Filhos do Medo escrita por Pégasus


Capítulo 9
Capitulo 9




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Annie acompanhou Lucy ate seu quarto.

— Preparada?

—Sim.

Então abriu a porta

O quarto estava cheio de pichações “aqui dorme uma criança violentada”,“ Filhos do medo e almas perdidas”, “eu me lembro de tudo” “espero que queime no inferno do mesmo jeito que minhas lembranças me fazem fervilhar na terra” . Eram emoções muito fortes. No chão, varias roupas espalhadas que não pareciam de Annie pelo fato de serem masculinas e largas, provavelmente de suas vitimas, espalhadas com vários relógios carteiras e outros pertences pessoais, a janela nunca ficava aberta, era um quarto escuro, as paredes estavam sujas de sangue e quebradas em algumas partes, a tintura tinha sido tirada em diversas partes com a própria unha por Annie em seus momentos de crise. Era um inferno pessoal.

***

Lucy estava deitada na cama, enquanto Annie estava sentada acariciando sua cabeça.

— Durma bem, Lucy. - E a beijou na testa, desligou a luz do quarto e fechou a porta enquanto saia.

Annie provavelmente já estava com seus amigos lá fora, pensava Lucy. Então foi para a cozinha e mexeu no botijão de gás ate que fosse possível ver o gás escapando, voltou para a cama e quando a madrugada chegou todos os amigos de Annie estavam lá fora novamente e provavelmente não sabiam do gás, então Lucy se levantou e foi ate a cozinha, o gás tinha vazado assim como esperava e o ar estava todo saturado. Então ela pegou uma caixa de fósforos, viu ate onde o gás se espalhara, o que era pela casa inteira então saiu da casa pelo jardim da frente se afastou um pouco e tacou o fósforo dentro da porta aberta, no mesmo instante que largou o fósforo começou a correr sem olhar para trás, e logo caiu no chão com a explosão atrás de si.

***

— Dois anos depois —

Lucy vestia branco assim como todos naquela casa. Não parava de falar nas "cabeças de animais" isso convencera muitas pessoas de que após ser encontrada perto da explosão ela ficara louca. Estava sentada em uma cadeira observando a janela, no hospício em que a internaram havia um lindo jardim, e quando ela olhava pela janela podia ver aquelas cinco cabeças outra vez andando em fila indiana, a observando a noite, tentando toca-la e chamando-a para fazer parte do grupo. Lucy não podia evitar suas crises quando os via, gritava como louca arrancava os próprios cabelos, quebrava tudo a sua frente, ate que a colocavam em uma camisa de força. Aquela era definitivamente a história mais traumática de sua vida, mas Lucy sabia que matar não justificaria nada, ela provou para si mesma de como aquelas pessoas eram fracas diante de seus medos, eram pessoas conformadas em serem assassinas, pessoas escravas dos próprios sentimentos. Lucy sentia raiva muitas vezes achava que matar todo mundo ali e fugir não seria difícil, mas não queria ser uma assassina, e não deixaria aquela vontade a consumir do mesmo jeito que fizera com aquelas pessoas. Ela se recusava a ser mais uma vitima das circunstancias, mais uma filha do medo.


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