Presente de Natal - Dramione escrita por Beatrice Black Riddle


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo e último capítulo!
Espero que gostem!



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Então contei a ele o que havia acontecido desde que apaguei a memória de meus pais até tudo que aconteceu depois, minha tentativa de trazê-los de volta e até mesmo sobre a gravidez da minha mãe. Quando terminei apenas fiquei em silêncio olhando para minhas mãos.

– Sinto muito, Hermione. Se eu soubesse disso teria te convidado para passar o Natal lá em casa. - Levantei meus olhos para ele quando senti seus dedos fazerem carinho no meu rosto.

– Tudo bem, já estou melhor passando aqui com você. As masmorras também me fizeram bem, tenho vindo aqui nos últimos dias. É o único lugar onde olho para todos os cantos e não vejo a batalha. - Não conseguia ficar triste com ele fazendo carinho em meu rosto.

– As masmorras podem até parecer ruins a primeira vista, mas são muito tranquilas na verdade. - Draco havia se aproximado e me puxado para seus braços, estava agora sentada dentro de seu aperto.

– Assim como os sonserinos. Sempre achei que vocês eram todos arrogantes e egoístas. Mas acho que eu só não os via realmente, via apenas a máscara. - Comecei a experimentar os doces que ele havia colocado em cima de uma grande bandeja.

Eram todos doces trouxas, e ficavam perfeitos com a cerveja amanteigada. Sentia-me nostálgica, comendo os doces que não via há tempos, segura, por estar nos braços do loiro, e confortável, encostada em seu peito.

– A maioria dos bruxos julga minha casa mal desde a época do Riddle. A verdade é que estamos na casa por sermos astutos acima de tudo, e isso não é ruim, porém os bruxos das trevas são normalmente daqui porque temos mais contato com o conhecimento da magia das trevas. Somos curiosos eu acho. - Era incrível ouvir seu tom de voz tranquilo e tão diferente do que havia conhecido por tantos anos.

Há bastante tempo ele não me tratava mal mais, nossas conversas eram civilizadas e era incrível como ele sempre respondia minhas perguntas sobre tudo que eu quisesse saber, mesmo que fosse sobre os comensais ou a magia das trevas. Mas mesmo assim, ainda me surpreendia com como eu conhecia pouco sobre o verdadeiro Draco. Ele podia ser doce, compreensivo e leal quando se tratava de uma pessoa que conquistasse sua confiança, também era bem humorado na maior parte do tempo mesmo que as vezes fosse um humor negro.

– Acho que as vezes vocês só não tem escolha. E também a fama vem um pouco do preconceito que a casa carrega desde seu fundador. - Draco fazia carinho em meus braços, quase me fazendo perder noção de onde estava, enquanto pensava.

– Você é muito astuta e curiosa, Hermione. Teria sido uma incrível sonserina, acho que seria um bom exemplo também já que seu coração não se importa com poder. - Não pude deixar de sorrir um pouco com o elogio.

– E você teria sido um bom grifinório, não tem uma coragem cega, porque é astuto, mas é corajoso e também é leal. - Quando me virei um pouco para ver sua reação notei que ele sorria levemente.

– A maior parte da população feminina da Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa discordam veemente de você, e eu não posso lhes tirar a razão. - Com aquele comentário não dava para se discutir.

Por um momento fiz cara de quem estava pensando sobre o que ele havia dito e Draco não conseguiu segurar sua risada me fazendo rir junto em seguida.

✣ Draco Malfoy

Ter Hermione dentro dos meus braços me trazia uma sensação muito boa, também era bom poder conversar com ela sobre qualquer coisa que fosse, era curiosa e inteligente, além de querer saber entendia muito rápido.

Depois de rirmos do meu comentário, ficamos em minha cama apenas conversando, comendo e bebendo até que todos os doces acabaram e já havíamos tomado três copos de cerveja cada um. Eu não me sentia bêbado, nem alegre, e Hermione só parecia mais animada do que normalmente estava. Rindo mais, porém parecia também não estar fora de si.

– Draco, você já gostou de alguém? Tipo de verdade. - Hermione riu após perguntar, mas parecia estar curiosa.

Estávamos os dois deitados em minha cama, depois que coloquei a bandeja com as travessas e as taças no chão. Havíamos ficado em silêncio durante um tempo apenas olhando para o teto, que eu havia enfeitiçado para ficar igual ao salão principal, até que ela havia quebrado o silêncio com essa pergunta. Pensei durante um tempo antes de falar qualquer coisa. Eu queria contar a ela, mas queria me expressar bem.

– Sim. - Eu admiti depois de um tempo. - Eu já gostei de alguém verdadeiramente. - Sorri para seu olhar curioso, então olhei para o teto antes de continuar. - Quando eu era mais novo, eu costumava ter tudo que eu queria quando eu queria, ou pelo meu dinheiro, ou pelo meu sobrenome ou pela minha beleza. - Hermione estava deitada de lado olhando para mim concentrada. - Então eu vim para Hogwarts, cercado por pessoas que queriam estar perto de minha influência, com poucos amigos verdadeiros. E eu continuava infeliz como era quando criança. A escola era linda e eu ficava feliz de finalmente poder ficar longe das brigas dos meus pais e da violência do Lúcio.

– Mas da noite para o dia, tudo mudou. Eu estava no trem vindo para Hogwarts, com Crabbe e Goyle, indo para uma cabine com Pansy e Blás. Tudo estava como sempre, estávamos na cabine conversando, quando uma menina com cabelo castanho, muito armado, e roupas trouxas entrou perguntando se havíamos visto o sapo de um garoto chamado Neville. - Percebi que ela me encarava com uma expressão suave, quase um sorriso. - E no momento que eu olhei em seus olhos castanhos senti que tudo estava para mudar. Só que no mesmo momento também, percebi por suas roupas que nada seria fácil.

– Então eu comecei de longe a tentar conhecer tudo sobre ela, e era muito difícil porque ela era melhor amiga do menino que sobreviveu e dos Weasley. Meu pai jamais deixaria eu me aproximar, já que ela era uma sangue ruim, amiga de um mestiço, odiado pelos comensais, e de um traidor de sangue. - Não pude deixar de fazer careta pelos xingamentos que eu não usava mais. - Mas eu continuei a observando. Eu sabia sempre onde ela estava, sabia todos os seus horários. Vi quando ela chorou no banheiro no primeiro ano, a segui quando ela foi ver o guarda caça fora do horário. Vigiava o banheiro da murta para que ela estivesse segura, e me desesperei no dia que soube que ela havia sido petrificada, já que naquela noite eu estava em um treino de quadribol. - Agora eu não olhava para ela, apenas fixamente no teto.

– No terceiro ano ela quebrou meu nariz com um soco, admito que eu mereci, estava passando por uma fase rebelde e só percebi o quanto eu estava sendo ridículo, quando ela me acertou. No quarto ano, eu já tinha ideia de que eu gostava dela realmente, ela estava ainda mais bonita, o cabelo estava melhor. - Não pude deixar de comentar isso, e ela me socou levemente no braço por isso. - Mas eu não podia chegar perto dela, e me vi tomado de ciúmes quando ela começou a falar com Vítor Krum e foi com ele ao baile. Eu odiava bailes, mas fui só para ver o que aconteceria, talvez me torturar um pouco, e ela estava simplesmente perfeita. – Sorri lembrando daquela noite.

– No final daquele ano tudo mudou, Voldemort voltou e minha vida começou a piorar muito, o quinto e o sexto ano foram os piores da minha vida, minha mãe estava sendo ameaçada para que eu me tornasse comensal, e Hogwarts ainda era um refúgio, mas eu sabia que seria por pouco tempo. Então ele me pediu para matar o Dumbledore, e eu me vi sem futuro e acabado. Não sabia consertar aquele armário, e não estava conseguindo, mas eu precisava conseguir porque era minha única esperança, eu não teria coragem de matá-lo. – Estremeci.

– E veio então a guerra. A escola era comandada por comensais, tudo parecia escuro e sem futuro. E eu me via em completo desespero porque a garota não havia voltado para Hogwarts, nem seus amigos. Todos os dias eu pedia notícias para minha mãe do que estava acontecendo lá fora, ela sempre teve ideia de que eu gostava da garota. - Não pude deixar de sorrir com a lembrança, e senti a mão da morena apertando a minha. - E então Voldemort foi derrotado, eu acho que nunca me senti tão feliz. Não só porque eu estava livre, mas porque antes de ir embora, vi que ela estava viva. Eu queria ajudar, queria continuar lá, mas eu não poderia, e veio a notícia que ele havia sido destruído.

– Tudo que eu queria era estar perto dela, era ter certeza que ela estava bem. E na volta às aulas eu me sentia mais ansioso do que no primeiro ano. E ela estava aqui, linda, inteligente e perfeita como sempre. Finalmente consegui me aproximar, nos tornamos quase amigos na biblioteca. - Eu continuava olhando para o teto e sentia sua mão apertar a minha cada vez mais. - E então chegou essa noite de Natal, eu estava sozinho pensando na vida, me sentindo culpado por me sentir aliviado com a sentença do meu pai, e a encontrei enquanto andava pelas masmorras. E aqui estamos Hermione. - Finalmente olhei para ela, percebi que ela estava sorrindo e com lágrimas nos olhos.

Não vi apenas senti quando ela sentou em cima de mim, e então seus lábios gentis e quentes estavam nos meus.

–-- ✣ ---

Não resisti, apenas subi em cima do Draco e o beijei, o surpreendendo. Pedi passagem com minha língua e o beijei docemente mostrando a ele o que eu também sentia. Nunca pensei que ele pudesse ter sentido o que eu senti quando o vi a primeira vez, nem que ele havia me observado tanto quanto o observei nos últimos anos. Eu já o havia amado quando criança, mas me machuquei quando ele me chamou de sangue ruim, e com o tempo tentei esquecê-lo, confundi meus sentimentos sobre Ronald, e nesse ano acabei voltando a me apaixonar pelo loiro oxigenado. Achei que eu nunca havia sido correspondida.

Quando faltou o ar, levantei meu rosto e sentei ereta ainda em cima dele. Draco parecia não conseguir tirar o sorriso do rosto, suas mãos estavam me segurando na cintura.

– Durante o sexto ano, mais de uma vez distrai o Harry da pista de onde você estava. Ele sabia que você estava tentando fazer algo, e eu também havia percebido isso, mas não podia deixar ele te atacar. Mas fui ingênua em pensar que ele iria me ouvir, e você foi ferido passei a noite na ala hospitalar te olhando. - Ele foi tentar dizer algo, mas eu coloquei um dos meus dedos em seus lábios. - Me senti como você na primeira vez que o vi. Machuquei-me muito quando você me xingou no segundo ano, mas, antes e depois, aos poucos eu me apaixonei por você.

– Por um tempo achei que era o Ronald, mas pensando agora deveria ter reparado que não era, quando senti ciúmes da Pansy no sexto ano. Mas continuei tentando até ele me trair, foi quando percebi o quanto havia sido boba. – O loiro estava concentrado me ouvindo e me olhando nos olhos. - Eu também gosto de você, Draco. - Sorri docemente para ele, o beijando novamente.

Continuei sentada em cima dele enquanto ele passava as mãos pela minha cintura me mantendo perto. O beijo começou a esquentar e as mãos dele já começavam a passar pelas minhas costas, me puxando para mais perto. Então Draco trocou nossas posições me colocando embaixo de si e me beijou docemente novamente, suas mãos corriam por meu corpo me segurando por perto. Quando fui intensificar o beijo ele parou e levantou a cabeça, mas continuou na mesma posição, regularizando sua respiração que estava totalmente descompassada.

– Se continuarmos, eu não vou conseguir parar. E não sei se você já fez isso antes, acho que não. Não quero te forçar a nada. - Draco falava com dificuldade assim como respirava.

Percebi que seus olhos estavam como os meus provavelmente também estavam, com as pupilas dilatadas de desejo. Eu sabia que ele precisava ter feito um esforço enorme para parar, e estava me dando a chance de desistir.

– Nunca fiz isso. - Estava vermelha de vergonha. - E apesar de mais de uma vez ter sonhando em fazer isso com você. – Devia estar roxa a essa altura. - Só não quero ser mais uma na sua cama, Draco.

– Não fique envergonhada. É normal que nunca tenha feito isso antes, acho isso muito bonito. - Ele fazia carinho em meu rosto com sua mão como antes.

– Você nunca seria mais uma na minha cama. Primeiro porque ninguém nunca esteve comigo nela. – Mesmo nervosa não pude deixar de sorrir com ele. - E segundo, e mais importante, com você seria especial, porque seria a primeira vez que eu faço isso com a garota que eu amo. - Estava radiante por ouvir isso dele.

Ele estava prestes a sair de cima de mim, quando separei minhas pernas e o puxei pelo quadril com as mãos, para acabar com o espaço entre nós. Draco gemeu baixinho com meu movimento, e me olhou interrogativamente. Coloquei meus lábios perto do seu ouvido.

– Me deixa ser seu presente de Natal, Draco. - Sussurrei em seu ouvido.

Draco pareceu pensar um pouco olhando para mim antes de tomar alguma decisão ou fazer qualquer movimento. Parecia receoso, mas depois de um tempo, aproximou seus lábios do meu ouvido.

– Só se você aceitar ser minha namorada. - Olhei surpresa para ele. - Não quero que você seja mais uma, e finalmente me apaixonei por alguém, quero te ter ao meu lado.

Eu mal conseguia respirar olhando para aqueles olhos cinza penetrantes, então fechei meus olhos, para poder voltar a Terra naquele momento, e sorri.

– Eu aceito ser sua namorada, Draco. - Abri meus olhos e vi o sorriso mais lindo que já vi nos lábios do loiro.

– Então eu aceito que seja meu presente de Natal. – Disse ele me presenteando com um sorriso bobo. - Só que para sempre, Hermione. - Sorri com seu jeito bobo.

– Para sempre então, Draco. - O beijei levemente nos lábios.

Essa foi a primeira noite de nossas vidas juntos. Tudo foi perfeito, nossos corpos se encaixavam magneticamente, com sintonia e no fim simplesmente aconteceu.

Era noite de véspera de Natal, o melhor da minha vida e o primeiro de muitos, do futuro Senhor e Senhora Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se sim, por favor, comentem tenho outros projetos em andamento e ficaria mais motivada a postá-los.
Até a próxima!