The Daughter of Shadows escrita por PierceThePanda, sushisa


Capítulo 12
Borboletas-esqueleto


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Nao aguentei, tive que postar. Então, mais um capítulo fresquinho pra vocês!



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Pov : Amanda

Se você nunca entrou no chalé de Hades, não sabe o que está perdendo. O chalé era feito de mármore sólido preto, com colunas pesadas e duas janelas que ficavam constantemente fechadas. Na entrada, havia uma tocha onde queimava fogo grego 24 horas por dia. Cada etapa dele era decorada com caveiras. Nico disse que quando o chalé foi construído, parecia um quarto de vampiro. As camas pareciam caixões e o lençol era vermelho - sangue. Agora, o chalé parecia com os outros. Os beliches eram de madeira e os lençóis eram de seda preto. Entrei nele e deixei as minhas coisas em cima da cama de um beliche. Resolvi tomar um banho antes de dormir. Nico saiu do chalé e foi conversar com Will Solace. Tomei um banho bem demorado, deixando a água levar todos os acontecimentos daquele dia. Vesti meu pijama e deitei na cama. Adormeci instantaneamente e com isso, vieram os pesadelos. Sonhei que estava no submundo. Isso mesmo, no submundo. Eu estava diante de dois tronos, um cor de osso, que imaginei ser de Hades e um prateado. Meu pai estava em pé, olhando para o nada, perto de uma coluna. Ele olhou para mim. Olhei para ele. Usava um manto de seda preta e uma coroa de ouro trançada. Sua pele era branca como de um albino, o cabelo comprido até os ombros era preto-azeviche.

– Olá Amanda.

– Pai? - respondi sem pensar. Quando percebi o que eu tinha dito, me ajoelhei.

– Não há necessidade. - ele disse. Eu me levantei - Bem, precisamos ser rápidos. Você deve saber que Perséf...

– Está desaparecida. Sim, eu sei.

– Como deve saber, sua mãe também desapareceu.

Lágrimas brotaram em meus olhos.

– Sim.

– Bem, acho que posso mostrar uma coisa que vai ajudá-la na missão, mas antes. Feliz aniversário.

– Aniversário?

– Sim, 15 de maio. Seu aniversário.

– Puxa, eu tinha me esquecido. Obrigada.

Ele estalou os dedos e meu sonho mudou. Eu estava em uma caverna, não exatamente uma caverna, uma masmorra. Haviam duas celas. Em uma delas, estava a deusa Perséfone. Suas roupas estavam rasgadas e o cabelo estava bagunçado. Na outra cela, estava a minha mãe. Ela vestia uma camiseta branca, suja de terra e uma calça jeans preta esfarrapada. Seu cabelo estava preso em um coque mal feito. Ela estava usando um grampo de cabelo para tentar abrir o cadeado. Então uma voz feminina ecoou pela caverna.

– Ah minha querida, você não vai conseguir abrir esse cadeado tão cedo. Ele foi fechado com magia.

– Despina! Eu exijo que você me solte. AGORA! - gritou Perséfone.

– Infelizmente isso não vai ser possível. - respondeu Despina de forma inocente, sua voz era doce e fria. Perséfone gritava com a voz, enquanto tentava transformar as barras de ferro em girassóis. Minha mãe desistiu de tentar abrir o cadeado. Ela sentou no chão e começou a chorar.

– Não adianta. Temos que esperar. Sei que alguém vai perceber. Não é possível que ninguém perceba.

A voz ria, Perséfone gritava com ela e minha mãe chorava. Então o sonho mudou novamente. Eu estava em uma sala grande e mal iluminada. Tudo era branco, como se o inverno tivesse chegado mais cedo. Na ponta da sala, havia uma porta. Na outra ponta, havia um trono decorado com folhas secas e flocos de neve. Nele, estava sentada uma mulher. Ela usava um vestido branco de mangas compridas. Não consegui ver o rosto dela, pois havia um capuz cobrindo a sua cabeça. Do lado esquerdo do trono, havia um garoto de mais ou menos 15 anos, tinha cabelos e olhos castanhos, usava uma calça jeans e uma camiseta branca. Do lado direito, havia uma garota da mesma idade do garoto, tinha cabelos negros como a noite, presos em um rabo de cavalo, seus olhos eram de um vermelho tão escuro, que pareciam pretos. Ela usava um vestido branco.

– Caleb. Quero que vá até as masmorras e veja como estão as nossas prisioneiras.

– Mas...

– Sem mas. Vá. Agora.

Ele assentiu relutante e saiu, dava pra perceber que a garota era a queridinha da deusa.

– Laura, preciso que faça um favor para mim. Eu sei que eles mandarão semideuses virem salvá-las. Preciso que você... O que temos aqui? Uma semideusa. Acabe com ela.

A garota correu em minha direção e eu corri até a porta, antes de encostar na macaneta, a garota pulou em cima de mim e eu acordei. Olhei no relógio. 5h34. Faltavam 3h para começarem a servir o café e 4h para a minha aula de arco e flecha com um filho de Apolo. Tomei um banho e vesti um shorts jeans preto, a camiseta do acampamento e o meu all star novo que a Sara comprou. Prendi meu cabelo em um coque mal feito. Sentei na porta do meu chalé. Ainda estava escuro. Eu observei o acampamento. Tudo estava muito silencioso, a não ser pelos monstros da floresta, então, ouvi um ruído perto do meu chalé. Peguei uma pedra, do tamanho de um botão e me escondi atrás de um arbusto. A pessoa, ou coisa, se aproximava. Joguei a pedra com toda a minha força. A pedra deve ter acertado o alvo, porque a pessoa caiu.

– Ai! - disse uma voz familiar.

– Dan?

– Oi.

Sai de trás do arbusto. Dan estava parado me olhando. Ele estava jogado no chão. Tinha um corte feio na testa e a manga de sua camiseta estava encharcada de sangue.

– Ai meu Zeus, me desculpe. Você está bem?

– Sim, mais ou menos. Você é bem forte. Está bonita. - eu ri.

– Vem, vamos. Vou ver o que posso fazer.

Entrei no meu chalé e remexi as gavetas a procura de curativos. Peguei um pano úmido e uns curativos. Limpei bem o ferimento da testa e fiz um curativo. Tive que pedir para ele retirar a camiseta, para eu poder olhar o braço dele. Isso me deixou desconfortável. Ele tirou a camiseta. Seu braço tinha um talho fundo, o sangue escorria pelo abdômen, deixando a camiseta dele ensopada. Limpei o corte e enrolei uma atadura no braço dele. Tudo no mais absoluto silêncio, para não acordar Nico. Dan disse que não estava doendo, mas pude ouvir ele gemer enquanto eu guardava tudo. Sentamos no meu beliche.

– Você tem certeza de que está bem?

– Sim. Você é uma ótima curandeira. - eu ri.

– O que você está fazendo acordado às 6h30 da manhã?

– Perdi o sono. Então resolvi dar uma volta. E você?

– Também perdi o sono.

Seguiu - se um silêncio constrangedor, até que Dan perguntou :

– Posso perguntar uma coisa boba?

– Claro.

– Quando é o seu aniversário? - aquela pergunta me pegou de surpresa.

– Hã... Hoje. - ele pulou no lugar.

– Feliz aniversário então. Eu acho que vou indo. - ele pegou a camiseta suja e foi embora. Acompanhei ele até a porta. Percy passou pelo meu chalé. Ele olhou para Dan e depois para mim e depois para Dan de novo e depois para mim e ficou assim pelo que pareceu uma eternidade.

– Vocês... Estão...

Dan olhou para ele confuso e depois respondeu irritado.

– Não. Não estamos namorando. Seu pervertido.

– Okay. Não tá mais aqui quem falou. - ele saiu em direção ao chalé de Poseidon.

Dan me olhou constrangido.

– Hã... Tchau.

– Tchau.

Entrei no meu chalé e deitei na minha cama. Nico ainda dormia profundamente. Fiquei pensando em Dan. Pela primeira vez em toda a minha vida, senti borboletas-esqueleto se agitarem dentro do meu estômago. Eu ainda estava me sentindo culpada por ter acertado ele. Mas ele disse que não foi nada. E aquelas palavras ficaram ecoando na minha cabeça pela manhã inteira.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Tô em love com esse capítulo. Espero que vocês tenham gostado de ler, tanto quanto eu gostei de escrever. Comentem pra mim saber.