Tentação escrita por MePassaAManteiga
Do lado de fora era possível ver luzes que deveriam estar no quintal de trás, o som estava alto e a rua estava lotada de carros. Na porta haviam 3 seguranças bombadões recolhendo os convites.
– Caraca – Edie começou. – não é mais fácil pular o muro, gente?
– Para de ser idiota. – Louis disse.
– E se eles descobrem que isso é falso? – Falou mostrando o convite que segurava. – A gente apanha.
– Para de ser medroso Edie. – Falei andando até os portões.
Fomos em direção a um dos seguranças e entregamos um de cada vez os convites. - Ele era grande e tinha uma barba por fazer, careca e usava um terno preto, igual aos outros 2. – Ele examinou os 3 convites e liberou a passagem.
Haily era rica, muito rica, rica mesmo. A casa era enorme, o jardim da frente fazia qualquer um babar até eu babei e olha que não ligo para esse tipo de coisa. Tivemos que dar a volta até chegarmos nos fundos da casa. Uma pista de dança pegava um espaço enorme do quintal, vários adolescentes dançavam freneticamente, do outro lado a piscina estava lotada e do lado da piscina um pequeno bar, coberto com luzes neon azuis. Pelos meus cálculos, aquilo não era nada formal.
– Ai caraca. - Edie falou pondo as mãos na cabeça. – Vamos começar pelo bar.
– Calma aí, você nem sabe se é de graça. – Falei.
– Claro que é de graça, é um aniversário e não uma balada.
Eu não sabia se olhava as bebidas tops ou pro delicinha do barman. Louis e Edie conversavam sobre as meninas de biquíni na piscina, que aliás estavam me dando nojo. Um tempinho depois, Edie estava um pouco alterado e decidiu sair pra dançar, mal sabia ele que Haily estava por perto. Logo que levantou pra ir a pista, Hayli veio de encontro.
– O que fazem aqui? – Perguntou com uma cara de bosta, que ela tem desde que nasceu. Agora falando sério, ela não estava nem um pouco feliz.
– Ãh... Nós... é... ai caraca. – Já até se imagina quem foi que disse isso.
– Curtimos sua festa. – Louis se virou. E por alguma razão a feição dela mudou completamente.
– Ah, claro. A melhor festa do ano. – E lá vem ela com seu discurso. – Obvio que estão curtindo, todos estão. Aliás estão na MINHA festa não é mesmo?!
– Magnifica. – Falei ironicamente. E ela sorriu ironicamente em resposta.
– Já que aceita a gente aqui, pode me dar licença que eu vou agarrar alguém ali. – Edie falou desviando da Haily e seguindo seu caminho.
– Louis, você não quer ir dançar? – Então era isso, a frufru estava afim do meu amigo. Saquei.
– Sou péssimo nisso.
– Então que tal... nadar? – Ela sorriu. – Aproveita que a água está ótima.
– Não trouxe roupa de banho.
– Não faz mal, vamos subir, tem várias aqui em casa. – Ah meu Deus, que safada.
– Mag... – Ele ia só dizer que estava indo lá e logo voltaria, tudo bem eu já sabia, por isso o interrompi.
– Ok, não quero explicações. – Falei e simulei um vômito de leve. “Ela é muito gostosa.” Ele falou quase sem som sendo puxado pela frufru popular.
Legal, Edie se agarrando com garotas e Louis sendo tentado pela palhaça dona da festa. Só me restava beber mais e observar jovens idiotas fazendo merda. Já tinha bebido o suficiente e precisava de comida. Levantei e fui até uma tendinha que tinha vários petiscos. Me sentei e comecei a beliscar o que tinha.
– Magda? – Uma voz conhecida chamou.
– Nossa... – E advinha quem era, Philip. O filho do Sr. Tomas. – Mas que beleza.
– Sua mãe deve estar se divertindo com meu pai. – Ele sorriu.
– Interessante, e que eu saiba era pra você estar lá também, se divertindo junto. – Me afastei mais um pouco em busca de outros tipos de comida.
– Acredita, nós dois, irmãos. – Ele veio atrás de mim. – Que loucura.
– Olha só, cara. – Parei e me virei. – Só porque o idiota do seu pai está de gracinhas com a minha mãe, não significa que somos irmãos.
– Eu sei, só estou zoando. – Ele sorriu. – Mas eai? – Continuei andando e ele me seguindo.
– Eai o que? – Caramba, tinha cachorro quente.
– Você... você está bem, sei lá?
– O que? – Falei de boca cheia, ah meu Deus eu adoro cachorro quente. – Você não se importa.
– Eu estou tentando ser legal. – Falou tirando o cachorro quente da minha mão. – Para de comer, e fala comigo.
– Ta maluco? – Me exaltei, agora sim... Como ousa me desafiar dessa maneira, ninguém me impede de comer. – Não tenta ser meu amigo não tá? Já tenho muitos.
– O nerd, o idiota e o carinha que se acha bonitinho, ta falando deles? – Ergueu uma sobrancelha.
– Sai de perto. – Peguei o meu cachorro quente da mão dele.
– Tá, tudo bem, você é chata demais pra eu perder meu tempo. – E ao mesmo tempo que ele falava minha vista ficava fraca e meu ouvido começara a falhar. – Está tudo bem? – Ele se aproximou e me segurou pelos braços.
– Preciso sentar. – Falei. Ele me levou pra um banco meio isolado da festa e nos sentamos. – Acho que exagerei na bebida.
– E também na comida, é magra mas come como um elefante. – Eu ri daquilo, mas ainda não gosto dele.
– Acho que já estou melhor. – Falei tentando levantar.
– Não, não. – Ele me impediu. – Vou levar você pra casa.
– Nem pensar, eu não vou sair daqui com você. – Me soltei das mãos dele.
– Ah, qual é? Chega, só vou levar você pra casa, não precisamos ser amigos.
– Não...
– Vamos logo. – Ele me puxou. Eu até poderia tentar lutar, mas eu parecia mais cansada que o normal. Passamos pela festa e avistei Louis saindo pela porta da casa.
– Mag? – Ele gritou. – O que houve?
– Ela passou mal, vou levá-la pra casa. – Philip explicou.
– Eu levo ela. Pode deixar.
– Não, tá tudo bem, vou deixá-la em casa.
– Não, cara. – Louis afastou-o de mim. – Eu trouxe ela e eu vou levar ela pra casa.
– Ok. – Philip ergueu as mãos pra cima, como se estivesse se rendendo. – Se cuida, Magda. – E se afastou.
– Você tá bem? – Louis parecia muito preocupado.
– Sim. O que foi aquilo? – Perguntei confusa.
– O que?
– Essa sua disputa com o Philip.
– Nada de mais. Que eu saiba você odeia o cara. – Falou. – Achei que preferiria eu a ele.
– Tanto faz. – Falei ainda confusa.
– Tá. Mas ele ia te deixar em casa, e sua mãe não sabe que você saiu. – Me puxou em direção a saída. – Como iria explicar?
Fiquei quieta. Ele parou a caminhonete do mesmo jeito que fez quando chegou em casa. Eram quase duas horas da manhã, mamãe obviamente achava que eu estava dormindo. Pulamos a cerca do vizinho e fomos em direção a árvore.
– Consegue subir? – Ele perguntou.
– Sim. – Eu já estava melhor.
– Vou ajudar você.
Subimos, eu abri a janela e entrei, Louis entrou logo atrás.
– Vai ficar bem mesmo?
– Vou. – Falei irritada. - Pare de se preocupar.
– Não precisa ser estúpida, amor. – Ele não costumava me chamar de “Amor”, mas eu achei melhor não comentar.
– Foi mal... Já pode ir agora. – Falei coçando a cabeça.
– Vou só pegar o Edie, e vamos voltar pra casa.
– É... mas ainda dá tempo de terminar o que começou com a Haily. – Sorri.
– É... quem sabe. – Me lançou um olhar do tipo, “Com certeza”. – Vou nessa. – Pulou para fora e correu pelo quintal.
Me troquei e desabei na cama, precisava dormir urgentemente.
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