Contos Da Terra Média escrita por Puella


Capítulo 2
A ovelha negra


Notas iniciais do capítulo

A partir dos próximos capítulos teremos algumas modificações.....



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"Só escutamos um lado da história, o lado dos vencedores e poderosos, mas ninguém se importa com o lado dos perdedores. Sou um perdedor e o meu lado da história sempre foi ignorado".

(Loki)

Há quem diga que universo é complexo e infinito, muitos já tentaram e ainda tentam desvendá-lo, com satélites, Hubbles e Spultinicks da vida, e ainda mais uma leva de trambolhos tecnológicos que minha mente tem preguiça de relembrar. Mas, em Terra Média, as pessoas nasceram aprendendo que o seu mundo era centro do universo, por aparentemente não ter ninguém além de nós, entretanto sabemos que não estamos sozinhos.

Além dessa teoria egocêntrica citada acima, há uma outra que por muitos tempo foi rejeitada, uma teoria vindoura da época em que imaginar e falar dos deuses era permitido, porem surgiu um grupo de pessoas que foi contra tudo isso: A Ordem da Irmandade, que conseguiu impor aos poucos sua influência, se infiltrando entre vários clãs e por fim dominando o Trono do Poder que ficava na capital. Entretanto havia ainda alguns poucos clãs que resistiam a ela, e o os Volsungos eram desse tipo de clã. Mas irei falar melhor da Ordem e dos Volsungos em outra oportunidade, isso lhes garanto.

Voltando ao que falava anteriormente, sobre a teoria rejeitada, enfim, ela explica que a Terra Média está interligada há outros mundos por meio do freixo de Yggdrasill, a grande arvore. São ao todo nove reinos distribuídos em quatro complexos, Terra média fica entre dois: o Mundo abaixo e o Mundo acima.

O Mundo abaixo representa o lugar de quatro lares, na parte superior, Nivadelir, o lar dos anões e grandes ferreiros, Svartalfheim ou o lar dos elfos negros, goblins e trolls, já mais abaixo encontramos Nilfheim, o submundo dos mortos governados pela cadavérica Hella (seu nome algum tempo depois originou o que nós conhecemos hoje por “inferno”) e por Muspellheim, o lar dos demônios de fogo, o lar do temível Surt. Agora subindo para cima temos Midgard, vulgo Terra Média e subindo mais acima temos a parte talvez mais interessante, os berços de toda a magia provem destes reinos. A oeste temos Alfheim, o lar dos elfos de luz, das fadas e outras criaturas gentis, sua medicina é fabulosa e seus feitiços de cura, fabulosos. A leste temos Vanaheim, lá dos deuses menores, lar da magia de fato. Para os extremo leste temos a isolada Jotunheim, o lar dos gigantes, filhos do caos e dotados da especialidade da metamorfose. E finalmente, Asgard, acima de todos estes, a cidadela dourada, lar dos Aesir, liderados pelo grande Odin pai de todos. É aqui que onde finalmente quero chegar.

Os Aesir eram seres que viviam bem mais que os humanos. Um humano poderia chegar a 100 anos ou um pouquinho mais, mas não muito. Já um Aesir poderia viver 5000 anos! Acredite, embora pareça ilógico. Por isso eram chamados de deuses pelos humanos. O clã de Odin era como uma enorme família que dividia sua morada no imenso e dourado Valhala. Mas como em toda família, sempre há alguém para ser a ovelha negra. E na casa de Odin não seria muito diferente.

De quem eu estou falando?

Ora, de quem seria? Obvio que é de Loki, o trapaceiro.

O irmão caçula de Odin, que nem aesir é. Loki é um filho do caos, logo um gigante, isto mesmo, vindo de uma linhagem impura. Mas então você me pergunta? Como ele pode ser irmão de Odin? Simples, um pacto de sangue e pronto. Mas quem olhasse diria que Loki tem mais cara de filho caçula de Odin do que irmão de criação.

Bom, como ele virou.... Bem não sei dizer ao certo, mas podemos dizer que quando Odin o acolheu, o pequeno Loki ainda era um rapazinho, um gigantinho atrofiado que havia sido rejeitado por seus iguais, que foi então acolhido pelo General de Asgard.

Que generoso esse Odin. Bem, eu não pensaria assim. Odin sempre fora muito esperto, e sabia que os gigantes eram astuciosos, e ele precisava ter alguém em Asgard com essa capacidade – porque os outros deuses não pareciam ser tão dotados de inteligência. E... foi aí que Loki apareceu, sem lar, e então Odin o pegou para tratar de seus negócios mais sujos.

E assim Loki foi construindo sua reputação de o Astuto, como era chamado. Era jovem em relação aos demais deuses, e sua natureza travessa e brincalhona só o deixava ainda mais infantil e com um traço inconfundível de malicia, era deus das travessuras e do fogo, tinha longos cabelos avermelhados, olhos verdes, era bonito e de corpo bem feito, sabia encantar e seduzir suas vítimas. Seu jeito diferente importunava os demais deuses que nunca o respeitaram, exceto Thor que de vez em quando lhe tratava de maneira especial, os dois eram amigos e parceiros de aventura. Mas de resto, ninguém, e devido a isso Loki reagia da melhor maneira que podia: fazendo intrigas, sacanagens e arranjando mais inimizades ainda. Odin ignorava suas travessuras, pois sabia que ele sempre lhe seria útil.

Seria fácil pensar que Loki, por ser o que é não tinha sentimentos.

Ledo engano.

Ele sabia mentir muito bem.... Mas em seu íntimo sentia uma solidão sem igual, atrelado a uma nuvem de sentimentos ruins que cobria seu coração. Estava sempre lá para arrumar confusão, mas estava sempre lá para tirar os deuses de enrascadas.

Mas era tratado feito um cachorro.

Sem um mísero Obrigado.

E disso tudo havia um crescente ressentimento e ódio. E então ele descontava em suas brincadeiras... até que ele cometeu um grave erro.

Que provocou a morte de um dos deuses, Balder, o justo, um dos filhos mais estimados de Odin.

E aquilo fora a gota d’água para Odin.

Loki fez o que sabia fazer de melhor.

Fugiu.

Mas foi pego pelos deuses numa cilada, numa arapuca que ele mesmo se deixou cair. Odin o prendeu em uma arvore de Midgard, o aprisionou e o abandonou ali. O tempo foi passando, apenas uma lagrima de um humano bom poderia libertá-lo dali.

Seria simples, se, a pessoa em questão não fosse Loki.

Ele esperou, e esperou, desejava do fundo de seu coração sair daquela arvore e se vingar contra Odin e os demais, e então, o seu desejo foi dominando a arvore, até que um dia, a liberdade veio.

Um home que passava por ali teve seu sutilmente cutucado por um dos galhos da arvore que o fez chorar. A lágrima caiu graças a uma trapaça, e Loki por fim conseguiu escapar, e fugiu para um lugar onde não pudesse ser visto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste Loki?



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