POV-BELLA

Tanto faz... Mas eu já digo não dou nenhuma esperança... Isso que eu estou de bom humor hoje...  E parem de ficar mandando cartas... E nem venham disser que não foram vocês porque todo mundo viu vocês com as cartas... Eu só peço pra que vocês parem de me perseguir que esta me irritando... Só isso... Já falei tudo que é necessário e já ouvi muita coisa, mas eu tenho mais o que fazer.

 As palavras de Edward ecoavam em minha cabeça, durante o caminho de casa. Assim que cheguei fui direto pro meu quarto, tranquei a porta, deitei na minha cama abraçada a minha boneca de pano. E chorei tudo que queria derramar quando o vi dar as costas e partir, me fazendo lembrar o momento em que partiu era como se estivessem me torturando, arrancando um pedaço de mim, não sabia por que, mas era como se me sentisse vazia e sentia-me angustiado. Pelo menos, hoje era sexta-feira.

 O final de semana passou e eu nem vi, não falei com ninguém.

 Segunda-feira, droga, não quero ir pra aula, mas não há nenhuma chance de faltar, chego à aula atrasada, por sorte, assim não haverá tempo de falar com ninguém, sento no meu lugar e assisto a uma aula chata de literatura.

  No intervalo vejo Alice e Jasper conversando, desvio deles pra não me verem e acabo esbarrando em Rose

 - Desculpa Rose, estava detraída.

 - Tudo bem, o que houve.

 - O que?

 - Você parecia fugir de algo ou alguém

 - Ah... Bem... Err.. Da Alice

 - Como assim fugindo da Alice?

 - E que... É complicado

 - Eu tenho tempo.

 Olho pros lados, ótimo, esta cheio de gente por perto e com certeza ouvirão.

 - Depois, tem muita gente aqui e bem...

- Ta, já entendi não quer que ninguém saiba depois você me fala então

- Falo sim, ate depois

- Ate.

  Por sorte, bateu o sinal e não tenho nenhuma aula com a Alice.

  O professor da ultima aula, nos liberou mais cedo, o que era ótimo, já que assim eu não veria a Alice, e nem ele, já que eu não o vi hoje.

  Vou pra casa, faço os exercícios de casa e fico olhando pela janela do quarto o céu, ouvindo musica pelo ipode.

  Terça-feira, não foi diferente, consegui não ver Alice, Jasper e nem Rose, ninguém para dar explicações e consequentemente não vi Edward, por um lado era bom não ter que vê-lo depois do que ouve na sexta, porem eu queria vê-lo, pelo menos, de longe.

 Quarta-feira, nada mudou e continuo sem vê-lo. Rose, foi comigo pra casa, tínhamos um trabalho pra fazer juntas, tinha certeza de que quando estivéssemos, em meu quarto, sozinhas, ela me questionaria. E foi o que fez, após terminamos de responder o questionaria de inglês, ela começou com o dela.

 - Certo pode me dizer o que está acontecendo?

 - Sobre o que?

 - Você fugindo da Alice

 -É que... Bem... É complicado.

 - Ótimo, tenho tempo.

Eu sabia que ela não desistiria, então respirei fundo e disse

 - Por onde quer que eu comece?

 - Que tal pelo começo.

Sentei em minha cama, peguei a minha boneca de pano e comecei a contar

 - Lembra da historia dos MSN?

Ela assentiu e se sentou ao meu lado

 - Então, sexta-feira, nós contamos a verdade ao Jasper e ao Edward.

Parei de falar e lhe olhei, ela me fitava e seus olhos me diziam que ela sabia não era só isso, respirei fundo e contei o que mais doía.

 - Bom Jasper levou bem a historia toda e disse que queria continuar nosso amigo e bem, o Edward – senti minha garganta se fechar, respirei fundo – ele, disse, que – não consegui encará-la, sabia que ao dizer suas palavras, as lagrimas rolariam pelo meu rosto, ela levantou, trancou a porta e voltou a sentar ao meu lado, fechei os olhos e recitei suas palavras na ultima vez que eu o vi - Tanto faz... Mas eu já digo não dou nenhuma esperança... Isso que eu estou de bom humor hoje...  E parem de ficar mandando cartas... E nem venham disser que não foram vocês porque todo mundo viu vocês com as cartas... Eu só peço pra que vocês parem de me perseguir que esta me irritando... Só isso... Já falei tudo que é necessário e já ouvi muita coisa, mas eu tenho mais o que fazer. – eu sabia que a cada palavra dita caia uma lágrima de meus olhos, só percebi que não eram tão silenciosas quando eu soluço saia de minha garganta- então ele foi embora- em sussurrar quase sem voz terminei de contar o que ouve antes de cair em pranto

 Enquanto chorava, senti Rose me abraçar e ficar comigo ate eu cair em inconsciência.

Acordei na quinta-feira com dor de cabeça por ter passado a noite chorando, Rose havia passado a noite aqui em casa, nós arrumamos e fomos pra aula.

 Chegamos bem cedo, até agora não tínhamos trocado nenhuma palavra, sentamos embaixo de uma arvore perto do campo de futebol, localizada opostamente a arquibancada.

- Então como você esta hoje?

- Bem

Antes de qualquer uma de nós dizer algo, Alice parece

- Olá Rose, Bella

- Oi Alice – nós duas respondemos juntas

- Bella, será que podemos conversar

- Claro, diga Alli

- Errr... Que... Bem... Sobre sexta, eu queria saber como você esta

- Bem

-Sei, você sabe que pode contar comigo?

- Claro que sei, mas, então, o que houve depois que eu fui embora?

- Eu e o Jasper conversamos

-E...

- Bem, nós conversamos

- Ta, isso já sei vocês conversaram e...

- Nós estamos namorando – Responde uma voz atrás de Alice que se vira apressadamente

- Olá Jasper.

- Oi Bella, Rosalie

Jasper se vira para Alice lhe dá um selinho e diz

- Oi amor

- Oi – Diz Alice meio abobada e ficam se olhando, os olhos fazendo uma declaração muda um ao outro.

 Eu olho a cena e logo desvia o olhar, para não me lembrar da dor, e olho para Rose com os olhos suplico por uma ajuda. Por sorte, bate o sinal e logo nós nos afastamos deles, indo cada uma pra suas salas.

 No intervalo, resolvo passar o tempo junto com Rose, vamos ate a biblioteca, onde escutamos uma conversa entre três colegas do Edward.

 - Então, vocês já estão sabendo?

 - Sobre o que?

 - Edward

 - O que tem ele?

 - Ele ta com depressão, parece que nem vai vim mais pras aulas.

 - Nossa, que barra!

 Antes de ouvir mais alguma coisa saio da biblioteca e Rose logo vai atrás, poucos segundos depois, bate o sinal e então vamos cada uma pra sua aula. Durante todas as aulas, não posso dizer o que aconteceu, era como, se eu não estivesse ali. Na ultima aula, a que faço dupla junto com a Alice, ainda continuava distante, ate a mesma me mandar um bilhete.

Alice: O que houve?

Bella: O que?

Alice: O que houve você está dispersa, não seu normal na aula de biologia

Bella: Edward

Alice: Como?

Bella: Edward é isso que houve

Alice: Ainda não entendi

Bella: Hoje, no intervalo, eu e Rose estávamos na biblioteca, quando ouvimos três colegas do Edward.

Alice: Ouviram o que?

Bella: Que ele ta com depressão e não volta mais pro colégio.

Alice: Isso é serio?

Bella: Não Alli, ele só tem depressão é igual resfriado.

Alice: Eu sei, eu perguntei se é verdade?

Bella: Acho que sim

Alice: Como você pode ter certeza de que é verdade? Pode ser mentira o que eles falaram

Bella: Talvez, mas eu sinto que é verdade.

 Quando termino de escrever e passar o bilhete a Alice, bate o sinal, pego as minhas coisas e saio o mais rápido que posso da sala. Eu não sei por que, mas desde que ouvi sobre ele, me sentia angustiada, perante todo o caminho pra casa, lagrimas escoriam pelos meus olhos, quando eu passo pela praça onde esse inferno começou, a dor se torna insuportável, sendo debaixo de uma arvore, próximo a entrada do bosque e distante de qualquer um, ninguém me veria ali, mas eu conseguia ver quase todos que estavam na praça, mas era como se eu não visse, os alunos indo pra casa, amigos se despedindo, casais de namorados e um grupo de adolescente conversando, meu choro se intensificou, conforme as palavras DEPRESSÃO... EDWARD... CARTA... IRRITANDO... Ecoavam em minha mente.

 Fechei os olhos e os apertei com o intuito de mandar a voz em minha mente sumir. Não por quanto tempo fiquei com os olhos fechados, só os abri quando senti o vento forte tocar minha pele, gotas grossas de chuva cair e as pessoas correndo para fugir da tempestade, fecho os olhos novamente e deixo as gotas de chuva se misturar com as minhas silenciosas lagrimas. Após meia hora a chuva e o vento se tornam piores, levanto e vou pra casa.

  Ao chegar a casa, vou direto pro meu quarto, tomo banho e deito na cama. Começo a pensar no tempo amanha inicia-se maio e só falta, mais dois meses de aula, acho que consigo suportar.

. Não sei dizer ao certo que horas adormeci, só lembro-me de ter acordado com minha mãe sentada ao lado da cama, com a testa franzida e a mão em meus cabelos.

 - O que foi mãe? – Pergunto com a voz fraca e rouca de sono

 - Você está bem?

Antes de responder meu pai parece na porta do meu quarto.

 - Renee, o que foi?- Perguntou preocupado.

 - Charlie, pegue o termômetro, acho que a Bella está com febre.

Fechos os olhos e puxo o edredom até a cabeça.

 - Bella?

 - Humm

- Está bem querida?

- Uhum, só to com frio.

 Sinto puxarei o edredom, franzo a testa e continuo de olhos fechados, mas o frio me incomoda então abro os olhos e vejo minha mãe como o termômetro na mão, olhando o mesmo com uma expressão séria, então ela se vira e olha pra porta, e diz ao meu pai que está encostado na mesma.

 - Acho melhor ligar pro Dr. Cullen.

Meu pai da um aceno de cabeça e sai pelo corredor, minha mãe se vira pra e me dá um copo de água e um comprimido

 - Tome você está com febre e isso vai ajuda a abaixa.

Tomo o remédio e volto a me deitar e fechar os olhos creio ter adormecido, pois só os abri quando ouvi vozes em meu quarto. Minha mãe estava acompanhada por Carlisle Cullen, amigo dos meus pais e medico desde que eu era pequena.

- Olá Bella – Disse Dr. Cullen sorrindo

- Humm... Bem!? – era pra ser uma afirmação, mas acabou saindo como uma pergunta, Carlisle acenou a cabeça em entendimento e me examinou

 - Bella está só um forte resfriado, com um pouco de repouso e alimentação ela ficará bem, vou receitar um remédio pra febre e um atestado para amanha será melhor que ela fique em casa de repouso até domingo.

 - Obrigada Dr. Cullen

 - Melhoras Bella

Vejo-os passarem pela porta do quarto e ela ser fechada, novamente adormeço. Na sexta-feira acordo um pouco mais tarde que de costume e com a febre mais baixa, fiquei em casa vendo TV.

  No sábado, eu já estava melhor, e minha mãe disse que Rose e Alice havia ligado. Novamente passei o dia em casa sem fazer nada.

 No domingo, fiz os meus deveres, arrumei o meu quarto e vi alguns filmes.

 Na segunda, levantei cedo, e fui pra aula, Rose também havia chago cedo e me passado a matéria das aulas que tinha com ela na sexta, que eram três, mais tarde consegui com outros colegas a matéria que eu havia perdido.

  E, assim, passou o resto do ano, escola, casa, às vezes conversava com Jasper pelo MSN, algumas vezes no colégio passava o intervalo na companhia de Alice e Jasper, mas normalmente ficava com Rose.

 Logo chegaria às férias, e eu iria para a fazenda dos pais de Rose, com quem meu pai tem alguns negócios e haviam se tornado nossos vizinhos, quinze dias antes de acabar as aulas. Jacob se mudara semana antes de Rose se mudar.