Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 1
1º Capítulo - Você está namorando.


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Eu sinceramente espero que gostem da história. Eu tenho essa ideia há anos, mas nunca soube escrevê-la de um jeito certo, e acho que finalmente consegui.

Por favor, do fundo do meu coração, não seja fantasma. Isso desanima muito, vocês não tem noção. Comentem um "gostei" ou um "desiste". Não quebra os dedos.

Boa leitura.



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Trabalhar com somente dezessete anos não é a melhor coisa do mundo. Ainda mais quando você precisa trabalhar para ajudar com as coisas dentro de casa, se fosse apenas para ficar com o dinheiro para mim, não seria tão ruim. Mas tenho que sustentar mais duas pessoas.

Ter um pai que não ganha muito bem, e uma mãe que está tratando o câncer recém-descoberto, não ajuda em nada. E é por isso que trabalho, porque eu tenho que ajudar com exames e medicamentos que ela precisa. Só o salário do meu pai não é o suficiente para isso. Ele me convenceu, e aqui estou eu, trabalhando como garçonete em uma lanchonete bem famosa na cidade.

Terminei o colégio há dois meses, e ao invés de estar me preparando para a faculdade, estou servido mesas e aguentando pessoas ignorantes.

- Qual o seu pedido? – pergunto, sorrindo. Já que era regra respeitar os clientes.

- Cadê o cardápio? – a garota que estava na mesa pergunta, ela estava acompanhada por mais dois rapazes.

- Está aí na mesa. – respondo, obviamente. – Escolham e eu já volto. – já ia dá as costas, quando ouço ela me chamar novamente.

- Não! Pode esperar. – volto e a encaro com a sobrancelha arqueada, mas não falo nada, já que qualquer coisa que eu fizesse, poderia ser demitida.

Regra idiota da lanchonete: desrespeite o cliente e você será demitido.

- Traga três hambúrgueres e três refrigerantes, não se esqueça da batata. Só isso mesmo, pode ir pegar. – apenas dou um sorriso forçado e dou as costas indo levar o pedido.

Eu tinha dois meses trabalhando aqui, o meu chefe não era um dos melhores, mas ele me ajudava sempre quando minha mãe precisava algo, mas em troca eu tinha que trabalhar muito mais, o que em compensação não era bom.

- Esses clientes estão cada vez mais chatos. – digo, entregando o papel com os pedidos para Luciana.

- Mel, você não viu nada. – ela me respondeu.

Nós duas nos conhecemos assim que vim trabalhar aqui, ela era uma boa mulher, temos uma boa amizade, dois meses como se fossem dois anos, mas não passava daqui, minha amiga de verdade era Gracie. Uma maluca que eu conheço desde o jardim de infância.

- Eu estou quase desistindo de trabalhar. – respondo.

- Melissa Castilho, você não está nem louca. Tem que ajudar a sua mãe. – ela me adverte.

- Bem que eu poderia ficar rica, não é? – pergunto me escorando no balcão.

- Bem, se demitindo é que você não conseguirá. – Luciana responde e não deixo de rir.

- Argh! – resmungo e pego o pedido que tinha acabado de ficar pronto.

Vou andando até chegar à mesa de antes, a garota estava beijando um dos rapazes que a acompanhava, enquanto o outro estava mexendo no celular distraído. Pigarreio para chamar a atenção dos três e consigo.

- Está aqui. – entrego, colocando cada um de frente para eles e antes que eu possa sair, a loira que estava na mesa, me chama.

- Eu não pedi esse refrigerante. – reviro os olhos.

- Na verdade, você pediu apenas um refrigerante, e esse é o que está incluído no trio, se está achando ruim, a única pessoa com quem pode reclamar é o gerente. Bom lanche! – dou as costas saindo de perto da mesa, afinal, eu não estava a fim de brigar com mais uma cliente encrenqueira.

Volto para dentro da lanchonete e fico no balcão observando as pessoas entrando e saindo, comendo e fazendo mais pedidos, os outros garçons limpando as mesas e eu sentada na mesa pensando na vida.

Eu não vim de uma família rica, sempre tivemos algumas dificuldades em conseguir as coisas, quando a minha mãe ainda trabalhava, era mais fácil de conseguir as coisas, mas depois que ela adoeceu tudo se tornou difícil. Meu pai teve que sair do emprego, mas logo voltou, porque teve que conseguir dinheiro e junto com ele, eu comecei a trabalhar. Ele trabalhava como segurança de shopping, e vamos combinar que esse nunca foi um dos melhores empregos. Mas também nunca nos faltou nada.

A minha mãe, Lauren, descobriu que estava com câncer há um ano. Foi uma fase muito difícil para todos nós, porque ela era uma mulher saudável, mas ela foi uma premiada para ser a “casa” dessa doença.

Bem, tivemos que superar já que não havia outra escolha.

- Melissa, acorda! – Luciana estala os dedos tirando-me dos meus devaneios. Tomo um pequeno susto e a encaro.

- O que foi? – pergunto.

- Hora de ir para casa. – ela me responde. - Você sentou ai e ficou encarando o nada, deu até medo. – reviro os olhos.

- Pensar na vida dá medo. – respondo. – Eu já vou. – digo, tirando o avental e colocando sobre o balcão para alguém guardar.

- Tudo bem. Até amanhã. – Luciana diz antes que eu saia da lanchonete.

Como todas as noites depois que eu saia do trabalho, fui direto para a casa da Gracie e claro, do seu irmão Austin. Os dois moravam juntos desde que terminaram o colégio. A sorte era que os dois se davam muito bem, e para minha sorte, eu me dava muito bem com o Austin. Ele também era um grande amigo meu.

Bato à porta três vezes seguida e quem abre é o Austin. Sorrimos ao trocarmos olhares.

- Boa noite, senhorita! – ele diz com a sua voz grossa e sexy.

- Boa noite! – respondo ainda sorrindo.

- Entra aí! – Austin dá passagem e entro em seguida.

Olho em volta e não havia sinal da Gracie, provavelmente ela estaria no quarto com o novo namorado, ou na casa dele. Depois que ela conseguiu o “namorado dos sonhos” não desgrudava dele por nada.

- Deixe-me adivinhar... – começo a falar e encaro o Austin. – A Gracie está na casa do Drake.

- Tiro certeiro. – ele responde sorrindo e em seguida senta de volta no sofá pegando seu pedaço de pizza que estava dentro da caixa. – Quer? – ele pergunta erguendo um dos pedaços.

Vou até o sofá e sento ao lado dele.

- Claro. – respondo e pego um pedaço.

- Que tal irmos ao shopping amanhã à tarde? A Gracie vai estar aqui com o Drake, podemos sair juntos. – todas as sextas-feiras nós íamos para o shopping, era como se fosse tradição da amizade. Claro que com o passar do tempo ia perdendo a graça, mas sempre encontrávamos coisas novas para fazer e nos divertir.

- E você acha que eu não vou? – pergunto e mordo mais um pedaço da pizza. – Amanhã eu vou receber o salário, vou poder gastar um pouco.

Digo olhando nos olhos do Austin. Nós dois tínhamos uma ligação. Algo entre nós nos atraiam para o outro. Era claro que já havíamos nos beijado várias e várias vezes, ele nunca perdia a oportunidade quando ela aparecia, mas nos afastamos depois que ele arranjou uma namorada.

Nós duas brigávamos sempre. Ela tinha muito ciúmes de mim com o Austin, e depois disso, fomos obrigados a nos afastar. Mas com pouco tempo eles terminaram e eu e o Austin estávamos nos aproximando devagar como antes.

Ficamos conversando durante um bom tempo, ele era gentil, romântico e sabia me prender quando a gente conversava, eu não posso mentir, eu era um pouco apaixonada pelo Austin.

Nada de loucura, mas não resistia quando ele provocava.

- Meu Deus! – digo levantando do sofá quando olho as horas no celular. – Já está tarde e meu pai vai me dar uma bronca se eu não chegar na hora do jantar. – pego minha bolsa e Austin levanta para me acompanhar.

- Por que não fica mais um pouco? Liga para ele e diz que vai jantar aqui.

- Pizza? – pergunto e dou risada. – Se eu não for daqui a pouco ele está aqui.

Continuo andando e chego até a porta abrindo-a.

- Espera. – Austin segura meu braço antes que eu saia. Viro-me para ele e espero que ele diga alguma coisa. – Não vai me dar nem um beijo de boa noite? – ele pergunta e não deixo de rir.

- Tudo bem. – aproximo-me dele e me preparo para dar apenas um beijo na bochecha, mas não acontece como planejado.

- Não. Aqui. – ele diz segurando meu rosto e encostando nossos lábios. Não podia negar que me arrepiei por inteira e meu coração acelerou quando nossos lábios se tocaram.

Fazia um tempo que não nos beijávamos, então toda essa sensação estava explicada.

O beijo não foi curto, e também não foi nada calmo. Alguns segundos depois ele me prensou contra a parede encostando bem o seu corpo no meu. Eu adorava senti-lo daquele jeito. Era gostoso.

Suas mãos não faziam coisas inocentes, passeavam pelo meu corpo aproveitando cada parte como ele podia.

Somos obrigados a nos afastar assim que ouvimos uma buzina de carro do lado de fora da casa.

Empurro Austin rapidamente quando vejo que quem estava no carro era o meu pai. Ele provavelmente viu o que não devia, já que a porta estava aberta. Eu sabia que iria receber uma reclamação.

- Eu tenho que ir. Tchau. – me despeço do Austin saindo da casa dele.

- Tchau, até amanhã. – ele responde.

Vou andando de cabeça baixa até o carro, eu estava rezando para que o meu pai não tivesse visto nada.

Entro no carro e de primeira já recebo seu olhar mal-humorado.

- Boa noite, pai. - digo.

- Boa noite? – ele pergunta. – É assim que me cumprimenta depois dessa pouca vergonha que estava fazendo com esse pirralho? – reviro os olhos.

- Não foi nada demais. – respondo.

- Ah, não. E aquela mão que estava onde não devia não é nada demais não é? – reviro os olhos novamente.

Meu pai não era ruim antes. Ele gostava do Austin e de todos os meus amigos antes, mas depois que começamos a passar por dificuldade o estresse subiu a cabeça dele e ele encrencava com tudo que eu fazia.

- Podemos ir para casa? – pergunto.

- Claro. Mas que fique claro que não irá mais poder fazer isso com esse seu amigo.

- E por que não? – pergunto irônica. – Tem alguma bola de cristal para ver tudo que eu estou fazendo? – bufo de raiva.

De alguns meses até cá ele vivia me proibindo de ver o Austin, eu nunca entendi o motivo de tudo isso, mas ele disse que não gostava dele. Mas isso nunca foi motivo, eles se davam super bem antes.

- Não. Mulheres compromissadas não podem ficar beijando outros rapazes por aí. – ele responde e franzo o cenho.

- Se eu fosse compromissada, com certeza não faria isso com nenhum outro rapaz a não ser o meu namorado, mas o senhor sabe muito bem que eu sou solteira.

Meu pai ri de minha resposta, continuo não entendendo nada.

- Não mais. – ele responde.

- Pai, você por acaso bebeu? – pergunto. Afinal eu não estava entendendo nada.

- Você está namorando. – ele responde.

- Não estou não. Eu e o Austin somos apenas amigos. – respondo. Eu só esperava que ele não viesse com “aquelas conversas”.

- Eu não estou perguntando se você está namorando, eu estou afirmando. – franzo o cenho. Meu pai para no sinal vermelho e me encara.

- Eu não estou namorando o Austin. Do que você está falando? – pergunto. Meu pai só poderia ter bebido muito, ele não estava falando nada normal.

- Eu não disse que era o Austin.

- Pai, eu acho que você bebeu.

- Estou muito sóbrio. E se quiser saber Melissa, o nome dele é Noah.

- Quem é Noah? – pergunto ainda confusa com tudo aquilo. Eu não conhecia nenhum Noah, na verdade, eu nunca tinha escutado esse nome em minha vida.

- Noah. O seu namorado.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado. A história será curta. Então tudo acontecerá rápido, mas controladamente.

Os capítulos não serão tão pequenos assim, somente o primeiro, eu gosto de capítulos maiores, então serão maiores.

Espero que se tiver alguma leitora logo no primeiro, tenha um bom coração e deixe um comentário.

Beijos e até o próximo!