Annabeth’s P.O.V

Naquele dia, eu acordei super feliz. Por quê? Já vou explicar.
O vídeo do “Reencontro do Século” teve mais de um milhão de visualizações. Não. Não é por isso que eu estou feliz, continue lendo.
Muita gente notou a minha cara vermelha no vídeo naquela hora em que o Will me abraçou. Então, aí vai a grande notícia! (Pelo amor dos deuses, fale logo! Nem eu, que sou você aguento mais essa enrolação!) Deuses? Como assim? (Isso é uma fanfic, esquece o que eu disse!) Tá né... Enfim, a grande novidade: Will tinha me chamado pra sair.
Eu estava guardando o livro de francês no meu armário quando fui surpreendida por aquele deus grego (você anda pensando muito em mitologia... Por favor, me diga que não sabe de nada) Do que eu deveria saber? (Esquece...) Will ficou me encarando por alguns segundos, fiquei me perguntando se ele estava olhando para o meu cabelo... A única coisa que eu esperava era que a trança estivesse escondendo o tanto que ele estava embaraçado.
–Annabeth Chase... eu...- ele estava ficando nervoso e as mãos dele não paravam quietas- eu queria com sair você.
–O que?- perguntei
Então Will respirou fundo, tentando se acalmar
–Annabeth, você quer sair comigo hoje à noite?
Meu coração parou.
Tentei não parecer tão animada.
–Claro Will...- ele então me deu um beijo na bochecha – te pego às oito- e então saiu.
–O que foi isso?- perguntou Thalia enquanto se aproximava- Aquele beijinho...- ela sorriu maliciosa- seria esse o primeiro de muitos?
–Cala a boca Thalia- eu não conseguia parar de sorrir, nós fomos andando em direção à saída da escola
–Olha Annie, eu quero ver você feliz, mas você sabe a minha opinião sobre o Will. Além de saber também, com quem eu acho que você deveria ter um romance.
“Começou” pensei. Desde quando eu me entendo por gente, a Thalia tenta fazer com que eu goste de um modo diferente da última pessoa do mundo da qual eu gostaria dessa "forma diferente": Percy Jackson.
–Thalia, eu já te falei... Eu e o Percy somos como irmãos! Meu Deus! Isso seria até ilegal...
–Ahh Annabeth... Um dia eu vou poder falar pra você que eu sempre soube que vocês ficariam juntos. Eu sei que tenho razão à respeito dele. Vocês nasceram um para o outro.
Definitivamente a Thalia pirou.
Entramos no meu carro – que chegou ontem! – E fomos para a minha casa. Desde o “Reencontro do Século” eu e Thalia não desgrudamos uma da outra. Por mais que na época eu não admitisse, eu realmente estava gostando de morar em Santa Barbara.

Passamos a tarde juntas, e às seis horas eu comecei a me arrumar para o encontro. Depois de tomar um banho demorado no qual eu fiz uma turnê mundial (Você precisa parar de fazer turnês mundiais no chuveiro! Isso é desperdício de água! A água do mundo tá acabando!) Esse comentário me deixou com um peso enorme na consciência. Juro que nunca mais vou fazer turnês mundiais no banheiro! (Jure pelo Rio Estige!)O que?! (Esquece...)
–Gostou desse?
Eu vestia um vestido rosa claro com flores. Eu amo vestidos floridos (Acho que os leitores já perceberam...)
–Já é a quarta vez que você me pergunta se eu gostei... Eu vou repetir a resposta das outras três vezes: Está ótimo!
Acabei vestindo aquele vestido mesmo. Deixei o meu cabelo solto e passei uma sombra marrom nos olhos, nada muito chamativo, pois como eu já disse, não sou muito fã de maquiagem, e também passei rímel e lápis marrom nos meus olhos. Um batom rosa deu cor aos meus lábios.
Will foi bem pontual. Assim que deram oito horas a campainha tocou.
–Você está linda- foi a primeira coisa que ele me disse
–Você também está - falei sorrindo
Ele me levou ao Restaurante Delfos.
–Então... O que você pretende fazer da vida?- comecei a conversa- Já que estamos no último ano...
–Eu queria ganhar a vida jogando vídeo game.
O que?!
–Ou então participar de um reality show...
A conversa com o Will não foi das melhores. Ele até podia ser lindo e tudo mais. Só que ele era bobo. Sem personalidade nenhuma. Sem um sonho que almejasse realizar. Foi então que eu recebi uma mensagem (Ela sentiu a bunda dela vibrar! Pois, sabe-se lá por que, a pessoa sentou em cima da bolsinha) Esse é um detalhe desnecessário.
Voltando ao assunto, eu recebi uma mensagem no celular, a mensagem essa, do Percy:

P: Precisa de ajuda? Vc parece estar prestes a vomitar...
A: Como sabe disso?
P: Vc tá no restaurante do pai da minha namorada. Eu simplesmente sei ué...
A: Vc tá aqui não tá?
P: Aham... Na mesa ao lado.
A: Tá esperando oq?! Me ajuda!

Percy me ligou. Pedi licença à Will e atendi na frente dele
–Entre no clima!–não entendi o que ele quis dizer com aquilo até o momento em que ele começou o teatro- Annabeth! Pelo amor de Deus! Me ajuda aqui! A Thalia tá passando mal! Tá vomitando muito!
–Onde é que vocês estão?!- perguntei de forma super dramática. Will começou a prestar atenção na conversa
–Estamos perto do Restaurante Delfos... Por favor, me ajuda!
–Tá! Eu já to indo aí!- desliguei o celular me segurando pra não rir. Só o Percy mesmo! Olhei para Will- Desculpa... Preciso ir agora... A Thalia bebeu demais e agora tá passando mal, vou levar ela pra minha casa para o pai dela não ficar uma fera.
–Tudo bem, eu levo você.
–Não precisa, eles estão aqui perto. Obrigada por tudo Will.
E saí do restaurante.
Percy estava do lado de fora, com aquele sorriso irônico que eu adorava.
Eu o abracei assim que o vi.
–Ah Percy... Obrigada!
Ele riu.
–Não foi nada. Você precisava ver a sua cara de “Eu vou vomitar se esse cara continuar falando!”- ele simbolizou as aspas com as mãos- venha, vou te levar em um lugar especial.
Percy me levou para o alto de uma montanha que ficava atrás da cidade. A montanha era turística então ela era toda gramada. Eu e ele já havíamos brincado muito ali.
Sentei-me em um banco que era virado para a cidade. A vista? Perfeita. Era possível ver o mar ao longe, e as montanhas da Califórnia ao lado esquerdo.
–Senhoras e senhores!- gritou Percy- Apresento a vocês a rainha Annabeth Chase!- Ele usava um boné de beisebol. Exatamente como fazia quando brincávamos de reis e rainhas ali- Lembra-se? As multidões iam à loucura quando nós aparecíamos...
–E também quando voltávamos da batalha com algum dragão!- completei- sinto falta de quando isso parecia possível.
–É possível. É só encarar os dragões como desafios da vida- ele pôs a mão no peito- Cara! Essa foi tão profunda que vou definir como status do WhatsApp-ele veio caminhando em minha direção enquanto digitava alguma coisa no celular. Depois sentou-se ao meu lado e olhou em meus olhos- Você está triste.
–O cara pelo qual eu tive uma paixão platônica durante anos não passa de um idiota sem personalidade... É claro que estou triste.
–É... Eu e Thalia tentamos avisar...
–Dá pra você, por favor não ficar com aquela conversa de “te avisei” e só me consolar agora?
Ele assentiu e me abraçou. Ficamos um bom tempo assim, apenas olhando a vista.
Mais tarde, quando fui dormir, fiquei pensando naquela noite e notei alguma coisa estranha dentro de mim. Aquela paixão dos doze anos tinha acabado completamente. Eu estava livre. Livre para me apaixonar novamente. Uma coisa não parava de martelar na minha cabeça:
Talvez Thalia não estivesse tão errada assim a respeito de Percy.