Trying To Live escrita por Marrie


Capítulo 2
Capítulo II: Passados


Notas iniciais do capítulo

Como era a vida passada. [?]



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    O sonho era horrível como todos, e eu nunca conseguia sair desse sono, somente desse sono, pois eu conseguia sair de todos sonos, menos desse. Era sangrento, lembrara de minha mãe, que me espancava, e meu pai tentava me tocar, ainda bem que minha ex mãe alcoólatra e idiota que me espancava fazia uma coisa de bom, me livrava das mãos maliciosa de meu pai.

 

- Meu bem! O que está acontecendo com você? Está soada... Por que gritaste?

 

    Sua voz estava desesperada, berrando ao meu lado, ofegante me levantei e encarei-a, sentir as lágrimas caírem pelo meu rosto e abracei-a forte.

 

- Promete que nunca irá me bater? Deixar meu pai me tocar, que vai me cuidar... – falei rapidamente, entre as lágrimas, e então me lembrei da fala da irmã que sempre me beliscava, “nunca conte do seu passado!”

 

- Prometo querida, foi isso que seus pais passados fizeram? – ela sussurrou no pé da minha orelha, e eu fiquei calada sem responder – Eu não conto para ninguém, eu prometi que não irei bater em você, querida.

 

- Tudo bem, eu digo... Eu tinha doze anos quando tudo começou. – eu dei uma pausa, fechei os olhos e respirei fundo, sacudi a cabeça – Não consigo contar.

 

    Abri a mala e logo abri um caderno com uma capa escura e abri, na segunda página, ela arregalou os olhos e mordeu o lábio, o rosto estava em desespero, e eu me lembrava de cada palavra que estava ali.

 

    “Minha mãe acabou de chegar, abriu a porta e logo se aproximou de mim, apertando meu queixo e me enchendo de tapas, perguntando se eu já havia arrumado a casa, se eu tivesse esquecido de algo, iria apanhar, eu havia sempre esquecido de fazer algo, então ela me enchia de socos, minha pele estava toda marcada, roxa e sempre com feridas, todos riam de mim na escola, e outros tinham pena de mim, eu não gosto, que tenham pena de mim... Ela sempre apertava meu braço.”

 

    E então ela virou a página, provavelmente apavorada com o caso, eu me lembrava também da próxima página, eu me lembrava de cada terror que era minha vida.

 

    “Agora era a vez do meu pai, ele chegava do trabalho e irritado com minha mãe apertava meu corpo, pedia água e sempre ficava passando a mão...”

 

- Chega. – ela disse irritada, com a testa franzida – O que aconteceram com meus pais?

 

- Não sei, eles devem estar por aí, seilá. – eu estava ficando nervosa com tudo, por que ela queria saber de meu passado?

 

- Querida, quero que você conheça a família. – ela falou, levantando-se calmamente e me encarando

 

    Ergui as sobrancelhas, eu não havia percebido. Eles só haviam apresentado meu quarto, e eu entrei e não queria mais sair, eu queria ficar quieta em meu canto, sozinha, solitária, eu não queria conhecer a nova família, mais eu tinha que ser uma boa garota. Fui até com ela, desci as escadas e vi algumas pessoas na sala.

 

- Esse é seu irmão, Stephen. – ela apontou com os olhos, encarei-o. O cabelo era preto e os olhos verdes como a mãe, ele franziu a testa e revirou os olhos

 

- Oi... Jenniffer. – ele disse, pude ver que a mãe já havia implorado para ele me dizer oi.

 

- E a sua irmã caçula é Sophia. – ela apontou com os olhos também, os cabelos eram pretos com ondas maravilhosas, e os olhos como cor de mel, ela deveria ter uns sete anos

 

- Oi, oi! Tudo bem? – ela gargalhou e deu uma risada gostosa

 

- Meu nome é Tiffany e de seu pai Andrew. – ela deu um sorriso

 

- Prazer em conhecer todos. – eu disse carinhosamente

 

- Bom, eu vou trabalhar, é de tarde... E seu pai também, fiquem por aqui e não saiam! – ela beijou a testa de cada um, e quando chegou a minha vez dela beijar minha testa eu fechei os olhos, o beijo na testa foi lento

 

   Tudo que eu queria era que quando minha ex mãe fosse ao barzinho beber que nem uma retardada beijasse minha testa quando saísse, e que prometesse nunca me bater, mais não foi assim... Todos me chamavam de emo, mais eu não sou emo, só não consigo esquecer o passado, e agora meu corpo estava pesando mais forte, parecia que eu estava sentindo minha ex mãe me socar, e lembrava nitidamente o olhar de nojo na qual ela me encarava, sacudi a cabeça tentando esquecer-se do passado.

 

- Hei garota, você está bem? – Stephen ergueu as sobrancelhas, e sentou no sofá, comendo a pipoca e mudando de canal – Senta aí.

 

- Estou bem, onde está Sophia? – perguntei preocupada, sentando ao lado dele e tentando me distrair

 

- Ela deve estar no quarto rosa brincando com os unicórnios. – ele revirou os olhos, e eu segurei a risada, ele parecia... Legal.

 

- Por que me tiraram do orfanato, se Tiffany tem dois filhos? – perguntei baixinho, e então ele me encarou e desligou a TV – Desculpe...

 

- Não... Nós tínhamos uma irmã, da sua idade, ela morreu afogada. Minha mãe não agüentou, meu pai disse que ela não poderia ser substituída, todo mundo pirou aqui em casa, e então a família resolveu pegar você.

 

- Ela não sabia nadar? – Como esse mundo era terrível!

 

- Tentaram afogar ela e conseguiram, sabe... Aqueles trotes que acontecem na faculdade? – ele perguntou baixinho – Empurraram-na, então sempre que ela voltava na superfície empurravam a cabeça dela para baixo, ela cansou de tentar e morreu. E o pior, e que não aconteceu nada com aqueles garotos horríveis, idiotas... Se eu visse um deles, eu juro que mataria, juro.

 

- E Sophia sabe disso?

 

- Não, ela acha que a irmã está de férias em algum lugar. – então ele ligou a TV e sussurrou – Não fale nada.

 

- Jenni, você pode me ajudar? – Sophia disse amorosamente, com os unicórnios de pelúcia em seu colo

 

    Assenti e fui até seu quarto, era tudo róseo, a cama rosa, o unicórneo rosa e azul bebê, o abaju era da Barbie, tentei não contorcer minha cara, deitei-me na cama dela e a mesma ficou brincando, alguns minutos depois ela pousou sua cabeça em minhas pernas, entrando num sono.

 

    Eu me senti calma, me senti... Feliz, mais por incrível que pareça, eu não havia sorrido nem uma vez, o que faltava para mim?

 

- Amanhã começa as aulas, arrumei as coisas para você. – Stephen disse, fechando a porta novamente

 

    Franzi a testa, aula... Encolhi-me, começaria o terror novamente.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelas reviews, não gostei muito deste capitulo, mais o próximo será bem melhor... Não é tão fácil uma vida desse tipo, no próximo capitulo haverá as crises, provavelmente.



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