Pérolas

P.O.V. Thaís

– Mariaaaaaaa!!!!- gritei de novo, tentando acordá-la- Acorda Capirota!!!! Levantaaaaaa!!!!- me sentei no chão duro- Puta que pariu!!!! Acordaaa!!!- comecei a fazer cócegas nela, que acordou no mesmo instante.

– O que foi, caralho?! Não tá vendo que eu to tentando dormi?!- sempre amável à luz da manhã- O que aconteceu?

– Você não vai acreditar!

– Humm....- ela começou a tombar para o lado

– Mariaaa!- deu um empurrão nela

– Oi? Jujuba?- ela olhou pra mim- Desculpa, continua...

– Não posso!

– Por que? Fala logo ou eu vou voltar a dormir!- me levantei

– Então veja com seus próprios olhos!- puxei ela com força até sair da barraca e dar de cara com uma loira feliz

– Quem...?- ela olhou para a garota; o cabelo estava mais loiro e as mechas esverdeadas mais vivas, as bochechas estavam mais rosadas e os olhos verdes pareciam as uvas mais verdes da parreira.

– Oi!- disse Lorry

– Lorry! Você...?- e Lorry correu para abraçá-la, o que deixou a Maria vermelha e espremida.

– Muito obrigada! Acho que se vocês não nos encontrassem, eu não estaria mais aqui! Muito, muito, muito obrigada!- Lorry continuou a abraçá-la e Maria quase surtava (N/ Maria- Eu, por acaso, já mencionei que não sou fã de abraços?)

– Okay- disse Maria se desvencilhando delicadamente- De nada, fico feliz que a poção tenha ajudado

– Ajudado?- Katherine parou do meu lado- Não sei onde você arranjou aquela poção, mas é melhor guardar um pouco, por que o negócio é mágico- Maria ficou meio pálida, mas deu um sorriso amarelo- Agora vamos logo por que eu to com fome, e ainda vamos demorar para chegar no acampamento!!!

Clary, Rigaud e os meninos chagaram logo depois, e percebi certa tensão entre Niquito e Firmin. Espera! Será que aquele sonho em que o Nico beijava a Maria foi real??? (N/A: Sim, Thaís teve um sonho com isso e eu não posso deixar de ficar feliz ♥)

Continuei observando. A conversa ia e vinha.

– Foi ótimo o tempo em que fiquei em Malibu!- exclamou Lorry

– Malibu?

– É, fiquei perto da natureza praiana e ainda dei uns ótimos mergulhos! Ah, eu até achei uma ostra com uma pérola lá!- e nesse instante a Maria ficou branca feito papel, os olhos dela se mexiam com rapidez, como se formulassem alguma coisa e ela, num pulo, se levantou e foi direto para a mochila

– Pérola...pérola...pérola...Como fui tão burra?!- murmurava ela, enquanto jogava suas coisas para lá e para cá. Nico acabou levando uma livrada mágica na testa.

– Maria! O que foi?- ela segurava alguma coisa na mão e estava de frente para a fogueira recém-apagada

– Saiam de perto, sério!- todos obedecemos sem pestanejar.

Ela então começou a murmurar várias palavras em uma língua totalmente desconhecida. Vi que o fogo estava acendendo de novo e fui ajudar; logo que fui jogar o fósforo nas cinzas, a fogueira explodiu em chamas. Chamas azuis.

– Philip?- perguntei assustada

– Quem?!- o caveirudo gritou

Maria continuou a recitar todas aquelas palavras e então pude ver o segurava. O cristal. O cristal que não servia pra porra nenhuma. Ele estava brilhando, até Maria dar um gritinho básico e jogá-lo nas chamas. As palavras eram recitadas como numa cachoeira. As chamas dobraram de tamanho e num segundo, se extinguiram.

– O que foi isso?!- perguntei, enquanto ela pegava com cuidado o que tinha sobrado das cinzas.

– Você quer nos matar? Ou quer avisar a todos aqueles malditos monstros, onde estamos?- Katherine me empurrou e foi para cima dela, só que Clary a segurou.

– São elas mesmas?- a filha de Nêmesis arregalou os olhos e Maria assentiu, cansada.

– As Pérolas de Perséfone!

– O que?- perguntou Lorry

– As pérolas? Isso é impossível! – disse Rigaud

– O que são essas pérolas de Perséfone?

– São as pérolas da minha madrasta!- disse o caveirudo e todos se voltaram para ele- Sendo rápido, Perséfone não gosta do meu pai e toda vez espalha essas merdinhas pelo mundo, assim seus visitantes tem como sair do Mundo Inferior- olhei para Maria

– Como?

– Desde que chegamos aqui, venho tendo sonhos e neles a pessoa diz que eu devo juntar a pedra com o fogo para que vire uma ostra...coisas assim. Quando Lorry disse pérolas, eu finalmente lembrei.

– Do que?

– Disso- Philip apareceu em sua mão- Além de ser uma ótima técnica de ataque, também é muito usado para preparar poções avançadas e criar objetos mágicos. O fogo de Merlin, quando junto de um cristal de magicae album, cria uma pérola capaz de transportar qualquer pessoa de um lugar para o outro

– Isso é incrível! Vamos poder voltar para o acampamento e vocês chegarão em Salém e...- Rigaud olhou para as pérolas- Quatro

– Quatro?- Jake perguntou e Maria suspirou

– O máximo de pérolas por cristal é quatro, nada mais- ela olhou para mim

– Então como...?

– Peguem-nas- disse Nico, surpreendendo a todos- Ainda temos tempo para completar a missão, e Lorrayne precisa urgente de um tratamento especializado- olhei para as pernas de Lorry, que ainda tinham feridas muito feias.

– Mas...

– Mas nada Kat, peguem logo essas merdas e vão embora. Não quero que se machuquem!

– E desde quando você manda em mim, pirralho?- perguntou Katherine

– Sou o conselheiro-chefe do chalé

– Mas não aqui!

– Gente- Lorry olhou para Maria- Eu nem sei como agradecer

– Você sabe, sim...- Lorry afirmou e eu fiquei sem entender.

– Peguem suas coisas, temos que voltar para o acampamento!

Depois de dez minutos, todas as barracas estavam desmontadas e as garotas prontas.

– Só pisem nas pérolas e pensem onde querem ir, o resto é com elas!- Maria disse

Nós quatro (eu, Maria, Nico e Jake) estávamos frente a frente com elas. Fui a primeira a tomar iniciativa e abraçar Rigaud, depois Maria também abraçou e continuamos as despedidas. No final, Clary tinha o nariz vermelho e Kat dava um cascudo no Jake.

– Obrigada- Lorry disse, antes de todas pisarem nas pérolas e desaparecerem em fumaça.

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Percebemos que o lugar onde estávamos, começava a morrer. Lorry dava vida a esse lugar, e agora que foi embora...

Desarmamos tudo e colocamos nossas mochilas nas costas. Maria pegou o mapa (presente da Mariah) e conseguimos voltar para a estrada.

– Faltam 150 km para chegarmos...

– Okay, quantos quilômetros até o próximo Mc Donalds?- perguntou Jake

– Engraçadinho

Não paramos de andar um segundo e não se falou quase nada. Quando deu duas da tarde, decidimos parar para descansar.

– Será que elas já chegaram?- Jake

– Faz tempo. Uma viagem assim demora menos que uma viagem nas sombras- Nico

Apenas bebendo água, Maria viajava em devaneios.

– Garoto e Nico---

–Ei!

– Tá, garotas---

– Porra Thaís!

– Calem a merda da boca e me deixem terminar! Já que essa pode ser nossa única parada, é melhor se apresarem, porque eu não vou ficar parando toda hora pra vocês “tirarem água do joelho”!- Nico se levantou e se enfiou atrás de uma moita e Jake foi mais fundo na área arborizada.

– Maria

– Oi?

– Podemos conversar?

– Claro, o que foi?

– Eu é que pergunto, oras! Você anda muito estranha!

– Estranha?

– É, to sentindo que você sabe de algo, mas não quer nos contar

– Hã, sério?- ela começou a suar frio

– Sério! O que está acontecendo? O que Lorry sabe que não sabemos?- ela suspirou

– Não é nada, eu só pedi para que ela avisasse o Quíron que estamos bem, já que...

– Já que o que?- ela fechou os olhos

– Não temos quase nenhum dracma, Thaís

– Como assim? Até ontem tínhamos umas vinte moedas e...?- olhei bem para ela

– Elas precisavam

– Mas nós também precisávamos! Maria, você tem que deixar de ser essa tonta e pensar nas consequências- ela estendeu a mão e mostrou dez dracmas

– Eu guardei...

– Okay, é melhor isso durar, por que senão....

– SOCORROOOOO!!!!- gritou um Jake esbaforido vindo em nossa direção (Obs: Com o zíper aberto!)

– O que foi?- Nico

– Eita capeta! De onde...?- ouvimos um uivo e do meio de uma moita, um cão infernal do tamanho de um labrador apareceu

– Okay, quietinha...- o bicho rosnou

– Eu acho que é ele!– ele rosnou ainda mais

– Não importa se é ele ou ela, temos é que correr!!!!- e nisso, saímos em disparada com um cão infernal na nossa cola.