Filhos do Medo escrita por Pégasus


Capítulo 5
Capitulo 5




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Lucy acordou após umas poucas horas de sono, preocupada com Annie. Foi ate a cozinha e sentou, pensando no que faria caso Annie não chegasse. Ouviu-se um barulho vindo das escadas, Lucy levantou ao seu encontro era Annie, em perfeito estado como no dia em que a conheceu.

— Você esta com uma cara horrível - Disse ela a Lucy.

— Para onde você foi? Eu fique preocupada.

— Eu aprecio sua preocupação, mas para onde você acha que eu fui?

— O quê? Como eu vou saber?! Você saiu correndo do nada, eu ate tentei te seguir, mas te perdi de vista, você é muito rápida...

— Do que você esta falando? - Perguntou Annie com uma expressão confusa.

— De ontem, na madrugada, quando você quebrou algo e apontou aquela faca pra mim.

— Desculpe, não me lembro disso - Disse Annie com cara de decepcionada.

Lucy ficou boquiaberta. Será que... Foi tudo um sonho novamente? Não. Sei que não foi porque ainda consigo ver o vidro quebrado na lixeira. Então... Será que ela realmente não se lembra? Pensava Lucy.

— Lucy, eu não sei o que esta pensando que aconteceu ontem de madrugada, mas eu não me lembro de ter feito nada disso que você está falando.

— Tudo bem - Admitiu Lucy - An... Me desculpe.

Annie afagou - lhe os cabelos.

— Não tem problema. - Disse com um sorriso recatado. - Olha... Eu vou receber uns amigos na minha casa hoje para o jantar, será que você poderia fazer a melhor comida que seus pais lhe ensinaram?

— Claro.

— Obrigada. - Disse Annie lhe dando um abraço demorado. - Nós estaremos aqui às oito.

***

Annie jantava em um restaurante chique da cidade na companhia de um homem magro de cabelo preto curto e ondulado, com olhos azuis grandes e penetrante e de feições serias, vestindo roupas pretas e formais, e com seu outro amigo, de cabelos pretos lisos e curtos. Ambos bem vestidos.

— Annie - Começou o de olhos azuis - você sabe que se Lucy nos ver vai acarretar inúmeros problemas para nós, TODOS nós.

— Eu sei, Leonard, mas ela não verá nada, e mesmo que veja, ela é uma mente fácil de manipular, você sabe como é, típica pessoa do interior, religiosa e cheia de crenças sem lógica. Segue ideologias estereotipadas e coisas assim. Não é alguém que pensa por si própria.

— O que você pretende fazer caso ela nos veja? - Perguntou o outro homem.

— Nada, afinal de contas, ela não teria como provar.

— Você sabe que a policia precisa apenas de um ponto de começo para começar uma investigação. E nós, querida, poderíamos ser conveniente o suficiente para explicar todas aquelas mortes do ano passado.

— Não há vestígio de nada, caro Charlie, quanto há isso não precisa se preocupar, se não me engano David reduziu tudo há pó, é mais fácil acreditarem que Lucy é louca do que acreditarem que somos todos assassinos.

— Então está segura de que não fazer nada com Lucy no dia do ritual não poderá prejudicar nossa existência? - Questionou Leonard.

— Não podemos fazer nada com Lucy nem se quisermos, com certeza, a primeira suspeita da morte dela seria eu, eu posso convencê-la a sair da cidade com a ponta da minha faca, caso prefiram, ou caso ela não caia na minha mais charmosa manipulação.

— Então está tudo certo, podemos conhecê-la agora? - continuou Leonard.

— Vocês vão adora-la, queria tanto que fosse uma de nós. - Disse Annie se levantando.

Leonard pós a mão em suas costas.

— Isso não é para todos, certo?

Annie dirigiu ate sua casa com seus companheiros no banco de trás. Ao entrar em casa Annie chamou por Lucy que apareceu rapidamente.

— Charlie, Leonard, essa é Lucy, Lucy, estes são meus amigos Charlie e Leonard. - Dizia Annie apontando para cada um.

— É um prazer conhece-los senhores - Dizia Lucy.

— Igualmente Srta...? - Perguntou Charlie.

— Clark.

—Clark. - repetiu Charlie.

— Lucy é um lindo nome, se importa se te chamar por ele? - perguntou Leonard.

Lucy sorriu comovida.

— Claro que não.

—Esta vindo um cheiro ótimo da cozinha, por que não nos servimos? - sugeriu Annie, todos se sentaram enquanto Lucy se retirava de fininho.

— Lucy! Sente aqui, e coma conosco - Disse Leonard. - Por favor.

— É Lucy, adoraríamos ter sua presença. - Completou Annie.

Lucy se sentou modesta na mesa.

Os três conversaram, abriram uma garrafa de vinho, após terminarem abriram outra, e outra, e conversavam e bebiam. Annie, Leonard e Charlie já haviam ficado bêbados antes, então podiam controlar o que falavam, mas essa era a primeira vez de Lucy, que realmente se enturmou com os amigos da patroa.

Lucy começou a pensar em como Leonard e Charlie eram bonitos e bem apessoados e como Annie tinha sorte por conhecer pessoas assim, naquele momento ela não percebia que secava os amigos de Annie, mas eles notaram. Foi quando Leonard colocou a mão na perna de Annie e começou a sussurrar algo em seu ouvido, Charlie imitava a mão de Leonard na outra perna de Annie, Lucy assistia aquilo boquiaberta sem reação. Annie ria. Eles a carregaram para sala aonde tinha um piano de calda e a colocaram sobre ele, um despia o outro enquanto trocavam beijos demorados. Todos já não usavam roupas quando Lucy chegou à porta sem expressão.

— Você acha que ela quer participar, Annie? - Perguntou Charlie.

— Rá, dúvido, ela deve ser tão pura quanto é inocente.

Então ignoraram a observadora e continuaram. Lucy decidiu ir para o quarto e acabou por dormir só por deitar.

 

***

 

David chegou à casa de Annie acompanhada de uma mulher de pele branca e cabelos negros ate o ombro.

— Sara. - Annie a abraçou. - Eu senti tanto sua falta.

— Eu também Annie, parece que os dias foram mais escuros quando não via seu sorriso.

Annie passava a mão em seu cabelo macio.

— David. - Por fim Annie o abraçou também.

Todos os convidados foram para o jardim e fizeram uma roda, Annie começou a falar.

— Irmãos, tragam suas prezas, coloquem suas máscaras, porque hoje nossas frustrações serão superadas enquanto matamos aqueles que nos lembram nosso passado.

Todos saíram e voltaram mascarados, Havia ali, mascara de porco, bode, palhaço, caveira e coelho. Cada mascarado segurava alguém amordaçado e com as mãos amarradas, pessoas comuns, mas não aleatórias. Cada assassino ali tinha um perfil de pessoa que escolhera para matar. Annie por exemplo, gostava de escolher homens gordos e velhos, Sara jovens magros, David não parecia ter preferencia, Leonard escolhera uma mulher de meia idade, assim como Charlie, todos foram para o centro do labirinto, e soltaram as amarras das mão de suas vitimas vendadas. Ao fazer isso elas começaram a correr desesperadamente e aquele labirinto virou uma jaula de ratos com vários gatos dentro. Todos os mascarados corriam atrás de suas vitimas com uma faca na mão. Naquela noite, o labirintou mergulhou em sangue. Não demorou muito para as pessoas amordaçadas serem assassinadas brutalmente. Os corpos foram escondidos em um buraco profundo na terra debaixo de um banco. David carregou um corpo ate um aglomerado de lenha no meio do vasto jardim e tacou fogo. Todos assistiram ao corpo se queimar em silencio. Lucy acordou com o cheiro de algo se queimando e seguindo seus instintos chegou perto do jardim e sem ser vista observou todas aquelas pessoas que olhavam algo ser queimado, Lucy não sabia dizer o que era, mas pode ver que alguém sentiu sua presença e se virou para encara-la, se assustou quando percebeu que o rosto que a encarava era de um bode, que logo voltou sua atenção para a fogueira. Lucy correu para o quarto assustada, sentou em sua cama incrédula e esfregou os olhos tentando se convencer de que aquilo não era um sonho, então sentiu uma dor no lado direito do pescoço e desmaiou, o bode a seguira ate o quarto e ela sequer havia notado.


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