Depois de alguns minutos brincando de pique esconde, foi à vez de Helena contar até cem, atrás de uma grande arvore, da imensa floresta.

Ao terminar, andou por um longo perímetro, até se dar conta de estar perdida.

– JOSEPH, HERICK, MANUEL!!! - Começou a chamar pelos nomes de seus irmãos, mas não ouve respostas. – LUCAS!!! ONDE ESTÃO VOCÊS!!

Ela começou a se assustar, será que estava tão longe, a ponto de não ser escutada? Mas jurava já ter passado por ali...

Começou a andar em volta, gritando os nomes de seus irmãos, varias vezes, mas não escutava nada, apenas o canto dos pássaros, e outros sons que ela não reconhecia... Uma sensação ruim se apossava de seu peito. Será que estava perdida?

Olhou em volta, e já não reconhecia nada, para tudo que é lado, tinha verde, verde e verde. Arvores, mato, grama, formigas, besouros, pássaros, macacos nas árvores... Ela se sentia perdida, e no desespero, começou a correr, balançando seu longo e adornado vestido dourado, suas mechas negras, suavemente ondulosos, balançando ao vento.

Ela correu até suas pernas doerem, olhando em volta, na tentativa de reconhecer seu caminho, mas quanto mais corria, mais se perdia, e pensava que ia morrer.

– JOSEPH!! LUCAS!! MARCOS!! – Ela chamava já com sua voz fraca, de tanto gritar. Se repreendendo mentalmente, por deixar escapar lágrimas, que corriam quentes pelas suas pequenas e macias bochechas.

Helena sentiu algo em seu pé, e logo perdeu o equilíbrio, caindo de frente no chão. Ela sentia-se sozinha, caída no meio da floresta, enrolou-se em uma bola, encolhendo seus joelhos a seu peito, e deixou de segurar as lágrimas, pensando em sua mãe.

Ela já não se considerava mais uma menina corajosa, era uma garotinha fraca, e sempre protegida. Ela queria se tornar mais forte...

E foi nessa hora, que ela sentiu uma presença atrás de si, uma leve fungado. Sentiu um arrepio correr por sua coluna, mas não de medo. Virou-se lentamente, e deu-se de cara com um grande lobo de rosto branco, com um corpo em tons cinzentos, que iam escurecendo até chegar ao preto, seus olhos vermelhos, eram hipnotizantes.