Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 36
Um Caçador Em Nosso Meio


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Percebi que gostaram da entrada do Shay na fanfic.
Creio que irão gostar desse cap, então.
Vejamos se a caçada pela caixa precursora mudou o Caçador de Assassinos.

Até lá!



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Shay Cormac soubera do Grande Incêndio que devastou Nova York apenas quando tinha estado em Boston. Saber daquela notícia já era horrível, que dirá ver todas as ruínas ao redor daquela área. Ele conhecia alguns comerciantes, e inclusive atuara como sócio e ajudara a erguer aquele distrito com alguns materiais. Ver tudo reduzido a restos de pedra e madeira em brasa era desolador.

Ainda assim, ele sabia que não estava na cidade a mero passeio. Fora designado por Howard Davidson, templário da Inglaterra, a ajudar Charles Lee. Ainda na França, enquanto buscava pela Caixa Percursora, Shay tivera notícias do comportamento de Haytham. No princípio, ele se mostrou surpreso, mas ainda descrente com a mudança daquele que ele chamava de “chefe”, um dos Templários que mais admirava, ao lado do General Monro. Era muito difícil entender porquê Haytham, tão certo de suas convicções, simplesmente estava ao lado dos Assassinos. “O pai dele era um Assassino. Sangue chama sangue.”, justificou Howard, com desprezo, mas Shay não achava que tal fato justificava o bastante.

De todo modo, era hora de encontrar Charles Lee.

Shay sabia que Charles Lee mantinha residência, em um bairro nobre de Nova York. Não deveria estar muito longe.

–Fico feliz em revê-lo, Shay. – disse Charles. – Nós só nos encontramos uma vez, na Cerimônia de sua Iniciação à Ordem, mas me lembro que depositamos muita confiança em ti, e que você não nos desapontou. – disse Charles, oferecendo à Shay um assento.

–Tem razão, sir. Aqueles foram tempos árduos, mas também inesquecíveis.

–Eu poderia dizer que para todos nós, Shay, mas infelizmente encontro-me impedido de dizer tal coisa, diante das últimas circunstâncias.

–Mestre Haytham Kenway. – concluiu Shay. Era ótimo ver que Charles já queria conversar sobre isso de imediato, pulando qualquer conversa fútil.

–Não o chame mais de “Mestre”, Shay. Haytham está agora reduzido a um medíocre fazendeiro de tabaco. Enfurnou-se nas colinas de Massachussetts e abandonou a todos nós. Esqueceu-se de seus feitos à Ordem, de suas próprias responsabilidades, e como se não bastasse, está ajudando a acabar com a própria Ordem que construiu. Você chegou a conhecer Willian Johnson, não é?

Shay sabia quem era. Um homem educado, que usava roupas extravagantes. Ele se lembrava da aparição de Johnson, um pouco antes de sua iniciação, e em outros momentos também, mas não poderia dizer quem eram amigos. Aliás, o único templário do Rito Colonial com quem esteve mais próximo foi Haytham, graças a meses embarcados no Morrigan à procura de Assassinos. Mas ainda assim, Haytham era discreto, e sua relação estava longe de ser uma amizade. Talvez camaradagem, mas jamais amizade.

Ao menos isso facilitará as coisas, se eu tiver de mata-lo. Eu acho.

–Sim, Willian Johnson. Eu me lembro dele.

–Morto. Primeiro, o seu negócio com chá foi destruído por rebeldes. Não rebeldes comuns, mas rebeldes liderados por um Assassino. Depois, morto diante de sua própria casa. Uma verdadeira vergonha. Johnson foi só o primeiro. Outros também pereceram nas mãos deste Assassino treinado por Achilles.

–Eu entendo que Achilles tenha ainda tido disposição e vontade para treinar mais um Assassino, apesar de tudo, mas... Como Mestre Hay... Quero dizer, Haytham entra nesta história?

Charles pareceu aturdido.

–Você não recebeu minha carta?

–Carta? Mas que carta?

–Deixe para lá. Creio que ter confiado tal tarefa a Benjamin Franklin tenha sido inútil. De todo modo, Shay, creio que precisas saber a respeito de maiores detalhes quanto ao que houve a Kenway. Ele abandonou a Ordem para se casar.

–De fato? Devo confessar que tal fato me surpreende.

–A todos nós, especialmente porque não é uma mulher comum, mas uma índia. Uma nativa dos Mohawk.

Shay pareceu surpreso. Não tomava Haytham como um homem de tendências românticas, a ponto de abandonar tudo por causa de um amor. Muito menos que ele, um homem tão sofisticado e elegante, pudesse ter se apaixonado por uma nativa.

Charles Lee continuou, bebericando chá.

–Na verdade, não é a primeira vez que Haytham falhou com suas responsabilidades por causa da... Moça, se é que posso chama-la assim. Enquanto buscava pelo local precursor, antes de começar a Guerra dos Sete Anos, ele desapareceu por um mês, praticamente. Eu tive de busca-lo na mata, após dias de busca. O encontrei acampado, vivendo não muito diferente de um animal, e percebi que ele não estava sozinho. Depois que conversamos, ele voltou à Boston, e não mais falou do que ocorrera. Na época, pensei que ele tivesse voltado á razão, mas me enganei. Assim que você partiu para a França, Shay, Haytham sumiu de novo. Eu o reencontrei na Aldeia. Tentei trazê-lo de volta, mas ele se recusou. Mais tarde, eu o reencontrei em Lexington, pela última vez. Ele me entregou seu anel e disse que estava abandonando a Ordem, me designando como Grão-Mestre. Foi uma conversa... Difícil.

Shay pigarreou.

–Posso entender que estejas chateado, mas ainda assim não vejo sinal de traição. Um homem não pode simplesmente optar por abandonar a Ordem em prol de sua vida pessoal?

Um silêncio estranho permeou a sala. Aquela pergunta sequer precisava de resposta.

–Shay... – retomou Charles. – O Assassino que Achilles criou pertence à mesma aldeia que a “mulher” de Haytham. Seria tolice admitir isso como coincidência...

–Mas...

–Já nos foi confirmado – interrompeu Lee – que um de nossos homens foi morto em uma ação conjunta de Haytham com este Assassino. Benjamin Church era um Traidor, isto é verdade, mas estava fugindo em uma escuna quando teve o navio tomado e acabou assassinado por Haytham e por esse Assassino.

Shay ficou sem palavras. Charles suspirou.

–Eu sei que você o admirava. Eu também, acredite em mim. Mas aqueles eram tempos passados. Haytham agora está ajudando os Assassinos. Sem dúvida, está enfeitiçado por aquela mulher. Ele é uma ameaça agora a tudo que você conseguiu. Quer ver a colônia tomada por Assassinos outra vez? A desordem, a violência, a atacar as pessoas? Já enfrentamos problemas demais graças à esta rebelião que vem se formando entre os colonos e os britânicos. Não precisamos que os Assassinos apareçam e tragam mais caos a uma situação já tão complicada, entende?

Shay assentiu. Levantou-se, e ficou de costas para Charles.

–Eu já matei a muitos a quem um dia chamei de irmãos. Não foi fácil, mas sei que era a coisa a certa a fazer.

Depois de alguns segundos de silêncio, Charles escutou um suspiro, e notou os ombros de Shay se relaxando.

–Por onde posso começar?



§§§§§§§§§§§§§



–Entende minha preocupação agora, Connor?

Eu e meu pai estávamos no alto de uma colina, que dava vista para nossa casa. Deveria passar de uma da manhã, a julgar pelo tempo de nossa conversa. Ele contou-me tudo que fizera durante a Guerra dos Sete Anos, com detalhes desconhecidos até mesmo para mim. Apesar de eu buscar não me influenciar por suas palavras – afinal, palavras de um Templário – era fácil entender porque Achilles jamais me contou com detalhes sobre como sua Ordem desmoronou. E também era fácil, ao menos, entender, porquê Shay traiu os Assassinos, embora eu jamais me imaginasse fazendo o mesmo.

–Um pouco. – eu disse.

–Eu posso ter interceptado esta carta, mas sei que não demorará até que Charles o encontre e o envenene com suas idéias. Cheguei a pensar em entregar a carta pessoalmente, mas...

Esperei, mas só o que veio foi silêncio. Percebi porque ele se calou, e isso me deixou aturdido.

Medo?! Meu pai estava com medo?!

Ao notar meu olhar de perplexidade, meu pai pareceu subitamente envergonhado, como se tivesse enxergado minhas conclusões, mas depois relaxou, dando-me um tapa no ombro.

–Não me julgue um covarde, Connor. Em sua idade, eu teria me encontrado com Shay sem hesitar, mas... Há sua mãe, Tessa, e você. Quando se tem tanta coisa a perder assim, é natural ter... Medo.

Preferi não dizer mais nada. Quem era eu para julgá-lo afinal?

–O que você vai fazer, pai?

–Ainda estou pensando. Talvez, quem sabe, dissuadi-lo de suas idéias. Eu posso trazê-lo à Razão, mostrar a ele porquê estou matando os Templários, explicar sobre o que aconteceu ao seu irmão Jim... Shay é um homem de caráter, Connor. Eu sei que é. Simplesmente teve de tomar decisões difíceis.

–E se ele não concordar contigo?

Senti meu pai contraído.

–Então, terei de mata-lo.



§§§§§§§§§§§§§


A noite já estava alta. Ainda à frente do timão do Morrigan, Shay conduzia seu navio por aquelas águas tranquilas. Era nítido, ele pensava, que a Fronteira permanecia a mesma que ele vira com seus olhos, há alguns anos. Nem mesmo o findar da Guerra trouxera alguma coisa de diferente aquela paisagem selvagem e inóspita. Claro, alguns pequenos vilarejos coloniais tinham aparecido, mas ainda era predominante a selva e sua exuberância.

–Quando navego por estas águas e vejo essa floresta, eu tenho a sensação de que voltamos ao tempo. – observou Gust.

Shay sorriu brevemente. – Adivinhou meus pensamentos.

–Mas então, Capitão, o que exatamente estamos fazendo aqui? Pensei que seus assuntos estavam relacionados à Boston, ou Nova York.

–Não totalmente. – disse Shay, limitadamente. – Ainda há algumas coisas a se averiguar aqui na Fronteira, antes de começar meus trabalhos.

Gust assentiu. Sentia que Shay estava ainda relutante com tudo que escutara a respeito da traição de Haytham Kenway à Ordem. Ele jamais se sentiu com liberdade a perguntar sobre seus sentimentos, apesar de viverem tanto tempo lado ao lado, naquele navio, vivendo uma estreita camaradagem de irmãos de Ordem e companheiros de navio. Embora fosse extrovertido e tivesse um bom humor em boa parte do tempo, Shay Cormac era muito restrito para conversar de assuntos mais profundos, e Gust não via outra opção senão aceitar. Sabia que o homem vivera uma vida repleta de conflitos internos, e sabia também que foram estes mesmos conflitos que lhe tornaram o que ele era agora. Um homem focado na Ordem, e nada mais.

O silêncio continuou entre os dois, cortado apenas pelo som dos animais noturnos e por uma canção triste, cantada por um dos marujos do turno noturno. Quando finalmente surgiu o pequeno embarcadouro, veio a ordem que todos esperavam.

–Preparar para aportar! – bradou Shay, sendo obedecido por sua tripulação.

Mal a âncora foi lançada, Shay já tinha se lançado à terra firme. Deixando o navio aos cuidados de Gust, Shay Cormac caminhou pela estrada, em busca de seu objetivo secreto.

As palavras de Howard, Grão-Mestre dos Templários Britânicos, ainda martelavam em sua cabeça. Especialmente a história que ele contara, na Sala dos Templários, no coração de Londres.

“Shay, você se lembra de um dos homens em seu navio chamado Hamilton?”

“Hamilton... Creio que sim... Lembro-me que ele sumiu, após a nossa expedição ao Ártico atrás da Caixa Percursora. Mas como pode saber dele?”

“Na Expedição em busca de deter os Assassinos, no Ártico, eu infiltrei um de meus homens em sua embarcação. Não me leve a mal, Shay, mas achei necessário. Você era um Assassino, afinal, matando um dos nossos. E havia também Haytham ao seu lado, filho de um Assassino que causou muitos problemas à nossa Ordem, no fim das contas. Bom, eu coloquei Fisher, um de meus melhores soldados, para se passar por um dos seus. Ele adentrou através de um convite seu, em uma taberna em Nova York. Ele mandava relatórios semanais a alguns homens de minha confiança. Dizia que você realmente estava empenhado em acabar com todos os Assassinos, tal como Haytham. Quando você partiu para a França, deixei que outros vigiassem você, mas isso só durou alguns meses, eu confesso. Percebi que você era mesmo de confiança, que fora convertido de verdade.”

“Sim, mas... Onde o marujo Hamilton entra nesta história?”

“Nós passamos a desconfiar de Haytham desde a morte de Reginald Birch, líder dos Templários Londrinos e mentor dele desde os tempos de criança. Como não havia provas, decidi vigiar seus passos desde então. Após sua partida, Hamilton continuou para vigiar Haytham. Foi então que cometi um erro, confesso. Eu ordenei que Hamilton lesse o Diário de Haytham, e me reportasse. E ele conseguiu. Disse que, na anotação de Haytham, após sua ida ao Local Precursor no Ártico, relatava a respeito de um sonho.”

“Sonho?! Ora esta, e o que há demais em...”

“Neste sonho, segundo Haytham, ele estava matando um Assassino estrangulado. Até aí, nada de extraordinário, até ele confessar que se sentiu impedido a mata-lo. Haytham contou que estava tendo este sonho há várias noites, desde que visitara o Local Precursor. Como se tivesse tido uma visão do futuro.”

“Bom, pode ter sido uma visão do Mestre Kenway, mas também pode ter sido uma mera alucinação. Aquele lugar tinha uma áurea divina. Jamais senti tal coisa. Ele poderia estar impressionado, simplesmente. Não acho que isso justifique qualquer ato de Traição.”

“Ainda não terminei, Shay. Nesta mesma carta, Hamilton disse que Haytham estava na Fronteira, em uma área chamada Troy’s Wood, fazendo sabe-se lá o quê. Pedi a ele que o seguisse, mas que tivesse cuidado. Se ele se apresentasse perigoso, ele tinha permissão para mata-lo. E sabe o que aconteceu? Hamilton jamais voltou.”

“Jamais?!”

“Sim. Eu tenho certeza de que Haytham o matou, e escondeu seu corpo na floresta. Provavelmente nesta mesma região onde acampara, que os colonos chamam de Troy’s Wood. Meus homens não conseguiram encontrar o corpo dele, por isso não posso acusa-lo de assassinato, mas segundo soube por um relato de um médico em Lexington, um homem com a mesma descrição física que Haytham esteve em seu consultório, com uma grave ferida no abdome, foi medicado, mas partiu sem guardar repouso. Não sei se já vira Hamilton em batalha, Shay, ou se prestara atenção nele. Se tivesse, teria entendido porque eu o deixei incumbido de tal tarefa. Tenho certeza de que Hamilton ainda causou algum dano grave a Haytham antes de ser morto por ele.”

“Sua acusação é muito grave, Mestre Davidson.”

“Entendo que você esteja chocado, Shay, em saber desta e das notícias mais recentes a respeito de Haytham. O que te peço é que você nos ajude a dar fim neste traidor, e impedir que ele continue a ferir e tripudiar dos princípios de nossa Ordem. Entende agora porque chamei você para tal tarefa?”

Shay soltou um suspiro. Estava no alto de uma árvore, no coração da densa floresta da Fronteira. Aquela era a quinta árvore que ele subira. O dia já tinha anoitecido, mas incansável, Shay sabia que não poderia deixar a Fronteira sem tirar a morte de Hamilton a limpo. Por mais que tal história tivesse sido contada pelo Grão-Mestre Inglês, Shay ainda se mostrava relutante a acreditar que Haytham teria matado um dos seus.

Suspirando firme, ele concentrou-se, usando seus instintos, até avistar um borrão dourado, perto de um monte de pedregulhos.

Revirando-as, ele encontrou o que era um esqueleto. Em seu pescoço, ainda havia um cordão com o pingente templário, e suas roupas, embora já envelhecidas pelo tempo, pareciam ser de um marujo. Ao lado, havia uma espada, quebrada. Sem dúvida, aquele era o túmulo improvisado que Haytham preparara para Hamilton, após o confronto que culminou na morte do espião Templário e lhe deixou seriamente ferido.

Após examinar os bolsos do cadáver, Shay encontrou um pedaço de papel, úmido pela ação do tempo, mas ainda legível. Ao que parecia, aquela era uma anotação rasgada, cuja caligrafia era, sem dúvida, sofisticada.

–Se o conteúdo disto encorajou você a arrancar a página do Diário do próprio Haytham Kenway, imagino que tenha sido grave, Hamilton. – observou Shay, antes de começar a ler o papel.


Outra vez, eu tive o mesmo sonho. Mas desta vez, pude elucidar um pouco melhor as coisas. Sim, eu estava lutando contra um Assassino. Vestia um manto Branco e Azul. Havia um quê de exótico em suas vestes, mas não sei dizer. Já matei muitos Assassinos, mas jamais um que usasse estas vestes. Aquele era um Assassino novo para mim. Lutamos. Uma luta muito equilibrada. Sinto que essa luta não é um acontecimento do passado, nem dos dias atuais, e que ela se passa quando eu estou bem mais velho. Uns cinquenta anos, diria. O desgraçado usa uma Machadinha, e também a Hidden Blade. Forte como um touro, me lançando furiosamente contra barris e cadeiras. Estou enfraquecendo, mas ainda assim, eu sou mais experiente. Consigo reverter minha sorte naquela batalha, e finalmente me coloco com minhas mãos ao redor de seu pescoço, estrangulando-o. Por Deus, estrangular um Assassino, deixando seus braços livres? Um tanto estúpido, quando sabemos que ele tem lâminas nos pulsos. Poderia rir de meu amadorismo, mas naquela hora, senti pouca graça disto. O mais estranho é que me dói bater nele. Não só agora, mas todo o tempo. E agora, que eu poderia finalmente dar-lhe o golpe final, por meios que até me cansa pensar, mas simplesmente não... Consigo. Sinto que vou estrangulá-lo, e estou desesperado por me ver tão próximo de terminar com sua vida desta forma. Desesperado por matar um Assassino? Sim, por mais perturbador que seja. Sinto que minhas mãos irão se afrouxar, a qualquer momento, à medida que sinto sua vida se esvaindo diante de mim. Eu olho em seus olhos, então. Como se implorasse que ele terminasse logo com isto.

E então, eu vejo os olhos dela. Da única mulher que amei.

E pela primeira vez, eu entendi a minha hesitação.

Aquele Assassino era meu filho.

E eu sou despertado com uma intensa dor na região do meu pescoço, e sinto que minha vida acabou naquele momento. E todas as noites, desde que entrei naquele local precursor, vem este maldito sonho a perturbar as minhas idéias.

O que seria isto, então? Um aviso dos Deuses de como a minha vida pode terminar? Um resultado de minhas ações? Ou o devaneio louco de um homem cada vez mais solitário e trêmulo em suas convicções? Não sei. Mas apesar de todas as possibilidades, sempre me vem a mesma pergunta, quando acordo deste sonho.

“Você estaria pronto para este destino, Haytham?”

E pela primeira vez, sinto-me inclinado a recusá-lo.

Nem que para isto, eu tenha que abandonar os Templários.


Shay engoliu a seco. Sim, aquela era a confirmação de que Haytham não era mais o Grão-Mestre Templário convicto e confiante que ele conheceu na Guerra dos Sete Anos. Era agora um homem reduzido a dúvidas e hesitações. Mas que tipo de fé, que tipo de convicção, poderia ser abalada por um mero sonho? Shay acreditava que havia sim, maiores motivações por trás de sua fé abalada, mas isso pouco importava agora. Haytham estava desequilibrado, e portanto, era alguém perigoso.

E ele precisava pôr um fim à isto.


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Notas finais do capítulo

Opa, opa, opa!!!

Já descobrimos o que o Haytham fazia na floresta, ferido, atrás da Ziio. Ele estava sonhando com os eventos que aconteceram na vida do Connor. Claro, decerto a Maçã fez isto.
E parece que Shay agora está mais certo de que Haytham mudara. Prevejo confusão, muita confusão. Veremos se o Haytham conseguirá fazer o Caçador mudar de idéia.

Obrigada por acompanharem e até o próximo cap!



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