Evolution: Parte 1 escrita por Hairo


Capítulo 1
Um Ladrão no Celeiro




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Capitulo 1 – Um ladrão no celeiro

O sol se levanta mais uma vez e os primeiro sons da manhã podem ser ouvidos através do campo. O dia parece começar com o céu limpo e ventos tranqüilos, perfeitos para mais uma jornada de trabalho. Dave ouve o despertador tocar e mal acredita que está na hora de se levantar. Ele olha para o Pidgey saindo de cima do relógio de madeira preso na parede e sente uma vontade imensa de mandar o pobre animal de madeira ficar quieto, como se adiantasse.

O menino se levanta, ainda esfregando os olhos, para começar mais um dia de trabalho na fazenda. Seu pai já devia estar acordado á horas e provavelmente o café já estava na mesa. Se Dave não quisesse acordar já tendo que ouvir sermão, era melhor se apressar.

Em 5 minutos o banho estava tomado e ele estava colocando suas roupas normais: uma calça jeans bem surrada, que costumava usar para trabalhar na fazenda e sua camisa lisa branca. Quando chegou do lado de fora, sua mãe já estava lavando a louça do café, e havia apenas o seu prato na mesa, com sua refeição pronta.

- Bom dia querido! Dormiu bem hoje?

- Sim, sim. O que aconteceu? Já são sete e meia da manhã... Porque me deixaram dormir até mais tarde? – Não que Dave estivesse reclamando, mas normalmente as 6 ele já deveria estar pronto, do lado de fora com seu pai.

- Seu pai teve de ir à cidade hoje querido, resolver algumas coisas. Ele disse que tentaria comprar o seu presente de aniversário também. Já é amanha não é?

E então o rapaz sorriu. Tinha esquecido completamente que hoje era véspera do seu aniversário de 12 anos.

Mas o seu aniversário não era mais tão feliz quanto costumava ser. Desde pequeno, Dave sempre sonhou em sair em uma jornada Pokémon e contava os dias ansiosamente para seus aniversários, porque cada vez mais chegava perto dos 10 anos, a idade mínima para se iniciar a jornada Pokémon. Mas com 7 anos, sua família teve que se mudar para a fazenda onde agora moravam, em uma cidade muito pequena que não tinha nem seu próprio Centro Pokémon. Por isso, ele não poderia mais escolher um Pokémon inicial, já que não havia nenhum especialista por perto. Como se não bastasse, com as dificuldades financeiras, Dave começou a trabalhar com seu pai e não podia mais sair de casa para viajar por muito tempo, pois tinha que ajudar sua família. Ele nunca reclamou de nada, porque sabia que precisava ficar, mas seus pais sabiam que o que o menino queria mesmo era pegar a estrada e viver sua aventura.

O dia passou como outro qualquer. Dave trabalhou pouco já que seu pai não estava em casa, e o sol já estava se pondo quando terminou de arrumar os últimos blocos de feno e palha no celeiro da família. Seu pai não havia voltado ainda e ele estava começando a ficar um pouco preocupado (e muito curioso afinal, queria saber o que ele iria trazer para seu aniversário no dia seguinte).

Sentado nos degraus da escada, ele observou a estrada e alguns Pidgeys voando pelo campo em direção ao bosque que ficava do outro lado da estrada, em frente à fazenda. O bosque, que era cortado por um rio, não era tão grande para ser considerada uma floresta fechada, mas o rapaz sempre o achou muito parecido com uma.

Enquanto olhava para o bosque pensando no que iria ganhar no dia seguinte, alguma coisa passou por ele em alta velocidade e foi para dentro de um dos currais vazios. Dave levantou com um susto e correu atrás do que quer que fosse entrando no curral onde ficava armazenada a comida para os animais da fazenda. Lá ele viu um Ratata rasgando uma das grandes sacas de ração.

- Ei! O que você pensa que está fazendo? Essa comida não é pra você!

O Ratata pareceu não se importar com o que foi dito e continuou a roer o saco até que rasgasse, despejando a ração inteira pelo chão coberto de feno.

- Ah não! Olha o que você fez! Eu vou ter que limpar isso tudo antes do meu pai voltar!

Enquanto isso, o pequeno Pokémon pareceu dar uma pequena risada e se dirigiu para o próximo saco. Vendo o que iria acontecer em seguida, Dave decidiu que não ia ficar parado.

- Ei! Não, não! Sem mais bagunça, toma isso! – E atirou seu tênis bem na cabeça do Pokémon bagunceiro.

A primeira vista tudo parecia ter dado certo, até que o Ratata se levantou e balançou a cabeça. Então se virou para Dave e mostrou seus dentes afiados. Antes que o menino pudesse tirar seu outro tênis, o pequeno roedor pulou em cima do menino, que se assustou e caiu no chão. Pegando o tênis atirado com a boca, o atrevido Pokémon correu para fora do estábulo.

- Ei! Espera! Meu tênis! Devolve meu tênis!- Gritou Dave enquanto se levantava e tentava correr atrás do pequeno ladrão de calçados.

Quando saiu do celeiro, ele viu a forma do Pokémon roxo atravessar a estrada de terra e entrar no bosque.

Ah não... Vai dar o maior trabalho te pegar ai dentro...

Cansado mas enraivecido com a travessura daquele ousado Ratata, o jovem rapaz corria o mais rápido que podia, desviando dos galhos mais baixos, pulando raízes e pedras pelo caminho. Quando estava quase perdendo seu fugitivo de vista, ele viu que, de repente, o próprio Ratata tinha entrado em um beco sem saída. Na tentativa de se esconder o Pokémon tinha entrado em um tronco oco caído no meio do caminho, sem perceber que havia uma pedra no final do tronco bloqueando a outra saída. Antes que ele conseguisse voltar, Dave o havia alcançado e segurava a parte de trás do seu tênis.

Ele se preparava para um verdadeiro cabo de guerra quando, para sua surpresa, o Ratata largou o tênis e olhou bem fundo nos seus olhos, em um tom desafiador. Então, justo quando o menino estava começando a pensar que o roedorzinho estava apenas brincando, ele se lembrou de tudo que havia estudado sobre Pokemons. Passava horas a fio lendo livros sobre essas criaturinhas, já que nunca pode sair na sua aventura, e mesmo assim, na adrenalina do momento, se esqueceu que raramente os Ratatas andavam sozinhos, e que a presença de um denunciava a presença de uma colônia deles.

Dave colocou seu tênis apressado e começou a correr o mais rápido que podia, mas logo viu que já era tarde de mais. Em menos de um minuto ele estava cercado por dezenas de Ratatas enraivecidos, e todos resolveram dar o bote ao mesmo tempo. O rapaz tentou se proteger o máximo que pôde, mas podia sentir as unhas e os dentes dos Pokemons se agarrando, arranhando e cortando sua pele. Tentou se sacudir e conseguiu se livrar de alguns, mas logo depois um deles acertou uma cabeçada na parte de trás de seu joelho e em seguida ele sentiu uma forte pancada no peito enquanto caia com força no chão, batendo a cabeça.

A partir daí ele ficou tonto. Ainda sentia os agressores a sua volta, mas não sentia mais tanta dor. Tudo estava turvo, embaçado e girava. De repente, ele ouviu alguma coisa atrás dele, um som que ele nunca tinha ouvido antes. O rapaz já não possuía qualquer noção do que estava acontecendo, quando viu um borrão irreconhecível passando por cima dele. Depois disso os Ratatas pareciam ter se distraído ou ido embora, desistindo do ataque, mas Dave estava muito tonto. Tudo estava girando, girando, girando, até que sem aviso tudo parou, e ele não viu mais nada.

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