Capítulo 32: Grande perda.

Ela não veria mais aquele sorriso gentil de sua mãe.

Nem sentiria o calor nos braços do pai.

Tudo estava frio. O lar vazio, melancólico, parecia ter perdido até a cor sem a presença dos seus donos.

A vida é passageira e imprevisível.

Roupas pretas, flores brancas na mão. Choros quebravam o silêncio angustiante do cemitério.

Dois nomes novos no túmulo da família.

– Foi uma fatalidade... –sussurravam alguns.

Um caminhão chocou-se contra um carro. Um casal morreu. A terceira vítima sobreviveu, mas se encontra internada em estado grave.

A notícia estava nos jornais.

Lili não conseguia conter as lágrimas.

Aquilo não podia ser verdade.

– N-Nossos pais...

Ela foi abraçada pelo irmão.

“...estão mortos”

Agora só tinham um ao outro.

Vash herdou a maior parte da herança, mas pela primeira vez na vida não estava se importando com o dinheiro.

Ficaram os dois sozinhos naquela casa enorme. Quase todos os empregados foram dispensados.

Cada canto daquela construção parecia ter alguma lembrança dos tempos felizes que passaram com o pai e a mãe.

Lili chorava quase todas as noites. E Vash, preocupado, começou a se sentar na cadeira ao lado da cama. Segurava sua mão até que adormecesse. Às vezes o próprio também adormecia pelo cansaço.

Muitas coisas mudaram após essa grande perda.