Athena e Eu escrita por Naiane Nara


Capítulo 4
O Cavaleiro que abandona sua deusa


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya não me pertence, então, é o tio Kuru quem enche os bolsinhos.
Boa leitura!



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Athena

Quando acordei ela estava adormecida ao meu lado, deitada de mau jeito em cima do console. Levantei-me devagar, com medo de sentir dor, mas meu organismo já havia se restabelecido completamente. A vantagem divina fez seu trabalho afinal. Pelo menos para uma coisa boa servia, além de atrair cobiça e sofrimento.

Abri a janela, e um lindo nascer do Sol me prestigiou, como a dizer-me como eu era boba, que tudo acaba bem no final, que mesmo após a noite agonizante vem a mais brilhante manhã. Mas que manhã é essa, que não chega nunca? Eu preciso dela para ser feliz...

– Athena.

Me virei instantaneamente e ficamos ali, nos olhando, as duas sem saber como agir.

– Nunca fui boa com essas coisas, você sabe melhor do que ninguém – e respirou fundo – mas eu tenho que admitir que estava errada.

– Fico feliz que pense assim – disse me aproximando – não pelo prazer de vê-la errada, mas por saber que agora compreende a real razão da sua angústia.

– Me perdoe – Senti que ela não falava aquilo apenas para mim. – Por favor, me perdoe. Eu desonro o nome dos deuses fazendo coisas sem sentido.

– Errar é humano. – digo, dou um beijo em sua testa e saio do quarto.



*****

Perséfone

Mas nós não somos humanos. É errado justificar-se dessa maneira. Athena é humana. Ela cresce com eles, aprende, ama, convive, sonha, luta, chora, grita, sorri.


Mas eu não. Eu fui educada longe dos humanos, convivi muito pouco com eles e logo em seguida fui morar no Submundo.

Eu não sou humana. Então por que essa simpatia para com o ideal de Palas, presente desde tempos remotos?

Talvez pela coragem dela, pela coragem deles. Os humanos nos ofereceram sacrifícios em tempos antigos, e hoje nem se lembram de nossa existência.

Mas nunca, em tempo algum, houve tantos deles que se ofereceram em sacrifício a um de nós com essa devoção, esse amor, esse compromisso.

No fundo eles sempre nos temeram... E têm razão. Devem nos temer. Somos aberrações, aberrações dotadas de poder que fingem estar no controle de tudo, que escravizam, que pisam, que fazem valer a sua vontade.

Eu estive tão perto disso... E Athena me salvou. Athena e o amor de seus Cavaleiros.

Mas a visão sobre o Pégaso me intriga. Há muito que eu não tinha mais visões.

E então eu o vi em um casamento, em seu casamento, vi sua união trazendo a paz, ele se tornando um deus e abandonando Athena, que sofria tanto...

Mas eu não havia visto a sua noiva, como se o que vai desencadear essa sucessão de eventos ainda não houvesse sido decidido.

Eu não me lembro, em toda a História, de um Cavaleiro abandonar Athena. Lembro-me das vestais, das pitonisas, dos profetas que só queriam ter uma vida normal e para isso abandonavam seu sacerdócio... E de como nós, monstros que somos, fazíamos com que eles pagassem com sofrimento e morte.

Mas nunca um Cavaleiro. Nunca.


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