Footloose - Drarry escrita por Káh Nady


Capítulo 3
O dia do Senhor.


Notas iniciais do capítulo

Oiee! Sim, eu sei, como um ser humano decente fica quase dois meses sem atualizar? Então... Viajei, aí fiquei sem inspiração, aí veio o carnaval e então (finalmente) criei vergonha na cara e voltei a dar atenção pras minhas fics. Sorry about that...

Draquito finalmente vai aparecer. Será amor a primeira vista?



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CAPITULO 2 - O dia do Senhor.

Harry estava sozinho na garagem, tentando arrumar seu “novo” carro. Ele remexeu algumas caixas cheias de quinquilharias a procura de peças. Duas risadinhas baixinhas chamaram sua atenção para a porta onde Teddy e Sophie estavam “escondidos” bisbilhotando Harry. Harry sorriu e eles se espremeram atrás da porta, crentes que ela os tornava invisíveis. Ele continuou a mexer nas caixas e achou uma cheia de discos de vinil, tinha Tania Tucker (que ele habilmente jogou em algum canto da garagem), Blake Shelton e surpreendentemente: Quiet Riot, o jovem sorriu e pegou seu celular e fones do bolso da calça, apertou os botões até achar em sua playlist o mesmo álbum que segurava nas mãos, ele apertou play e logo Metal Health (Bang your head) começou a tocar. (https://www.youtube.com/watch?v=2husggAunwM)

Ele botou seus fones no ouvido e se balançou de acordo com as batidas fortes do rock, ao chegar na parte em que o vocalista gritava, ele se virou com tudo e gritou também, fazendo as crianças saírem correndo em uma mistura de gritos e risos. Harry riu também e então, agora que estava sozinho, se concentrou no carro. Eis o diagnóstico:

* A porta esquerda estava desmontada e encostada um uma parede.

* A porta direita estava emperrada. (Que bom que ele podia entrar pelo buraco do lado esquerdo)

* Só tinha uma roda e um pneu.

* Faltava um pedal.

* Faltavam os assentos de trás.

* Mas, ei, olhe pelo lado bom. O motor ainda funcionava.

Harry duvidada seriamente que o departamento de trânsito fosse deixá-lo rodar com esse carro, mas ainda sim fez o possível. Felizmente, a maioria das coisas que ele precisava estavam ali, provavelmente Padfoot tinha começado a restaurar o Anglia e mais provavelmente ainda tinha trocado essa tarefa por cerveja e beisebol na TV.

Ele começou limpando o carro por dentro, retirou o que não prestava, depois colocou os pneus, arrumou o que faltava no motor, instalou os bancos traseiros, desentortou a porta emperrada e recolocou a outra. Como não tinha pedal, ele amarrou uma corda pra puxar e acelerar o carro, improvisou um som usando seus fones de ouvido, uns enormes alto falantes enferrujados, e seu celular e então... Bem, estava dirigível.

Harry entrou no carro, aumentou o som e deu partida. Enquanto ele saía acelerando pra fora do terreno de Sirius, as crianças comemoravam pulando por finalmente verem aquele carro andando.

O garoto parecia pinto no lixo enquanto dirigia, puxando a cordinha pra acelerar, e cantarolando o rock que de tão alto fazia a lataria tremer. Mas alegria de pobre dura pouco e Harry teve que desligar o som e encostar o carro quando uma viatura entrou em seu encalço com as sirenes ligadas.

A viatura estacionou logo atrás dele e um policial com mais de dois metros de altura saiu, com um pouco de dificuldade, dela. Ele era incrivelmente alto, rechonchudo, possuía barba e cabelos enormes e selvagens e se não fosse pelo uniforme de policial, Harry acharia que era um daqueles motoqueiros gangster. O jovem engoliu em seco e toda sua vida passou por seus olhos enquanto o policial gigante se aproximava.

– Saia do veículo, rapaz. – Ele comandou com a voz grossa. Harry bufou e saiu. – Carteira de motorista.

Ele entregou o documento e cruzou os braços.

– Algum problema oficial? – Ele perguntou com a voz carregada de deboche, sim ele estava morrendo de medo, mas não se intimidava fácil.

O grandalhão olhou a carteira.

– Londres, han? Esta música estava muito alta Sr. Potter. – Ele falou, seu sotaque “caipira” era bem audível.

– O que? Vai me prender por escutar Quiet Riot? – Ele riu incrédulo.

O policial deu dois passos pra perto de Harry e rosnou fazendo o coração do garoto acelerar de apreensão.

– Olhe como fala garoto. – Ele preencheu um papel e o entregou pra Harry. – Você terá que comparecer a corte.

– Mas por quê? – Harry perguntou espantado, enquanto lia o papel.

– Perturbação da paz. – Ele murmurou e depois deu um sorrisinho.

Harry bufou.

– Sirius vai me matar. – Ele murmurou.

O policial, que já estava voltando pra viatura, parou e se virou com um sorriso gigantesco no rosto.

– Sirius Black? Conhece aquele cachorrão? – O gigante perguntou.

Harry arregalou os olhos e tentou tirar a conexão Sirius+Cachorrão+Gigante+Barbudo= Só Deus sabe o quê, de sua cabeça.

– Sim eu... Sou afilhado dele.

Quando Harry deu por si, estava sendo erguido do chão enquanto o policial o... Abraçava.

– Mas é claro! Você é afilhado do Sirius. Como não percebi antes? Bem-vindo a Bomont garoto. – Ele falou enquanto colocava um chocado Harry no chão. – Ora, por que não disse logo? Me dê essa intimação aqui.

Ele arrancou o papel do garoto e rasgou.

– Sou Hagrid, um amigo antigo de Remus e Sirius.

– Ah, você é amigo deles? – Potter conseguiu perguntar.

– Sim, sim. Sirius até me deu uma moto ano passado. Nós estudamos juntos, sabe? Eu costumava me divertir com as bagunças dos Marotos.

Harry sorriu e decidiu que Hagrid era um cara legal.

H-D

No dia seguinte Sirius, Remus, as crianças, Harry e toda a população de Bomont se encontravam sentadinhos nos bancos da igreja. Afinal domingo era o dia do Senhor. Harry se esforçou para não revirar os olhos de tédio enquanto ouvia o Reverendo Snape fazer um bonito sermão sobre manter as tradições e os velhos costumes.

Não o leve a mal. Harry acreditava em Deus e o amava, e tinha certeza que era reciproco, mas não fazia muito sentido passar a semana fazendo o que bem entendesse e no domingo colocar um terno ou um vestido batendo no joelho e fingir que é um santo canonizado. Era meio irracional, assim como as leis malucas que o impediam de ouvir música e dançar.

Poxa, desde pequeno ele amava dançar. Sua mãe tivera todo o trabalho de ensiná-lo a não pisar nos pés das garotas e agora ele não podia exibir seus talentos como dançarino. Ou qualquer tipo de talento que ele tivesse, na verdade, como a Ginástica artística que ele praticava a anos. Harry estava muito próximo de entrar no nível olímpico, mas daí seus pais morreram em um acidente de carro e ele largou tudo isso pra trás. Era hora de focar em estudos, faculdade e um emprego para pagar suas próprias contas. Ele não podia ficar incomodando Sirius pra sempre e muito menos poderia morar por muito tempo nessa cidade arcaica.

Na verdade, ele se perguntava como Sirius morava ali e, o principal, como Remus e ele escondiam de toda a cidade o fato de serem um casal gay há tanto tempo. Harry sabia por alto que Remus era casado com uma mulher de espirito livre chamada Tonks, eles tiveram Teddy e depois disso ela fugiu com o divórcio e outro homem para Londres. Já Sirius sempre fora um libertino nato, engravidou uma jovem garota em uma de suas viagens pelo mundo e voltou pra Bomont com Sophie na bagagem, nem sinal da mãe dela até hoje. Então, dois amigos de infância, ambos abandonados com suas crias, resolveram se ajudar nessa fase difícil, passaram a se visitar mais, passaram a morar juntos, passaram de amizade a algo mais e quando menos perceberam... Eram um casal com dois lindos filhos.

Teddy e Sophie amavam os pais e não ligavam se eram dois homens. Mas, infelizmente, eles tinham que esconder a verdadeira natureza de seu relacionamento para o resto da cidade. Só os amigos verdadeiros e próximos sabiam da verdade. Harry se perguntava o motivo deles não se mudarem para uma parte dos EUA onde o Homossexualismo não fosse um tabu e um pecado abominável como era aqui em Bomont, mas não tinha achado uma resposta... Talvez perguntasse a Sirius.

Harry sempre fora muito bem resolvido com sua sexualidade. Ele sempre soube que era gay e sempre teve o apoio de seus pais. Mas em respeito a Sirius e Rem ele manteria isso pra si mesmo enquanto morasse na cidade. Afinal a última coisa que qualquer um deles precisava era de Harry sendo perseguido pelos furiosos habitantes da cidade, provavelmente eles empunhariam forcados, tochas e água benta enquanto gritariam coisas como “queimem ele!” ou “Que Deus tenha piedade de sua alma” ou "Meu Deus! O que é isso em cima da cabeça dele? Oh é o só o cabelo"...

Uma mão sacudindo seu ombro e uma voz chamando seu nome fizeram o garoto dar um pulo assustado.

– Estou te chamando a séculos. – Sirius era quem o sacudia e o olhava divertido. – Sei que os sermões do Reverendo Ranhoso têm poder de causar morte cerebral de tão chatas, mas já acabou.

Harry riu e olhou ao redor constatando que todos estavam levantando e saindo da igreja.

– Desculpe, acho que me distraí. – Ele murmurou enquanto também se levantava e seguia o padrinho até a saída.

Se juntaram a Remus e os pirralhinhos e começaram a andar em direção ao carro, mas foram parados por um velho homem sorridente, um extremamente bonito homem loiro, cujos poros gritavam luxo e elegância e o Reverendo Severo Snape.

– Oh, Harry! Este é Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts. – Sirius sorriu para o velho, que retribuiu. Depois, em um tom mais formal e sem sorrisos, apontou para os outros dois homens. – E esses são o Reverendo Snape e o Prefeito Lucius Malfoy. Pessoal, este é meu afilhado Harry Potter.

Harry sorriu educadamente.

– Oi. – Disse apenas.

O homem loiro arqueou sua bonita sobrancelha e deu um pequeno sorriso.

– Olá, Sr. Potter. Espero que esteja gostando de Bomont. – Lucius falou, sua voz soando propositalmente falsa.

Snape fez um barulhinho de desdém contido.

– Espero que esteja se mantendo longe das viaturas. – Ele falou, lançando um olhar duro.

Harry corou enquanto Sirius o olhava sem entender.

– Ora, Severus, tenho certeza que foi apenas um mal entendido. Hagrid disse que não foi nada de mais. – Alvo explicou sorrindo tranquilizador. – Mas e você Harry? Por acaso joga futebol americano? Nossa escola está precisando de jogadores...

A cabeça do garoto girava e ele se perguntava quem deveria responder primeiro. A resposta para o Sr. Malfoy era: “Não, não estou gostando”, para Snape era: “Vá se catar!” e para Dumbledore era: “Obrigado por me defender, mas não jogo futebol e nunca jogarei”.

Mas ao ver o olhar preocupado de Remus, ele apenas sorriu educado.

– Bomont é uma cidade maravilhosa, Sr. Prefeito, estou amando. E não se preocupe Reverendo, aquilo foi apenas um mal entendido que não irá se repetir. Não costumava jogar em Londres, Diretor, mas quem sabe eu não tente uma vaga. – Ele se esforçou pra ser educado. Infelizmente tinha gastado toda a sua cota de educação da semana só nessa conversa.

Alvo sorriu e deu uma piscadinha, que sugeria que ele sabia que Harry estava de falsidade e não ligava. Snape deu um sorriso educado e Malfoy sorriu divertido e fez um gesto para chamar uma bela mulher loira que conversava com outras senhoras. A mulher sorriu, se despediu das outras, e veio até Lucius. Seu rosto era aristocrático e belo, seu andar era delicado e suas roupas eram elegantes e visivelmente caras. Harry se sentia um mendigo perto dela e não pode deixar de admirar sua beleza.

– Cissa este é Harry Potter, Sr. Potter esta é Narcisa Malfoy, a primeira dama.

A mulher sorriu e estendeu a mão para Harry, que a pegou e deu um singelo beijo.

– É um prazer, senhora Malfoy. – Harry disse simplesmente. Ele queria urgentemente ir pra casa comer algo, antes que mais alguém visse falar com ele.

A mulher pareceu satisfeita com os modos de Harry e sorriu enquanto olhava para um garoto loiro que ria com seu grupo de amigos.

– Draco? – Ela chamou num tom alto o suficiente para o garoto ouvir. – Venha aqui.

O garoto loiro arqueou as sobrancelhas, mas deu as costas para os amigos e veio até Narcissa. Harry mentalmente se perguntou se cada um que entrasse na roda iria trazer mais um pra ele conhecer.

– Sim, mãe? – O tal Draco fez cara de impaciência mal disfarçada, enquanto olhava Harry de cima a baixo.

– Este é Harry Potter, seu novo colega em Hogwarts. Mostre a escola pra ele amanhã, ajude-o a se enturmar. – Ela falou em um delicado tom de ordem.

– Ahn, oi. – Harry estendeu a mão com certa hesitação. Era óbvio que o garoto era um riquinho arrogante que não tinha nenhum interesse em ser guia de Harry, mas o moreno tentou ser educado.

– Oi. - Draco falou e apenas acenou, sem pegar na mão de Harry. Virou-se para Lucius e deu um sorriso inocente. – Pai, posso dormir na casa de Blaise? Temos que estudar.

– E não pode estudar e depois voltar pra casa? – Lucius perguntou sem interesse.

– Vai levar toda a tarde e noite. – O loiro respondeu.

Lucius deu de ombros e fez um gesto despachando o filho que apenas sorriu e correu de volta para o grupo de amigos. Harry já tinha recolhido a sua mão de volta há muito tempo, mas ainda tinha vontade de esbofetear o loiro pela falta de educação.


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Notas finais do capítulo

Continuo amando escrever essa fic. Então, agora começamos de fato a história. Próximo capitulo terá muito mais de Draco. Será que dois gênios fortes irão se dar bem?

Comentem o que acharam, please. Próximo capitulo já está sendo escrito... Então não vai demorar. Beijinhos.