Athena e Eu escrita por Naiane Nara
Notas iniciais do capítulo
Saint Seiya não me pertence, então, é o tio Kuru quem enche os bolsinhos.
Boa leitura!
Athena
Quando acordei ela estava adormecida ao meu lado, deitada de mau jeito em cima do console. Levantei-me devagar, com medo de sentir dor, mas meu organismo já havia se restabelecido completamente. A vantagem divina fez seu trabalho afinal. Pelo menos para uma coisa boa servia, além de atrair cobiça e sofrimento.
Abri a janela, e um lindo nascer do Sol me prestigiou, como a dizer-me como eu era boba, que tudo acaba bem no final, que mesmo após a noite agonizante vem a mais brilhante manhã. Mas que manhã é essa, que não chega nunca? Eu preciso dela para ser feliz...
– Athena.
Me virei instantaneamente e ficamos ali, nos olhando, as duas sem saber como agir.
– Nunca fui boa com essas coisas, você sabe melhor do que ninguém – e respirou fundo – mas eu tenho que admitir que estava errada.
– Fico feliz que pense assim – disse me aproximando – não pelo prazer de vê-la errada, mas por saber que agora compreende a real razão da sua angústia.
– Me perdoe – Senti que ela não falava aquilo apenas para mim. – Por favor, me perdoe. Eu desonro o nome dos deuses fazendo coisas sem sentido.
– Errar é humano. – digo, dou um beijo em sua testa e saio do quarto.
*****
Perséfone
Mas nós não somos humanos. É errado justificar-se dessa maneira. Athena é humana. Ela cresce com eles, aprende, ama, convive, sonha, luta, chora, grita, sorri.
Mas eu não. Eu fui educada longe dos humanos, convivi muito pouco com eles e logo em seguida fui morar no Submundo.
Eu não sou humana. Então por que essa simpatia para com o ideal de Palas, presente desde tempos remotos?
Talvez pela coragem dela, pela coragem deles. Os humanos nos ofereceram sacrifícios em tempos antigos, e hoje nem se lembram de nossa existência.
Mas nunca, em tempo algum, houve tantos deles que se ofereceram em sacrifício a um de nós com essa devoção, esse amor, esse compromisso.
No fundo eles sempre nos temeram... E têm razão. Devem nos temer. Somos aberrações, aberrações dotadas de poder que fingem estar no controle de tudo, que escravizam, que pisam, que fazem valer a sua vontade.
Eu estive tão perto disso... E Athena me salvou. Athena e o amor de seus Cavaleiros.
Mas a visão sobre o Pégaso me intriga. Há muito que eu não tinha mais visões.
E então eu o vi em um casamento, em seu casamento, vi sua união trazendo a paz, ele se tornando um deus e abandonando Athena, que sofria tanto...
Mas eu não havia visto a sua noiva, como se o que vai desencadear essa sucessão de eventos ainda não houvesse sido decidido.
Eu não me lembro, em toda a História, de um Cavaleiro abandonar Athena. Lembro-me das vestais, das pitonisas, dos profetas que só queriam ter uma vida normal e para isso abandonavam seu sacerdócio... E de como nós, monstros que somos, fazíamos com que eles pagassem com sofrimento e morte.
Mas nunca um Cavaleiro. Nunca.
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