Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 2
Noah Russel.


Notas iniciais do capítulo

Bem, como ainda há poucos leitores, eu decidi postar logo o segundo capítulo. Mas não será sempre assim, um atrás do outro, pelo menos não até conseguir mais leitores.

Eu gosto do capítulo, e espero que vocês gostem também haha.

Novos leitores, se apresentem e sejam bem-vindos.

Boa leitura.



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Tudo bem. O meu pai devia estar mesmo louco. Ele estava falando nada com nada, primeiro com um papo de que eu estava namorando, e segundo que eu estava namorando Noah.

Nem ser quer eu conheço um Noah, sendo assim, eu não namoro nenhum Noah.

– Agora eu tenho certeza que você está bêbado. – continuo falando a minha hipótese verdadeira sobre aquela situação. – Eu não conheço nenhum Noah.

– Melissa, eu estou mais sóbrio do que você pode imaginar. Acontece que você irá conhecê-lo amanhã à noite em um jantar. E você não pode fazer nada para impedir isso. Você agora está namorando Noah Russel.

Agora era oficial, eu não sabia mais do que meu pai estava falando. Eu estava totalmente confusa com aquela situação. Eu nem sabia o que falar e meu pai nem sequer explicava direito tudo aquilo.

– Tudo bem, você já pode explicar isso. – digo, porque eu precisava mesmo de uma boa explicação.

A única hipótese que eu tinha em mente era sobre namoro arranjado, mas meu pai era um homem que vivia na atualidade, ele com certeza não faria isso. Pelo menos eu espero que não. Afinal, não há motivos para um namoro arranjado. Nunca dei motivos ou ideias para isso.

– Contrato. – é a única palavra que ele diz.

Franzo o cenho pensando, mas logo volto ao normal, e não volto nada calma.

– Espera aí. Você está falando que arranjou um contrato e eu tenho que namorar? – solto uma risada e balanço a cabeça negativamente. – Você não faria isso.

– Sendo assim, você precisa conhecer mais o seu próprio pai. – ele me responde. Olhei fundo nos olhos dele. Ele não seria capaz daquilo. Eu estava confusa. Eu não digo nada, até porque eu não tinha nada para dizer. Eu não estava entendo. – Melissa, você sabe que nós estamos passando por uma situação muito difícil atualmente. A sua mãe com câncer, eu estou trabalhando como segurança de shopping e isso não dá muito dinheiro, você também está trabalhando, mas você tem as suas coisas, precisa gastar com você mesma e não tem a obrigação de ajudar a sua mãe. – o interrompo.

– É claro que eu tenho, é a minha mãe, como eu não ajudaria? – pergunto um pouco indignada.

– Vai dizer que prefere ficar cuidando dos medicamentos dela, tratamentos e tudo mais do que ela tem que fazer do que estar na faculdade? Se formando onde sempre sonhou? – não respondo. Porque aquela era a verdade. Eu sempre quis me formar em medicina, sempre fui apaixonada pela profissão, mas isso estava impossível. – Foi o que eu pensei. – ele respira e para em mais um sinal vermelho e me encara. – Eu sei que você vai ficar com raiva de mim, Mel. Eu sei que vai me odiar, mas eu espero que me entenda. Isso não foi só para o meu bem e da sua mãe, é para você também.

– Pai, por favor, fala logo. Eu não estou gostando dessa conversa.

Ele abaixa a cabeça e suspira algumas vezes, fico em silêncio, eu não sabia o que esperar.

– Já ouviu falar de Peter Russel? Aquele empresário que sempre sai nos jornais locais. – apenas assenti. – Eu fiz um contrato com ele, eu vou receber uma boa quantia durante algum tempo para ajudar a sua mãe. – ele para por alguns segundos. – Melissa, você está envolvida nesse contrato e terá que casar com o filho dele.

Fico parada por uns segundos, apenas encarando o meu pai e digerindo aquela informação. Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo, só poderia ser alguma piada, meu pai não seria capaz de fazer isso. Meu pai, Tom Castilho, sempre foi protetor e ciumento comigo, ele não me venderia tão fácil assim. Eu não queria acreditar naquilo.

– Você só pode estar brincando. – é a primeira coisa que eu consigo dizer.

– Eu gostaria, mas vamos receber muito dinheiro, Mel. Você não tem noção de quanto isso será bom para todos nós.

Sem poder controlar, algumas lágrimas caíram dos meus olhos, em estava chorando de raiva, não de tristeza, raiva por estar sendo vitima daquele absurdo.

– Você me vendeu Tom? – gritei alto, muito alto, e para aproveitar que o carro estava parado, abri a porta e sai correndo pela rua.

Eu queria sumir. Eu não estava acreditando que meu pai havia feito àquilo comigo. Vender a própria filha e obrigá-la a casar, tudo por dinheiro.

– Melissa, pare agora mesmo. – meu pai vinha atrás de mim, mas não parei. Continuei andando o mais rápido que eu podia, mas meu pai também era rápido e me alcançou, segurando o meu braço. Puxo-o de volta.

– Me deixe em paz. – grito. Não tinha ninguém na rua, então eu podia gritar o quanto eu quisesse.

– Você não pensa na sua mãe? – ele pergunta gritando.

– Você não pensa em mim? Sabe se isso vai me prejudicar? Sabe se eu vou me dar bem com esse garoto? Sabe se ele vai me tratar do jeito certo? Aposto que nem o conheceu também. – continuo gritando e chorando um pouco.

– Eu o conheci e sei que irá te fazer bem. Ele é um bom rapaz e precisa de uma garota como você para que ele possa começar a fazer as escolhas certas. Ele vai te fazer bem, Mel. Ou prefere ficar com o Austin que nem se quer trabalha? – reviro os olhos.

– Isso não me convence. Eu não sou babá para cuidar de rapazes mimados. Ele tem dinheiro não tem? Então que contrate uma prostituta ou o que ele quiser para satisfazer os desejos e ajudar nas escolhas. Eu não vou me casar. – eu não estava controlada, eu não parava de gritar e meu pai também.

Eu não estava pronta para aquilo, eu não queria me casar.

Sou nova, ainda tenho muito que fazer e viver ainda. Não quero casar com ninguém, principalmente com quem eu não conheço e por dinheiro.

Eu sei, poderia ajudar a minha mãe. Mas eu e o meu pai trabalhamos, podemos sim sustentar.

– Você vai querendo ou não. – ele começa a falar rude e se aproximar. – O contrato já está feito e assinado, eu já vou receber um bom dinheiro só com o jantar de vocês, você não pode mais fazer nada. Vai se casar sim! – ele segura meu braço e começa a me puxar de volta para o carro. – Volte agora para o carro. – ele me empurra para frente.

Eu nunca pensei que meu pai seria tão frio comigo daquele jeito. Eu nem conhecia mais o Tom, não sabia quem estava ali. Eu pensava que ele nunca seria capaz de uma coisa dessa, mas o universo decide me surpreender dessa forma.

– Em que século você está? Eu tenho meus direitos, só caso se eu quiser. – grito.

– Você não é maior de idade ainda. Já assinei tudo o que é preciso para você se casar, e já está tudo programado e você vai, querendo ou não. - ele responde e me empurra para dentro do carro. – Agora se comporte como uma boa menina. Chegaremos à nossa casa normal, como se nada tivesse acontecido. Amanhã você terá o jantar e tudo começará. – ele me encara, eu nunca o vi tão sério como estava naquele momento. Eu tinha o que temer, pois ele não estava com brincadeira.

**

Assim que chego em casa, saio do carro e bato a porta com força. Eu não conversei mais nada com o Tom. Eu nem queria mais falar com ele.

Entro e vejo minha mãe sentada na sala assistindo TV. Sorrio, mesmo que aquele sorriso não fosse tão verdadeiro.

– Boa noite! – digo e vou sentar ao lado dela abraçando-a.

– Boa noite, querida. Como foi o trabalho? – ela pergunta e beija a minha testa.

– Legal. – respondo. – Você está bem? – pergunto e meu pai entra, fechando a porta. Ele estava com um sorriso falso no rosto.

– Fui buscá-la. Adolescentes perdem os horários. – reviro os olhos e volto a olhar para a minha mãe.

– O que você fez hoje? – pergunto.

– Fiz o jantar. – ela responde e olho para ela indignada.

– Mãe, eu já disse para você parar de fazer as coisas.

A minha mãe sempre foi teimosa, fazia tudo o que não podia, mas também não obedecia ninguém. Isso me deixava irritada com ela, mas eu não podia fazer nada.

– Eu sei, mas eu não posso ficar parada o tempo todo.

– Tudo bem, dessa vez está perdoada, mas, por favor, pare. – levanto-me do sofá. – Eu já vou dormir, preciso descansar, tenho que absorver muitas informações ainda. – digo e por fim, olho para o meu pai.

– Não vai jantar? – minha mãe pergunta.

– Eu comi na casa da Gracie. – dou um beijo na bochecha dela. – Boa noite. – dou as costas sem falar com o meu pai e subo para o meu quarto.

Eu não queria vê-lo, não queria conversar com ele. O meu próprio pai me vendeu para um homem que não conheço que não sei nada sobre a vida e que nem se quer vi algum dia. Eu nunca vou aceitar isso. Nunca.

– Melissa. – antes de entrar no quarto, ouço Tom chamando. Tento ignorar, mas ele já estava irritado demais comigo. – Não pode contar nada para ninguém. Nada sobre isso. Nem para os seus amiguinhos. – reviro os olhos. – Sua mãe não sabe, então nem deixe pistas, você apresentará o Noah em breve para ela. E por enquanto, tudo isso é segredo. – não respondo, apenas abro a porta, entro e fecho sem dar licença.

Tranco-a para evitar invasões e mais discussões com meu pai. Eu ainda precisava descansar e aceitar que nada daquilo era um pesadelo e que em breve eu iria me casar com uma pessoa que nem amo.

Tudo está tão errado.

**

Acordo com o despertador do celular tocando. Tento ignorar, mas logo lembro que eu precisava trabalhar. Levanto-me e logo vou para o banheiro tomar o banho e fazer o que preciso.

Ontem à noite, eu sou soube chorar e amaldiçoar todos pelo que vai acontecer, apesar de que meu pai era o culpado. Eu poderia impedir isso contando para todo mundo, mas isso abalaria a minha mãe, saber que o marido vendeu a própria filha só para conseguir dinheiro, ela nunca aceitaria isso, e não faria bem.

Eu poderia fugir, é claro, mas com certeza meu pai era capaz de contratar agentes para ir atrás de mim, eu não duvido.

O resta é aceitar e esperar que o tal do Noah seja uma boa pessoa.

Termino de me arrumar e desço para tomar café. Apenas meu pai estava á mesa.

– Cadê a minha mãe? – pergunto para Tom, ele não merecia ser chamado de pai. Não mais.

– Bom dia para você também, filha. – ele responde. – Ela ainda está dormindo, está com um pouco de dor de cabeça.

– E por que não a leva ao médico? – pergunto e sento colocando meu café.

– Você tem dinheiro? Porque eu não tenho mais. – Tom responde e reviro os olhos. – Viu? É por isso que eu estou fazendo esse casamento. Não vamos mais passar por dificuldades.

– Que bom para você! – digo e levanto saindo da cozinha e de casa. Precisava trabalhar.

Eu queria chorar, explodir, sumir. Qualquer coisa. Eu sei que isso vai ajudar a minha mãe, isso é bom, mas eu não posso acreditar que meu pai me vendeu, esse é o lado ruim, isso é o que eu não aceito. Eu preferia tentar conquistar o garoto a isso. Mesmo que fosse só por interesse ao algo do tipo. Isso é difícil.

**

Chego à lanchonete e ela já estava cheia. Lucy (como eu costumava chamar a Luciana às vezes) estava entregando os pedidos para o pessoal da cozinha, ela parecia estar louca.

– Lucy? – chamo e assim que ela se vira levanta os braços como se estivesse agradecendo.

– Que bom que chegou, eu já estava ficando louca aqui. Tem muita gente. – ela diz e me entrega o avental, junto com o caderno dos pedidos. Atenda as mesas lá fora. Eu vou para o caixa.

Faço o que ela pede e começo a recolher os pedidos das mesas que estavam fora.

Fui para a última mesa que faltava, e vejo que eram as mesmas pessoas de ontem à tarde. A loira, mas dessa vez, ela só estava com um rapaz.

– Hm, você de novo. – ela diz. – Já podemos nos tornar amiguinhas. – ela abre um sorriso cínico.

– Qual é o seu pedido? – pergunto educadamente e mantenho a calma, eu já tinha problemas demais.

– Brownies de chocolate, suco e waffles. E, por favor, seja rápida. – reviro os olhos e dou as costas indo entregar o pedido.

Entrego a Lucy, que passa para o pessoal da cozinha, como eu já tinha atendido todas as mesas, sento esperando os pedidos saírem. Lucy se aproxima de mim e me encara.

– Tá tudo bem? – ela pergunta. Suspiro e a encaro também.

– Vai ficar. – respondo e pego o pedido que tinha acabado de sair.

Vou para o lado de fora da lanchonete para entregar o pedido, a mesa era perto da que a loira e a sua companhia estavam. Ela só podia ser mais uma daquelas mimadas que acham que podem ter tudo na mão.

Assim que passo pela mesa deles, eu tropeço em algo, supostamente um pé. E não foi só um simples tropeço, foi um belo estrago.

Quando eu ia cair para frente com bandeja e tudo que tinha nela, incluindo café quente, bato de frente com um rapaz que estava vindo para a mesa. Tudo isso graças ao pé da idiota. Ele se afasta rápido de mim e começa a gritar, o mesmo faço eu, já que o café não pegou somente nele.

– Sua idiota! – ele grita e tira a camisa suja. – Você está louca? – ele continua gritando.

– M-me desculpe. Eu tropecei. – pedi desculpas e tentei não me distrai com a imagem dele sem camisa.

– Desculpas? – ele ri irônico. – Olha a bagunça que você fez, eu estou todo sujo. – ele gritava e isso que fez chamar a atenção de todos na lanchonete.

– Eu sinto muito, não era minha intenção tropeçar e me esbarrar você. – continuo pedindo, e tentando não gritar pela dor que o café quente causou.

– Você é uma imprestável, tem que ser demitida. – tudo bem, ele me estressou.

– Eu estou pedindo desculpas seu idiota, alguém dessa mesa colocou o pé para eu tropeçar, eu não queria te sujar, filhinho de papai, eu sinto muito. – gritei estressada com ele.

– Quem você pensa que é sua garçonete inútil? Você merece ser demitida. – ele continuava gritando comigo e bem, eu não vou ser a santinha que não quebra as regras de respeitar os clientes.

– Inútil é você que não vê que isso não foi proposital.

– Castilho, eu posso saber o que está acontecendo aqui? – dou as costas para o encrenqueiro e vejo Marcus, o dono da lanchonete, com aparência nada calma me encarando.

– Marcus, eu posso explicar. – digo, implorando.

– Essa garçonete imprestável, além de derramar café quente em mim e outras coisas, ainda me xingou. Eu não aceito isso! – o estressadinho reclamou.

– Não foi proposital, seu idiota. – gritei, mas logo me arrependi, xinguei um cliente na frente do Marcus.

– Fique calmo Noah, ela será punida. – olho para trás e vejo a loira se aproximando dele.

– Noah? – pergunto e fico parada olhando para ele.

– O que é? – ele pergunta com raiva.

– Melissa, na minha sala agora. – Marcus grita. Mas ignoro.

– Você é Noah Russel? – pergunto, esperando um não como resposta, ele me encara com raiva, mas antes que pudesse responder, ouço Marcus falar:

– Você está demitida.


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Notas finais do capítulo

~ uma musiquinha de "suspense" aqui ~

E então? O que estão achando? Espero que tenham gostado do capítulo...

Deixem opiniões, o que esperam da história e tudo o que quiserem.

Postei mais uma história: http://fanfiction.com.br/historia/579636/Acampamento_Johnson/
Na verdade, aqui eu vou postar várias. São ideias velhas que estão sendo reescritas agora, logo posto mais uma se der.

Espero os comentários, beijos.



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