Caminhamos até a floresta que já freqüentávamos há tempos. Ficaríamos ate o anoitecer para que pudéssemos caçar. Preferimos sempre caçar a noite, pois era quando tínhamos mais força e poder. Logo montamos o acampamento e nos acomodamos. Nesse intervalo de tempo aproveitei para ligar para Bryan.

– Alo- falei.

– Oi quem é?- respondeu ele.

– Eu, Ty Lee. Só liguei para salvar o numero e para saber se você tem um lugar seguro para passar a noite!- afirmei. Essa preocupação com ele era meio que eminente. Não sabia como Bryan passou esses anos, não conhecia suas dificuldades e nem necessidades.

– Ah, que gesto lindo da sua parte, mas esse papel é meu. Eu que tenho que me preocupar com você, e não ao contrario. – disse ele, rindo ao telefone.

– Tem ou não?- insisti na pergunta.

– Não se preocupe. Com esses anos aprendi a me virar sozinho. – exclamou ele

– Então você não tem um lugar, não é?

– Não.

–Por que não vai para casa da mamãe. Ela não te negaria isso.

– Acho melhor não, Ty.

– Por quê?

–Ela deve estar muito magoada comigo, tenho certeza.

– Mas você ainda continua sendo filho dela. E afinal, mamãe não é capaz de guardar tanto rancor.

–Não é necessário.

– Você pode me entrar daqui a 15 minutos perto da cafeteria?

– Posso... Mas pra que?

–Só faça isso. Porque tem de fazer pergunta?!

– Caçadoras! Não importa se são sua irmã ou não, sempre são mandonas!

Bufei no telefone e disse:

– Olha se não quiser minha ajuda sem problemas. Posso sumir – falei com um tom calmo, dando uma pausa dramática. –para sempre.

– Não foi isso que eu disse- explicou ele.

– Eu preciso ir. Já vamos embora!- afirmei.

– Ta bom. Estarei lá em 15 minutos.

– Ate logo- disse desligando.

Caminhei ate a barraca de Ártemis. Ela parecia me esperar.

–Posso entrar?- perguntei.

– Claro Ty- respondeu a deusa.

Entrei. Ao entrar reparei que desta vez Jessye não estava com Ártemis, o que estranhei. A assistente não tinha que estar sempre presente? Ignorei essa pergunta e sentei para conversar.

– É... Ártemis me desculpe por estar pedindo isso, mas meu irmão esta sem um lugar para ficar e eu conheço uma pessoa que pode ajudar, sendo assim preciso ir com ele. –expliquei-me.

A deusa sorriu e exclamou:

– Você esta pedindo desculpas só por querer ajudar um irmão?- perguntou ela.

– É.

– Minha querida, não há perigo algum em você fazer isso. Ele é seu irmão e você tem direito e dever de ajudar. Isso não interfere em nada em seu compromisso comigo. E alias, achei muito bom da sua parte pedi e se explicar. Isso prova sua lealdade pela caçada e compromisso. – disse Ártemis, ela fitou o braseiro- Mas nesse tempo senti um cheiro diferente no ar. Não seria bom você sair por ai sozinha! Leve Jessye com você!

– Não é preciso, vai ser rápido- afirmei.

– Eu insisto, por favor!

– OK

De repente, Jessye entra na barraca também.

–Ah, Ty o que faz aqui?- pergunto Jessye.

–É... – comecei a falar.

– Jessye preciso que faça um favor pra mim. – disse Ártemis, me interrompendo. Olhei para a deusa com um olhar de “me deixar falar, mulher!!!” , o que me fez rir.

– Sim my lady. – disse Jessye.

–Ty precisa ir num lugar para ajudar seu irmão, e não acho seguro ela saia sozinha por ai. Você podia acompanhá-la? – perguntou a deusa.

–Claro. – disse Jessye com sorriso no rosto.

Sorri junto a ela. Despedimos-nos de Ártemis. O bom de Jessye era que ela não questionava o que eu fazia apenas me seguia. No caminho acabei contando a ela que era filha de Zeus e que Bryan também.