Um Conto de Hope: Imprevisões escrita por Lu Vasquez


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas aqui está mais um capítulo!



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Meliandra não queria admitir, mas não gostava nem um pouco do modo como, de uma hora para outra, Henry ficara tão íntimo de Julliene. Realmente, como ele podia passar a manhã com ela, e depois estar com a garota mais antipática do acampamento. Dois dias seguidos e sem nem falar com ela! Ele não parecia o tipo de se interessar por Julliene. Ou ela estava enganada? Ele realmente era como qualquer outro homem que só se interessa por um rabo de saia? Argh! Ela não deveria nem pensar nisso. Pra que martelar a cabeça com essas perguntas idiotas? Além do mais, eles seriam só amigos. Não, ela não poderia mais pensar nele.

– Hey cabeça de vento! – Christina joga uma batata em Meliandra.

– O que foi Chris? – a garota da atenção a amiga.

– Você com essa história de... – Meliandra tapou a boca da amiga antes que ela falasse o segredo; não, ninguém poderia saber que ela estava grávida. – Eu ia dizer que está com essa história de preguiça! – Christina conclui revirando os olhos. – Mas então, se esqueceu dos jogos de guerra de hoje foi?

Claro que não. Meliandra nunca se esqueceria de uma de suas atividades favoritas no acampamento.

– Você sabe que não. – Meliandra responde cutucando seu bife com garfo. O pior da gravidez era com toda certeza o enjoo.

– Tá bem... deixa logo esse bife de canto e vamos nos aprontar. Hoje a 3ª coorte tem mais uma vitória para conquistar! – a garota fala animada, o que faz Meliandra também ficar mais disposta.

Os engenheiros haviam se superado hoje. A fortaleza se erguia alta e imponente, com muralhas de rocha sólida e firme. A entrada era uma grade de ferro forte e tinha torres altas e muitos outros detalhes que sempre impressionavam Meliandra. Muitas armadilhas aguardavam para surpreender seu grupo de ataque, mas isso só a estimulava ainda mais. Ela com toda certeza adorava os jogos de guerra.

O plano era muito simples, e a garota logo começou a segui-lo. Estava com a adrenalina correndo por todo seu corpo, fazendo até a armadura ficar mais leve. Um dos semideuses do grupo de defesa percebeu sua aproximação, e foi ataca-la. Ele era alto, mas desajeitado com o manejo da espada. Ela conseguiu vencê-lo rapidamente. Atravessou muitas armadilhas, e muitos semideuses. Ela finalmente conseguiu adentrar a fortaleza. Lá se encontrava uma dupla de semideuses lutando, e ela passou despercebida por eles. Estava quase lá...

Ela pulou em surpresa quando inesperadamente um semideus apareceu na sua frente. Ela logo o reconheceu. Príncipe Henry...

– Ora, Meliandra! – o príncipe tinha um sorriso calmo e divertido.

– Alteza. – um sorriso brincalhão também brotou em seu rosto. – Não esperava vê-lo aqui.

– Acha mesmo que perderia o jogo?

– Talvez. – e ela atacou. Afinal, ainda era um jogo, e ele era um inimigo. Mas o que mais a motivou foi a irritação que sentia por ele ficar falando com Julliene, claro que ela nunca admitiria.

O príncipe contra-atacou e ela desviou, empinando a gladio na direção dele. O príncipe também desviou com facilidade.

– Se renda querida, você não conseguirá me vencer. – ele fala, fazendo ela dar mais um golpe, que arranhou a armadura produzindo um irritante som. A cabeça dela latejou. Não, ela não podia fraquejar.

– Você está com medo príncipe? – ela tinha um tom divertido.

– Não, longe disso. – ele também estava se divertindo.

E foi inesperado, estava indo tão bem! Quando um forte enjoo a acertou, fazendo-a cambalear e quase desmaiar, se não fosse o príncipe a segurar.

– Meliandra. Você está bem? – a voz dele era como um murmúrio distante. – O que houve Meli?

O preocupado tom de Henry, falando seu apelido, foi a última coisa que ela ouviu, antes de se entregar para a escuridão.

= Ω =

Estava tudo tão bem. Ela parecia tão bem! Henry não conseguia entender o porquê dela ter desmaiado. Rapidamente a tomou nos braços, correndo para a fora da fortaleza. Ela era incrivelmente leve e ele sentia como se carregasse uma pena.

Uma garota baixinha, de cabelos dourados se aproximou preocupada dele.

– O que aconteceu com ela? – ela fala lhe direcionando um olhar culpado, como se fosse culpa dele.

– Quem é você? – ele pergunta. Não sabia nem quem era a garota!

– A melhor amiga dela. Christina! – a garota estava com toda certeza irritada.

– Certo, ela desmaiou. Vou leva-la a enfermaria.

– Não precisa, vem comigo. Sou filha de Febo e posso cuidar dela. – ele estava meio inseguro, mas seguiu a menina.

O quartel da 3ª coorte era até que amplo e bem arejado. Diversas camas bem organizadas se dispunham e tudo era em tons de cinza e branco.

– Bote ela na cama. – Christina o instrui. Ele obedece e se senta ao lado, olhando para o rosto sereno da garota desmaiada.

– Vai ficar babando por ela? – Christina levanta uma sobrancelha.

– E-eu, eu não... cuide logo dela. – ele se levanta bruscamente.

– Ela está bem. – a garota simplesmente diz.

– Você não vai nem examiná-la? – ele fala surpreso.

– Não precisa. Isso é comum. – ela solta.

– É comum ela desmaiar? Mas... – ele estava exasperado.

A garota arregalou os olhos.

– Não... é... não é comum... é apenas... ah, nada demais. – ela escondia algo, o príncipe percebeu.

Ele ia confrontá-la, mas Meliandra começa a despertar e ele não consegue segurar a vontade de se virar até ela.

– Meliandra, está bem? – ele fala suavemente.

– Hum? – ela pisca para acordar. – Sim, acredito. Estou bem melhor obrigada.

– Fiquei preocupado. Você desmaiou inesperadamente.

– Não precisava se preocupar. Está tudo bem, acho que foi fraqueza. Eu não comi direito.

– Ultimamente você não come nada, isso sim. – Christina interrompe, fazendo Meliandra olhá-la irritada. – Bem, eu vou indo, sabe... tchau. – a garota rapidamente sai.

– Por que você não anda comendo? – ele pergunta a Meliandra.

– Não é nada Henry. Christina está falando bobeiras.

– Meliandra... você não deveria deixar de comer.

– Eu já falei, estou bem!

– Não, não está! Você desmaiou, está pálida. O que está acontecendo?

O olhar da garota era vago, distante. Ele estava tão preocupado! Se sentia tão ruim com a possibilidade dela não está bem. O que estava acontecendo com ele?

– Nada! Só porque você é o príncipe não quer dizer que pode se meter na vida dos outros. Não quer dizer que você pode controlar a vida dos outros! Será que não entende que eu não preciso de sua preocupação?! – ela estava exaltada, isso despertou uma certa fúria em Henry também. Nunca ninguém havia levantado o tom para ele.

– Você não deveria falar assim senhorita Benett. – ele fala entre dentes.

– Por que? O que você vai fazer? Mandar me prender? Claro, o principezinho...

Ele não deixou ela terminar. Aquela fúria que se instalou nele, era tão estranha que ela pudesse ser tão irritante e ao mesmo tempo tão... Ele não sabia, apenas a beijou, num ataque de impulso. Colocou as duas mãos em sua nuca e colou os seus lábios nos daquela garota. Ela lutou no início, mas logo se rendeu. E ele se sentia totalmente conectado a ela, era tão devastador. Ele não conseguia controlar o desejo ardente que sentia por Meliandra. Mas ele despertou, quando ela mordeu com força seu lábio; ele sentiu o gosto de sangue quando se afastou. Ela estava ofegante.

– Saia daqui. Agora! – ela fala rapidamente, sem nem ao menos olhá-lo.

Ele não sabia explicar o porquê de ter feito isso. Não sabia como ele podia sentir algo assim! Ele obedeceu-a e saiu de lá, não conseguia pensar estando ao lado dela.


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Notas finais do capítulo

Gente, o que estão achando da história?? Por favor fantasminhas, apareçam!!! Preciso da opinião e incentivo de vocês!
Kisses
— Lu



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