“Você está bem?” Pelo seu comportamento percebo o quão dolorido ele está. Isto é tudo culpa minha.

“Hã?! Por que você está me perguntando isso? O único machucado de verdade aqui é você. Não importa o quanto eu digo, você continua se desvalorizando. Pare de pensar nas outras pessoas, pense mais em você. Você poderia estar morto agora.” Eu o deixei irritado. Não posso deixar as coisas andarem assim, ele salvou minha vida. De fato, eu poderia estar morto. Penso comigo mesmo apertando meus braços em volta das pernas.

Houvera uma festa de despedida na casa de uma colega nossa. A festa contava com todos os terceiros anos da escola. Era para ser algo memorável e divertido; porém tornou-se o caos. Não sabíamos que alguns garotos da nossa sala tinham rivais nas outras classes. E, depois de perceber a atmosfera do local depois da chegada dos garotos das outras salas. Eu tentei pedir educadamente para eles se retirarem, caso estivessem à procura de confusão. De alguma forma, eles entenderam errado. Talvez achassem que eu estava os intimidando. Em suma, acabei levando um soco no estômago; um no rosto e alguns pontapés na coxa. Poderia ter levado muito mais machucados se não fosse pelo Jonathan.

“Ei, Obrigado mesmo. Não sei como eu estaria se você não estivesse ali... Fico feliz de você ser meu amigo.” Jonathan me olha nos olhos por alguns minutos, depois se aproxima e senta ao meu lado no banco.

“Caramba, se for pra você dizer essas coisas e ficar assim é melhor ficar calado.”

“Assim como? Estou absolutamente normal.” Pressiono minha mão na bochecha dolorida.

“Ian, eu conheço você o bastante para saber que você fica envergonhado quando diz algo embaraçoso, Além do mais, seu rosto o denuncia.” Ele segura minha mão que está no rosto e tira.

“Dói?” Ele toca lentamente em meu rosto. Seus dedos contornando em volta do hematoma. Sua mão fria faz com que o ardor diminua.

“Sua mão é fria.” Resmungo fechando os olhos.

“E isso é ruim?” Ele se aproxima mais, de modo que dê para suas mãos tocarem melhor minha face.

“Huh, não. É incrivelmente bom. Parece que a dor sumiu do meu rosto.” Mantenho minhas pálpebras fechadas. Só quero esquecer a dor por um momento.

“Ian, eu realmente me assustei quando vi você no chão apanhando daquelas pessoas...” O tom de sua voz tornou-se dócil. Ele está se culpando.

“Eu percebi. Você faltou matar um deles. Confesso que nunca te vi daquele jeito, parecia um monstro.” Jhonatan apertou minha bochecha e, ao ouvir minha reclamação, soltou um risinho.

“Isso me faz parecer alguém ruim. Eu só estava protegendo alguém que amo, sabia?” Abri meus olhos para encará-lo, seu semblante estava sério.

“Tirar-me de lá daquele jeito foi extremamente vergonhoso. Você sempre faz isso com as pessoas que ama?” Ele me olha parecendo ao mesmo tempo assustado e risonho. Tirei suas mãos da minha face. Odeio quando ele age assim enquanto falo serio.

“Aha, Então você queria que eu o carregasse como uma princesa? Seria uma cena ótima, admito. Mas não cairia bem em você.” Reviro meus olhos.

“Mesmo eu dizendo que estava tudo bem, você parecia não ouvir. Você insistira em me fazer subir em suas costas. Além disso, os garotos o golpearam tanto quanto eu. Você deve estar ferido também. Não fique dizendo baboseiras como amor ou proteger. E se eles tivessem feito algo pior a você? Você não é o único que ama sabia? Se você morr... Eu realmente... não saberia o que fazer.” Abaixo minha cabeça.

Jhonatan sabe ser bastante idiota em momentos como esse. Menosprezar a si mesmo para pensar nos outros. O único se desvalorizando.

Silêncio. Eu esperava algo sarcástico vindo da parte dele, mas ao invés disso, silêncio. Esta maldita quietude.

“Vou embora.” Levantei-me ignorando as dores em meu corpo, que ele fique com esse maldito senso de heroísmo.

“Ian espere. Você está machucado. Ian...” Jhonatan segura meu braço.

Eu sei que você não está bem, mesmo assim, você ousa dizer que está tudo bem. Cansei.

“É sempre assim... Sempre! Está sua maneira de agir é repugnante. Realmente... Se eu pudesse, simplesmente, o protegeria de tudo e de todos. O manteria longe do perigo. Eu não consigo viver sem me preocupar com você, Jhonatan! SERÁ QUE NÃO ENTENDE?!” Passo minha mão para tirar essas lágrimas idiotas que não param de cair do meu rosto.

Mais silêncio.

Quanto mais eu tentava soltar sua mão do meu braço mais ele a apertava. Apenas isso.

”Me solta... AGORA!” Minha mão está dormente devido à força com que Jhonatan a apertara. Ele não me soltará.

Então encarando-o com desprezo, sem hesitar, Eu gritei com o maior ódio que pude reunir. “EU TE ODEIO!”

Imediatamente, senti sua mão tremer e logo afrouxar. Seu rosto indiferente expressara um semblante estático e abatido.

Minha chance. Puxei meu braço e comecei a dar alguns passos mancando. A dor tornara-se insuportável. Como se as lágrimas fizessem com que meu corpo deteriorasse. Mesmo assim, eu precisava sair dali.

Contudo, Jhonatan chegara a mim. E antes mesmo de perceber, ele estava me abraçando fortemente, deixando-me sem ar e, sussurrando em meu ouvido, ele disse:

“Por favor, escute com atenção tudo que vou dizer: Minha vida sempre fora sem graça e desinteressante. Nunca havia sentido alegria, ciúmes, inveja ou amor. E você... você... Apenas você é capaz de me fazer feliz; de me fazer sentir ciúmes; Sentir inveja das pessoas que se aproximam de você e, principalmente, me fazer ficar todos os dias apaixonado. A pessoa responsável por isto é um completo cabeça oca que me faz ficar excitado pelo mais simples toque ou gesto... Ian, eu te amo... Eu te amo. O tipo de amor de querer beijar você... Fazer sexo com você... e ficar junto pelo resto da vida. Então, por favor... não diga que me odeia. Você não sabe o quanto dói...”

"..." Eu não fui capaz de dizer nada, minha garganta estava doendo demais e minhas lágrimas não paravam de escorrer. Eu apenas retribui o abraço apertado enquanto ele chorava feito um bebê desolado. Nunca pensei que alguém fosse se confessar a mim. Nunca achei que ficaria tão feliz por esse alguém ser o Jhonatan. Agora percebo o quanto o amo... o quanto quero ele perto de mim.