Casamento de Mentirinha escrita por Amanda Flower


Capítulo 12
Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Mais um capítulo fresquinho para vocês!! Fortes emoções...



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“A forte tempestade que atingiu o norte do Hawaii trouxe grande destruição na área litorânea de Kauaí. Ondas gigantescas de cinco metros ameaçaram invadir o noroeste da ilha. Os meteorologistas descartaram a hipótese de tsunami. No mar foi encontrado um barco totalmente destruído. As autoridades ainda não confirmaram se há vitimas, também não há informações de feridos.”

Assim informava o plantão de notícias que fez uma cobertura especial sobre a forte tempestade que atacara a ilha paradisíaca. Brian assistia à televisão calmamente e ficou feliz em saber que o mau tempo colaborou para o fim de seu querido primo. “A sorte finalmente está ao meu favor.” – Pensou.

As ondas cessaram e se acalmaram. Após retrocederem, a areia molhada novamente apareceu. O clima melhorou e o sol se despedia para dar lugar a noite. A fúria das ondas trouxe destroços e também Cameron e James. Ambos estavam desacordados. Felizmente conseguiram escapar do perigo.

Depois de algum tempo, Cameron começou a tossir e muita água saía de sua boca. Com a crise de tosse acordou e olhou o lugar onde estava. Por um instante não se lembrava do que havia ocorrido. Percebeu que James não estava ao seu lado e com muito esforço se levantou para procurá-lo.

A preocupação tomara conta da sua mente. Não aguentava andar, uma de suas pernas doía muito. Havia um grande ferimento em sua perna direita um pouco acima do joelho. Mesmo mancando começou a procurar James na costa litorânea da ilha. Gritava pelo nome de James e não tinha retorno.

– James! James pode me ouvir? –Gritava e apenas ouvia o som das ondas. Sua voz falhava. Tinha medo de não encontrar James vivo.

Ao se aproximar de algumas árvores viu algo se mexer. Tentou andar rapidamente, mas não conseguiu. Andava com sua mão apoiada na perna ferida. Chegando perto viu James desacordado. Encostou sua cabeça no peito de James para ouvir as batidas do coração. “Está vivo” – Disse para grande alívio.

Tentou acordá-lo da maneira mais calma possível, mas não obteve sucesso. Fez respiração boca a boca e muita água começou a sair. James aos poucos voltou em si e a primeira coisa que viu ao abrir os seus olhos foi Cameron com um belo sorriso que ele conhecia mais do que ninguém.

– Pensei que nunca mais a veria em minha frente! –Disse James se sentando. – Como viemos parar aqui? Eu só me lembro daquela onda gigante vir em nossa direção.

– Eu não sei! –Respondeu Cameron olhando o seu ferimento que sangrava muito.

– Cameron o que houve? –Preocupou-se James verificando o ferimento que se abrira mais.

– Eu não me lembro. Só sei que sinto muita dor. –Reclamou.

James rasgou sua camisa e estancou o sangramento da perna de Cameron. Preocupou-se com o estado de sua saúde. Não era necessário ser médico para saber que o ferimento era grave.

– Já está anoitecendo, vou tentar fazer uma fogueira para passarmos essa noite. –Comentou James olhando o sol se pôr.

– Desde quando você sabe técnicas de sobrevivência? –Perguntou Cameron interessada.

– Você ainda não sabe de nada. Tenho muitas qualidades que você ainda não conhece!

– Então quero conhecer mais as suas qualidades.

– Você vai se surpreender! –Ambos riram.

James deixou Cameron embaixo de uma árvore e foi pegar galhos para fazer uma fogueira. Queria afastar todo o tipo de animais. Adentrou mais a ilha e tentou procurar alimento. Com uma enorme quantidade de árvores, James teve dificuldade para encontrar comida, pois já estava escurecendo.

Após conseguir coletar alguns galhos voltou para a costa litorânea e fez uma fogueira. As chamas tomaram forma e iluminou a noite do casal naquela ilha abandonada. A comida se tornou uma missão impossível para James. Após andar muito viu um coqueiro e tentou subir para pegar alguns cocos. Mas a vida de aventureiro não era fácil. Ele sempre pensou que sobreviver era fácil, ele estava errado.

Depois de muitas tentativas conseguiu apanhar alguns cocos e alegre foi informar Cameron o seu grande feito. Ao chegar a viu com os olhos fechados e percebeu que ela transpirava muito. Colocou suas mãos na testa de Cameron e percebeu que ela estava ardendo em febre.

– Cameron acorde! Não durma, por favor! – Acordou-a preocupado.

Ainda meio sonolenta ela abriu os olhos e prestava atenção no que James falava. Tentava ao máximo permanecer acordada, mas parecia que suas forças estavam se esgotando. Tentando acabar com a febre, James rasgou um pedaço de sua calça e molhou o pano. Depois o amarrou na cabeça de Cameron, para que a febre pudesse diminuir.

Caso contrário, ela poderia sofrer convulsões com a alta temperatura. James ficou ao seu lado e lhe deu água de coco, que ele havia pegado no coqueiro. Cameron tremia muito e sua pele transpirava demais. James estava fazendo tudo o que era possível, afinal estavam sozinhos na ilha.

– Eu estou com muito frio! –Disse Cameron encolhendo todo o corpo. – O que vai acontecer comigo? Eu vou morrer, não vou?

– Não seja exagerada Cameron! Você vai ficar bem! –Disse James abraçando-a a fim de esquentá-la.

A primeira noite na ilha não foi fácil. Os dois permaneceram abraçados em frente à fogueira e apenas admiravam a beleza do céu estrelado e o brilho da lua que iluminava a ilha. Apesar das circunstâncias, James aproveitava o momento de estar junto de Cameron. Aos poucos a febre foi diminuindo. Cameron se sentia protegida junto de James.

No decorrer da noite, James decidiu preparar algo para eles comerem. Ele pegou um galho bem pontudo e foi na margem tentar pegar alguns peixes. Foram várias tentativas até que finalmente conseguiu “pescar” dois peixes de médio porte.

Cameron via tudo de longe e se divertia vendo as técnicas de sobrevivência de James. O alimento já estava garantido àquela noite. Os peixes foram cozidos e ambos se saciaram com a comida.

– Está melhor Cameron? –Perguntou James se sentando ao seu lado.

– Sim, me sinto melhor. Ainda mais com esses peixes que você preparou. Esse jantar foi perfeito. Nunca pensei que ficaria perdida em uma ilha em plena lua-de-mel.

Ambos riram e conversaram sobre suas ideias e pensamentos.

– James você não acha que tudo o que ocorre na vida tem um propósito? –Perguntou Cameron pensativa sobre os acontecimentos recentes que vinham ocorrendo.

– Quando fazemos escolhas, os resultados aparecem. Tudo depende de nós. Os acontecimentos são os frutos das decisões que tomamos. –Respondeu sem entender o que Cameron queria dizer.

– Então por que estamos aqui, nessa ilha, sozinhos longe de todos?

– Acho que você está delirando. Foi um acidente, mas vamos sair daqui. Eu prometo!

– O que eu quero dizer é qual a finalidade disso tudo? Por que muitas vezes sentimos o que não queremos e sabemos ser impossível?

– Como assim? Sentir sabendo ser impossível?

– É um sentimento que nasce dentro de nós e talvez não seja correspondido. E então alimentamos falsas esperanças mesmo sabendo que no final de tudo, a única coisa que restará é a dor. –Respondeu olhando o céu.

James permaneceu calado. Na verdade, entendia as palavras de Cameron. Ele também passava por isso. Só não queria admitir e também não acreditar que estava apaixonado por ela. Perguntava-se muitas vezes o porquê disso acontecer. Mas no meio de tudo isso havia um acordo que não poderia ser desfeito.

Muitas vezes pensou em abraça-la e beijar os seus lábios, mas não podia fazer isso. Estranhava esse tipo de pensamento. Não reconhecia a si mesmo. O acidente os uniu naquela ilha. Para James ficar sozinho com Cameron era um grande desafio.

Os dois permaneceram quietos. Apenas ouviam as cigarras cantarem. James olhava fixamente Cameron com o seu brilhante olhar admirar a noite.

– Por que o céu é azul? –perguntou Cameron.

– Um dia nós saberemos!

– E o amor verdadeiro? Sentimos uma vez na vida? –Perguntou olhando para James.

Seus olhares se encontraram e ambos aproximaram os seus lábios. James não podia mais evitar, era mais forte que sua razão.

– Um dia nós saberemos!- Disse James beijando-a.

Rapidamente ele se afastou e se arrependeu do que acabara de fazer. Agiu por impulso e isso estava errado. Saiu do lado de Cameron e foi caminhar pela ilha para organizar todos os seus pensamentos.

Cameron podia sentir que James também a amava. E isso a alegrou. A esperança cresceu dentro de si, mas James seria capaz de admitir o que sentia ou esconderia o que havia dentro de si.

O dia amanheceu na ilha. Cameron acordou e quando abriu os olhos viu o mar e as calmas ondas. Por um instante havia se esquecido do que ocorrera. Depois voltou para a realidade. Olhou a sua volta e não viu James. Sorriu ao lembrar-se do beijo na noite anterior. Estava mais feliz do que nunca.

Sua perna ainda doía muito, mas conseguiu levantar-se e decidiu procurar James. Por um instante sentiu algo se mexer entre seus cabelos. Passou sua mão pela cabeça e tocou em uma aranha. Gritou fortemente desesperada: “Socorro, socorro, tem uma aranha na minha cabeça”. –Disse andando e mancando de um lado para o outro.

James que estava chegando com algumas frutas veio correndo para ajuda-la, mas ela estava tão histérica que o derrubou no chão. Após se levantar conseguiu com muito custo retirar o assustador animal.

– Você tem medo de aranha?

– Eu não tenho medo, tenho pavor!

– Me desculpe sobre ontem. Não era para ter acontecido. Nunca mais isso vai acontecer! –Disse James cabisbaixo.

Cameron apenas consentiu. E seus olhos encheram-se de lágrimas.

Ambos comeram frutas pela manhã. Depois James pegou muitos galhos e folhas para colocar na areia e montar um grande aviso de pedido de ajuda. Cameron queria ajudar, mas não podia forçar a perna então ficou sentada debaixo da árvore.

Brian se sentiu vitorioso depois do acidente. Seu primo estava desaparecido e a herança seria toda sua. Saiu do Hawaii e voltou para Boston. Queria obter rapidamente todo o dinheiro de James. Além disso, informou a imprensa sobre a possível morte de James e Cameron no trágico acidente. As notícias se espalharam rapidamente e todos já sabiam. A família já informada sobre o caso ficou abalada, principalmente vovó Nancy que amava muito o seu neto.

A ajuda nunca chegava. Aquela ilha realmente era isolada. Uma semana se passou. Para James e Cameron parecia uma eternidade. Com todos esses dias juntos, se conheceram melhor e um sabia de todos os segredos, qualidades, gostos e medos um do outro. Mas um problema agravou-se, a ferida de Cameron infeccionou causando além de febre, fortes vertigens.

James preocupou-se ainda mais. Se a ajuda não chegasse a tempo, Cameron poderia morrer. Helicópteros sobrevoavam aquela área. Ambos gritavam com toda a força, mas não conseguiam chamar atenção.

Em Boston, Brian queria que a herança já fosse lhe dada. Nancy não aprovou a decisão do neto e recusou-lhe o pedido. Queria aguardar mais um tempo. Estava sofrendo muito com a possível morte do neto.

– Mas ele morreu. Essa herança deve ser minha. –Disse Brian furioso.

– Se você repetir isso mais uma vez, estará fora dessa empresa e da minha casa entendeu? Não dê mais importância ao dinheiro. Não vê que estou sofrendo com o que aconteceu ao meu neto? E ele estava tão feliz, não merecia esse fim.

Na ilha, Cameron estava pálida e seus lábios estavam ficando roxo. James se aproximou e viu que ela estava fria. Implorou para que ela resistisse. De repente viu uma embarcação se aproximar com muitas pessoas. Gritou o mais forte que conseguia e chamou a atenção dos passageiros.

– Socorro, minha esposa está morrendo. Nos ajudem!

A embarcação era de turismo. Todos pararam e foram ajudar o casal. James foi avisar Cameron e percebeu que ela estava desacordada, inconsciente.

– Vamos, acorda! A ajuda chegou na hora certa! Você vai ficar bem, confie em mim. Não me deixe sozinho! –Disse James carregando-a no colo chorando.

O capitão da embarcação ajudou James e colocaram Cameron numa maca. A enfermeira da embarcação realizou os primeiros- socorros e mesmo assim Cameron não reagiu.

– Temos que solicitar um helicóptero. Vai ser mais rápido. Ela não tem muito tempo de vida. A pressão está muito baixa e não está tendo muita circulação sanguínea. Se não nos apressarmos, ela pode morrer. –Disse a enfermeira.

Rapidamente colocou oxigênio para Cameron poder respirar, pois ela estava com muita dificuldade. Também foi colocado soro em sua veia para hidrata-la. Cameron lutava contra o tempo para sobreviver.

James não queria ouvir aquilo. Cameron estava em um estado muito grave. Não podia imaginar viver sem ela. Enquanto o helicóptero não chegava, James ficou ao lado dela todo o tempo. Passava sua mão em sua cabeça levemente e falava em seu ouvido em baixa voz “ Lute por sua vida, estou e sempre estarei do seu lado”.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Será que Cameron vai sobreviver? Isso, vocês só conferem no próximo capítulo! :)



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