Apesar dos acontecimentos doidos que eu tinha com a minha prima, nunca deixei de pensar no Smile, eu sentia muita a falta dele quando estava deitado na cama a noite pensando, acredito que é assim com todos, é só se deitar que a mente resolve fazer a festa, e então, vem aquela flashback de tudo que você já passou com a pessoa. Estava decido iria chamar o Smile para dormir aqui em casa no dia seguinte.

Um final de semana gelado, eu já sabia onde ele morava, então decidi ir lá mesmo sem informações se ele estaria lá ou não, iria por sorte. O portãozinho estava fechado, gritei por seu nome, e ele já apareceu na janela abrindo um sorriso, foi direto ao meu encontro abrindo o portão.
–Oi... o que veio fazer aqui? Afinal... como chegou aqui sem se perder? -Ele perguntou recuperando o folego, deveria ter descido as escadas com pressa-
–Ah... E-Eu resolvi te chamar para passar o dia lá em casa, se você não puder eu entendo...
–Sua prima não vai estar lá?
–Droga... -Coloquei a mão na cabeça, aflito- Me esqueci dela.
–Podemos inverter os papeis, que tal?
–Como assim?
–Você passa o dia na minha casa.

Me lembrei do dia que fiquei mal e descansei na casa do Smile, aquele dia foi cheio de adrenalina. Aceitei a proposta dele, que já me convidava para entrar. Sua mãe não estava em casa, ela geralmente tinha compromissos nos finais de semana e com isso quase nunca estava presente, o que me deu oportunidade de ficar a sós com o Smile. Fomos até o quarto dele, era impossível não ter pensamentos perversos.
–Quer jogar alguma coisa? Tenho muito jogos aqui.
–E-Eu não consigo jogar nada.
–Vamos, eu te ensino a jogar.

Ele ligou o vídeo-game e colocou um jogo básico de luta, escolhemos nossos personagens e começamos. Eu era muito ruim.

Acabou que perdi umas três partidas, não fiquei tão surpreso, já era de se esperar que eu iria falhar como em quase todos os jogos. Estávamos sentados no chão ao pé da cama, ele virou-se para mim rindo.
–Poxa, eu achei que não fosse tão mal assim. -Ele dizia caçoando-
–E-eu avisei você. -Disse com expressão triste-
–Calma, é só você aprender. -Ele dizia acariciando meu cabelo-

A cada toque que ele me dava, eu sempre corava, e sentia uma onda por todo meu corpo, minha vontade era de tê-lo mais perto, junto comigo, corpo a corpo, mas se eu o atacasse seria feio demais, e também, eu não conseguia ter essa iniciativa. Olhei para o Smile, que conseguiu entender meu olhar, ficamos ali, próximo um do outro trocando olhares enquanto muitos pensamentos nos passava pela mente. Ele era o que geralmente tinha iniciativa, e hoje ele estava com uma aura muito boa, parecia tranquilo e pronto para encarar qualquer situação.
–O que você está pensando? -Eu disse em um tom meio baixo, sem tirar os olhos dele-
–O mesmo que você. -Ele disse no mesmo tom-
–E oque eu estou pensando?

Smile se levantou, engatinhando até mim, que não estava tão distante, nisso ele ficou muito próximo do meu rosto e disse "Eu quero você", seguido de um beijo. Foi tão intenso que eu acabei indo para o chão, com ele sobre mim, era sem dúvida o melhor dos beijos, aqueles bem molhados, cheio de desejo. Na quela hora pensei que a mãe dele poderia chegar do nada como da última vez, mas pensei melhor e quis jogar tudo para os ares, hoje definitivamente iriamos fazer amor.

Aquele beijo não era a única coisa que me tirava o folego, Smile saia da minha boca e ia até o meu pescoço, onde passava a linguá com firmeza, enquanto retirava meu casaco e jogava longe. Suas mãos me alisavam de cima a baixo, ele retirava minha camiseta enquanto voltava-se a me olhar, era tão constrangedor que fechei os olhos e virei o rosto, estava pronto e esperando o próximo lugar que ele ia me consumir até que.... A campainha tocou.
–Mas que merda! -Ele ficou um tempo parado, e em seguida gritou saindo de cima de mim, indo em direção a porta- Eu volto já.

Eu não tinha reação, todo aquele clima foi cortado, até fiquei com medo, eu sabia que se continuasse daquele jeito eu iria sair dolorido depois.

Smile subiu depois de alguns minutos, antes disso eu já havia subido em sua cama me cobrindo com as cobertas, ele se encostou na porta cruzando os braços e ficou me olhando.
–Desculpe, eram vizinhos.
–Tudo bem...

Eu detestava aquela "falta de assunto", ficamos nos olhando, meio sem graça, Smile se sentou ao meu lado, erguendo sua mão até meu queixo.
–Mais tarde podemos resolver isso? -Ele dizia suavemente-
–P-Por que não agora? -Eu queria mais-
–Agora nós temos que descansar para ter energia depois não é?
–Mas... eu não estou cansado.
–Está sim. -Ele sorriu e me beijou.-