[...] Eduardo

Bia estava me deixando louco, isso já é um fato. Ela deixava claro em seu rosto que queria mais.

— ­Ta molhadinha amor? - Perguntei a Bia enquanto beijava sua orelha.

Ouvi ela sussurrar que sim­, eu estava adorando nossa brincadeirinha erótica, mas logo cortei seu barato.

— ­Já chega, assim vamos perder o filme. - Murmurei em seu ouvindo e sorri safado.

— Meu Deus como assim? - Ela gritou no cinema fazendo todos olhar para ela, acabei rindo.

— Eu não quero mais assistir filme nenhum, não queria desde o começo, você sabe o que eu quero, Eduardo.

— E oque é que você quer Bia? – Perguntei sem conseguir resistir.

— Você sabe o que eu quero. – Bia sussurrou de volta.

— Vamos embora! - Peguei sua mão para sairmos do cinema, eu já estava ansioso.

Logo lembrei da Vivi, ela poderia esta perdida ou acontecendo alguma coisa com ela. Pedi para Bia me ajudar a procura-la pelo cinema antes de ir para casa. Bia bufou, eu sabia que ela a detestava, mas não sabia o motivo. Vivi é engraçada, fofa, linda, cheirosa e.. Irmã da minha namorada.

Que diabos eu estava pensando? Ela é irmã da minha namorada, balancei a cabeça em forma de negação comecei a andar pelo cinema.

Bia e eu resolvemos nos separar para ganhar tempo, logo nos encontraríamos lá fora quem achar primeiro.

Desci as escadas e entrei mais uma vez na multidão, sinceramente como uma pessoa consegue se guiar aqui dentro? Eu mal tenho noção em que parte do cinema eu estou, quem dirá onde ela estava.

Continuei tentando andar, desci para o segundo degrau, cheguei em um canto da sala onde havia mais casais se agarrando do que assistindo o telão, que novidade...

Logo aviste Vivi se agarrando com um garoto, apesar de sentir meu inconsciente gritar e uma revolta se alarmando em mim. Fiquei incomodado.

— To atrapalhando? - Perguntei e os dois se separaram, me olharam assustados.

— Quem é você? - Perguntou o playboyzinho.

— Não te interessa. - Respondi seco. - Vamos Vivi. - Falei em tom de autoridade e a puxando pelo braço.

— Vamos pra onde Eduardo? O filme nem acabou e cadê a Bia? - Viviane perguntou um pouco confusa.

— No caminho eu te explico. - Disse a puxando e deixando o playboyzinho com cara de tacho.

Saímos do cinema sem dizer uma palavra, assim que chegamos perto da praça de alimentação, Viviane me indagou;

— E agora, pode me explicar oque tá acontecendo? - Perguntou perplexa e confusa.

— Tá acontecendo que vamos embora. - Disse ainda caminhando sem ao menos olha-la.

— Isso eu sei, mas porque? - Perguntou se pondo em minha frente, interrompendo minha passagem. - Anda Eduardo responde, cadê a Beatriz? - Perguntou Viviane aumentando seu tom de voz, ela estava legivelmente brava, o que a deixava mais sexy ainda.

Que caralhos que eu to pensando, ela é minha cunhada. Cunhada, decora aí.

— Não aconteceu nada. - Digo olhando para sua boca. - Nós só vamos ir pra casa. - Continuo, dessa vez desviando o olhar para seus olhos.

— Oh my god! Eu não acredito, vocês vão pra casa se comer e eu tenho que ir junto? - Viviane diz irônica com um sorriso de deboche, eu não me contenho e largo uma leve gargalhada.

— Olha que ótimo, encontramos quem faltava, já podemos ir? - Perguntou Bia ao nos encontrar.

— Porque a pressa? - Perguntou Viviane.

— O Duda sabe porque. - Sorriu maliciosa. - Pergunta pra ele..

— Beleza! Então, porque a pressa Duda? - Viviane me pergunta com um tom provocativo, dando ênfase na ultima palavra.

— Qual sua idade? - Pergunto a olhando fixamente.

— Não interessa, agor..

— Ela tem 17 anos, amor. - Interrompeu Beatriz.

— Sendo assim, desculpa Vivi, mas é só pra maiores de 18 anos. - Digo em um tom de deboche, pude escutar as gargalhadas de Beatriz.

— Ah qual é! Vai se foder. - Diz Viviane saindo.

— Pra onde você vai sua louca? - Pergunta Bia, vendo a irmã se afastar.

— Vou procurar o Duc.. Quer dizer, Juca. - Grita Viviane olhando pra trás.

— E quem é esse? - Pergunto desconfiado.

— O garoto do cinema. - Viviane responde, parando e se virando para nós.

— Ah, você não vai mesmo - Digo irritado me aproximando da mesma.

— E porque não? Me de um bom motivo. - Viviane diz provocativa.

Eu confesso que me faltou palavras, não sabia o que dizer. Motivos.. Eu não tinha motivos, eu mal a conheço. Mas sabia que existiam diversos motivos para que ela não precisaria correr atrás dele, poderia até lista-los em ordem alfabética ou decrescente, mas não podia, até porque a Bia estava ali, então...

— Você mal conhece o garoto e já sai beijando.

— Deixa de ser hipócrita Eduardo, vai me dizer que conhecia todas as meninas que beijou? - Antes que Bia falasse algo, Viviane continuou - E outra, você também mal o conhece e já sai tratando mal - Vivi respondeu irritada.

— Meu amor, eu odeio concordar mas, ela tem razão. - Concordou Bia - O que têm de errado ela beijar um estranho? 

— Tudo. E se ele fosse um assassino, ou pior, um estuprador? Não se pode confiar nesses moleque de hoje em dia - Respondi óbvio, elas reviraram os olhos - Você teve sorte em me encontrar.

— Mas ele não é. - Defendeu - E mesmo que fosse, você não tem nada haver com a minha vida.

Nossa, essa doeu. Pensei comigo mesmo.

— Não fala assim com meu namorado, sua gringa. - Bia me defendeu.

Vivi ficou calada por alguns instantes, começamos a andar para fora do shopping.

[...] Viviane

Mas porque o namorado da minha irmã fez aquilo? Se fez foi porque se incomodou, e se se incomodou foi porque se importa, e se se importa é porque..

Nada haver. Que merda, Vivi!

Andei até o estacionamento, Duda e Bia vieram atrás, esperamos por alguns minutos e logo meu Dad e Miranda chegaram.

O caminho todo foi um silêncio, ou quase, de vez em quando Miranda puxava alguns assuntos comigo.

Ao chegarmos em Casa, meu pai anunciou que ia pedir uma pizza, fez questão de que Duda jantasse conosco, e claro que ele não iria recusar. Fui em direção ao meu quarto, precisava de um banho.

Fechei a porta e me joguei na cama de barriga para cima com as mãos no rosto, o banho podia esperar um pouco. Minutos depois, escuto batidas.

Que saco!

Abri a porta dando de cara com o Duda, com o Duda? Sorrimos um para o outro.. Lindo. Fica quieta, Viviane! Fecho a expressão para não dar bandeira.