queria saber de algo a mais essa era a hora.

- Então Bella, acho que você já sabe sobre o Edward, o fato de ele ter depressão.

- Sim

- Bem, você não sabe como é difícil pra uma mãe ver seu filho nesse estado, até pouco tempo atrás dele tinha uma vida, agora ele parece estar morto.

- Eu imagino

- Ele era tão estudioso, feliz, disposto, agora, vive fechado no quarto, triste, os olhos antes tão vivos parecer estarem mortos, eu já o ouvi chorando a noite no quarto, você imagina o quanto isso pra uma mãe é doloroso, ver seu filho sofrendo,morrendo, por algo sem importância.

 Vi ela engolir seco e dizer a uma voz baixa.

- Eu imagino.

 Assim que ela terminou Edward apareceu e disse.

- Mãe – ele olhava-a fixamente.

- Eu preciso ir, adorei sua companhia Elizabeth – sua voz pareceu feliz, mas seu maxilar estava travado.

 Ela se levantou e afastou rapidamente, foi ao caixa deveria ter pagado o seu suco e se foi, eu segui-a com os olhos até ela passar pela porta e sumir.

- Da onde você a conhece? – Perguntou Edward sentando na cadeira antes usada por ela.

- A conheci agora – respondi evasivamente.

- Como?

- Bem, não havia nenhuma outra mesa vazia, então como ela estava aqui sozinha, perguntei se podia me sentar com ela.

- Sei, e conversaram sobre o que?

- Nada em especifico.

 Ele me olhou e franziu a testa.

- Está bem, perguntei o nome, idade, o que ela fazia,

- Você a interrogou?

- Não, e porque esta preocupado, você a conhecia?

- Não.

 Nisso Jasper volta, eu já havia me esquecido dele, quando ele viu o Edward sentado onde devia estar a Bella, ele me olhou, sentou no lugar que estava antes, bebeu o resto da coca de seu copo e disse:

- E ai Edward?

- Oi Jasper. O que faz aqui?

- Estava com uma amiga, quando encontrei sua mãe.

- Sei, finjo que acredito.

- É verdade, e você como está?

- Vou levando, alias, eu to com fome mãe.

 Chamei uma garçonete, Edward fez o pedido dele, pedi mais um café e Jasper outra coca.

 Assim que ela se retirou.

- Eu vou lavar a mão – disse Edward e se retirou.

- Céus, nunca imaginei que eles pudessem se encontrar, me desculpe Jasper de verdade.

- Que isso Elizabeth, ninguém podia saber, como foi?

- Bom, nos estávamos conversando quando Edward apareceu, acho que ele não ouviu nada comprometedor, ele fingiu não conhecê-la e ela se despediu como se nosso encontro houvesse sido casual, e partiu. Ela é uma perfeita atriz.

- Elizabeth

- Não estou criticando-a Jasper, disse isso, por que ela soube disfarçar muito bem, acho que Edward deve até ter acreditado, mas a reação dela foi estranha também.

- Estranha como?

- Ela disfarçou a dor, tristeza e tudo mais, mas o maxilar dela estava duro, ela fazia esforço para falar calmamente, também fingiu não conhecer o Edward, ao se despedir cordialmente, percebi que foi por defesa como se precisasse se defender.

- Do Edward? – perguntou Jasper

- Não – interrompi antes de ele prosseguir. – Da situação, do encontro. Espero não trazer mais dor a ela.

- Trazer dor a quem mãe? – Perguntou sentando.

 Eu e Jasper nos olhamos e não sabíamos responder, não sei o que ele ouviu, o silencio foi cortado pela garçonete, assim que ela se afastou.

 - Vão me responder ou não? Trazer dor a quem?

 - Ninguém – respondeu Jasper.

 - Dá pra falar a verdade ou ta difícil? - perguntou Edward irritado – O que aprontaram?

 - Edward, meu filho

 - Não enrola Dona Elizabeth

 - Bem estávamos falando de uma amiga do Jasper.

 - Que amiga?

 - Você não conhece – disse Jasper apressadamente.

 -hum... E por quê?

 - Como?

 - Você disse trazer mais dor a ela, eu quero saber o que aconteceu.

 - Nada de muito grave.

  Edward olhou pra Jasper em busca de resposta

- É complicado.

- Tenho certeza que posso acompanha

- Bem, é que

- Jasper desembucha

- Edward

- Sim mãe

- Deixe isso de lado esta bem, e pare de ser curioso.

- Calma esta bem não precisa falar.

 Depois disso conversamos sobre banalidades, mas às vezes Edward parecia disperso preso em seus pensamentos e na porta do café pra onda olhava varias vezes.