PLDT-Novos conflitos escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 26
Conte-me Seus Segredos.


Notas iniciais do capítulo

Mais um!
Boa Leitura!



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           De banho tomado, vestindo a blusa mais folgada que encontrou, junto com um short moletom, Melyssa bebia chocolate quente, sentada de modo estranho no balcão da cozinha. Estava reflexiva, apertando seus dedos na caneca em suas mãos, pensando no fim daquilo que já havia acabado, e só ela não tinha percebido.

               Não haviam mais lágrimas que englobassem o vazio que sentia em seu coração naquele momento, por isso estar quieta em silêncio, tornou-se uma opção realmente agradável.

        Ela sempre soube que em algum momento, tinha de amadurecer e enxergar as coisas por um ângulo real, não por um fantasioso. Era mais do que claro que quando uma situação se repete várias e várias vezes, e não obtém um resultado diferente, há um problema. E era assim. Ela e Bernardo discutiam sempre sobre as mesmas coisas e acreditavam que iam superar isso, quando na verdade isso já estava fadado a fracassar. Às vezes dar o braço a torcer e deixar ir, é a verdadeira maneira de provar que ama a pessoa.

                 Sim era certo, Bernardo e ela sempre encontrariam o caminho de volta para o outro, eles só ignoraram, que Melyssa Parker raramente segue e faz o certo. Ela decide seu destino e por mais que doa, ela faz com que fique menos pior.

                Largou a caneca, e puxou seu netbook para seu colo, entrando em seu Emai-l logo depois.

        Estava lá. O arquivo com o nome “Cecília Banner”.

        Mel levou o mouse em direção a ele, pôs a seta em cima do título.

         Era um difícil dilema interno.

         Ela tinha duas opções.

         1 – Abrir e saciar sua curiosidade, descobrindo porque essa garota causava um comportamento tão estranho em Gustavo.

      2  — Não abrir e seguir com sua vida, sem Bê, sem Gusto, sem discussões, sem segredos e sem revelações.

         Após dois segundos, ela suspirou e o fez. Ela excluiu o Emai-l e se sentiu feliz consigo mesma, quando admitiu a si própria, que não precisava mais fazer aquilo, não precisava ter essa ilusão de que poderia controlar tudo ao seu redor. Já que ela não queria mais complicações, não iria atrás delas.

                       Mas se engana quem achou que a segunda opção havia sido a escolhida, a grande premiada foi a terceira, que surgiu em sua porta, um minuto depois dela ter apagado todas as informações sobre a Banner.

                A campainha tocou, e mesmo temendo que fosse Bernardo, ela largou o laptop sob o balcão e foi abrir a porta.

           Se deparou com o dono dos olhos mais misteriosos que já conheceu; Aquele que a fez se questionar por muitas coisas, e que tirou sua vida dos eixos.

       Gustavo Bennett.

—Como sabia que eu estava em casa? — não perguntou sob o horário, pois sabia que para ele não era nada estranho visitar alguém as seis da manhã.

—Não sabia...Apenas arrisquei. — ele respondeu sério, e ela o olhou incrédula, mostrando que não caiu nessa. — Paguei ao seu porteiro para me avisar quando estivesse aqui. — revelou sem muito orgulho disso.

—E depois sou eu a acusada de trapaça. — ela debocha.

—Precisamos conversar. — ele anuncia e Mel ri com escárnio.

—Nem vem com o papo de que tem uma boa explicação para o fato de ter desistido de ter alguma coisa comigo, porque meu pai te ameaçou ou algo assim. — ela se exasperou.

—Você ainda quer saber quem é Cecília Banner? — indaga e Mel muda o peso da perna, e logo morde os lábios.

        Aquela era a terceira opção, respeita-lo e deixar que ele diga a verdade.

—Por que agora? — Mel indagou sem entender.

—Porque antes eu tinha medo de te perder se contasse.— ele revela.

—Agora não tem? — ela queria saber.

—Agora eu sei, que há mais chances de eu te perder se não contar. — diz sério.

               Mesmo sem entender, ou até então procurar uma explicação para tal coisa, Mel abre espaço para que ele entre e em seguida fecha a porta.

       Hesitante ele se senta no chão, próximo a mesa de centro, insegura, Mel se senta em cima da mesinha e o encara com determinação.

—Sabe o que é engraçado? É que você queria tanto sabe dela, que nunca notou que eu já havia falado dela para você...Foi no internato...Você estava tão louca, com os sentimentos conflitando entre si, por finalmente notar que amava o Bernardo, que nem prestou atenção no que as pessoas ao seu redor te contavam. — Ele comenta com certa ironia e Mel suspira. — Eu ao conheci em uma festa, estava com a Clove e procurávamos pelo Enzo, eu era só um adolescente normal, que fazia planos loucos para o futuro. Eu era o cara comportadinho que queria resolver o problema de todos...E ela, Cecília era completamente de mim, ela brilhava, todos a viam, com seu carisma, a sua simpatia e sua total capacidade de ser boa em tudo que fazia. — falava de modo sofredor. — Mas, Lia tinha alguns amigos da pesada, e quando eu me aproximei dela, consequentemente me aproximei deles...Eu não entendia porque ela me dava moral, então para me manter no nível da turminha dela, fiz coisas ilegais e estúpidas...Tivemos uma dessas relações intensa, que parecem eternas de forma ilusória...Até ela descobrir que estava grávida de um filho meu. — Melyssa arregalou os olhos. — Eu era só um moleque, só que a possibilidade de ter um filho com ela, superava qualquer expectativa de vida perfeita...Meus pais surtaram é claro, mas, depois aceitaram. Os pais dela também. Ela estava no quarto mês, quando aconteceu, tivemos uma briga horrível, por ciúmes da minha parte e eu tomei todas e a xinguei de coisas terríveis...Fui para um bar para continuar enchendo a cara, e ela foi atrás de mim, então tentei fugir de novo, ela corria atrás de mim, enquanto eu entrava no carro, e...Eu estava bêbado, descontrolado de raiva, foi sem querer, mas, eu a atropelei...Ela perdeu o bebê, eu fiquei sabendo pela Clove...Eu não tive coragem de ir até ela para me desculpar, eu nunca tive...Eu me envergonhei em níveis extremos pelo que fiz a ela, e ao meu filho, eu estraguei o que tínhamos...Foi por isso que entrei no ramo de guarda costas, sei lá, senti que se não pude proteger eles de mim mesmo, poderia proteger as outras pessoas, eu fui aceito logo, eu era bem jovem, me passar por um adolescente e proteger os filhinhos dos ricos era uma boa...Logo, a chance na policia apareceu e eu aceitei...E bem essa é minha triste história. — Mel se encontrava paralisada.

          Era bem mais pesado do que ela achava que seria. Enquanto ela se sentia a mais sofredora dos humanos, por situações fúteis que teve no passado, Gustavo tinha coisas realmente graves para se arrepender. Ela podia ver a culpa nos olhos dele, e podia sentir a dor, que ele exalava ao falar dela. Cecília era importante para ele, porque sempre seria o amor de sua vida. Ela é que estava se iludindo achando que fora a missão que mudou a vida dele. Melyssa em algum momento se sentiu o centro do universo dele, mas, naquele momento, descobriu que era somente um ponto qualquer.

—Você a amou demais, não é? — depois de tudo que ouviu, aquela fora a única coisa em qual focou.

—Sim. — admitiu, e quando viu os olhos de Mel lacrimejarem, tratou de esclarecer tudo. — Mas, o amor que eu senti por ela, não chega nem perto do que eu sinto por você, desde que te conheci. — ele falou firme.

—Como acha que eu posso acreditar nisso? Quando nos conhecemos, eu era só uma adolescente mimada sem rumo, e agora, eu ainda continuo sem rumo. — Mel expõe exausta de tantos rompimentos.

—Ouça-me, quando eu olho para você, eu não sinto mais nada, além de felicidade, me apaixonar por você, fez com que tudo na minha vida que estava quebrado se conserta-se, você se acha escuridão, mas, foi você que trouxe luz para minha vida. Eu te amo, de verdade. — se declara e ela suspira.

—Nem tudo está consertado. — Mel nota, e por fim, ele concorda. — Você me fez coisas terríveis, Guto...Você me enganou, não confiou em mim e quando por um minuto, eu achei que estava feliz, você me tirou essa ilusão...Você é tudo que eu não posso ter mais, é instabilidade, insegurança e desafio...Você é aquilo do qual eu preciso correr, e no entanto, mesmo quando eu digo que não quero mais você, isso, nós, eu sempre te aceito de volta na minha vida. — ela desabafa.

—O que quer dizer? — Guto questionou preocupado.

—Eu não sei o que quero dizer, eu não sei o que eu quero, não sei quem eu sou, não sei o que fazer...A única coisa que eu sei, é que eu preciso de um tempo sozinha, para descobrir. — diz séria.

            Guto assente, e então se levanta.

—Pode me avisar, quando esse tempo acabar? — ele perguntou calmo.

—Você vai esperar? — Mel quis saber.

—Eu sempre vou esperar. — garante.


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Notas finais do capítulo

Capítulo recheado com ceninhas do meu primeiro OTP da fanfic!
Comentem!



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