Minha cabeça doía, algo entre minhas pernas queimava, e meus braços estavam dormentes, o que será que fizeram comigo?

Senti que estava deitada em algo duro e gelado. Ainda olhos fechados pude ouvir o que falavam.

– Ela pode acordar hoje, amanhã, daqui um mês, um ano, não se sabe, ela foi muito machucada nas áreas íntimas e bateram na cabeça dela com muita força, tanta que causou uma concussão, então me desculpe guardião Belikov, mas ela não poderá te receber, e lhe peço certa descrição de sua parte.

– Mas assim que ela acordar você deve me avisar, e é claro que manterei toda a descrição possível.

Então ouvi Passos fortes indo embora, depois uma porta foi aberta e abri lentamente meus olhos pra me acostumar com a luz e o Branco do quarto.

– Ah! Então a senhorita acordou! - falou um médico que parecia bem animado na verdade

– Finalmente, bem, precisaremos fazer alguns exames se não ser importa - acenei com a cabeça

– Qual é o seu nome? - ele perguntava apontando uma lanterna no meu olho

– Rosemarie Mazur - Os olhos dele saltaram pra fora, normalmente era o que acontecia quando eu falava meu nome, era engraçado na maioria das vezes

– E se lembra do porquê de estar aqui? - Não, Eu não lembrava

– Não, eu não... - Então tudo voltou à minha mente, o beco, os caras, a pancada na cabeça, o modo como acordei. Tapei a boca com as duas mãos escondendo um soluço, mas foi tarde, de repente senti um medo do médico, com a sensação que ele iria me fazer muito mal e comecei a berrar

– NÃO ENCOSTE EM MIM! NÃO! - gritei umas cinco vezes antes de um cara alto com o cabelo nos ombros viesse e me visse sentada no chão, nem sei como fui parar lá, encolhida e com a cabeça entre os joelhos. Ele veio e não senti tanto medo dele assim, mas ainda sim, tive um pouco de receio

– N... não toque em mim - sussurrei - Escute Rose, não vou te machucar e nem o doutor gerald, queremos te ajudar, mas você precisa contar o que houve - Ele usava uma voz surpreendente calma, e agora pude reparar bem nele, ele era muito lindo, mas parecia ser bem anti - social e nem conseguia pensar direito e deixei pra lá. Sequei o resto das lágrimas e disse

– Não, você não entende! Eu não quero me lembrar de nada disso! Eu não posso... Ei! Onde está lissa!? Ela estava em casa! O QUE VOCÊS FIZERAM COM ELA! - tentei mudar de assunto, mas realmente queria saber onde e como ela estava, não pude terminar de falar ,um vulto platinado irrompeu a porta e senti braços finos me envolverem. Me encolhi com o toque mas retribui, Lissa chorava em meu ombro.

–Eu...eu sinto muito Rose...-disse Lissa entre solucos.

Engoli em seco e desviei os olhos pretos dos verdes jade de Lissa e me deparei com um par de olhos castanhos chocolate, ele sabia de tudo isso me fez se sentir tão pequena e desviei os olhos mas uma vez.

A porta foi aberta com brutalidade e por ela passou a diretora Kirova com seu típico olhar superior,com Alberta atrás, mas ela estava com um olhar de pena.
Então me lembrei que eu e lissa havíamos voltado pra academia e provavelmente achavam que eu tinha raptado ela. Tô ferrada.

– Mazur, se sente melhor? Pois bem, eu, a guardiã Petrov e o Conselho da escola acha que você ainda tem muito a aprender e que deve ficar na academia, porém com algumas limitações...
Não terá nenhum contato social, sem festas ou eventos, e se eu souber que você derrubou um lápis no pé de alguém de propósito, será expulsa... entendeu?

– Não conseguia falar, minha mente ficava voltando pro beco, e o que aconteceu lá, senti meus olhos se encherem de lágrimas de novo, mas não ia dar esse gostinho pra ela então respirei fundo e falei - Sim senhora, entendi tudo. Ela ia saindo quando se virou parecendo que esqueceu algo.

– Ah! E antes que me esqueça, agradeça ao guardião belikov, ele que convenceu a todos a te deixar ficar. - e assim saiu, ainda com aquela estúpida vontade de chorar, pedi desculpas a liss e perguntei ao médico se poderia voltar ao meu quarto - Muito bem senhorita Mazur, se quiser pode voltar, não há nada em seus registros que à impeçam de ir, só deve ficar em repouso absoluto e Não se levante pra nada, você irá em uma cadeira de rodas, porque, foi muito machucada entre as pernas, e não sentirá elas por alguns dias... guardião, poderia levá-la?

O homem alto com sotaque russo se aproximou de mim e me ajudou a sentar na cadeira, ele não parecia se importa com meu choro.

O Guardião Belikov começou a me guiar na cadeira de rodas e fiz uma careta, odiava me sentir impotente, suspirei e Lissa colocou uma bolsa em meu colo.

– Você vai ficar bem. - Disse Lissa com um sorriso fraco, seus olhos verdes estavam tristes e seus olhos inchados e vermelhos.

– Eu vou ficar bem Liss. - Disse sorrindo tentando esconde o que eu relmante sentia. E parece que deu certo pois ela relaxo um pouco, sorriu e me abraçou.

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– Você não precisa estar sempre forte. - Disse o Guardião Belikov enquanto empurrava minha cadeira de rodas.

– Você não é forte porque quer camarada, a vida e as Pessoas te fazem assim. - Resmunguei de volta olhando para minhas mãos em meu colo.

Ele não disse nada, olhei para o céu ao sentir os raios de sol tocarem minha pele, era tão bom e, não sentiria isso de novo tão cedo, pois o horário moroi e o inverso do horário humano.

Apertei os olhos com força e não percebe que estava apertando as mãos em punho com tanta força que as Palmas de minhas mãos estavam com marcas de meia lua.

Sente mãos quentes e grandes segurando as minhas e as abrindo.

– Está tudo bem Rose você está bem. Ninguém vai te machucar. Não vou deixa isso acontecer. - Os olhos dele tinha uma promessa explicida.

Apertei suas mãos acreditando em sua promessa e me sentindo segura e protegida.

O que deveria ser um sorriso surgiu em seu rosto e ele se levantou e voltou a me guiar.

– Quando você estiver melhor e podendo treinar vou começa a treinar você. Serei seu tutor.