Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 52
Horizontes Nebulosos


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!


Espero que tenham curtido bem o Natal.
Estou antecipando a postagem graças ao feriado. Espero que não fiquem aborrecidos com isso. ;)

E acho que esse cap não trará muitas surpresas a certos leitores.

Bom, deixemos de lado a conversa. Boa leitura!!!



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A porta se fechou pesadamente. Sabia que Eseosa já tinha deixado a biblioteca de Achilles, uma vez que aquela conversa tinha terminado com a despedida de ambos. Quando comecei a me mover para longe, uma voz me interrompeu.

–Connor, poderia fazer a gentileza de sair dessa moita e vir até aqui?

Congelei em desgosto. Achilles sabia que eu estava escondido ali, e provavelmente desde o princípio. Um tanto resignado, fiz conforme ele disse, pulando a janela e estando outra vez em sua presença, sentindo-me um tanto embaraçado. Havia tanto desgosto em seu olhar que sentia-me encolhido em sua presença. Como uma criança que aprontara uma traquinagem daquelas.

–Estou decepcionado com você, Connor.

Assenti, baixando minha cabeça. Por sorte, o capuz era capaz de esconder bem o meu semblante derrotado.

–Esperava isso de qualquer um, menos de você. Por que não me contou sobre a Maçã, afinal?

–Eu... – pensei em dizer alguma coisa, mas o quê? Silenciei-me.

Com meu Diário em suas mãos, ele voltou a falar.

–Fico pensando que tipo de coisa você viveu, a ponto de esconder informação tão preciosa de mim, seu próprio Mentor. O que estava pensando, rapaz?

Após deixar escapar um suspiro, eu comecei a me defender.

–Houve dor e tristeza por boa parte de minha trajetória, Mentor. E esta realidade, que eu construí, ela...

–Espere, como assim? Está querendo dizer que você manipulou o curso da História?

–De certa forma, sim. Fiz meu pai deixar os Templários e se unir à minha mãe, mas por outro lado, minhas ações acabaram empurrando Minowhaa para os Assassinos.

–Minowhaa não era um Assassino?! – meu Mentor parecia atordoado. Tive pena dele, e continuei.

–Não. Ele permaneceu na Aldeia, morrendo alguns anos antes de... Antes de eu bater em sua porta durante uma madrugada pedindo que o senhor me treinasse.

–E eu te treinei?

–Sim.

Ele parecia avaliar.

–Como meu Assassino, você conseguiu libertar as Colônias do domínio dos Templários?

–A um custo altíssimo a mim, mas sim.

Naquele momento, lembrei-me de toda a dor de minha trajetória. De minha decepção com George Washington, da morte de meu pai e de Kanen'tó:kon por minhas próprias mãos, da expulsão de meu povo de suas terras...

Foi então que contei a ele. Contei tudo que vivi. Contei sobre o incêndio em minha aldeia, quando eu era pequeno. Contei do falecimento de minha mãe, de como meu ódio por Charles Lee floresceu com o passar dos anos. Contei sobre o meu treinamento, sobre como eu derrotei cada Templário, e também das mortes e perdas que aconteceram em meu caminho, e sobre como o objetivo inicial fracassou, ao ver o meu povo sem terras. Tenho certeza de que havia tanta emoção em minha voz que ele compreendeu que eu falava a verdade.

–Então, presumo que você não faria nada disso novamente, não?

Percebi que ele estava me julgando. Julgando o porquê de eu usar a Maçã.

–Eu só quis corrigir erros. Erros que cometi, pois na época pensava que era a melhor escolha. Erros de julgamento, principalmente.

Nada do que disse adiantou. Meu Mentor mantinha a mesma feição decepcionada.

–A vida de um Assassino é dor, disse Ezio Auditore da Firenze. Precisamos aceita-la, em prol de um bem maior. Perderemos muitas coisas pelo caminho para ajudar a Humanidade a obter sua preciosa liberdade. Isso poderá nos custar muito, mas devemos entregar tudo o que for necessário. E eu vejo em seus olhos que você não é tão comprometido assim como pensei...

–Espere... Não é isso, eu...

–De modo egoísta, você usou a Maçã para evitar perdas em sua própria vida, sem se importar com as consequências à Ordem... Sua negligência permitiu que os Templários acessassem informação preciosa, porque esteve ocupado demais usufruindo de uma vida doce e plenamente feliz...

–Mentor, eu...

Droga! Achilles está entendendo tudo pela metade! Eu realmente quis tornar minha vida um pouco melhor, mas também quis evitar outro Massacre à Irmandade. Mas o que mais havia a dizer? Contar que Shay retornou e a dizimou outra vez implicaria em também contar que ele estava morto, uma vez que o Caçador de Assassinos apenas retornou quando soube que Achilles estava morto e que havia outro Assassino no comando!

Como dizer a alguém que ela irá morrer, e pior, em pouco tempo?!

Fora que saber que a Irmandade sofreria um Purgo outra vez seria doloroso.

–Connor, você está expulso da Ordem dos Assassinos. Pode guardar o Manto de Minowhaa, como mera recordação, mas você está proibido de usá-lo em público. Pode ir embora, agora. Mais tarde, comunicarei a todos sobre minha decisão.






Arredores da Aldeia Mohawk. 29 de Dezembro de 1778.



Fazia um forte calor naquele dia, mas nem Shay, nem Haytham, estavam desanimados por isso. Ambos cavalgavam já há algumas horas, em meio ao forte calor e ao clima rigoroso da floresta.

–Tem certeza de que não quer parar um pouco, Shay? Esta já é a terceira vez que o vejo tocar em sua ferida. – perguntou Haytham, claramente preocupado.

–Está tudo bem, Mestre Kenway.

–Ainda acho que sua volta à Nova York agora é muito precipitada. Deveria ficar um pouco mais, procurar se restabelecer por completo...

–Não, Mestre Kenway. Mais um dia revezando entre cama e leve caminhada e eu ficarei doente de verdade. Preciso realmente partir. O Morrigan está ancorado lá, e minha tripulação deve estar sentindo minha falta. Mas devemos continuar. Preciso te mostrar isto, antes de partir. E não precisa se preocupar comigo, pois o que tenho a te mostrar é importante. Posso aguentar.

Haytham se limitou a assentir. Shay era o mesmo teimoso de sempre, ele notou. Não era à toa que Amália, sua filha, era também outra teimosa. Pobre de Connor, se realmente pretendia adquirir algum relacionamento com a moça.

–Chegamos. – disse Shay, fazendo o animal parar. Ainda aproveitando a forte claridade do dia, ambos adentraram a caverna.

Haytham engoliu em seco. Conhecia bem aquele lugar. Aquela era uma caverna sagrada aos Mohawk, repleta de pinturas que contavam a história de uma deusa, cujo nome ele não sabia. Ziio chegou a contar-lhe a história, mas Haytham estava “distraído demais” por outros motivos para prestar atenção naquela ocasião.

–Então, esta é a caverna que os Templários acreditam ser a porta. – disse Haytham, tentando desviar seus pensamentos daquele dia. Algo difícil, uma vez que aquele local despertava fortes lembranças.

Shay aproximou seus dedos de uma fresa redonda, rodeada de pinturas dos Mohawk, que parecia ser o encaixe de algo. Sempre fora fascinado pelos Artefatos Daqueles Que Vieram Antes, e sabia que Mestre Kenway compartilhava da mesma paixão.

–Sim, Mestre Kenway. E provavelmente, esta é a fechadura da chave que Mestre Lee mantém em sua guarda.

–Está enganado, Shay. Quando ele colocar a Chave, o Templo irá fazer uma breve reação, mas nada irá acontecer. Nenhuma porta se abrirá, nada.

–O senhor parece convicto. – constatou Shay.

–Eu já estive aqui uma vez, há alguns anos atrás. Também coloquei a chave neste encaixe, e nada aconteceu. E lamento ter de admitir isto, Shay, mas... Eu realmente já sabia deste lugar.

Shay parecia abismado.

–O senhor sabia desta porta?

–Não com a mesma certeza que tenho hoje. Na época, eu sabia que havia algo significativo ali, mas como a chave não abriu coisa alguma, eu imaginei que talvez não fosse a chave certa. Mas eu tinha certeza de que este era um Local Precursor apenas anos depois, de nossa incursão no Templo no Ártico. Sei que os detalhes desta caverna são similares aos que encontramos por lá. Poderia muito bem, na época, ter procurado por meios de abrir a porta, só que o problema é que eu não queria incomodar o povo de Ziio, nem coloca-los em perigo. Por isso, abandonei as buscas pela porta, em meu tempo.

–Entendo. – completou Shay.

–Isso me preocupa, Shay. Me preocupa muitíssimo. Não encontramos a chave desta porta na época, mas Howard Davidson pode muito bem fazê-lo. Embora ele nunca tivesse demonstrado qualquer interesse Naqueles Que Vieram Antes, sua sede por poder pode fazê-lo repensar suas próprias convicções.

Percebendo que Shay ainda estava confuso, Haytham insistiu.

–Shay, aquela chave, que está em poder de Charles, pode não abrir este templo, mas outro artefato poderá fazê-lo. A Caixa Precursora está bem escondida?

–Sim, Mestre Kenway. Nem Gist, que é meu homem de confiança, sabe onde ela está.

–Ótimo. Não deixe que isso caia nas mãos de Davidson. Ele é um homem perigosíssimo. Alguém que distorce os preceitos templários em benefício próprio.

Shay ficou desconfortado.

–Espero que não fique desapontado, Mestre... Mas não posso voltar-me contra ele apenas tendo por base apenas as suas palavras.

Haytham parecia brevemente entristecido, mas logo voltou a si.

–Sim, eu entendo. Você quer formar sua própria opinião. Pois bem. Eu peço que o faça. Tenho certeza de que Davidson não demorará a se mostrar como verdadeiramente é para você. E saiba que quando este dia chegar, você terá o meu apoio.

Ambos trocaram um forte aperto de mão e leves tapas nos ombros.

–Boa sorte em sua jornada, Shay. – disse Haytham, deixando escapar um sorriso.

Shay parecia indignado, mas havia um leve toque divertido em sua resposta.

–O senhor disse isso de propósito. Quantas vezes eu tenho de dizer que eu...

–“Faço a minha sorte”, sim, eu sei. Boa viagem.

Ainda na entrada da caverna, Haytham pôde notar o cavalo de Shay a sumir pelo horizonte, rumo à estrada que o levaria à Nova York. Era uma pena, pensava Haytham, que ele não tivesse convencido Shay o bastante para fazê-lo abandonar os templários. Mas Shay era homem de convicção e gostava de formar suas próprias idéias. Ele só esperava que Shay chegasse à conclusão certa, e logo.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal!!!!

Obrigada por acompanharem essa fanfic, e não deixem de comentar!!!



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