Estava arrumando minhas malas e saindo daquela mansão enorme, minhas pernas tremiam ridiculamente, eu estava saindo do orfanato para uma nova família, a irmã me deixou na porta do orfanato e perfurou meus olhos.

- Seja uma boa garotinha, está me ouvindo? – ela perguntou, beliscando meu braço e automaticamente mordi meu lábio para segurar o gemido

    A outra irmã veio e lhe deu dois tapinhas na costa, então a irmã Maria me encarou com um belo sorriso, um sorriso de mãe, era isso que eu a considerava.

- Vou ver você? – perguntei baixinho

- Querida, eu irei visitá-la quando eu puder, seja boazinha, Deus irá guiar seu caminho... – ela beijou minha testa ternamente e começou a caminhar pelo corredor enorme, ela virou-se e berrou um pouco baixo – Amo você!

    Esperei um pouquinho e logo vi um carro, uma cor dourada, então uma mulher de vestido verde esvoaçante com os lábios carnudos na qual era vermelho, causando uma cor viva no rosto, olhos verdes como uma esmeralda cintilante, e então o homem apareceu, cabelos pretos e olhos castanhos claros, os dois sorriram para mim.

- Você é a Jenniffer? – ela perguntou docemente, passando as mãos pelo meu rosto com a costa da mão

- Sim... – sussurrei, eu estava sem palavras... Maldição! Que droga.

- Bom, entre no carro querida... Seremos sua nova família. – ele disse docemente, abrindo a porta traseira e rapidamente pegando a mala que estava em minha mão

    Entrei no carro e ouvi um batido enorme que irritava, na verdade... Tudo me irritava, fazia me franzir o cenho, acho que iria começar a se marcar no meu rosto, ele havia fechado a traseira do carro provavelmente, os dois entraram e o homem ligou o carro, caminhando-se para algum lugar.

- Você quer que seu nome seja o mesmo? – ela perguntou, num tom quase preocupado

- Eu gostaria sim, mais vocês podem mudar... – nada iria mudar a droga da minha vida mesmo.

- Não, você decide... Eu estava pensando em Elizabeth, mais você gostou do que tinha. – ele respondeu, encarando-me pelo retrovisor

- Jenniffer Elizabeth. – completei o nome, tudo que eu queria era ser educada

- Nossa, adorei o nome querida. – ela deu um sorriso maravilhoso, então eu me lembrei brevemente da irmã Maria

    Eu estava nervosa, eu já sabia que meus pais eram carismáticos, bem divertidos, então o que poderia dar de ruim? Nada, somente eu mesma.

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    Encarei me no espelho, cabelos caracolados e castanhos, era um pouco ruivo, olhos cinzas, uma coisa que eu adorava era meus olhos e meu cabelo, tudo combinava. Meu corpo era modelado, tudo curvado, em seus devidos e pontos lugares, eu tinha quinze anos.

    Virei meu corpo e encarei novamente meu quarto, era num tom azul bebê e uma cama com um lençol roxo, um armário amarelo totalmente lindo, enorme. Suspirei, a casa era tão harmoniosa...

    Deitei-me na cama e resolvi tirar um pequeno cochilo.

    O sonho era horrível como todos, e eu nunca conseguia sair desse sono, somente desse sono, pois eu conseguia sair de todos sonos, menos desse. Era sangrento, lembrara de minha mãe, que me espancava, e meu pai tentava me tocar, ainda bem que minha ex mãe alcoólatra e idiota que me espancava fazia uma coisa de bom, me livrava das mãos maliciosa de meu pai.

- Meu bem! O que está acontecendo com você? Está soada... Por que gritaste?